sexta-feira, 11 de abril de 2008

Jornal Nacional' contra MST: os novos terroristas da mídia



Marcelo Salles


Poucas vezes uma reportagem foi tão distorcida quanto a do Jornal Nacional de quarta-feira (9/4) a respeito do MST. Nos dois minutos e vinte e quatro segundos da matéria busca-se a criminalização dos camponeses. Para tanto, imagens e palavras são cuidadosamente articuladas para transmitir ao telespectador a idéia de que os militantes do MST é quem são os responsáveis por todo o medo que ronda os paraenses.


Logo na abertura da matéria, o fundo escurecido por trás do apresentador exibe a sombra de três camponeses portando ferramentas de trabalho em posições ameaçadoras, como a destruir a cerca cuidadosamente iluminada pelo departamento de arte da emissora. Quando os militantes aparecem nas imagens, estão montando o acampamento e utilizando folhas de palmeiras - naturalmente já arrancadas das árvores.


Quando a matéria corta para ouvir a opinião de um empresário local, ele tem ao fundo exatamente uma folha de palmeira, só que firme no solo - e vistosa, viva. O representante da Vale do Rio Doce é o que tem mais tempo para se manifestar, tanto tempo que até gagueja - e balbucia: "Esses movimentos... estão (nos) impedindo de trabalhar".


Em nenhum momento os representantes do MST são ouvidos, o que contraria, inclusive, as próprias regras do jornalismo da Globo. Mas quando os interesses comerciais de empresas amigas estão em jogo, no caso a Vale, tudo indica que essas regras são postas de lado.


Versão única


Outro dado marcante desta reportagem veiculada pelo Jornal Nacional é a descontextualização dos fatos. O telespectador é apenas informado que o MST "ameaça invadir a Estrada de Ferro Carajás, da companhia Vale", mas não se explica que esta ação direta tem uma origem: a privatização fraudulenta da Vale do Rio Doce.


A companhia foi leiloada, em 1997, por R$ 3,3 bilhões. Valor semelhante ao lucro líquido da empresa obtido no segundo trimestre de 2005 (R$ 3,5 bilhões), numa clara demonstração do prejuízo causado ao patrimônio do povo brasileiro. Desde então, cidadãos e cidadãs vêm promovendo manifestações políticas e ações judiciais que têm por objetivo chamar a atenção da sociedade brasileira e sensibilizar as autoridades competentes para anular o processo licitatório.


Se há uma diferença brutal entre discordar de uma determinada opinião e omiti-la, este caso torna-se ainda mais grave porque não se trata de uma opinião, e sim de um fato político: a privatização da Vale está sendo questionada na Justiça - e com grandes chances de ser revertida. Ao sonegar esta informação, a Globo comete um crime e deveria ser punida pelos órgãos competentes.


Com a mesmíssima parcialidade age o jornal O Globo. A reportagem publicada na mesma quarta (9) sobre o MST não deixa dúvidas quanto ao lado assumido pela publicação. A chamada na primeira página diz tudo: "MST desafia a Justiça e volta a ameaçar a Vale"; o pequeno texto, logo abaixo, aprofunda a toada:


"O MST ameaça descumprir ordem judicial e invadir novamente a ferrovia de Carajás, da Vale, no Pará. Moradores da região estão atemorizados, com a cidade cercada por mais de mil militantes do MST, a quem acusam de terrorismo".


A reportagem principal, à página 9, é acompanhada de outra de igual tamanho. Ambas ouvem apenas a versão da mineradora privatizada pelo governo tucano de FHC. Imediatamente abaixo, como a reforçar a visão policialesca, uma fotografia de um homem morto sobre o título: "Em Porto Alegre, um flagrante de homicídio". Nenhum dos dois veículos (O Globo e JN) registrou o apoio recebido pelo MST por artistas, intelectuais e lideranças partidárias.


Lugar na história


Esta falsa preocupação do Globo com a defesa do povo brasileiro não é de agora. O mesmo jornal que hoje sugere que os militantes do MST são terroristas por atemorizar os paraenses procedeu da mesma forma há 44 anos, quando um golpe de Estado derrubou o presidente constitucional João Goulart. Em texto editorial do dia 2 de abril de 1964, O Globo assinalou:


"Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas (...) para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas (...), o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. (...) Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente (...) Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. (...) Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.(...) A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo.(...) Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos (...)."


Assim como para o Globo os inimigos do passado eram aqueles que se insurgiam contra a ditadura que seqüestrou, torturou e matou milhares de brasileiros, hoje os terroristas são aqueles que lutam contra as multinacionais que roubam o patrimônio público, danificam o meio ambiente e produzem graves problemas sociais. É exatamente por isso que ao interromper o fluxo de exportação de uma dessas empresas os militantes do MST acertam em cheio no sistema nervoso do capitalismo.


Dotados apenas de enxadas e coragem, os sem-terra enfrentam jagunços armados, policiais e poderosos grupos de comunicação - esse coquetel que tem como objetivo massacrar o povo organizado. Assim é que os militantes do MST ensinam ao povo brasileiro: não é uma luta justa, mas é uma luta que pode ser vencida.


Por outro lado, o jornalismo das Organizações Globo mais uma vez revelou seu caráter covarde e submisso. Aliou-se aos poderosos e rasgou o juramento profissional da categoria, sobretudo no seguinte trecho:


"A Comunicação é uma missão social. Por isto, juro respeitar o público, combatendo todas as formas de preconceito e discriminação, valorizando os seres humanos em sua singularidade e na luta por sua dignidade."


Mas não há de ser nada. A História vai se ocupar de reservar a cada qual seu devido lugar.

( do Observatório da Imprensa)

O JEITO "NOVO" DE GOVERNAR....

Instituto de Educação mobilizado contra afastamento de professores


Professores e funcionários do Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre, reúnem-se nesta sexta-feira para discutir a situação dos profissionais especializados que atuam com alunos portadores de necessidades especiais, informa a assessoria de imprensa do CPERS/Sindicato. A Secretaria Estadual da Educação quer afastar do Instituto de Educação seis profissionais especializados em atender alunos com necessidades especiais. Dos seis, três trabalham com alunos com necessidades especiais; os demais estão trabalhando em outras funções, um dá aulas para o magistério, outro está no laboratório de informática e um terceiro cuida dos serviços de reprografia.

Na segunda-feira, os educadores se reunirão com os pais para discutir o problema. Não está descartada uma greve na escola. Segundo levantamento da escola, o índice de aprovação dos estudantes que têm o acompanhamento destes profissionais é de 80%. Segundo o CPERS, a política do governo Yeda Crusius tem sido a de colocar os alunos com necessidades especiais junto com os demais, sem que haja preparação dos espaços físicos e dos professores que atuam nas turmas em que estes alunos incluídos.

Este problema, alerta o sindicato, não é só do Instituto de Educação. Em Cachoeira do Sul, a Escola Estadual de Educação Básica Borges de Medeiros também teve o setor que atende alunos com necessidades especiais fechado.

Créditos:

MORALES DIZ QUE CIA TINHA ESCRITÓRIO NO PALÁCIO; CORREA QUER OEA SEM OS ESTADOS UNIDOS

Luiz Carlos Azenha

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SÃO PAULO - Os governos da Bolívia e do Equador informaram nas últimas horas que foram vítimas de infiltração por parte de agentes a serviço da Central de Inteligência Americana, a CIA. "Depois de dois ou três meses [no poder], nos demos conta de que no Palácio [Quemado], havia um escritório da CIA", disse Evo Morales, acrescentando que as informações eram repassadas para a CIA "a pretexto da luta contra o terrorismo." O escritório era coordenado por um general da polícia boliviana.

Morales fez a afirmação durante um discurso em Santa Cruz, o departamento da Bolívia que no próximo dia 4 de maio realiza um referendo autonômico. "Os gringos pagavam um escritório no Palácio!", afirmou. O presidente boliviano disse também que a Embaixada dos Estados Unidos em La Paz encabeça uma "conspiração" para derrubá-lo. De acordo com Morales, parte da campanha é promovida pela United States Agency for International Development, USAID, através de financiamento a grupos da sociedade civil. O embaixador americano na Bolívia é Philip Goldberg, considerado um especialista em lidar com movimentos separatistas, tendo servido anteriormente em Pristina, Kosovo, de 2004 a 2006.

Acusações contra a CIA são uma ferramenta política freqüente na América Latina, um instrumento de vitimização que rende dividendos políticos. Pero que las hay, hay...

No Equador, o vice-ministro de Defesa, Miguel Carvajal, informou que vai investigar se existem no país redes de inteligência repassando dados à Colômbia e à CIA, assim como ligadas à guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e dos paramilitares colombianos.

A investigação foi determinada pelo presidente Rafael Correa, que formou uma comissão civil e militar para "por fim a essas práticas." Correa manifestou a suspeita de que órgãos de inteligência estrangeiros - dentre os quais a CIA - tinham contatos extra-oficiais com integrantes de seu governo. Isso teria ficado claro durante a crise diplomática que teve início quando a Colômbia violou a fronteira do Equador e destruiu um acampamento das FARC, matando o número dois da guerrilha, de codinome Raúl Reyes.

As relações diplomáticas entre os dois países permanecem congeladas, apesar da sugestão da Organização dos Estados Americanos (OEA) de que fossem retomadas como primeiro passo para resolver a disputa. O relatório feito pela OEA sobre o ataque militar apresenta versões conflitantes. A Colômbia diz que atirou as bombas de seu território e realizou uma incursão para resgatar o corpo de Raúl Reyes e documentos da guerrilha. O Equador diz que foram usados mísseis do arsenal dos Estados Unidos, disparados de aviões que sobrevoavam território equatoriano.

O incidente pôs fim ao avanço do chamado acordo humanitário, pelo qual as FARC vinham libertando reféns de forma unilateral com a mediação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O governo da França negociava, através de Raúl Reyes, a libertação da franco-colombiana Íngrid Betancourt, que permanece refém da guerrilha.

Numa demonstração de que a crise diplomática está longe de se resolver, o presidente do Equador manifestou seu desagrado com a atuação da OEA propondo a formação de uma Organização dos Estados Latino-Americanos e denunciou formalmente a Colômbia na Corte Internacional de Justiça. O Equador alega que a fumigação feita por aviões colombianos para destruir as plantações de coca causa danos ambientais, contamina os rios da fronteira e ameaça a saúde dos moradores da região.


Gabor Szabo - Bacchanal - 1968

http://i306.photobucket.com/albums/nn266/photoapo/Covers/GSzabo_Bacchanal.jpg

Gabor Szabo - Bacchanal (1968)



Personagens:
Gabor Szabo (Guitar)
Jim Stewart (Guitar)
Hal Gordon (Percussion)
Jimmy Keltner (Drums)
Louis Kabok (Bass Guitar)

Faixas:
1. Three King Fishers (Donovan Leigh)
2. Love Is Blue (Bryan Blackburn/Cour/Andre Popp)
3. Theme From Valley of the Dolls (Andre Previn)
4. Bacchanal (Gabor Szabo)
5. Sunshine Superman (Donovan Leigh)
6. Some Velvet Morning (Lee Hazlewood)
7. The Look of Love (Burt Bacharach/Hal David)
8. The Divided City (Gabor Szabo)

Download abaixo:
http://w16.easy-share.com/1700095617.html