quinta-feira, 10 de junho de 2010

Estudantes conquistam 50% de recursos do pré-sal para educação

O movimento estudantil está em festa com a aprovação da emenda que garante 50% dos recursos do Fundo Social do pré-sal para a educação. Para os líderes estudantis e os senadores que asseguraram a aprovação da emenda, a matéria representa um momento histórico para a educação no Brasil. O projeto, ao sofrer alteração no Senado, será novamente votado na Câmara. A luta agora, segundo os dirigentes da UNE e Ubes, é garantir a aprovação pelos deputados e a sanção pelo Presidente Lula.

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, lembra os três últimos dias de mobilização dos líderes estudantis junto aos senadores para pressionar pela aprovação da matéria. Chagas destaca que “o relatório do governo não definia prioridade nenhuma para os recursos, procuramos os senadores e acabou sendo unânime a nossa emenda.”

Para ele, a definição dos recursos para educação prioriza o que mais vai contribuir para o desenvolvimento do País. Ian Ivanovicht, presidente da Ubes, diz o mesmo, destacando que os recursos do pré-sal são finitos e devem ser destinados a setor estratégico.

“Tivemos um grande embate com a bancada do governo e oposição, que construíram junto com o líder do governo no senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a proposta de colocar vários setores como prioridades – sete pontos como prioritários -, o que acabaria não priorizando nenhum de modo prático”, avalia Ian.

O senador Inácio Arruda, líder do PCdoB no Senado, confirma as palavras dos líderes estudantis; “As carências educacionais são apontadas como um dos principais gargalos ao desenvolvimento nacional. Sem maciços investimentos na universalização e na qualidade da educação básica, profissional e superior, não teremos cidadãos preparados para ampliar o parque científico e tecnológico nacional, incrementar a indústria e colocar o Brasil em condições de competitividade internacional”.

Dois novos passos

Após a aprovação da proposta, que eles consideram a maior conquista do movimento de juventude do Brasil depois da instituição do voto aos 16 anos, eles já se preparam para garantir a efetivação da vitória.

“Dois passos que demos que dar, anuncia Ian. “Faremos pressão juntos aos líderes partidários para aprovação do projeto na Câmara dos Deputados. “E junto ao Presidente Lula para que não vete”, complementa Chagas.

Eles querem convencer o Presidente Lula de que não existe segmento social que mais mereça recursos do que a educação. São todos outros importantes – Bolsa Família, Luz para Todos etc, mais investir em educação é investir nas futuras gerações, que terá resultado permanente com a geração do conhecimento, dizem em uníssono os dois dirigentes estudantis.

O mesmo argumento eles usarão junto aos deputados para garantir a aprovação na Câmara. Para isso, anunciaram que vão convocar uma “guerrilha virtual”, com os estudantes do Brasil inteiro enviando mensagens favoráveis a proposta para as caixas postais e twitter dos deputados para pressionar.

Nessa empreitada, eles dizem que contam com uma vantagem. A tática do governo é concluir a votação da matéria ainda este semestre. E, tendo o governo maioria na Câmara, fica mais fácil convencê-la da aprovação do projeto com as alterações feitas no Senado para acelerar o processo.

Bandeira única

Os líderes estudantis relembraram a luta de um ano do movimento estudantil em torno da bandeira dos 50% de recursos do pré-sal para educação, destacando que ela tornou-se prioridade para a gestão da UNE e Ubes. Em seguida, o tema foi levado para debate na Conferência Nacional de Educação, tornando-se prioridade para todo o movimento educacional do país.

Eles destacaram também o empenho dos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE), Fátima Cleide (PT-RO) e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que apresentaram a emenda e comandaram a articulação com os demais senadores, garantindo uma votação unânime a favor da proposta.

De Brasília no Vermelho
Márcia Xavier

Inclusão digital na África

Inclusão Digital: NEPAD começa a ter sucesso na África



Fonte: Pravda.ru
     
NEPAD, a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, foi criada em 2001 para produzir um quadro Africano, dirigido por africanos, para o desenvolvimento social e econômico do continente. A história de sucesso mais recente é a NEPAD TIC Infra-estrutura da Rede de Banda Larga, que oferece conexões à Internet de banda larga em todo o continente, eliminando o fosso digital e providenciando aos africanos a igualdade de oportunidades. 
Os dias em que o fado de um ser humano foi decidido pelo acidente do local de nascimento, felizmente são numerados. Em vias de extinção também, é o mundo em que as pessoas eram rotuladas de acordo com qual lado de uma linha invisível nasceram, uma linha que determina se iriam ser ricos ou os pobres, ou se eles tinham acesso a direitos básicos como a liberdade de circulação, educação ou saúde.
NEPAD tem sido fundamental no fornecimento de quadros de pessoal africanos, trabalhando para os africanos, classificando e resolvendo os problemas de África sem a interferência das potências ex-coloniais que criaram os problemas do continente por desmembramento de territórios, divisão das sociedades e o hábito de traçar linhas em mapas. Fornecendo soluções em diversas áreas, incluindo Desenvolvimento de Género, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento de Recursos Humanos em Educação e Saúde, Governação e Capacitação, Infra-estrutura, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Agricultura e Segurança Alimentar, Comércio e Acesso a Mercados, a mais recente história de sucesso da NEPAD é na área de acesso à Internet de banda larga.

Numa altura em que uma criança que não tem acesso à Internet vive em desvantagem, a Rede tem como principal objectivo a meta de conectar todos os países africanos entre si e ligados aos outros continentes através de sistemas de cabos existentes e previstas.
De acordo com NEPAD, "O objetivo principal do programa é integrar o continente, para que as trocas comerciais, sociais e culturais sejam mais fáceis e mais baratas". Esta será implementada através de cabos submarinos (Uhurunet) e terrestres (Umojanet).

Haverá três principais vantagens desta nova rede. Em primeiro lugar, irá reduzir o fosso digital, permitindo que as comunidades digitais isoladas possam comunicar via Internet; em segundo lugar, irá fornecer uma plataforma mais barata e mais acessível para as comunicações regionais e internacionais, abrindo as comunidades da África ao resto do mundo e oferecendo oportunidades; em terceiro lugar , a conectividade regional e internacional terá maior fiabilidade e qualidade.

Até hoje, o consórcio ACE e a NEPAD ligaram a África Ocidental para a Europa através da rede de cabo submarino Uhurunet, a primeira etapa de um projeto Pan-Africano, um processo que deve ser prosseguida nos órgãos da Comissão e-Africa da governação no Senegal a partir de 7-9 de Junho.

Depois que o continente africano sofreu tão profundamente ao longo de tanto tempo, vivendo com cicatrizes causadas por estranhos criando uma via de canais para a saída de seus recursos para mãos estrangeiras, é o dever da comunidade internacional facilitar o desenvolvimento de África e dar aos seus filhos uma oportunidade igual . É altura que a noção de que as hipóteses de um ser humano possam ser moldadas através do lugar onde ele(a) nasceu, deixe de existir de imediato.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru