sábado, 12 de abril de 2014

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Ucrânia: O dilema de uma crise

Os Editores

Na Ucrânia, a crise, longe se encaminhar para um desfecho positivo, tende a agravar-se.
Os EUA e a União Europeia, que incentivaram e financiaram o golpe de Estado de Maidan, apoiam o governo ilegítimo instalado em Kiev e os partidos fascistas que o controlam.
Desde o fim do III Reich que o fascismo não atuava na Europa com tanta arrogância. No Parlamento deputados comunistas são agredidos; bandos armados espancam juízes sem que a polícia intervenha; na Galitzia católica a violência contra moradores russos entrou no quotidiano.
No Leste do país, a situação é explosiva, nomeadamente nas cidades de Donetsk, Lugansk e Kharkov.
Desesperados com as medidas repressivas das autoridades locais, ativistas russófonos armados ocuparam edifícios públicos nas principais cidades e ergueram barricadas em frente. O governo transitório de Kiev ameaça recorrer às armas para os desalojar.
Os muitos milhões de russos e russofonos do Leste ucraniano temem o avanço do fascismo.


Em campanha de desinformação mundial, Washington e os governos da União Europeia e o secretário-geral da Nato acusam a Rússia de preparar uma intervenção militar na Região. Mentem.
Sergei Lavrov,o ministro dos Negócios Estrangeiros russo desmentiu esses boatos e tem repetido múltiplas vezes que cabe aos ucranianos normalizar a situação criada no país pelo golpe de estado e esclarece que a Rússia condena qualquer tentativa exterior de ingerência nos problemas internos da Ucrânia.
Putin tem atuado, desde o início da crise, com muita serenidade e prudência. Está consciente da incompatibilidade dos interesses nacionais da Rússia, no âmbito do capitalismo, com a estratégia de dominação mundial dos EUA. Mas evita dar pretextos ao imperialismo para provocações.
Os apelos dos russófonos do Leste da Ucrania, desejosos da sua futura integração na Russia, estão a criar uma situação dilemática em que todas as saídas aparentes são negativas.
Os governos ocidentais omitem uma realidade que não ignoram.Nos Oblast (grandes distritos regionais) que defendem a secessão, além da minoria russa residente, milhões de pessoas nascidas nesses territórios não somente são russofonas como se assumem como moldadas pela cultura russa. Cabe recordar que mesmo em Kiev, antes da desagregação da URSS, o russo era a língua utilizada no ensino universitário.
Conhecedores da complexidade da crise, Obama e os seus aliados europeus tudo fazem para dificultar a posição de Putin.
Não ignoram que o dirigente russo é favorável a uma solução federal para a Ucrânia, que garanta ampla autonomia aos oblast do Leste. Defende a saída pacífica, opondo-se a qualquer tipo de intervenção militar.


Obama sabe que uma espiral de violência que atinja os russofonos nesses Oblast suscitaria uma vaga de indignação na Rússia. Por isso mesmo incentiva Kiev à repressão.
A agressividade dos partidos e organizações fascistas ucranianos não preocupa minimamente o presidente dos EUA. Nas últimas semanas, imitando George Bush filho, passou a invocar com muita frequência Deus, vendo nele um aliado do povo norte-americano, destinado pelo senhor a salvar a Humanidade. A sua hipocrisia reflete bem a estratégia do imperialismo.
OS EDITORES DE ODIARIO.INFO