segunda-feira, 8 de outubro de 2007

CHE VIVE!!!


Maria Eunice Bezerra de Almeida

Estou concluindo a leitura do livro CHE GUEVARA uma biografia, de autoria de Jon Lee Anderson, talvez a biografia mais detalhada sobre a luta de CHE, na Guatemala, na Sierra Maestra e nas Escambray em Cuba. De sua leitura atenta pode-se ter uma idéia do sonho e da coerência de um líder guerrilheiro que sonhava com a liberdade e a unificação da Pátria-mãe América Latina, livrando-a do julgo do império norte-americano. Sonhava El CHE com uma profunda transformação na mente de todos os oprimidos e explorados, da qual surgiria um “novo homem” na América Latina e em todos os Países do terceiro mundo. E não se pode deixar de apaixonar-se por este legendário lutador, pela nobreza de suas idéias, pela sua coragem frente ao inimigo, pela sua audácia nas atitudes. Era duro ao ponto de combater o inimigo com força das armas ao mesmo tempo em que era capaz de enternecer-se com a dor do mais fraco. Sua nobreza e dignidade o levaram a desenvolver m profundo desprezo pela sua segurança pessoal e pela sua saúde, não tendo jamais se furtado à árdua tarefa de combatente em face da asma que o atormentaria por toda a vida. Razão assiste ao autor quando diz: “O fascínio por GUEVARA, quer como produto comerciai quer como figura histórica, continua perdurando transcorridas já três décadas (já são quatro) da sua morte e parece haver um fundo de verdade no antigo slogan dos anos 60 – “CHE está vivo”. Em meio às intensas celebrações e homenagens peço transcurso dos 40 anos da morte do heróico CHE em Cuba, na França, na Bolívia, onde é cultuado como santo, e em todas as partes do mundo, tomamos conhecimento, da infame matéria publicada pela revista Veja, de autoria de dois obscuros e insignificantes repórteres, dos quais a história jamais tomará conhecimento de suas medíocres existências, tentando abalar o mito CHE. Não falo nem em destruir, porque aí já seria uma tarefa inglória para tão ignóbeis profissionais a serviço da imprensa monopolista conservadora e golpista, destruir a memória de um personagem com tal estatura histórica. Claro que não causou surpresa nenhuma a ninguém a publicação de tal matéria, apenas indignação e desprezo, inclusive para a embaixada de Cuba, que não se dará ao trabalho de responder à infamante matéria, tal a sua insignificância. È o que declarou o representante do ICAP - Associação da Amizade Brasil-Cuba, em Fortaleza, por ocasião das celebrações realizadas nesta cidade para lembrar a morte do Comandante CHE GUEVARA e reafirmar a sua existência ao longo desses 40 anos. Em contraponto à beleza física de CHE, ressaltam que ele cheirava mal. Que argumento mais pobre para destruir a imagem de um mito libertário! Na verdade o que cheira mal é a subserviência, a vassalagem desses senhores em face dos donos da mídia. Não suportam eles a valentia e a coragem nunca vista em outro herói do mundo porque são covardes e vendem suas consciências aos arautos do poder. CHE vive e sempre viverá porque tinha na sua essência virtudes raras, sua paixão pela luta libertária dos oprimidos, o seu destemor diante do inimigo poderoso, a sua entrega total ao sonho de uma sociedade sem injustiças e sem exploração, o seu humanismo profundo. Trata-se de um legado que nunca será esquecido e que sobreviverá a todas as calúnias e a todas as demais tentativas de destruição de sua imagem. CHE vive e viverá para sempre.

Dez mil celebram 40 anos da morte de Che na Bolívia

Vallegrande, sudeste da Bolívia. Um município pobre, de 20 mil habitantes que vivem da agricultura, da pecuária e do turismo, em torno do seu visitante mais famoso: Ernesto Che Guevara, cujo corpo foi exposto na lavanderia do pequeno hospital da cidade, após sua morte, em 9 de outubro de 1967.

VALLEGRANDE, Bolívia – Os moradores do local ainda se recordam da chegada do helicóptero com o corpo dos últimos guerrilheiros e da enorme fila que se formou pela população que viu um Che límpido e de olhos bem abertos, a semelhança de Jesus Cristo. "Algumas pessoas diziam que os olhos do Che as seguiam por onde caminhavam", lembra a vendedora de refrescos e lanches, instalada no centro da cidade. "Muitos aqui vêem o Che como um santo", diz o brasileiro Moisés, que vive em Vallegrande há dez anos, como missionário da Assembléia de Deus, e discorda da ideologia de Che, a princípio, pelo ateísmo do comandante.

Desde o final de semana, pelo menos sete mil pessoas, de diferentes idiomas e sotaques, participam em Vallegrande do II Encontro Mundial Che Guevara, no quadragésimo aniversário de sua morte, ocorrida no povoado de La Higuera, distante 60 quilômetros.

O encontro é organizado pela Fundação Che Guevara e pelo Ministério da Cultura da Bolívia, com apoio das embaixadas de Cuba e Venezuela. Os organizadores estimam que o número de participantes chegue a dez mil nesta segunda (8), quando haverá um ato político em Vallegrande, com a presença do presidente Evo Morales e da filha de Che, Aleida Guevara. Na terça-feira, ocorrerá um ato final em La Higuera.

Durante os dias do encontro, ocorrem mostras fotográficas, apresentações culturais e painéis, com as participações de sobreviventes da guerrilha empreendida na Bolívia, como Leonardo "Urbano" Tamayo.

Vallegrande está com seus hotéis e pousadas lotados, mas o evento ocorre sem maiores problemas, apesar da falta de infra-estrutura. O presidente da Fundação, Osvaldo Chato Peredo, vereador em Santa Cruz de la Sierra, acusa o prefeito local, Ignacio Moron, do partido Ação Democrática Nacional (ADN), de ser um "sabotador" do evento, fazendo cortes no abastecimento de água e luz e gerando dificuldades para os organizadores. Neste domingo, houve até rumores que um grupo de direitistas havia ocupado La Higuera, levando a polícia até o local. Mas tudo não passou de boato, de acordo com os organizadores.

A população aproveita o turismo gerado por Che Guevara para vender toda a sorte de artesanatos e alimentos, oferecer serviços de telefonia e Internet para os turistas e contar suas histórias e versões sobre o guerrilheiro que tornou a região conhecida em todo o mundo. Da parte dos organizadores, a segunda edição do encontro consolida um movimento internacional de mobilização e estudos em torno da vida e da prática política de Che Guevara, dez anos depois do primeiro encontro, realizado em um contexto político menos favorável. Em 2008, Cuba, Venezuela e Bolívia vão encabeçar novas homenagens, no ano em que Guevara completaria 80 anos.

"Che ainda é algo presente sempre, é algo vivoª, resume Chato Peredo, irmão de Inti e Coco, que lutaram ao lado de Guevara, e ele mesmo um ex-combatente, da segunda tentativa de guerrilha armada na Bolívia, já na década de 1970. "Sofremos uma derrota na época, mas agora voltamos de muitas maneiras, de muitos lugares, com muitas possibilidades", diz.