sábado, 3 de janeiro de 2009

A matança continua.....

A SUÁSTICA VIROU ESTRELA DE DAVI


Laerte Braga

Os bombardeios do nazi/sionismo contra Gaza e o povo palestino são assassinatos frios, premeditados e sem a menor preocupação com a dor, o sofrimento e os direitos de um povo, o palestino. Sionistas acham-se superiores, ungidos por Deus e detêm o controle de boa parte da economia mundial, logo, subjugam nações, governos e silenciam pessoas.
O que acontece em Gaza é um exercício de barbárie e não fica nada a dever às práticas hitleristas, pelo contrário, parece que o aprendizado nos campos de concentração aperfeiçoou o caráter boçal do sionismo. Estão usadas armas com tungstênio e fósforo que se acertam uma pessoa acima do abdômen não tem qualquer chance de sobrevivência.
São armas proibidas por convenções internacionais. A organização terrorista Casa Branca usou esse pretexto para invadir o Iraque. Na verdade a inteligência norte-americana “errou”. As armas não estavam em Bagdá, mas em Tel Aviv. E são usadas contra homens, mulheres, crianças indefesos da forma mais desumana e covarde possível, típica do nazi/sionismo.
O governo terrorista de Israel recusa-se a discutir o que quer que seja em termos de paz e insiste, com apoio da mídia podre, que não mostra as imagens da barbárie, em “justiçar” o Hamas. O partido palestino que governa Gaza eleito pelo voto direto num dos muitos acordos de paz com participação dos EUA não tem feito outra coisa ao longo da história que não se defender das constantes agressões nazi/sionistas. A GLOBO não diz isso e nem vai dizer. Sionistas são grandes credores da rede.
Os Marinhos vendem mães se for preciso for para sustentar o poder de mentir. Como qualquer Frias da vida em sua FOLHA DE SÃO PAULO, ou qualquer Civita em sua VEJA quantas mentiras.
Os feriados de fim de ano trocaram o horror do holocausto dos palestinos pelos congestionamentos nas estradas que dão acesso ao litoral brasileiro. Pessoas felizes da vida em longas extensões de automóveis, muitos da General Motors/Mortos, se dizendo dispostas a enfrentar o que fosse necessário para assistir a uma queima de fogos.
Há um filme simples chamado DOMINIUM cuja história se passa num país governado por um similar nazi/sionista, em que a emoção é doença. Amar é doença. Ser solidário é doença. Por onde quer que se vá lá está um aparelho de televisão mostrando as virtudes da frieza, da omissão. E uma droga que faz com que as pessoas deixem de sentir. Sentir emoções.
Esse papel é cumprido hoje pela mídia e os nazi/sionistas sabem disso. São grandes banqueiros, grandes empresários, sustentam-se do dinheiro das pessoas dominadas por tênis de marca, sanduíches dessa ou daquela rede e provavelmente já estão comprando em massa os perfumes com cheiro de hambúrgueres lançado por uma dessas redes do terrorismo capitalista.
No filme, o fator de controle e comando do estado nazi/sionista é o clero. Não difere do fundamentalista judeu que assassinou o primeiro ministro Rabin por ter aceito a paz. Nem de qualquer Edir, o Macedo, não importa que esse Edir, o Macedo, seja um grande pilantra, escroque. Começou com pão de nozes.
As religiões historicamente têm servido de pretexto para guerras e defesa de interesses econômicos. Pio XII, mais recentemente era aliado de Hitler e João Paulo II e Benedito XVI instrumentos do capitalismo neoliberal.
Os sionistas avocam a si a condição de perseguidos ao longo da história da humanidade e cobram juros de sangue e barbárie por isso. Como se fossem os únicos.
Assassinam, estupram, torturam em nome do direito de existirem, eliminando o outro. São bestas sanguinárias escoradas no poder da maior potência militar do mundo, os EUA.
Norte-americanos e ingleses (colônia européia dos EUA) recusaram-se a votar a proposta dos países árabes para o cessar fogo exigindo que o Hamas parasse de lançar foguetes caseiros sobre Israel. Legítima defesa só para os sionistas donos dos bancos e das grandes empresas que financiam campanhas políticas, inclusive a de Barak Obama.
Chamam isso de civilização. Sentem-se e procedem como “povo superior”. Tem os que se deixam encaçapar em trocas inocentes de bombons na sociedade foto montada e onde os banheiros têm sabonetes que eliminam "bactérias palestinas", "bactérias latinas", "bactérias africanas", etc.
São só assassinos, genocidas. Transformam humanos em massas inertes nos congestionamentos do ano novo e se estarrecem com os cachorrinhos perdidos nas estradas e o desespero dos donos. O dono desse pé na foto acima está longe, não importa. Não percebem que agem em todos os cantos do mundo e estendem suas garras e sua suástica em forma de estrela de davi para “curar” os inferiores do mal do “sentir emoções”.
O endereço para se ter idéia da extensão do horror suástica/davi é
http://www.ccun.org/Documents/The%20Gaza%20Holocaust%20Israeli%20Attacks%20on%20Jabalia%20February%2027-March%203,%202008.htm

Créditos: Patria Latina

Do LeMondeDiplomatique...

O que o Império Britânico poderia ensinar aos EUA

No momento em que a influência dos Estados Unidos sobre o resto do mundo parece ameaçada, vale a pena ensair uma comparação entre a o império norte-americano e o que o precedeu. Ela revelará, entre outros pontos, que a Grã-Bretanha teve, em meados do século 20, a sabedoria de perceber que seu poder tinha limites. Os EUA serão capazes do mesmo?

Eric Hobsbawm

Na história recente, apenas duas potências tornaram-se impérios globais: a Grã-Bretanha, do século 18 até a metade do século 20, e os Estados Unidos, desde então. Espanha e Holanda formaram também impérios poderosos, mas sem alcançarem essa dimensão global. Os britânicos, e posteriormente os norte-americanos, distribuíram recursos pelo mundo todo e ostentaram ambições internacionais sustentadas por uma vasta rede de bases militares.

O poder bélico da Grã-Bretanha veio de sua supremacia naval. O dos Estados Unidos, de sua capacidade de destruição por meio de bombardeios. Mas garantir a permanência de um império global requer mais que vitórias militares: exige a capacidade de ordenar e controlar o ambiente ao redor.

A Grã-Bretanha e os Estados Unidos beneficiaram-se de um trunfo suplementar que só podia existir no quadro de uma economia globalizada: ambos dominaram a indústria mundial. Pela importância do seu aparato de produção, essas nações tornaram-se as “oficinas do mundo”. Tanto que, durante os anos 1920 e depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos representavam cerca de 40% da produção industrial mundial. Ainda hoje, essa cifra oscila entre 22% e 25%.

Os dois impérios tornaram-se modelos que os outros países buscavam copiar. Exerceram uma influência cultural desproporcional, especialmente por meio da formidável propagação da língua inglesa. Situados no cruzamento das trocas internacionais, suas decisões orçamentárias, financeiras e comerciais condicionaram o conteúdo, o volume e a destinação desses fluxos.

Para além desses pontos comuns, existem inúmeras diferenças entre as duas nações. A mais evidente diz respeito ao tamanho de cada uma. A Grã-Bretanha é uma ilha, não um continente, e nunca teve fronteiras no sentido norte-americano do termo. Ela fez parte de diversos impérios europeus – na época romana, depois da conquista normanda e, durante um curto período, quando Maria Tudor casou-se com Filipe II da Espanha, em 1554 –, mas nunca foi o centro de um deles. Além disso, toda vez que a Grã-Bretanha produzia um excedente populacional, este emigrava ou fundava colônias, fazendo das ilhas uma fonte importante de emigração.

Os europeus que colonizaram os EUA viam seu território como presente de Deus. É por isso que a Constituição exclui explicitamente os índios do corpo político formado por aqueles que se beneficiariam do “direito natural aos bens da liberdade”

Ao contrário disso, os Estados Unidos são essencialmente uma terra de acolhimento, que preencheu seus imensos espaços graças ao aumento populacional e a importantes ondas de imigração, principalmente vindas da Europa Ocidental, até 1880. Junto com a Rússia, foi o único império a não experimentar uma diáspora.

O império americano é o produto lógico de sua expansão, baseada numa identificação quase total entre país e continente. Para os imigrantes europeus, habituados a densidades populacionais relativamente elevadas, os espaços norte-americanos devem ter parecido ao mesmo tempo infinitos e desertos. Impressão reforçada pela destruição quase total das populações locais por doenças que os colonos espalhavam, voluntariamente ou não. A certeza que o europeu tinha sobre o fato de essa terra ser uma dádiva de Deus o fazia eliminar os nômades para impor seu sistema econômico e sua agricultura intensiva. É por isso que a Constituição norte-americana exclui explicitamente os índios do corpo político formado por aqueles que se beneficiariam do “direito natural aos bens da liberdade”.

Os Estados Unidos nunca se viram como parte de um sistema internacional formado por nações de poderes comparáveis, o que configura outra diferença com relação à Grã-Bretanha e à Europa em geral. A noção de colônia era igualmente incompatível com essa visão, já que a totalidade do continente norte-americano, aí incluso o Canadá, deveria acabar transformando-se em um único país.

É por isso que a hegemonia norte-americana, para além do seu território-continente, não poderia tomar a forma do império colonial britânico nem da Commonwealth. Com exceção do Havaí, os Estados Unidos nunca procuraram realmente incorporar regiões que já estivessem povoadas ou que não houvessem sido colonizadas por anglo-saxões, como Porto Rico, Cuba e as ilhas do Pacífico.

Não tendo jamais enviado colonos ao redor do mundo, os EUA não poderiam fazer surgir os dominions, essas “colônias brancas” com ou sem populações nativas que conquistaram progressivamente sua autonomia, como o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia ou a África do Sul. Além disso, desde a guerra civil e a vitória do norte, toda secessão da União se tornou impensável no plano legal, político e até mesmo ideológico. Assim, o poder norte-americano só poderia exprimir-se para além das suas fronteiras na forma de um sistema de Estados satélites ou vassalos.

Os EUA nasceram de uma revolução muito duradoura. Alexis de Tocqueville já havia compreendido que a orientação política de um empreendimento desse tipo seria forçosamente populista e antielitista

Outra diferença fundamental entre os dois países é que os Estados Unidos nasceram de uma revolução que talvez tenha durado mais do que todas aquelas animadas pelas esperanças do Século das Luzes, como afirma Hannah Arendt. É a partir da convicção messiânica de que a sua sociedade “livre” seria superior a todas as outras que os EUA fundam sua justificativa para a constituição do império. Uma sociedade destinada a transformar-se em um modelo para o mundo inteiro. Alexis de Tocqueville já havia compreendido que a orientação política de um empreendimento desse tipo seria forçosamente populista e antielitista.

Já a Inglaterra e a Escócia fizeram suas revoluções nos séculos 16 e 17, mas elas não perduraram. Foram recicladas em um regime capitalista voltado para a modernidade, mas muito hierarquizado e desigual, dirigido até o século 20 por grandes famílias de proprietários de terras. A Irlanda provou que um império colonial pode existir no interior de uma estrutura desse tipo, como a Grã-Bretanha.

Os britânicos estavam convencidos da sua superioridade com relação às outras sociedades, mas não tinham nem a convicção messiânica, nem a vontade de converter os povos estrangeiros ao seu modo de governo ou ao protestantismo. O império britânico não foi construído para ou por missionários. Pelo contrário: em sua principal província, a Índia, as atividades destes últimos eram ativamente desencorajadas.

Mais uma diferença: desde o Domesday [1], no século 11, o reino da Inglaterra e, depois de 1707, a Grã-Bretanha, constituíram-se ao redor de um sistema judiciário e de um governo muito centralizados, que formaram a mais antiga nação da Europa. Nos Estados Unidos, a liberdade é adversária do governo central, e até mesmo de toda autoridade estatal, deliberadamente paralisada pela separação dos poderes.

Não nos esqueçamos de outra diferença fundamental: suas respectivas idades. Além de uma bandeira e de um hino, os estados-nações têm necessidade de mitos fundadores, que devem ser procurados em sua história. Mas os Estados Unidos não contavam ainda com uma história de onde pudessem extrair tais alegorias, diferentemente da Inglaterra, da França revolucionária ou mesmo da União Soviética, onde Stálin não hesitou em reavivar a memória de Alexandre Nevski para mobilizar o povo contra o invasor alemão, em 1941.

Os Estados Unidos acabaram se definindo contra os ingleses. Por isso, sua identidade nacional só podia construir-se a partir da ideologia revolucionária e das novas instituições republicanas. A ligação aceitável com a antiga pátria reduzia-se à língua

A América não tinha ancestrais mais antigos que os primeiros colonos ingleses, já que os próprios puritanos se definiram como não-índios, e os índios, assim como os escravos, estavam, por definição, excluídos do “povo”. Ao contrário dos criollos hispano-americanos, em sua luta pela independência eles tampouco podiam se inspirar em impérios desaparecidos, como os dos incas ou dos astecas.

Por fim, os Estados Unidos, no curso da revolução, acabaram se definindo contra os ingleses. Portanto, a identidade nacional norte-americana não podia constituir-se a partir de um passado comum com a Grã-Bretanha, mesmo antes do afluxo de imigrantes anglo-saxões. Ela só podia construir-se a partir da sua ideologia revolucionária e das suas novas instituições republicanas. A ligação aceitável com a antiga pátria reduzia-se à língua.

A maioria das nações européias tem vizinhos e inimigos contra os quais se definem e nos quais se referenciam. Os Estados Unidos, cuja existência nunca esteve ameaçada, salvo pela Guerra da Secessão, não podem definir seus inimigos no plano histórico, o que lhes deixa apenas a opção do plano ideológico: aqueles que rejeitam o modo de vida norte-americano.

O que vale para os impérios vale para os Estados. Nesse caso também, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos são profundamente diferentes. O império, no sentido estrito ou formal, foi um elemento constitutivo do desenvolvimento econômico britânico e de seu poderio internacional. Esse nunca foi o caso para os Estados Unidos, cuja decisão mais importante foi a de não se tornar um Estado entre outros, mas um gigante de dimensões continentais. É a terra, e não os mares, que desempenhou um papel central no seu desenvolvimento. Eles sempre foram expansionistas, mas nunca à maneira dos impérios marítimos espanhol ou português no século 16, holandês no século 17, ou britânico, cujas metrópoles foram sempre Estados de dimensões modestas.

Os Estados Unidos assemelham-se mais à Rússia, que também estendeu sua influência por vastas planícies, “de um mar a outro” – neste caso, do Báltico ou mar do norte ao Pacífico. Mesmo se não possuíssem um império, os Estados Unidos seriam a nação mais populosa do hemisfério ocidental e a terceira em escala global. Do lado oposto, desprovida de seu império, a Grã-Bretanha era apenas uma economia entre outras, realidade da qual tinha perfeita consciência, mesmo quando governava um quarto da população mundial.

No ápice de sua potência industrial, as exportações norte-americanas representavam apenas 5% de seu PIB. Essa proporção era de 12,8% na Alemanha, 13,3% no Reino Unido, 17,2% nos Países Baixos e 15,8% no Canadá

Mais importante ainda: como a economia britânica estava implicada na maioria das trocas internacionais, o império foi um elemento central do desenvolvimento da economia mundial no século 19. Até os anos 1950, ao menos três quartos dos enormes investimentos britânicos tinham como destino os países em desenvolvimento. E mesmo durante o período entre as duas guerras mundiais, mais da metade das exportações que saíam da Grã-Bretanha partiam em direção a regiões da sua zona de influência. Com a industrialização da Europa e dos Estados Unidos, a Grã-Bretanha deixou de ser a oficina do mundo, mas permaneceu como o mestre-de-obras da rede de transporte internacional. Ela se mantém igualmente como negociante e banqueira do restante do mundo, assim como a primeira exportadora de capital.

A economia norte-americana nunca manteve uma ligação tão simbiótica com a economia mundial. Mas seu peso significativo se deve ao fato de ser a maior produtora industrial do globo e pela imensidão de seu mercado interno.

A partir de 1870, e sobretudo no século 20, as proezas dos Estados Unidos em matéria de tecnologia e de organização do trabalho levaram o país a se tornar a primeira sociedade de consumo de massa. Durante o intervalo das duas guerras mundiais, essa economia, bastante protegida, desenvolveu-se graças aos seus recursos próprios e ao seu mercado interno.

Diferentemente da Inglaterra, até o final do século 20 os Estados Unidos importavam poucas matérias-primas e exportavam uma quantidade de mercadorias e capitais bastante modesta para o seu tamanho. No ápice de sua potência industrial, em 1929, as exportações norte-americanas representavam apenas 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB, em dados corrigidos de 1990), enquanto essa proporção era de 12,8% na Alemanha, 13,3% no Reino Unido, 17,2% nos Países Baixos e 15,8% no Canadá. Do mesmo modo, apesar de uma supremacia incontestável no plano industrial a partir de 1880, com 29% da produção mundial, as exportações norte-americanas só alcançaram as da Grã-Bretanha às vésperas do crash da bolsa, em 1929. A dominação econômica do Novo Mundo sobre o Velho instaurou-se durante a Guerra Fria. Nada permitia afirmar que ela, mais uma vez, duraria tanto tempo.

A Grã-Bretanha possuiu o mais império da História. Mas sabia que não podia dominar o mundo inteiro e nunca tentou fazê-lo. Procurou tornar o restante do mundo suficientemente estável para poder prosperar, sem procurar impor sua vontade por toda parte

Como reação à industrialização da Europa e dos Estados Unidos, a Grã-Bretanha vitoriana, já maciçamente industrializada e sempre a primeira exportadora de capitais, fez pender a balança dos seus investimentos em direção a sua zona de influência imperial. Para os Estados Unidos do século 21, essa possibilidade não existe mais. Aliás, com exceção do período que vai do fim da Primeira Guerra Mundial a 1998, a economia norte-americana sempre foi deficitária.

Em um mundo globalizado, a dominação cultural dos EUA é cada vez menos sinônimo de dominação econômica. Sim, eles inventaram o supermercado, mas foi o grupo francês Carrefour que conquistou a América Latina e a China, por exemplo. Como conseqüência dessa diferença crucial com a Grã-Bretanha, o império norte-americano teve sempre de exibir força para sustentar sua economia. Sem a submissão do “mundo livre” às exigências da Guerra Fria, o tamanho da economia norte-americana teria sido suficiente para servir de modelo ao restante do mundo? Ou para estabelecer a dominação das agências de classificação de risco financeiro, as normas contábeis e o direito dos negócios norte-americanos? Ou para definir o “consenso de Washington” como a Bíblia do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial? É possível duvidar de que teria sido assim.

Por todas essas razões e divergências, o império britânico não pode ser considerado como um modelo que permite compreender o projeto hegemônico norte-americano. A Grã-Bretanha conhecia os seus limites, especialmente aqueles que se referiam ao seu poderio militar. Peso-médio que sabia que não poderia manter eternamente o título de campeã dos pesos-pesados, ela fugiu da crise de megalomania que ameaça todos os aprendizes de senhores do mundo. Ela possuiu um império mais vasto do que nenhum outro país jamais teve ou terá. Mas sabia que não podia dominar o mundo inteiro e nunca tentou fazê-lo. Ao contrário disso, ela tentou tornar o restante do mundo suficientemente estável para poder prosperar, mas sem procurar impor sua vontade por toda parte.

Quando a era dos impérios marítimos chegava ao fim, na metade do século 20, a Grã-Bretanha sentiu o vento virar antes das outras potências coloniais. Como seu poder econômico não dependia de seu poderio militar, mas do comércio, ela se adaptou mais facilmente à perda de seu império, assim como havia enfrentado o mais grave dos reveses da sua história: o fim das suas colônias americanas.

Os Estados Unidos compreenderão essa lição? Ou procurarão manter uma dominação global apenas por meio do poderio político e militar, engendrando assim cada vez mais desordem, conflitos e barbárie?



[1] Referência ao censo realizado por ordem de Guilherme I da Inglaterra, em 1086, destinado a levantar informações sobre os proprietários de terra e gado, a fim de determinar o que cada um efetivamente possuía e, assim, poder cobrar-lhes impostos. Todas as informações foram reunidas no Domesday Book, ou Livro da Cntabilidade. Em agosto de 2006, uma versão online foi disponibilizada pelo arquivo Nacional britânico: www.nationalarchives.gov.uk/domesday.

Boa música cubana....

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Ernesto Lecuona - La Música De Ernesto Lecuona I @ 320

01. La Comparsa
02. Malagueña
03. Maria La O
04. Rosa La China
05. En 3 X 4
06. Por Qué Te Vas
07. Andalucía
08. Aragon
09. A La Antigua
10. Ahí Viene El Chino
11. Siboney
12. Noche Azul
13. Danza Negra
14. Al Fin Te VI
15. Estás En Mi Corazón
16. Romántico
17. Danza Lucumi
18. Córdoba
19. Polichinela
20. Damisela Encantadora

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Ernesto Lecuona - La Música De Ernesto Lecuona II @ 320

01. Damisela Encantadora
02. Estás En Mi Corazón
03. Noche Azul
04. El Dulcero
05. Aquella Tarde
06. Mariposa
07. Mariposa
08. Siboney
09. Malagueña
10. Andalucía
11. Para Vigo Me Voy
12. Romanza De Maria La O
13. Muñeca De Cristal
14. Te Vas Juventud
15. Karabali - Esclavo Libre
16. La Chancletera
17. Danza Ñañiga

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Do blog do Azenha...


Gaza resiste. Gaza sobrevive.



Ramzi Kysia é escritor e ativista árabe-norte-americano, um dos organizadores do Movimento "Gaza Livre". Para saber mais, visite www.FreeGaza.org.

FAIXA DE GAZA, Palestina — Num pequeno café na cidade de Gaza, Amjad Shawa, coordenador da Rede Palestinense de ONGs (PNGO), toma café e rumina sobre o bloqueio com que os israelenses castigam Gaza. “Esse bloqueio nada tem a ver com segurança, nem com o Hamás,” diz ele. "Israel só pensa em separar Gaza da Cisjordânia, para enterrar o projeto nacional palestino.”

Na Faixa de Gaza, estreita planície litorânea de 30 km de comprimento, apertada entre Israel e o Egito, vivem 1,5 milhão de palestinenses. Apesar da pequena extensão territorial, concentra-se ali, em vários sentidos, o núcleo duro de dois gigantescos conflitos: o crescimento político do islamismo e a idéia, ocidental, de que o islamismo político possa ser derrotado mediante algum castigo coletivo e um brutal bloqueio econômico.

Desde que o Hamás venceu eleições parlamentares, em janeiro de 2006, Israel vem submetendo Gaza a bloqueio cada vez mais severo. Em junho de 2007, depois de militantes do Hamás terem-se aliado ao presidente Máhmude Abbas e assumiram o controle de Gaza, Israel cerrou ainda mais o bloqueio, que passou a incluir praticamente tudo, apenas mitigado com a chegada, esporádica, de alguns produtos, todos de ajuda humanitária. A economia local foi destruída, o que fez subir todos os indicadores de desemprego, de miséria, de desnutrição infantil.

Enquanto Abbas e o partido Fatah ainda governam a Cisjordânia, com apoio de Israel, o futuro do Hamás é incerto. Apesar de o Hamás ainda ter massivo apoio popular, a população em Gaza começa a dar sinais de frustração, ante a economia moribunda.

Para Rawya Shawa, membro independente do Conselho Legislativo Palestino de Gaza, a Palestina está num limbo político. “Quando se chega ao poder, as coisas mudam", diz Shawa. “70% dos habitantes de Gaza são refugiados. A Fatah liderou os palestinos por 45, 50 anos, e fracassou. Nada fizeram do que prometeram. Agora, o Hamás está no poder. Estão tentando. A população está à espera de resultados.”

CRESCIMENTO DO HAMÁS

Em situação de declínio do nacionalismo pan-arabista, que esteve no auge nos anos 60 e 70 e que entrou em colapso a partir de 1993, depois dos acordos de Oslo, o Hamás encontrou terreno fértil na Palestina, combinando projetos bem-sucedidos de bem-estar e melhoria de condições de vida para a população, tradicionalismo religioso, anti-elitismo (o primeiro-ministro Ismail Haniyeh ainda vive na casa em que nasceu, em Beach Camp, uma das áreas mais pobres de Gaza) e oposição dura à presença de Israel na Região. Embora atualmente o Hamás esteja respeitando um cessar-fogo unilateral, os seus grupos armados são responsáveis pelos rojões Qassam lançados contra Israel e por ataques de homens-bomba, motivo pelo qual o grupo está classificado como "organização terrorista" por EUA e Israel.

Praticamente ninguém, em Gaza, aceita essa classificação. Para o grupo B’Tselem, de israelenses ativistas dos direitos humanos, 955 crianças palestinenses foram mortas pelo exército de Israel; e 123, nos ataques palestino, desde o início da II intifada em setembro de 2000. Por causa do bloqueio, cerraram as portas 3.500 das 3.900 fábricas que havia em Gaza, o que levou à demissão de mais de 100 mil empregados do setor privado. A renda per capita em Gaza é inferior a 2 dólares/dia; 80% das famílias dependem integralmente de auxílio internacional para comer.

O bloqueio levou a racionamentos cada vez mais terríveis, que abalaram todas as estruturas da economia e da sociedade. A falta de combustível, elevou os preços da gasolina para mais de $50/galão no início do verão e levou, em seguida, à falta de energia elétrica. Hospitais, que dependem de geradores a diesel para funcionar, ficam paralisados regularmente por até 12 horas por dia. Sem combustível para as bombas de irrigação, as colheitas, já minguadas, desaparecem. Nas casas, só há água corrente durante menos de 6 horas por dia, e um terço das casas não tem água encanada.

Sem diesel, as bombas de escoamentos dos esgotos não funcionam, e os detritos já começam a ser lançados diretamente no Mediterrâneo, o que faz das praias latrina a céu aberto. Em 2008, foram lançados no Mediterrâneo mais de 15 bilhões de litros de esgotos não tratados, o que já dizima a flora e a fauna marinha nas regiões costeiras.

Em comparação a dezembro de 2005, menos de 20% dos produtos que Israel normalmente exporta para Gaza ainda são entregues, mas os números encolhem diariamente. Tanto o Banco Mundial quanto várias organizações israelenses de direitos humanos já exigiram o fim do bloqueio, sem sucesso.

“Não é um desastre natural", diz John Ging, diretor da Agência da ONU para Auxílio Humanitário em Gaza. “É desastre construído e planejado pelas políticas desumanas de Israel."

AÇÃO DIRETA

As pessoas, em Gaza não esperam que o fim do bloqueio porá fim à crise. Em janeiro, centenas de milhares de pessoas passaram pela fronteira, em direção ao Egito, quando o Hamás demoliu parte do muro de fronteira que Israel construiu em 2003. Em fevereiro, o Comitê Popular contra o Bloqueio organizou uma "corrente humana", de milhares de palestinenses, ao longo de toda a fronteira da Faixa de Gaza.

“Meu telefone não parou de tocar, porque eles [os israelenses] pensam que vamos demolir a fronteira", diz Sameh Habeeb, um dos organizadores do evento. "Israel não acredita que milhares de árabes sejam capazes de organizar um protesto pacífico. Quando há resistência armada, Israel manda seus mísseis e F-16s, mas eles ficam sem saber o que fazer nos movimentos de resistência civil. A não-violência enlouquece os israelenses.”

O mais impressionante ato de resistência não-violenta em Gaza é sobreviver.

Várias famílias aprenderam a caçar e criar coelhos e pássaros selvagens, para suplementar a dieta. Há uma precária mas eficiente rede de túneis que atravessam a fronteira do Egito, cuja construção custou muitas vidas, mas que é importante via pela qual chegam suprimentos e remédios. Nas últimas semanas, começou a operar uma rede de tubulações, subterrânea, que aliviou consideravelmente a falta de combustível. Alguns carros rodam movidos a gás de cozinha, vendido a 300 dólares o botijão. A falta de gás para cozinhar fez muitas famílias reverter aos fogões à lenha. Não havendo concreto, começam a reaparecer em Gaza construções feitas de tijolos de barro queimado.

O colapso da economia em Gaza é mostra do imperialismo de guerra em estágios extremos: economia obrigada a operar sem matérias-primas, esfacelamento de todas as indústrias locais mediante a violência militar e o bloqueio, acesso permitido só a produtos manufaturados importados exclusivamente da potência ocupante, pressão para forçar os habitantes a consumir todas e quaisquer reservas ou poupanças que tenham armazenado. Quando o bloqueio terminar, algum dia, a população ainda demorará muito para recuperar-se, mesmo com extensa ajuda humanitária.

Amjad Shawa, diretor da Rede Palestinense de ONGs, lembra que o bloqueio é instrumento da ocupação israelense. "O estatuto legal de Gaza é "território ocupado". O bloqueio é um instrumento da mesma agressão. Por isso os ataques a Gaza, por Israel, configuram crime de guerra. De fato, por mais que precisemos de ajuda humanitária, a solução não virá daí. Precisamos pôr fim à ocupação".