Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Venezuela expulsa embaixador de Israel por massacre de palestinos em Gaza
Do blog Rsurgente
A Venezuela anunciou hoje a expulsão do embaixador de Israel em Caracas, Shlomo Cohen, em resposta à ofensiva militar deste país na Faixa de Gaza, disse o Ministério das Relações Exteriores por meio de um comunicado lido na televisão estatal. O governo venezuelano condenou fortemente as flagrantes violações do Direito Internacional pelo Estado de Israel, bem como o uso do terrorismo de Estado para castigar a um povo.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, comparou a situação na Faixa de Gaza ao Holocausto e pediu à comunidade judaica de seu país que condene a ofensiva de Israel na região, que já fez mais de 600 vítimas. Chávez lembrou que vivem na Venezuela tanto palestinos como israelenses, e que todos são bem quistos no país, mas ressaltou que a comunidade judaica precisa condenar o que qualificou como uma "barbaridade".
Chávez chamou ainda os soldados israelenses de "covardes". "São uns covardes, pois bombardeiam povos inocentes. Que tremendos soldados são, como são valentes os soldados de Israel", disse o presidente que classificou a situação em Gaza como um "genocídio realizado por um governo assassino, braço executor dos Estados Unidos". Chávez fez um apelo ao mundo árabe para que se coloque de pé contra o ataque de Israel e anunciou que entrou em contato com países do Oriente Médio e organizações internacionais para levar ajuda humanitária a Gaza.
Créditos: Marco Aurélio Weissheimer
Do blog do Azenha
A ilusão da vitória
Daniel Barenboim*, THE GUARDIAN
Tenho apenas três desejos para o ano-novo. O primeiro é que o governo de Israel se conscientize, de uma vez por todas, que o conflito no Oriente Médio não pode ser resolvido por meios militares. O segundo é que o Hamas se conscientize que não defenderá seus interesses pela violência, e que Israel está aqui para ficar. O terceiro é que o mundo reconheça que esse conflito não é igual a nenhum outro em toda a história.
É um conflito intricado e sensível, um conflito humano entre dois povos profundamente convencidos de seu direito de viver no mesmo pedaço de terra. É por isso que não poderá ser resolvido nem pela diplomacia nem pelas armas.
Os acontecimentos dos últimos dias são extremamente preocupantes para mim por várias razões de caráter humano e político.
Embora seja óbvio que Israel tem o direito de se defender, que não pode e não deve tolerar os constantes ataques contra seus cidadãos, os bombardeios brutais sobre Gaza suscitam profundas indagações na minha mente.
MORTES
A primeira é se o governo de Israel tem o direito de considerar todo o povo palestino culpado pelas ações do Hamas. Será que toda a população de Gaza deve ser responsabilizada pelos pecados de uma organização terrorista?
Nós, o povo judeu, deveríamos saber e sentir mais profundamente do que qualquer outro povo que o assassinato de civis inocentes é desumano e inaceitável. Os militares israelenses argumentam, de maneira muito frágil, que a Faixa de Gaza é tão densamente povoada que é impossível evitar a morte de civis. A debilidade desse argumento me leva a formular outras perguntas. Se as mortes de civis são inevitáveis, qual é a finalidade dos bombardeios? Qual é a lógica, se é que existe alguma, por trás da violência, e o que Israel espera conseguir por meio dela? Se o objetivo da operação é destruir o Hamas, a pergunta mais importante a ser feita é se esse objetivo é viável. Se não é, todo o ataque não só é cruel, bárbaro e repreensível, como também é insensato.
Por outro lado, se for realmente possível destruir o Hamas por meio de operações militares, que reação Israel espera que haja em Gaza depois que isso se concluir? Em Gaza vivem 1,5 milhão de palestinos, que seguramente não cairão de joelhos de repente para reverenciar o poderio do Exército israelense.
Não devemos esquecer que o Hamas, antes de ser eleito, foi encorajado por Israel como tática para enfraquecer o então líder palestino Yasser Arafat. A história recente de Israel me faz acreditar que, se o Hamas for eliminado por meio de bombardeios, outro grupo certamente tomará o seu lugar, um grupo que talvez seja mais radical e mais violento.
VINGANÇA
Israel não pode se permitir uma derrota militar porque teme desaparecer do mapa. No entanto, a história demonstrou que toda vitória militar sempre deixou Israel em uma posição política mais fraca do que a anterior por causa do surgimento de grupos radicais.
Não pretendo subestimar a dificuldade das decisões que o governo israelense precisa tomar a cada dia, nem subestimo a importância da segurança de Israel. Entretanto, continuo convencido de que o único plano viável para a segurança em Israel, no longo prazo, é obter a aceitação de todos os nossos vizinhos.
Desejo para o ano de 2009 a volta da famosa inteligência que foi sempre atribuída aos judeus. Desejo a volta da sabedoria do Rei Salomão para os estrategistas israelenses, a fim de que a usem para compreender que palestinos e israelenses gozam de idênticos direitos humanos.
A violência palestina atormenta os israelenses e não contribui para a causa palestina. A retaliação militar israelense é desumana, imoral e não garante a segurança de Israel. Como disse antes, os destinos dos dois povos estão inextricavelmente ligados e os obriga a viver lado a lado. Eles terão de decidir se querem que isso se torne uma bênção ou uma maldição.
Do sitio www.esquerda.net
Gaza: Israel continua massacre, primeiro protesto em Lisboa | | | |
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Desde o início do ataque israelita a Gaza já morreram 531 palestinianos, 80 dos quais após o início da ofensiva terrestre. A situação humanitária é catastrófica. 75% da electricidade está cortada, pelo menos 500.000 pessoas não têm acesso a água corrente. Hoje realiza-se a primeira acção em Lisboa pelo fim do massacre a Gaza: Concentração a partir das 18h no Largo de S. Domingos, junto ao memorial às vítimas da intolerância. O exército de Israel continua a massacrar a população de Gaza. Tropas, apoiadas por bombardeamentos aéreos e navais, cercam a cidade de Gaza, enquanto por outro lado ocupam a estrada que atravessa a Faixa de norte a sul, dividindo o território em duas partes. Uma equipa de emergência médica foi atingida pelo bombardeamento aéreo, tendo morrido quatro paramédicos. Outras ambulâncias têm sofrido ataques. Nas últimas horas as agências referem a morte de uma família de sete pessoas (um casal e cinco filhos) no campo de refugiados de Shati, quando foram atingidos por bombardeamento naval. Do lado israelita, o exército reconheceu a morte de um militar, cujo funeral já se realizou. Pelo menos 49 militares israelitas ficaram feridos. Os rockets artesanais palestinianos continuam a atingir território israelita. A situação humanitária em Gaza é catastrófica. Uma organização israelita de defesa da liberdade de movimento, Gisha, diz que "75% da electricidade foi cortada porque sete das doze linhas foram danificadas pelos bombardeamentos, mais de 500.000 pessoas não têm acesso a água corrente, os esgotos escorrem pelas ruas, não há abastecimento de fuel desde 27 de Dezembro, todo o sistema de abastecimento (água, electricidade, esgotos) está à beira do colapso". 90% das linhas telefónicas estão cortadas devido à falta de electricidade, aos bombardeamentos e à impossibilidade dos técnicos repararem as avarias. Os hospitais para além de cheios, com falta de medicamentos, funcionam desde há 48 horas apenas com geradores. A UNRWA (agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos) fechou 4 dos seus 18 centros de apoio. Pela segunda vez consecutiva, Israel não permitiu a entrada em Gaza de uma equipa médica do Comité Internacional da Cruz Vermelha. Os jornalistas estrangeiros continuam impedidos de entrar em Gaza. Entretanto, decorrem conversações diplomáticas no Egipto com a presença do presidente francês Nicolas Sarkozy. O Hamas estará presente com uma delegação, convidada pelo governo egípcio. Por todo o mundo multiplicam-se os protestos contra o massacre de Israel a Gaza. Ontem, decorreram acções de protesto nos seguintes países, pelo menos: Filipinas, Indonésia, Tailândia, Coreia do Sul, Grécia, Suiça, Espanha, Argélia, Líbano, Polónia, Paquistão, Turquia, Austrália e Itália. Na Cisjordânia decorreram diversas acções. Hoje, terá lugar a primeira acção em Lisboa. |