domingo, 23 de outubro de 2011

Blind Lemon Jefferson - Classic Sides 2003

créditos: BECO DO BLUES

CD1
01- I Want To Be Like Jesus In My Heart
02- All I Want Is That Pure Religion
03- Got The Blues
04- Long Lonesome Blues
05- Booster Blues
06- Dry Southern Blues
07- Black Horse Blues
08- Corinna Blues
09- Got The Blues
10- Long Lonesome Blues
11- Jack O' Diamond Blues
12- Jack O' Diamond Blues
13- Chock House Blues
14- Beggin Back
15- Old Rounders Blues
16- Stocking Feet Blues
17- That Black Snake Moan
18- Wartime Blues
19- Broke And Hungry
20- Shuckin' Sugar Blues
21- Booger Rooger Blues
22- Rabbit Foot Blues
23- Bad Luck Blues

CD2
01- Black Snake Moan
02- Match Box Blues
03- Easy Rider Blues
04- Match Box Blues
05- Match Box Blues
06- Rising High Water Blues
07- Weary Dogs Blues
08- Right Of Way Blues
09- Teddy Bear Blues
10- Teddy Bear Blues
11- Black Snake Dream Blues
12- Hot Dogs
13- He Arose From The Dead
14- Struck Sorrow Blues
15- Rambler Blues
16- Chinch Bug Blues
17- Deceitful Brownskin Blues
18- Sunshine Special
19- Gone Dead On You Blues
20- Where Shall I Be?
21- See That My Grave's Kept Clean
22- One Dime Blues
23- Lonesome House Blues

CD3
01- Blind Lemon's Penitentiary Blues
02- 'Lectric Chair Blues
03- See That My Grave Is Kept Clean
04- Lemon's Worried Blues
05- Mean Jumper Blues
06- Balky Mule Blues
07- Change My Luck Blues
08- Prison Cell Blues
09- Lemon's Cannon Ball Moan
10- Long Lastin' Love
11- Piney Wood's Money Mama
12- Low Down Mojo Blues
13- Competition Bed Blues
14- Lock Step Blues
15- Hangman's Blues
16- Sad News Blues
17- How Long How Long
18- Lockstep Blues
19- Hangman's Blues
20- Christmas Eve Blues
21- Happy New Year Blues
22- Maltese Cat Blues
23- D B Blues

CD4
01- Eagle Eyed Mama
02- Dynamite Blues
03- Disgusted Blues
04- Competition Bed Blues
05- Sad News Blues
06- Oil Well Blues
07- Tin Cup Blues
08- Big Night Blues
09- Bed Spring Blues
10- Saturday Night Spendor Blues
11- That Black Snake Moan No- 2
12- Peach Orchard Mama
13- Big Night Blues
14- Bed Spring Blues
15- Yo Yo Blues
16- Mosquito Man
17- Southern Woman Blues
18- Bakershop Blues
19- Pneumonia Blues
20- Long Distance Moan
21- That Crawlin' Baby Blues
22- Fence Breakin' Yellin' Blues
23- Cat Man Blues
24- The Cheaters Spell
25- Bootin' Me 'Bout

Tarso rechaça editorial da RBS e diz que empresa manipulou conteúdo de conferência


Governador do RS rechaça editorial publicado pelo jornal Zero Hora que o acusa de querer "censurar o jornalismo investigativo" e "restringir a liberdade de imprensa. Em conferência realizada no MP gaúcho, Tarso criticou jornalismo que quer julgar e condenar, substituindo trabalho das instituições que têm essas atribuições. Governador acusa empresa de manipular conteúdo de sua conferência e de omitir o que ele disse sobre liberdade de imprensa.


O jornal Zero Hora publicou um editorial neste sábado (22) manifestando “estarrecimento” pelo que chama de “ataque desfechado pelo governador Tarso Genro ao jornalismo investigativo”. O editorial acusa o governador de sustentar uma posição que “tende a interessar mais aos corruptos do que aos cidadãos”. ZH acusa Tarso também de querer “restringir preventivamente a liberdade de imprensa” e o trabalho da “imprensa livre e independente”, no momento em que “o país passa por uma limpeza ética”.

Na quinta-feira (20), em meio a uma conferência proferida no Congresso do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Tarso Genro criticou as práticas jornalísticas que denunciam, julgam e condenam, pretendendo substituir as instituições republicanas que têm essas atribuições. A RBS reagiu no mesmo dia, acusando o governador gaúcho de querer "censurar o jornalismo investigativo". (A íntegra da conferência de Tarso Genro está disponível aqui. A íntegra do editorial de ZH só está disponível para assinantes)

“A reação violenta da RBS”, declarou o governador Tarso Genro à Carta Maior, “parece querer interditar o debate e o faz através da manipulação da informação sobre a conferência que proferi no Congresso do Ministério Público”. “Essa conferência versa sobre um tema que vem sendo debatido em todo o mundo há mais de vinte anos e que aqui no Brasil ocorre no âmbito da academia e em setores da intelectualidade fora da academia: a superposição das instituições “de fato”, oriundas da força econômica do capital financeiro - agora em crise - sobre as instituições do Estado”. “Ela sequer versava”, acrescentou, “sobre alguma empresa de comunicação em particular ou sobre alguma investigação jornalística, ou, ainda, sobre a liberdade de informar. Tanto é que eu digo claramente na minha exposição:

(...) Não proponho, em absoluto, qualquer controle da informação por parte do Estado. Nem a sonegação de informações relevantes, para que os processos e as investigações tenham ampla publicidade pela mídia que, de resto, pode cumprir o papel político que quiser dentro da democracia. Nem se trata, também, de alegar a existência de uma “conspiração” dos meios de comunicação contra a democracia e o devido processo legal. Trata-se de compreender que já vivemos um período da sociedade da informação em que os poderes de fato, no capitalismo tardio, estão se sobrepondo aceleradamente ao poder das instituições formais do Estado. Isso não ocorre somente em relação à mídia, mas também em relação a outros poderes fáticos oriundos da força econômica dos grupos privados.

O governador acusou a RBS de querer interditar o debate manipulando o conteúdo de sua conferência ao “não publicar nem mencionar o trecho acima que dá sentido à toda a exposição”. “O que proponho - e isto está escrito também no texto da conferência - é uma união das instituições do Estado com os políticos sérios e honestos (que são a maioria em todos os partidos) para combater a corrupção, com mais condições técnicas para os inquéritos, reformas legais que acelerem os processos e os cumprimentos de pena”, afirmou Tarso. E acrescentou:

“O que faz reduzir a corrupção é a punição pelo Estado e não o justiçamento paralelo da mídia, nem as investigações dos repórteres, que obviamente podem ser feitos e devem ser feitos. Mas o produto destas investigações é matéria jornalística e é, portanto, mercadoria-notícia, não prova de crime”.

"Esta atitude da RBS, pretendendo interditar o debate com ameaças de campanhas difamatórias que estão subjacentes no mesmo editorial, marca o ápice da petulância e da arrogância que poucas empresas de comunicação têm a coragem de expor publicamente. Mentem, quando dizem que sou contra o jornalismo investigativo, quando o que sou contra é julgamento sumário de pessoas, independentemente de que sejam culpadas ou não. Mentem quando contrastam dois textos meus sobre assuntos diferentes, mesmo tendo, na Conferência, manifestação explícita da minha parte que confirma a minha posição de princípio a favor da total liberdade da imprensa e de respeito irrestrito ao trabalho dos jornalistas," disse ainda o governador gaúcho.

Ainda segundo a avaliação do governador, “o sentido da avalanche de críticas que recebi está muito bem exposto no editorial de ZH desta manhã”. Mais precisamente, explicou, “está contido na expressão “limpeza ética”, de origem e marca bem conhecidos na história”. Recentemente na Europa Oriental se falava em “limpeza étnica”. Limpeza se faz num lugar sujo (a política e o país) e quem faz a “limpeza” é o virtuoso (a mídia), nós, humanos sujamos, por isso nem temos o direito de dizer que o processo judicial, o inquérito do Ministério Público e dos órgãos de controle, não podem ser superpostos por justiçamentos e linchamentos públicos, que transformam crimes comuns em crimes políticos e consequentes condenações políticas, sem direito de defesa com a mesma exposição e intensidade das acusações”.

“O editorial”, prosseguiu o governador, “chega a sugerir que estou tentando me proteger de futuras denúncias”. “É jogo sujo: eu poderia dizer, se fizesse o mesmo raciocínio, que quando eles atacam quem quer fortalecer o MP e o Judiciário, para evitar linchamentos públicos, eles estão protegendo corruptos que eles apoiam ou apoiaram. Mas, sinceramente não penso assim. Acho que eles não leram a integralidade da minha conferência e pensaram que ela era dedicada a eles”.

Por fim, Tarso Genro afirmou que não mudará um milímetro a relação que mantém com a RBS e nem com a imprensa em geral. “Essas controvérsias são boas para a democracia. Todos fulminaram sistematicamente Lula e o PT e a esquerda em geral, às vezes até com razão, e nós continuamos vivos e crescendo. Enfrentei seguidas manipulações da imprensa sobre as minhas posições quando Ministro da Justiça: caso da punição dos torturadores, caso Daniel Dantas, caso Battisti, caso Cacciola e nunca perdi a serenidade”. E concluiu:

“Na verdade o que temos com a grande mídia é uma divergência histórica de fundo: no ocaso do modelo neoliberal eles têm que substituir o alvo dos seus ataques, que era o “gigantismo” do Estado, agora é a corrupção e a política em abstrato, sem avaliar as suas origens e fundamentos, que, na verdade estão contidos na fraqueza das leis e das instituições, geradas pelo modelo econômico neoliberal, para combater o crime, a corrupção e o aparelhamento do Estado pelos grandes grupos econômico-financeiros, em detrimento da ampla maioria dos próprios empresários e sociedade em geral”.


Fotos: Governador Tarso Genro, durante conferência proferida no Ministério Público do RS (Caco Argemi/Palácio Piratini)