quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A grandeza do PSOL gaúcho....

Numa visão que previlegia a classe trabalhadora no sentido de manter o candidato Paulo Paim, do PT-RS, em condições de reeleição ao senado, o PSOL, cujo candidato ao senado tinha o professor Lucas, decidiu retirar sua candidatura e apoiar o candidato do PT. 
Nosso estado não pode entregar duas vagas do senado nas mãos de pessoas inescrupulosas como Ana Amélia, defensora do latifúndio conservador e preconceituoso e de Germano Rigoto, envolvidos em maracutaias que ainda se encontram sob investigação do MP.
Parabéns ao PSOL gaúcho!

Os créditos são do Cloca News

EXCLUSIVO - CANDIDATO DO PSOL RENUNCIA PARA APOIAR PAULO PAIM AO SENADO

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O candidato do Psol gaúcho ao Senado, Prof. Lucas, está retirando seu nome da disputa eleitoral para apoiar, incondicionalmente, o senador Paulo Paim, do PT, candidato à reeleição.
Professor aposentado da Universidade Federal de Pelotas, Luiz Carlos Lucas, de 63 anos, foi  militante ativo na luta contra o regime militar. Em 2008, concorreu à prefeitura de Pelotas.
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Durante a entrevista coletiva ocorrida nesta tarde, na sede do Psol, em Porto Alegre, o candidato do partido ao governo estadual, Pedro Ruas, formalizou o apoio a Paulo Paim.

FOTO: CARLA KUNZE











Outro escândalo no Vaticano

Banco do Vaticano tenta transferir 23 milhões de euros para contas numeradas. Suspeita de Lavagem. Calvi e Sindona, fizeram escola. Por Wálter Maierovitch. Foto: AFP

1. Para quem acredita em milagres, pode começar a genuflexão e agradecer. Afinal, por mais que o diabo tente, é sempre vencido.
Mas, como alertava o pranteado padre Vicente, da igreja de Santo Antonio do bairro da Barra Funda, em São Paulo, o diabo é trabalhador, “labuta 24 horas”. Para todos os meninos da época, a fala do padre Vicente impressionava, até porque não conseguíamos ver o diabo e só se ouvia sobre as “infernais roubalheiras” do então governador Adhemar de Barros.
De repente, em menos de um mês, três fatos vêm à luz e revelam mistérios escondidos dos cidadãos comuns. Milagres!!!.
Vamos a eles, para entender melhor sobre os 23 milhões de euros,
pertencentes ao banco do Vaticano, apreendidos ontem por ordem da Justiça italiana.
Primeiro fato – Roberto Calvi, apelidado Banqueiro de Deus por operar as finanças do Estado do Vaticano nos anos 60 e 70, não morreu enforcado pendurado na ponte londrina onde o seu corpo foi encontrado pela polícia, em 17 de junho de 1982.
A Justiça italiana concluiu, definitivamente, neste mês de setembro, pelo envenenamento de Calvi. Calvi foi envenenado, assim como o banqueiro Michele Sindona.
Sindona era o banqueiro da Máfia. Quando simulou o seu sequestro, permaneceu hóspede da Máfia, que se encarregava de enviar mensagens com exigências, de vários pontos do planeta. As mensagens eram elaboradas e datilografadas pelo próprio Sindona. Do seu esconderijo, chamado de cativeiro nos bilhetes da falsa vítima.
Além de banqueiro da Máfia, Sindona era o mentor do cardeal Paul Marcinkus, diretor do Banco do Vaticano, conhecido pela sigla IOR — Instituto para as Obras Religiosas.
Foi Sindona que ordenou a Marcinkus a colocação de Roberto Calvi à frente das finanças do Vaticano. Aí, o Banco Ambrosiano, operado por Sindona, passou a usar a IOR para lavar dinheiro sujo e reciclar capitais.
Sindona era membro da Loja Maçônica P2 de Licio Gelli, uma holding no sistema de lavagem de dinheiro elaborado pelo chamado Banqueiro da Máfia, que mandava em Calvi, o Banqueiro de Deus.
Para Giulio Andreotti, o banqueiro Sindona era o herói que havia salvado a lira italiana e mantido em pé o meio circulante italiano.
Andreotti, atual senador vitalício, de 92 anos, foi sete vezes primeiro-ministro da Itália. Por decisão da Suprema Corte italiana de Justiça (Corte de Cassação) foi condenado por associação à Máfia e teve a punibilidade extinta por prescrição.
Sindona morreu envenenado em 3 de março de 1986, em cela individual do cárcere de Voghera. Recebeu do carcereiro uma xícara de café.
Para o leitor que quiser se aprofundar, recomendo o livro intitulado Il Caffè di Sindona, dos magistrados Giuliano Turone e Gianni Simoni.
Segundo fato – Duas semanas atrás, o presidente da Itália, o respeitado Giorgio Napolitano, promoveu uma tocante homenagem ao corajoso e dedicado advogado Giorgio Ambrosoli.
Ambrosoli era o responsável pela liquidação da Banca Privata Italiana, quebrada por Sindona.
As apurações financeiras conduzidas por Ambrosoli, por evidente, incomodavam Sindona, que resolveu mandar matá-lo e restou definitivamente condenado por isso.
Como Sindona lavava dinheiro para a Cosa Nostra norte-americana, ficou facial a contratação nos EUA, por intermédio da famiglia Gambino, de um killer para assassinar Ambrosoli.
William Arrico, killer norte-americano, foi enviado à Itália e, no dia 12 de julho de 1979, em Milão, matou a tiros Ambrosoli. Ele estava saído da sua casa e o governo italiano nunca lhe forneceu escolta, embora pedida.
Para Giulio Androtti, em declarações ao jornal Corriere della Sera da semana passada, Ambrosoli “estava procurando encrenca”.
Só para lembrar e destacou o jornalista italiano Paolo Manzo, –em matéria sobre a fala de Andreotti e que está publicada na revista CartaCapital desta semana–, o senador Andreotti, homem do Vaticano na política italiana (mandava no Partido da Democracia Cristã, extinto depois do escândalo da Operação Mãos Limpas.), comparece diariamente às missas e recebe a comunhão. Na Itália, sabe-se que já consumiu “quantidades industrias” de hóstias consagradas.
Como se percebeu, e os protestos na Itália foram pesados, Andreotti demonstrou como a influência mafiosa ainda domina o seu pensamento, ou seja, quem procura acaba mesmo por merecer a morte.
Terceiro fato – Ontem, a juíza Maria Teresa Covatta, por provocação de Stefano Rocco Fava, da magistratura do Ministério Público, determinou o seqüestro de 23 milhões de euros e deu sinal verde a processo apuratório contra a cúpula que dirige o IOR: o IOR é dirigido por três gestores laicos (Ettore Gotti Tedeschi, Paolo Cipriani e Massimo Tuli) e sob fiscalização de um colégio de cardeais, cujos membros nomeados pelo papa têm mandato por cinco anos.
A comissão de cardeais é presidida por Tarcisio Bertone, secretário de estado, e segundo na hierarquia da Igreja. O cardeal Bertone é o homem da confiança do papa Ratzinger. Pelo New York Times, o cardeal Bertone, quando com Ratzinger no antigo Tribunal da Inquisição, acobertou casos de pedofilia.
O sequestro de valores do IOR levantou suspeitas em face de duas ordens de transferências eletrônicas: 20 milhões ao banco JP Morgan, agência de Frankfurt, e 3 milhões para o banco italiano Fucino.
As transferências não obedeciam as regras internacionais. Regras baixadas para evitar a lavagem de dinheiro, em especial por organizações terroristas.
O IOR tentava realizar a transferência para contas-correntes identificadas apenas por números: contas sem identificar o nome do beneficiário.
No âmbito da União Européia, desde 2007, é proibido a remessa de capitais só com número codificado do destinatário da transferência. São exigidas informações completas sobre o beneficiário.
–2. Em nota, a secretaria de estado do Vaticano, cujo secretário é Bertoni, comunica ter a máxima confiança nos atuais gestores do IOR, que apoiará as investigações, mas que as contas de remessa eram para instituições religiosas e de caridade.
O estatuto do IOR estabelece ser sua missão “ promover a custódia e a administração dos bens móveis e imóveis transferidos ou sob guarda do IOR e destinados às obras religiosas e de caridade”.
–3. PANO RÁPIDO. O dinheiro sequestrado estava depositado em conta do “Credito artigiano”, que ficaria com um saldo, depois das transferências, de 5 milhões de euros.
É a primeira vez que ocorre esse tipo de intervenção e sequestro de capitais da Santa Sé.
A Corte de Cassação Italiana, equivalente ao nosso Supremo Tribunal Federal, firmou jurisprudência no sentido de a Justiça italiana ter competência para apurar sobre transações, com circulação na Itália, do banco da Santa Fé. Em outras palavras, não há imunidade e, assim, lavar ficou mais difícil para quem usava o banco Vaticano.

Wálter Maierovitch

Walter Maierovitch é jurista e professor, foi desembargador no TJ-SP

O Globo e o ato contra o golpismo midiático

Altamiro Borges
 

Jornalista, blogueiro e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

O ato “contra o golpismo midiático e em defesa da democracia”, que ocorrerá nesta quinta-feira, dia 23, às 19 horas, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, parece que incomodou o poderoso monopólio da família Marinho. O site do jornal O Globo deu manchete: “Após ataques de Lula, MST e centrais sindicais se juntam contra a imprensa”. Já o jornal impresso publicou a matéria “centrais fazem ato contra a imprensa”. Como se nota, o império global sentiu o tranco!
Diante desta reação amedrontada, é preciso prestar alguns esclarecimentos. Em primeiro lugar, o ato do dia 23 não está sendo convocado pelas centrais sindicais, MST ou partidos. Ele é organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, entidade fundada em 14 de maio último, que reúne em seu conselho consultivo 54 jornalistas, blogueiros, acadêmicos, veículos progressistas e movimentos sociais ligados à luta pela democratização da comunicação. A entidade é ampla e plural, e tem todo o direito de questionar as baixarias da mídia golpista.

As mentiras sobre o protesto

As manchetes e a “reporcagem” do jornal O Globo tentam confundir os leitores. Insinuam que o protesto é “chapa-branca” e serve aos intentos do presidente Lula, que “acusa a imprensa de agir como partido político”. A matéria sequer menciona o Centro de Estudos Barão de Itararé e tenta transmitir a idéia de que o ato é articulado pelo PT, “siglas aliadas”, MST e centrais. A repórter Leila Suwwan, autora do texto editorializado, cometeu grave erro, que fere a ética jornalística.
Em segundo lugar, é preciso explicitar os verdadeiros objetivos do protesto. Ele não é “contra a imprensa”, como afirma O Globo, jornal conhecido por suas técnicas grosseiras de manipulação. É contra o “golpismo midiático”, contra a onda denuncista que desrespeita a Constituição - que fixa a “presunção da inocência” - e insiste na “presunção da culpa” que destrói reputações e não segue os padrões mínimos do rigor jornalístico - até quem saiu da cadeia é usado como “fonte”.

Falso defensor da liberdade de imprensa

O Globo insiste em se travestir como defensor da “liberdade de imprensa”. Mas este império não tem moral para falar em democracia. Ele clamou pelo golpe de 1964, construiu o seu monopólio com as benesses da ditadura e tem a sua história manchada pelo piores episódios da história do país - como quando escondeu a campanha das Diretas-Já, fabricou a candidatura do “caçador de marajás”, defendeu o modelo destrutivo do neoliberalismo ou criminaliza os movimentos sociais.
Quem defende a verdadeira liberdade de expressão, contrapondo-se à ditadura midiática, estará presente ao ato desta quinta-feira. Seu objetivo é dar um basta ao golpismo da mídia, defender a soberania do voto popular e a democracia. Ele não é contra a imprensa, mas contra as distorções grosseiras dos donos da mídia. Não proporá qualquer tipo de censura, mas servirá para denunciar as manipulações dos impérios midiáticos, inclusive dos que são concessionárias públicas.