sexta-feira, 6 de junho de 2008

Marta Gomez - Cantos De Agua Dulce

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01 - La Finca
02 - Eso Pido Yo
03 - Seis
04 - Cancion De Cuna
05 - Bolero
06 - La Flor
07 - Canta
08 - Receta
09 - El Pueblo
10 - Tonada De La Luna Llena
11 - El Hormigueo
12 - Confesión
13 - Dejalo Ir
14 - Aquellas Pequenas Cosas
15 - La Ronda
16 - Maria Mulata
17 - Mal De Amores

Downloads abaixo:

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Campanha chama atenção para risco de prostituição durante a Eurocopa






Adital


Quando deixam suas casas em busca de uma vida melhor, especialmente, na Europa; as mulheres vítimas do tráfico com fins sexuais não imaginam que suas vidas dali pra frente serão marcadas pelo desrespeito e pela exploração. Saídas, principalmente, do Leste Europeu, da América Latina e da Ásia, elas sofrem tanto nas mãos dos traficantes, quanto nas das autoridades de imigração.

A realização da Eurocopa 2008, a partir do próximo sábado (7), em dois países tradicionalmente receptores de mulheres vítimas do tráfico, Suíça e Áustria, levou organizações européias de direitos das mulheres a desenvolver uma campanha de prevenção desse crime. O temor delas é que a grande presença masculina incentive o tráfico de mulheres com fins de prostituição.

A campanha começou em março e busca sensibilizar os homens que irão visitar a Suíça e a Áustria, durante os jogos, e as populações locais para a gravidade do problema. Além disso, a campanha também denuncia a falta de medidas de proteção às vítimas. Ao invés de serem tratadas como vítimas, as mulheres são vistas pela polícia de imigração como criminosas.

Assim, a campanha pede que elas não corram risco de deportação, quando denunciarem crime de que são vítimas; recebam acomodação segura e acompanhamento profissional; e que as autoridades policiais, judiciais e migratórias sejam instruídas, para que colaborem com as organizações que trabalham com o problema.

Por ano, cerca de 2,5 milhões de pessoas são vítimas de tráfico humanos. Cerca de 80% delas, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), são mulheres e crianças. Só na Suíça, chegam entre 1.500 e 3 mil mulheres, anualmente, para trabalhar em bordéis, cabarés, como escravas domésticas ou no "mercado do matrimônio".

Todos os países do mundo estão envolvidos - seja como país de origem, de trânsito, ou de destino -, por isso, é necessário que eles promovam ações conjuntas de combate ao tráfico de pessoas, que é uma atividade tão lucrativa quanto o tráfico de armas e o de drogas. Os lucros anuais são em torno de 3,5 bilhões de dólares.

Como parte da campanha, se está ainda colhendo assinaturas para serem entregues às autoridades suíças, a fim de que façam algo para proteger as vítimas e atuem, no marco de ações legais, para permitir que essas mulheres possam continuar no país. Até hoje, a Suíça não ratificou o Convênio contra o Tráfico de Seres Humanos do Conselho de Europa, que promove a defesa dos direitos humanos dessas pessoas.

Futebol, tráfico de atletas e conivência do Estado

Dez anos após a aprovação da Lei Pelé, Executivo e Congresso finalmente estudam medidas para coibir a evasão clandestina de jogadores. Mas, influenciadas pela lógica de mercado e pelo desejo de satisfazer os clubes, as propostas em debate podem agravar o problema, ao invés de saná-lo


Alexandre Machado Rosa

Em março último, sob pressão de denúncias na imprensa, o Congresso Nacional voltou a debater medidas para limitar a transferência ao exterior (muitas vezes sob forma de tráfico) de atletas de futebol. O fenômeno cresce a cada dia, desde a aprovação da Lei 8615/98, a chamada “Lei Pelé”. Acompanhado de dirigentes de clubes, o ministro do Esporte, Orlando Silva, compareceu à Câmara dos Deputados e pediu que sejam acelerados os trâmites para efetivar as mudanças. A intenção é bem-vinda mas o caráter das propostas, não. Governo e Congresso querem, essencialmente, antecipar a idade a partir da qual os jovens jogadores podem vincular-se – assumindo contratos de trabalho de caráter mercantil – com os clubes brasileiros. Neste afã, atenta-se contra o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Seria perfeitamente possível enfrentar o problema de outra maneira — como fazem, aliás, outros países. Para tanto, o Estado precisaria, ao invés de reforçar relações de clientelismo com os clubes e seus “cartolas”, assumir seu papel de criador de mecanismos de proteção social.

Assunto de numerosas matérias jornalísticas, o êxodo intensificou-se desde que a “Lei Pelé” “libertou” os atletas dos vínculos que os atavam às equipes (em especial o chamado “passe”, que precisava ser “comprado” junto ao clube de origem, quando o jogador se transferia para outra) nas transferências interclu). “Livres” para buscar contratos vantajosos, milhares de jovens jogadores são seduzidos pela miragem dos contratos milionários no exterior. Mas a fortuna dos que têm visibilidade na mídia é exceção, como demonstrou a Comissão Parlamentar de Inquérido (CPI) da CBF-Nike, instalada a em 2000. Um dos pontos marcantes da CPI foram os resultados de investigações sobre comércio de atletas brasileiros no futebol mundial. Uma rede de falsificação de passaportes e identidades com idade adulterada acabou emergindo. A Comissão fez recomendações à CBF, à Fifa, às autoridades brasileiras e apresentou proposta sugerindo mudanças na legislação, para prevenir tantos abusos. Os passaportes falsos repercutiram internacionalmente, aumentando o controle em vários países, como a Itália.

A denúncia reforçava os sinais de algo que continua a incomodar a humanidade: o tráfico de seres humanos. Na indústria dos lazeres, nascida e consolidada durante o século vinte, o futebol ganhou uma posição de destaque, mesmo que para isto leis internacionais sejam desrespeitadas. Segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM), o tráfico de jogadores menores de idade é um fenômeno que precisa ser controlado. Por isso, um guia sobre formas de prevenir o tráfico de jogadores, com conselhos práticos para jovens, vem sendo distribuído aos clubes na França, para facilitar a integração dos jogadores e informá-los sobre seus direitos.

No Brasil, prossegue o drama. Oito anos depois da CPI, a Folha de S.Paulo fez uma série de reportagens denunciando a exploração de crianças por supostos agentes e clubes em Minas Gerais. Em dezembro de 2007, o jornal publicou matéria sobre a ação do Ministério Público do Trabalho do Estado, que investigou a situação de jovens aspirantes a atletas de futebol em clubes mineiros. Mais tarde, em março deste ano, a polícia civil fechou um alojamento, em Belo Horizonte, com um grupo de 22 jogadores amadores (sendo uma criança, 19 adolescentes e dois jovens de 18 anos). As famílias dos garotos pagavam até R$ 1.500 para que os filhos tivessem a oportunidade de realizar testes em clubes, o que não aconteceu para a maioria. Um agente, sem credenciamento junto à Fifa (Federação Internacional de Futebol Association) ou CBF, foi preso por aliciamente de menores e estelionato. O Conselho Tutelar da Pampulha também participou da ação.

Criam-se vínculos empregatícios para crianças a partir de oito anos de idade, embora o ECA considere crianças (portanto, protegidas do trabalho) aqueles que têm até 12 anos incompletos

Pressionados, Congresso e governo procuraram mostrar sinais de ação. Mas, a pretexto de coibir a migração descontrolada de jovens e adolescentes, propõem medidas que mercantilizam ainda mais o futebol, favorecem os clubes e não exigem destes nenhuma contrapartida social. Estão em debate alterações na Lei Pelé tais como a diminuição da idade para vincular e federar atletas. Criam-se vínculos empregatícios para crianças a partir de oito anos de idade, embora o ECA considere crianças (portanto, protegidas do trabalho) aqueles que têm até 12 anos incompletos. Segundo este critério, pela primeira vez a Federeção Paulista de Futebol e alguns clubes de São Paulo criaram novos mecanismos para lucrar com as crianças. São os campeonatos paulistas sub-11 e sub-13 anos, instituídos em janeiro.

A tentação para transformar esporte em lucro é imensa. O impulso econômico proporcionado pela prática de modalidades esportivas, somado às atividades de produção, comércio e serviços ligados direta ou indiretamente ao esporte movimentou R$ 37,1 bilhões em 2005, valor correspondente a 1,95% do PIB brasileiro.

Em nome desta receita, esquece-se a uma dimensão cultural do esporte, que torna particularmente o futebol um fenômeno social. Esta dimensão está no futebol praticado nas ruas e nos campos pelados de terra batida, revelando todo o seu potencial educativo e criador de comportamentos sociais, e que, em certa medida resiste ao entretenimento do espetáculo esportivo.

A armadilha está em enxergar só o negócio, que nega o ócio. Violenta-se, assim, a própria origem do esporte. O futebol foi organizado na Inglaterra vitoriana e incorporado nas public schools por sugestão de Thomas Arnold [1], pedagogo inglês no século XIX. Foi este sentido, educacional e comunitário, que levou o esporte “bretão” a espalhar-se pelo mundo.

O futebol inglês está entre os mais ricos do mundo. Os clubes são obrigados a manter trabalho junto às comunidades, criar centros e escolas, submeter-se a uma rede de proteção à infância

Também se esquecem exemplos bem-sucedidos, inclusive do ponto de vista financeiro, porque guiados por projetos menos imediatistas. É o caso da Inglaterra, cujos clubes de futebol estão entre os mais ricos do mundo [2]. Lá, os clubes são sociedades anônimas de capital aberto. Mas a legislação britânica é rigorosa no controle e na definição de responsabilidades sociais para as entidades — neste caso empresas esportivas.

Desde o final dos anos 1980, em resposta à violência promovida no futebol pelo chamado “hooliganismo”, a legislação obriga os clubes a manter trabalho junto às comunidades, principalmente para as crianças e jovens. Graças a isso, criaram-se, por exemplo, centros comunitários e escolas que ensinam futebol, informática e reforço escolar.

Há também uma forte rede de proteção à infância. Chamada de “The Child Protection in Sport Unit (CPSU) [3]” encarrega-se de fiscalizar e punir abusos cometidos contra crianças e adolescentes. O Child Protection é parte do The National Society for the Prevention of Cruelty to Children (NSPCC) organização fundada em 1884, antes com o nome de London Society, alterado para National Society em 1889. Os clubes de futebol são parte deste sistema e só podem receber crianças após aval do sistema, estando obrigados a seguir as orientações e condutas definidas por ele.

No Brasil, apesar dos múltiplos benefícios oferecidos pelo Estado aos clubes (a Timemania é apenas o mais recente), e da tolerância infinita diante da sonegação de impostos (em especial as contribuições previdenciárias), não há, ainda, nenhuma exigência legal que os comprometa com obrigações e responsabilidades sociais. O Estado despreza suas próprias prerrogativas e deixa de adotar medidas que defendam a juventude, ou que efetivem a relevância que o futebol pode ter em sua formação. Surge um triste híbrido de liberalismo com clientelismo. Foi um decreto-lei no Estado Novo, assinado por Getúlio Vargas em 1941 (depois convertido em Lei 3199/41) que deu aos clubes a condição de base do sistema esportivo brasileiro. Na essência, a lógica foi reforçada por nova lei, de 1975 (na ditadura militar) e pelas leis “Zico” e “Pelé”, frutos da onda neoliberal dos anos 1990.

Tudo isto gera, como conseqüência falta de controle e fiscalização efetivas sobre os clubes, permitindo, muitas vezes, que jovens deixem de estudar para ficar à disposição de possíveis negócios. Mesmo o Estatuto do Torcedor, que deveria transformar estádios em espaços seguros e confortáveis, pela lógica do entretenimento, surtiu efeitos limitados. O exemplo emblemático foi a tragédia ocorrida em 26 de novembro 2007 na Fonte Nova, na Bahia, como 7 torcedores desabando da arquibancada.


A explosiva carta de Lair Ferst para a governadora Yeda Crusius



A MÁFIA NO PODER

Quando ainda estava tentando absorver o duro golpe que sofreu, quarta-feira, na CPI do Detran, o governo Yeda Crusius (PSDB) sofreu um novo baque nesta quinta com a divulgação da carta que o empresário e lobista tucano Lair Ferst escreveu para a governadora denunciando uma suposta campanha difamatória contra ele e a ação de um grupo mafioso com a participação de integrantes do governo. Obtida pela jornalista Adriana Irion, do jornal Zero Hora, a carta foi apreendida pela Polícia Federal durante a Operação Rodin e interpretada como uma confissão extrajudicial do esquema de fraude no Detran. A carta teria sido entregue por Lair para Marcelo Cavalcante, ex-chefe de gabinete de Yeda Crusius (quando era deputada federal) e atual chefe do escritório de representação do Rio Grande do Sul em Brasília, com status de secretário de Estado.

Marcelo Cavalcante admitiu ao jornalista Leandro Fontoura, de ZH, que recebeu a carta mas que não teria entregue a mesma à governadora pelo fato de não ter apresentado prova das acusações. Como secretário de Estado, Cavalcante tinha a obrigação de encaminhar as graves denúncias feitas na carta para instâncias superiores do Estado. De acordo com sua primeira explicação, não fez nada. Assim como as gravações telefônicas, a carta é explosiva. Lair Ferst diz que, em virtude da visibilidade adquirida durante a campanha eleitoral de Yeda (na CPI, ele assegurou que não teve nenhum papel importante na mesma), passou a ser vítima de uma campanha difamatória por parte de um grupo de pessoas corruptas chefiadas por José Fernandes, da empresa Pensant, um dos pivôs da fraude no Detran.

Além de Fernandes, participariam desse grupo de pessoas corruptas seus sócios José Barrionuevo (conhecido jornalista gaúcho, ex-colunista político do jornal Zero Hora) e João Luiz Vargas, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), com o apoio do ex-diretor da CEEE, Antonio Dorneu Maciel, do ex-presidente do Detran, Flávio Vaz Netto, do diretor do Detran, Fernando Coronel e do secretário-geral da prefeitura de Canoas (administrada pelo PSDB), Chico Fraga. Além destes, o “grupo mafioso” contaria com o apoio de uma série de colunistas de vários jornais pagos por José Fernandes para plantar notícias de seus interesses. Lair Ferst coloca-se como “vítima” no processo de transição do contrato da Fatec para a Fundae (as duas fundações universitárias ligadas à UFSM) junto ao Detran (para a realização dos exames de habilitação). A versão apresentada na carta expõe as vísceras da disputa interna em torno dos contratos do Detran, envolvendo membros do governo.

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