sábado, 13 de dezembro de 2008

Do blog culturajazzeafins...

Créditos: Rogerio

Um grande amigo acaba de voltar de Nova Iorque e me trouxe essa preciosidade, um álbum independente do lendário e misterioso baterista de jazz Abdul Zahir Batin, que mudou seu nome por questões religiosas e sumiu de cena depois da gravação desse CD. Seu verdadeiro nome de batismo é Michael Shepherd, ele já tocou com gente de peso como Archie Sheep e Wynton Marsalis. Esse álbum foi gravado em 1986, no famoso show no Jazz Cultural Theatre em NY, com sua banda The Notorious Ensemble, sendo seu único registro como lider, pois apesar de ser um excelente músico, e ter tocado com feras do jazz, acabou ficando a parte dos grandes selos de jazz, mas que pela paixão que tem pela música e pelo jazz, continua até hoje na ativa. Meu amigo comprou o álbum das mãos do próprio Abdul (Foto), muito simpático, ele é figura carimbada das noites nos clubes de jazz da cidade, vendendo seu CD e contando histórias do jazz, como a do dia em que ele teve o prazer de tocar ao lado de Miles Davis em uma jam session. Belo achado, o som do sexteto é demais e esse álbum virou lenda, cultuado até hoje pelo underground do jazz nova-iorquino. Na foto abaixo, Armando Salmito e Abdul Zahir Batin.








Músicos:
Abdul Zahir Batin - Bateria
Bobby Watson - Sax Alto
Cecil Bridgewater - Trompete
Robin Eubanks - Trombone
John Hicks - Piano
Curtis Lundy - Baixo
Faixas:
1. Libre Ahora (I)
2. Mind Wine
3. Grand Ummi
4. Classic Medley
5. Libre Ahora (II)
6. 369 in the Dunya

Do sitio Vida Vegetariana...

Doenças e crise financeira mundial derrubam exportações de carnes; é hora de se tornar vegetariano

A gente não se cansa de dizer, mas nunca é demais repetir: a melhor opção de alimentação é o vegetarianismo! Isso se comprova com os recentes focos de contaminação bovina detectados em países europeus, o que faz com que haja sacrifício de animais e queda nas exportações.

Na semana passada foram detectadas contaminações na carne suína da Irlanda. A contaminação é assustadora: segundo divulgou o jornal português Diário Digital, foram encontradas de 80 a 200 vezes a quantidade máxima de toxinas permitidas. Vale lembrar que Portugal é um dos maiores importadores de carne da Irlanda.

Na terça-feira (09.12), o pânico aumentou pois governo da Irlanda detectou novos focos de dioxinas no país, desta vez em bovinos. Foram encontradas de duas a três vezes a quantidade máxima de toxinas permitidas em rebanhos de dez fazendas.

Um comunicado do Ministério da Agricultura da Irlanda informou que serão divulgados nos próximos dias laudos informando a União Européia se é segura a comercialização das carnes suína e bovina.


AÇÕES INTERNACIONAIS
Diante do problema com as carnes da Irlanda, diversos países já se manifestaram. O Ministério da Agricultura de Portugal recolheu dos mercados 6 das 30 toneladas de carne importada, que serão levadas para análise sob suspeita de contaminação.

Já a França pede aos seus mercados que retirem de comercialização a carne suína proveniente da Irlanda. A diretora geral adjunta da Alimentação da França, Monique Eloi, disse ontem que o alerta para retirada da carne de origem irlandesa poderia afetar "milhares de toneladas" de diversos produtos fabricados na Irlanda ou importados do país.

Segundo informações do jornal Irish Times, cerca de 20 países que importam carne suína da Irlanda recolheram dos mercados os produtos em seus países, com medo de que esta carne possa estar contaminada.


CRISE FINANCEIRA
A crise financeira que atinge todos os países também afeta a exportação de frangos brasileiros. Países importadores preferiram rever as quantidades de frango compradas do Brasil. Desde 2006 nunca se registrou vendas tão baixas no setor.

Na semana passada, em Brasília, a União Brasileira de Avicultura informou, durante entrevista coletiva, que o setor começou a diminuir o alojamento das aves. Essa redução pode chegar a 10% no final do ano. “Isso para ajustar a produção em relação à demanda, tanto do mercado interno, como do mercado externo”, afirmou o presidente da União Brasileira da Avicultura, Ariel Mendes.


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Créditos: www.vidavegetariana.com

Do blog do Andre Lux...

Por que a Classe Média é tão burra?

Andre Lux


Vira e mexe essas perguntas vêm à tona em discussões entre amigos: qual o problema com o pessoal da classe média, por que são tão burros e insistem em apoiar políticos que só querem tomar o poder para beneficiar meia dúzia de amigos bem nascidos e seus familiares inescrupulosos?

Um parêntese: esse tipo de político, que disfarça cinicamente suas verdadeiras intenções mesquinhas com um discurso moralista e conservador, está melhor representado hoje no Brasil em partidos como o PSDB e o DEMo (ex-PFL). Mas isso pode mudar a qualquer hora...

Para mim, a resposta é óbvia: a turma da Classe Média não tem "consciência de classe". Não precisa ler as obras do Marx para enteder o que isso quer dizer. É fácil. Converse com uma pessoa pobre, à beira da miséria. Ela sabe que é pobre, não tem ilusões sobre a sua condição social. Pode ser que não faça nada para mudar isso e passe seu tempo dentro de uma igreja, onde é invariavalmente ensinada a se conformar com sua situação com frases do tipo "a pobreza é sua cruz e vai te garantir um lugar nos céus", ou vendo novelas da Globo. Porém, essa pessoa tem consciência de classe.

A mesma coisa vale para os podres de rico. E aqui estou falando dos Antônio Ermírios, dos Daniel Dantas da vida, sujeitos que tem mansões (no Brasil e no exterior), fazendas, iates, helicópteros, aviões carros importados, ilhas, etc, etc - ou seja, um tipo de gente que pobres mortais como eu e você só vemos no cinema ou na capa da revista Exame. Esses caras têm cosciência de classe, podem ter certeza! É só ver como adoram ver os outros (pobres e remediados) seguindo as Leis e os códigos morais que seus lacaios inventam e disseminam para controlá-los, ao mesmo tempo que infringem todos eles...

E é no meio disso que se encontra a tal Classe Média, que no Brasil se subdivide em três tipos:

1) Classe Média Alta - sabe aqueles tipinhos que trabalham como escravos num alto cargo de multinacional para manter uma casa de dois andares num condomínio fechado, três carros de luxo na garagem, um apê no Guaruja, paga alta mesada para aos filhos e centenas de plásticas à esposa perua(para não encherem o saco) - e ainda assim se acha membro da "raça superior" só porque, um dia na festa de fim de ano, o dono da empresa deu um tapinha nas costas dele? Pois é, o próprio...

2) Classe Média Média - tem um nível de vida razoável, algum conforto, um apêzinho de três quartos na periferia, carrinho popular zero (com prestações a perder de vista), educa os filhos em colégios elitizados e vive no limite do cheque especial para manter isso. É o tipo que trabalha hoje para pagar as contas amanhã. Esse tipo eu conheço bem, pois fui criado como um deles pelo menos até os meus 18 anos (saiba como consegui obter, às duras penas, minha "consciência de classe" lendo meus relatos "Eu Também Já Fui Papagaio da Direita" e "Como Comecei a Ver e Sentir a Matrix")

3) Classe Média Baixa - resumidamente, são aqueles que trabalham hoje para pagar as contas de ontem, mas mesmo assim ainda são capazes de morar numa casinha bonitinha, ter um carrrinho mais ou menos novo e dar um mínimo de conforto e educação aos filhos (de preferência em escolas estaduais gratuitas).

Então, entre os pobres que mal conseguem se manter vivos e os podres de ricos que acham divertido pagar R$ 7.000 num sapato na Daslu, estão os pobres coitados da Classe Média. Espremidos entre a miséria total e a riqueza absoluta, vivem sonhando que um dia vão "chegar lá" no topo da pirâmide e virar um "chapa" do Antônio Ermírio. E para isso, deliram, basta trabalharem bastante, serem bonzinhos, não questionarem as regras e, acima de tudo, defenderem os interesses daqueles chiques e famosos - afinal de contas, são seus próprios interesses já que um dia eles mesmo poderão também estar lá em cima comprando suas ilhas particulares, não é mesmo?

Essa foi, na minha opinião singela, a grande "sacada" dos podres de ricos: convencer os boçais da Classe Média, por meio de seus aparatos midiáticos (cinema, televisão, jornais, revistas, etc) de que eles estão mesmo bem mais próximos do topo da pirâmide do que da base e que para chegar lá em cima não é difícil, basta ter esforço e dedicação... É aquela velha piada do cara sentando em cima do trabalhador com uma cenoura na ponta de uma vara de pescar - o de baixo vai sair correndo para tentar pegar a cenoura, enquanto carrega o outro nas costas sem nunca coseguir alcançar seu "prêmio".

Se a turma da Classe Média tivésse a mínima consciência de classe, estaria sempre ao lado dos pobres e miseráveis lutando por melhor distribuição de renda, respeito aos direitos humanos e por Justiça social. E não faria isso por altruísmo ou caridade, mas sim por necessidade, para garantir sua própria sobrevivência e um futuro melhor para seus filhos.

O motivo para isso é óbvio, não? Quanto menos pobreza e injustiças existirem no mundo e quanto menor for o abismo que separa as classes sociais, menos chance de perder tudo e viver na miséria as pessoas vão ter. Assim, ao invés de ficarem agarrados desesperadamente ao pouco que tem - e por isso serem presa fácil do discurso cínico dos "conservadores" - a Classe Média vai poder viver em paz, sem medo do amanhã e sem ódio dos que ousam ter consciência de classe e lutam por um mundo melhor para todos.

Créditos: Andre Lux