terça-feira, 13 de março de 2012

Chiapas, México: pela liberdade do Professor Alberto Patishtán

130312_pashtanDiário Liberdade - San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, México. 12 de março de 2012. As organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos e pessoas assinantes, nos unimos à digna luta que mantém o Professor Alberto Patishtán Gómez e exigimos sua liberdade imediata.

As organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos, se uniram à digna luta que mantém o Professor Alberto Patishtán Gómez e exigimos sua liberdade imediata. Preso desde 19 de junho de 2000, acusado de ter sido coautor de uma emboscada que terminou com a morte de sete dos nove policiais que faziam uma patrulha no município de El Bosque, no estado de Chiapas - México.
Entretanto, segundo o pronunciamento das organizações em solidariedade ao professor, “no contexto da sua prisão, Patishtán participava ativamente na vida política do seu município, denunciando a corrupção da câmara municipal, solicitando a destituição do prefeito e a criação de um Conselho Municipal”.

A história de Patishtán antes de ser preso

No momento da sua detenção, Patishtán era professore bilíngue federal, afiliado ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação (SNTE) Seção 7. Desempenhou seus serviços como educador durante 5 aos, foi diretor do Albergue Escolar “Nicolás Bravo” na comunidade de “El Azufre”, município de Huitiupán, e também foi diretor de outro Albergue Escolar na cabeceira do mesmo município, da zona escolar 204, região de Bochil. Estudou Ciências Sociais, já como professor, na Universidade Valle Del Grijalva até o 6º semestre.

A situação vivida pelos moradores de El Bosque desde o levantamento zapatista em 1994

O município de El bosque se encontra numa zona do estado intitulada de “Los Altos de Chiapas”, faz fronteiras com municípios como Bochil, Simojovel, Larráinzar, Chalchihuitñan. Nos anos 80, aconteceram diversas ocupações (ou recuperações, como dizem) de fazendas que em diversos casos foram legalizados como ejidos a favor dos indígenas, camponeses pobres e trabalhadores das próprias fazendas e de lugares próximos. Também foi zona e lugar de violências e sangue, como a ocupação de terras e repressões orquestrada pelos governadores Absalón Castellanos 83-88 e Patrocinio González Garrido.
Depois do levantamento zapatista em janeiro de 1994, houve eleições para governador, no entanto, houve fraude e o candidato Priista (do Partido Revolucionário Institucional) levou o pleito, mas o verdadeiro ganhador tinha sido o don Amado Avendaño. No ano seguinte houve novas eleições para prefeito, e novamente houve fraude no processo eleitoral. Como resposta a este cenário, o EZLN (Exército Zapatista de Liberação Nacional) lançou-se num processo de criação de Municípios Autônomos em rebeldia. Deste modo, em dezembro de 1995, no final do mandato municipal, o prefeito de El Bosque entregou a prefeitura aquele que foi elegido pela maioria da população segundo seus usos e costumes.
No entanto, o candidato “oficial” que foi eleito, tentou tomar posse da prefeitura, tentativa sem êxito, pois houve protestos em frente ao palácio municipal. A partir deste momento, há duas autoridades paralelas, uma oficial e outra segundo os usos e costumes da maioria esmagadora da população. No ano seguinte, 1996, houve um acordo de não agressão entre ambas as partes, as diferenças foram resolvidas com encontros e acordos.
Em 1997, começou um movimento por parte do governo federal para “desarticular” a influência do EZLN nas comunidades chiapanecas, as inversões do Governo Federal se deram de diversos modos, tanto através do seu próprio exército (como foi o caso do município de El Bosque, como também utilizou da força dos paramilitares da região (pessoas civis que são pagas pelo governo para assassinar, coagir, intimidar as populações em luta), o caso mais famoso foi o de Acteal – município de Chinalhó – no qual os paramilitares mataram 45 pessoas dentro de uma igreja (entre os mortos havia mulheres, crianças, recém-nascidos, idosos e homens).
No caso do município de El Bosque, no dia 6 de fevereiro de 1997, 50 homens do exército mexicano tomaram à força a prefeitura municipal, este foi o primeiro ataque ao município. Nesta mesma operação, outros municípios autônomos da mesma região foram desmantelados e militarizados, como foi o caso dos seguintes municípios: Ricardo Flores Magón, Tierra y Libertad, San Juan de la Libertad e o constitucional Nicolás Ruiz.
No dia 10 de junho de 1998, às 6:30 da manhã, chegaram a Chavajeval (município de El Bosque/San Juan de la Libertad) cerca de três mil e quinhentos homens de distintas corporações policiais e do exército mexicano, tomaram o povoado e prenderam homens e mulheres, bateram, roubaram, devastaram e perseguiram aqueles que tentaram fugir, a perseguição inclusive aconteceu com um helicóptero, o tiroteio terminou às 15 horas. Ao final, não sobrou nenhuma evidência, segundo relatos, “eles levaram tudo, até os mortos”. Tudo foi limpado, levaram os cascos das balas e até limparam os sinais dos disparos. Dizem que houve sete mortos zapatistas, dois policiais e um priista.

A prisão do professor Alberto Patishtán

Em junho de 2000, a tensão da polícia estava na ideia de que os grupos civis armados (paramilitares) queriam tomar a prefeitura do município de El Bosque e/ou o município de Simojovel, sendo que a polícia comunicou aos prefeitos e realizavam constantemente patrulhas nesta zona. No dia 12 de junho, pessoas armadas fizeram uma emboscada na estrada perto de Las Limas, uma patrulha que levava 9 pessoas, sendo que sete perderam a vida e duas ficaram feridas, um elemento da PSP e o filho do prefeito de El Bosque que conduzia o veículo.
Segundo a Procuradoria Geral da justiça, um policial antes de desmaiar disse ter visto um homem vestido de civil e encapuzado. O filho do prefeito perdeu o sentido pelos disparos, mas no hospital ele assinou (ou falsificaram a sua assinatura) um papel acusando o Professor Patishtán e a Salvador Gonzalez.
No entanto, nos fatos que ocorreram dia 12 de junho, o professor Alberto estava participando de uma reunião oficial conduzida pelo surpevisor da zona 204 (do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação - SNTE), o oficio da reunião e as listas de presença, assim como o testemunho dos seus companheiros professores na reunião, demonstram a falsidade da acusação e a injustiça da sua prisão.
No dia 19 de junho de 2000, sete dias depois da emboscada, quando ia para seu trabalhão, quatro homens vestido de civil desceram de uma caminhonete e o levaram sem dizer nada ou mostrar a ordem de prisão.
Depois de 11 anos, o professor segue sua luta, a partir do interior da prisão, trabalhando pelo respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário de Chiapas. Como castigo à luta pela liberdade, e por defender os direitos humanos, Patishtán foi transferido no dia 20 de outubro de 2011, enquanto se encontrava em greve de fome com os “Solidários da Voz de Amate”, ao Centro Federal de Readaptação Social em Sinaloa – México -, aonde se encontra atualmente.
O governo do estado de Chiapas sempre negou que tenha solicitado essa transferência, no entanto, no expediente de amparo, oficio no qual o Secretário Geral do Governo de Chiapas, Noé Castañón León, solicitou a transferência “ao complexo penitenciário ‘Isla Marías’ ou a outro centro penitenciário fora do estado de Chiapas”, demonstrando claramente a intenção de afastá-lo da digna luta pela sua liberdade. Foi apresentado no pronunciamento de ontem documentos que revelam que o Sr. Noé Castañón León realmente requisitou a transferência do professor a outro presídio enquanto ele estava em greve de fome.
No dia 29 de fevereiro de 2012, o juiz Quinto do Distrito de Vigésimo Circuito na cidade de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, resolveu ordenar o regresso do professor Alberto Patishtán ao Centro Estatal de Reinserção Social dos Sentenciados nº5, com sede em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, no qual se encontrava anteriormente, em restituição de seus direitos humanos violados.
Pela sua ação política antes da sua detenção e pelo seu trabalho de defesa dos direitos humanos desde o interior da prisão, o Professor Alberto Patishtán é um preso político, pelo qual as organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos, exigimos ao Governo Mexicano a sua liberação imediata.
A maioria das informações contidas neste artigo foi tirada do blog do Professor (albertopatishtan.blogspot.com) que foi lançado ontem – dia 12 de março de 2012 - em San Cristóbal de las Casas pelas organizações de direitos humanos e coletivos (nacionais e internacionais) que apoiam a luta do professor Alberto Patishtán e exigem a sua liberação imediata.
Você também pode conferir o comunicado do Coletivo IK denunciando as mazelas nas quais vive o professor, assim como as torturas sofrida por ele (http://es.scribd.com/doc/85087211/Palabra-Colectivo-Ik-Confer-en-confe-Prensa-sobre-caso-Alberto-Patishtan)
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Transcrição do pronunciamento e abaixo-assinado

O caso do Professor Alberto Patishtán é um exemplo claro do grave problema da administração da justiça mexicana. O professor está preso desde o dia 19 de junho de 2000, sentenciado a 60 anos de prisão como coautor da emboscada e assassinato de policiais no município de El Bosque, em Chiapas - México. No contexto da sua prisão, Patishtán participava ativamente na vida política do seu município, denunciando a corrupção da câmara municipal, solicitando a destituição do prefeito e a criação de um Conselho Municipal.
Como parte da sua luta, a partir do interior da prisão, trabalhou pelo respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário de Chiapas. Como castigo à luta pela liberdade, e por defender os direitos humanos, Patishtán foi transferido no dia 20 de outubro de 2011, enquanto se encontrava em greve de fome com os “Solidários da Voz de Amate”, ao Centro Federal de Readaptação Social em Sinaloa – México -, aonde se encontra atualmente.
O governo do estado de Chiapas sempre negou que tenha solicitado essa transferência, no entanto, no expediente de amparo, oficio no qual o Secretário Geral do Governo de Chiapas, Noé Castañón León, solicitou a transferência “ao complexo penitenciário ‘Isla Marías’ ou a outro centro penitenciário fora do estado de Chiapas”, demonstrando claramente a intenção de afastá-lo da digna luta pela sua liberdade.
No dia 29 de fevereiro de 2012, o juiz Quinto do Distrito de Vigésimo Circuito na cidade de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, resolveu ordenar o regresso do professor Alberto Patishtán ao Centro Estatal de Reinsersão Social dos Sentenciados nº5, com sede em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, no qual se encontrava anteriormente, em restituição de seus direitos humanos violados.
Pela sua ação política antes da sua detenção e pelo seu trabalho de defesa dos direitos humanos desde o interior da prisão, o Professor Alberto Patishtán é um preso político, pelo qual as organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos e pessoas abaixo-assinantes exigimos ao Governo Mexicano a sua liberação imediata.

Assinam o pronunciamento a favor de Alberto Patishtán, 12 de março 2012

México
Centro de Derechos Humanos del Usumacinta, A.C.
Centro de Derechos Humanos Fray Juan de Larios, AC
Comisión de Asuntos Indígenas del Movimiento por la Paz con Justicia y Dignidad (MPJD)
Comunidad Indigena Purhepecha de Cheran
Colectivo Coyotic
Colectivo Ik
Colectivo La Voz de Abya Yala
Colectivo Venado Rebelde
Colectivo Votán Zapata
Comité Cerezo México
Fr. Tomás González Castillo, OFMFuerzas Unidas por Nuestros Desaparecidos en México (FUNDEM)
Fundación para la Justicia y el Estado Democrático de Derecho
Grupo de Trabajo No Estamos Todxs
Grupo Salud y Conciencia
La 72, Hogar - Refugio para Personas Migrantes
Kolectivo BoCa En BoCa. Chiapas
Maderas del Pueblo del Sureste, AC - Oaxac-Chiapas, México
Mujeres y la Sexta
Red Nacional de Organismos Civiles "Todos los Derechos para Todas y Todos " (Red TDT). La Red TDT estáconformada por 75 grupos de 22 estados de la República mexicana.
Las organizaciones que conforman la Red TDT son las siguientes:
  • Agenda LGBT (Asistencia Legal por los Derechos Humanos, A.C. (Distrito Federal)
  • Asociación Jalisciense de Apoyo a los Grupos Indígenas, A.C. (Guadalajara, Jal.)
  • Asociación para la Defensa de los Derechos Ciudadanos "Miguel Hidalgo", A.C. (Jacala, Hgo.)
  • Casa del Migrante Saltillo (Coahuila), Católicas por el Derecho a Decidir, A.C. (Distrito Federal)
  • Centro “Fray Julián Garcés” Derechos Humanos y Desarrollo Local, A. C. (Tlaxcala, Tlax.)
  • Centro de Apoyo al Trabajador, A.C. (Puebla, Pue.)
  • Centro de Derechos Humanos "Fray Bartolomé de Las Casas", A. C. (San Cristóbal de Las Casas,Chis)
  • Centro de Derechos Humanos "Fray Francisco de Vitoria O.P.", A. C. (Distrito Federal)
  • Centro de Derechos Humanos "Miguel Agustín Pro Juárez", A. C. (Distrito Federal)
  • Centro de Derechos Humanos “Don Sergio” (Jiutepec, Mor.)
  • Centro de Derechos Humanos “Fray Matías de Córdova”. A.C. (Tapachula, Chis)
  • Centro de Derechos Humanos de la Montaña, Tlachinollan, A. C. (Tlapa, Gro.)
  • Centro de Derechos Humanos de las Mujeres (Chihuahua)
  • Centro de Derechos Humanos, “Juan Gerardi” , A. C. (Torreón, Coah.)
  • Centro de Derechos Humanos Ñu’u Ji Kandií, A. C. (Tlaxiaco, Oax.)
  • Centro de Derechos Humanos Paso del Norte (Cd. Juárez)
  • Centro de Derechos Humanos Solidaridad Popular, A.C. (Monterrey, N.L.)
  • Centro de Derechos Humanos Tepeyac del Istmo de Tehuantepec, A. C. (Tehuantepec, Oax)
Centro de Derechos Humanos Victoria Diez, A.C. (León, Gto.)
  • Centro de Derechos Indígenas “Flor y Canto”, A. C. (Oaxaca, Oax.)
  • Centro de Derechos Humanos Toaltepeyolo (Tlilapan, Veracruz)
  • Centro de Derechos Indígenas A. C. (Bachajón, Chis.)
  • Centro de los Derechos del Migrante (DF)
  • Centro de Estudios Fronterizos y Promoción de los Derechos Humanos, A. C. (Reynosa, Tamps.)
  • Centro de Justicia para la Paz y el Desarrollo, A. C. (CEPAD) (Guadalajara, Jal.)
  • Centro de Reflexión y Acción Laboral (CEREAL-DF) (Distrito Federal)
  • Centro de Reflexión y Acción Laboral (CEREAL-Guadalajara) (Guadalajara, Jal.)
  • Centro Diocesano para los Derechos Humanos “Fray Juan de Larios”,A.C. (Saltillo, Coah.)
  • Centro Juvenil Generando Dignidad (Comalcalco, Tabasco)
  • Centro Hermanas Mirabal de Derechos Humanos (León, Gto.)
  • Centro Mexicano de Derecho Ambiental (Distrito Federal)
  • Centro Mujeres (La Paz, BC.)
  • Centro Regional de Defensa de DDHH José María Morelos y Pavón, A. C. (Chilapa, Gro.)
  • Centro Regional de Derechos Humanos “Bartolomé Carrasco”, A. C. (Oaxaca, Oax.)
  • Ciencia Social Alternativa, A.C. - KOOKAY (Mérida, Yuc.)
  • Ciudadanía Lagunera por los Derechos Humanos, A. C. (CILADHAC) (Torreón, Coah.)
  • Ciudadanos en Apoyo a los Derechos Humanos, A. C. (Monterrey, NL)
  • Colectivo Educación para la Paz y los Derechos Humanos, A.C. (San Cristóbal de Las Casas, Chis.)
  • Colectivo contra la Tortura y la Impunidad (Distrito Federal)
  • Comité Cerezo (Distrito Federal); Comisión de Derechos Humanos "La Voz de los sin voz" (Coyuca deBenítez, Gro.)
  • Comisión de Derechos Humanos y Laborales del Valle de Tehuacan, A.C. (Tehuacan, Pue.)
  • Comisión de Solidaridad y Defensa de los Derechos Humanos, A. C. (Chihuahua, Chih.)
  • Comisión Independiente de Derechos Humanos de Morelos, A. C. (CIDHMOR) (Cuernavaca, Mor.)
  • Comisión Intercongregacional "Justicia, Paz y Vida" (Distrito Federal)
  • Comisión Parroquial de Derechos Humanos “Martín de Tours”, A.C. (Texmelucan, Pue.)
  • Comisión Regional de Derechos Humanos "Mahatma Gandhi", A. C. (Tuxtepec, Oax.)
  • Comité de Defensa de las Libertades Indígenas (Palenque, Chis.)
  • Comité de Derechos Humanos Ajusco (Distrito Federal)
  • Comité de Derechos Humanos "Fr. Pedro Lorenzo de la Nada", A. C. (Ocosingo, Chis.)
  • Comité de Derechos Humanos "Sembrador de la Esperanza". A. C. (Acapulco, Gro.)
  • Comité de Derechos Humanos “Sierra Norte de Veracruz”, AC. (Huayacocotla, Ver.)
  • Comité de Derechos Humanos de Colima, No gubernamental, A. C. (Colima, Col.)
  • Comité de Derechos Humanos de Comalcalco, A. C. (Comalcalco, Tab)
  • Comité de Derechos Humanos de Tabasco, A. C. (Villahermosa, Tab)
  • Comité de Derechos Humanos y Orientación Miguel Hidalgo, A. C. (Dolores Hidalgo, Gto.)
  • Comité Sergio Méndez Arceo Pro Derechos Humanos de Tulancingo, Hgo AC (Tulancingo, Hgo.)
  • Frente Cívico Sinaloense. Secretaría de Derechos Humanos. (Culiacán, Sin.)
  • Indignación, A. C. Promoción y Defensa de los Derechos Humanos (Chablekal, comisaría delmunicipio de Mérida, Yuc.)
  • Iniciativas para la Identidad y la Inclusión A.C. (Distrito Federal)
  • Instituto Guerrerense de Derechos Humanos, A. C. (Chilpancingo, Gro.)
  • Instituto Mexicano de Derechos Humanos y Democracia (Distrito Federal)
  • Instituto Mexicano para el Desarrollo Comunitario, A. C. (IMDEC), (Guadalajara, Jal.)
  • Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Occidente, - Programa Institucional de DerechosHumanos y Paz. (Guadalajara, Jal.)
  • Oficina de Defensoría de los Derechos de la Infancia A.C. (Distrito Federal), Programa de DerechosHumanos. Universidad Iberoamericana-Puebla (Puebla, Pue)
  • Programa Universitario de Derechos Humanos. UIA –León (León, Gto.)
  • Proyecto de Derechos Económicos, Sociales Y Culturales (Distrito Federal)
  • Promoción de los Derechos Económicos, Sociales y Culturales (Estado de México)
  • Respuesta Alternativa, A. C. Servicio de Derechos Humanos y Desarrollo Comunitario (San LuisPotosí, S.L.P.)
  • Servicio, Paz y Justicia de Tabasco, A.C. (Villahermosa, Tab.)
  • Servicio, Paz y Justicia, México (SERPAJ-México) (Comalcalco, Tab.)
  • Servicios de Inclusión Integral, A.C. (Pachuca, Hidalgo)
  • Taller Universitario de Derechos Humanos, A. C. (Distrito Federal).
La Red por la Paz Chiapas
Las organizaciones que conforman la Red por la Paz Chiapas son las siguientes:
  • Centro de Derechos Humanos Fray Barolomé de las Casas
  • Centro de Derechos Indígenas (CEDIAC)
  • Centro de Derechos de la Mujer Chiapas
  • Centro de Investigaciones Económicas y Políticas para la Acción Comunitaria (CIEPAC)
  • Comité de Derechos Humanos Fray Pedro Lorenzo de la Nada
  • Comisión para la Reconciliación Comunitaria (CORECO)
  • Desarrollo Económico y Social de los Mexicanos Indígenas (DESMI)
  • Educación para la Paz (EDUPAZ)
  • Enlace, Capacitación y Comunicación (Ocosingo y Comitán)
  • Servicios y Asesoría para la Paz (SERAPAZ)
Resistencias Enlazando Dignidad-Movimiento y Corazón Zapatista
Red Solidaria Década contra la Impunidad
Regional Surponiente-DF
RvsR Chiapas
Secretariado del Tribunal Internacional de Conciencia de los Pueblos en Movimiento
Servicio Internacional de Solidaridad con los Pueblos de América Latina "Oscar A. Romero" SICSAL-México
Somos Suplemento panóptico, del Estado de Querétaro
Alemania
La Coordinación Alemana por los Derechos Humanos en México
Las organizaciones que conforman la Coordinación Alemana por los Derechos Humanos en México son lassiguientes:
  • Amnesty International, Deutsche Sektion,
  • Brot für die Welt, Stuttgart
  • CAREA e.V., Berlin
  • Fachhochschule für Sozialpädagogik, Hamburg
  • FIAN, Deutsche Sektion:
  • INIMEX - Initiative Mexiko
  • Menschenrechtsreferat des Diakonischen Werkes der EKD, Stuttgart
  • Mexiko-Initiative, Köln/Bonn
  • MISEREOR, Aachen
  • Missionsprokur der deutschen Jesuiten, Nürnberg
  • Missionszentrale der Franziskaner, Bonn
  • Ökomenisches Büro für Frieden und Gerechtigkeit e.V., München
  • Pax Christi (Solidaritätsfonds Eine Welt), Düsseldorf
  • Peace Brigades International deutscher Zweig e.V., Hamburg
  • Promovio e.V.
Catalunya
La Reus, Cultural i Solidària per la Pau, Reus
Estado español
Confederación General del Trabajo (CGT)
Grupo IRU
Radio Zapatista, colectivo de California y Chiapas
Red Libertaria Apoyo Mutuo
Estado español
Associació Cultural el Raval "El Lokal", Barcelona
La plataforma Vasca de Solidaridad con Chiapas de Bilbao (Euskalherria)
Red de Apoyo Zapatista de Madrid (RAZ)
Francia
Association Espoir Chiapas / Esperanza Chiapas, Francia
ICRA International
Suiza
Association d'appui aux Peuples Autochtones des Amériques ( AapaA ) Lausanne, Suiza.
Brasil
Kolectivo BoCa En BoCa, Brazil
Colectivo lusófono de Diário Liberdade, portal anticapitalista de Galiza y de los pueblos lusófonos
Estados Unidos
El Comité de Apoyo a Chiapas
El Kilombo Intergálactico, Durham, Carolina del Norte
Jornaleros Unidos de Nueva York
Movimiento por Justicia del Barrio, La Otra Campaña Nueva York
Nueva Zelandia
Wellington Zapatista Support Group, Wellington New Zealand
Reino Unido
Colectivo London Mexico Solidarity
Kolectivo BoCa En BoCa, Ingles.
Dorset Chiapas Solidarity Group,
Suecia
Movimiento Sueco por la Reconciliación (SweFOR)
Individuais
Fray Raul Vera, O.P., Obispo de Saltillo.
Magdalena Gómez, México
Javier Sicilia, México
Guillermo Villaseñor, México
Rafael Landerreche, México
Luz Rodríguez, México
Mercedes Olivera Bustamante, México
Julieta Hernández, México
Camilo Pérez Bustillo profesor-investigador del Posgrado de Derechos Humanos de la Universidad Autónoma de la Ciudad de México (UACM)
Paloma Cecilia Suazo Jara, Chile
Mónica Lorenzo Mendoza, México
Stefanie Kern, Alemania
Gaspar Morquecho, México
Juan López Villanueva, México
Nadia López Ruiz, Bilbao (Euskalherria)
Marìa Magdalena Lôpez Paulino, México
Alberto Coria, México
Christine Hoedl, México
Delfino Barrios, México
Ma del Carmen Silva Barrios, México
Eusebio García Gonzàlez, México
Gustavo Esteva, México
Silvestre Alberto López, México
Claudia Torres Roux, México
Evangelina Iturbe Clavellinas, México
Adriàn Fernandez Vega Torres, México
Patricia Vega, México
José L. Humanes Bautista, estado español
José Mª Olaizola Albéniz, estado español
José Aviles Arriola s.j, Centro de Derechos Indignas A. C, Chiapas
Mariana Mora, México
Rita Valencia, Reino Unido
Ángel Poyato, Plataforma de Solidaridad con Chiapas y Guatemala de Madrid, España
Agustín Tortosa Ballestero, Plataforma de Solidaridad con Chiapas, Oaxaca y Guatemala, España
Laura Redal Merino. Plataforma de Solidaridad con Chiapas, Oaxaca y Guatemala, España
Michael Cropley, Edinburgh Chiapas Solidarity Group (grupo de solidaridad Edimburgo-Chiapas), Escocia
Julie Webb-Pullman, New Zealand
Christopher Hamilton, London Mexico Solidarity Group, Londres, Reino Unido
Julien Pla, Hyeres Francia
Jean-Claude THUMERELLE, Belgica
Marie Dominique Pourcel, Saint Martin Labouval, Francia
Roland Rapin, Suiza
Djamal Benmerad, Periodista, Belgica
Thomas Karin, Durbuy, Belgica
Le Roy Perrine, Hanoi, Vietnam
Gisèle Lubarda, Francia
Anita Duroure, Saint-Cyprien, Francia
Catherine Wielant, Silly Belgica
Jacques Mandine, Saint Cyprien, France

Há 129 anos, Marx está mais próximo que nunca

140312_karlmarxVermelho - Em 14 de março de 1883 faleceu Karl Marx, filósofo e economista alemão, cuja obra e influência transcendem até hoje, como previu ante sua tumba Friedrich Engels, fiel amigo e co-fundador do socialismo e do comunismo científicos.

Vítima há meses de uma doença pulmonar, sua morte ocorreu em Londres, serenamente como se estivesse dormindo, e foi enterrado em 17 de março junto a sua esposa Jenny, falecida de câncer em 2 de dezembro de 1881.
Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Tréveris (cidade da Prússia renana); estudou nas universidades de Bonn e Berlin, Direito, História e Filosofia; escreveu em vários meios de imprensa, e submeteu sua análise e crítica às ideias filosóficas, econômicas e políticas precedentes.
Sua concepção materialista e dialética, quanto à filosofia e a sociedade, levam-no a fundar junto a Friedrich Engels (1820-1895) uma nova doutrina ideológica.
Marx era, antes de mais nada e, sobretudo, afirmou Engels, um revolucionário; o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo... e morre venerado, amado, chorado por milhões de operários semeados por toda a órbita, desde as minas da Sibéria até a ponta da Califórnia.
E bem posso dizer com orgulho – asseverou – que, se teve muitos adversários, não conheceu seguramente um só inimigo pessoal.
Assim continua até nossos dias tudo o referente a Karl Marx, venerado por milhões e repudiado por outros que tratam de minimizar seu prestígio para além dos tempos e da lógica.
Sua vida esteve intimamente unida ao movimento operário e à criação da doutrina denominada marxista, a que mais prevaleceu desde então, incluídas suas variantes, não só no proletariado, senão entre as forças de esquerda e socialistas em geral.
Uma boa parte de seus esforços dedicou-os à ciência econômica e a demonstração de sua descoberta a respeito da mais-valia.
É autor de numerosas obras, algumas em colaboração com Engels, como A sagrada família, A ideologia alemã e o Manifesto Comunista.
Entre as mais notáveis suas estão, Contribuição à Crítica da Eeconomia Política (1859) e O Capital (tomo I, 1867); outros textos neste campo foram publicados postumamente.
Marx e Engels fundaram sua amizade em 1844, em Paris, onde residia o primeiro, e depois de afiliar-se à sociedade secreta Liga dos Comunistas e assistir a seu 2º Congresso (1847), redigiram a petição do agrupamento o Manifesto (1848), sem dúvida um importante documento.
"Um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo. Todas as forças da velha Europa se uniram em uma Santa Aliança para conjurá-lo...", começa o texto e termina com a exortação "Proletários de todos os países, uni-vos!"
Foi também o mentor da Associação Internacional dos Trabalhadores (1864-1872), a 1ª Internacional, criada em Londres em 28 de setembro de 1864; escreveu seu primeiro Manifesto e diversos acordos, declarações e apelos.
Suas maiores contribuições radicaram no campo teórico, segundo expressou Engels ante sua tumba.
Bem como Darwin descobriu a lei da evolução da natureza orgânica, Marx descobriu a lei pela qual se rege o processo da natureza humana e a especial que preside a dinâmica do regime capitalista de produção e da sociedade burguesa engendrada por ele (a lei da mais-valia).
"A primeira", explica-a Engels com palavras simples: "até ele aparecia soterrado baixo uma fumaça ideológica que o homem precisa acima de tudo, comer, beber, ter onde habitar e com que se vestir, antes de dedicar à política, à ciência, à arte, à religião".
Ou, seja, a produção dos meios materiais e imediatos de vida, o grau de progresso econômico da cada povo ou da cada época – destaca –, é a base sobre a que depois se desenvolvem as instituições do Estado, as concepções jurídicas, a arte e inclusive as ideias religiosas das pessoas desse povo ou dessa época.
À luz de seu método, denominado materialismo histórico, escreveu três obras com respeito à história francesa: As lutas de classes na França de 1848 a 1850, O 18 Brumário de Luis Bonaparte e A guerra civil na França (1870-1871).
Não obstante o desaparecimento da União Soviética e do chamado Campo Socialista no final do passado século, milhões de pessoas estão convencidas que "um espectro percorre o Mundo: o espectro de Karl Marx", parafraseando o Manifesto Comunista.
Desde 2003, Havana foi sede de várias conferências internacionais com o título Karl Marx e os Desafios do Século 21, com a participação de numerosos cientistas sociais de diversa procedência.
"Hoje Marx e Engels estão mais próximos que nunca, porque nunca como agora tem sido o capitalismo tão voraz e destruidor", sustenta a professora cubana Isabel Monal, uma das organizadoras do foro e da revitalização de suas ideias.
Prêmio Nacional de Ciências Sociais (1998), Isabel é Doutora em Ciências Filosóficas, diretora da Cátedra de Estudos Marxistas, do Instituto de Filosofia, e diretora da revista Marx Agora.
Conta em seu aval os estudos realizados na Universidade de Havana, cursos em Educação e em Filosofia, no San Francisco State College e em Harvard, Estados Unidos; bem como trabalhos de investigação na Universidade de Humboldt, da Alemanha.

Fonte: Prensa Latina

Os ruralistas e o hidronegócio

  Roberto Malvezzi (Gogó)  no CORREIO DA CIDADANIA 

“Hidronegócio, literalmente o negócio da água”. É assim que o verbete do Dicionário da Educação do Campo (Fiocruz e Movimentos Sociais) define toda atividade econômica que tem a água como sua principal mercadoria. A agricultura industrial consome 70% da água doce utilizada no mundo, portanto, é a principal atividade econômica interessada na água.

Estamos próximos da Semana Mundial da Água e, em Marselha, acontece o 6º Fórum Mundial da Água. É o encontro do capital da água, junto com representações governamentais e organismos multilaterais como FMI e Banco Mundial. Como já denunciava Ricardo Petrella em 2002, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, é a reunião da “Oligarquia Internacional da Água, que gera um novo discurso da privatização, mercantilização, como remédio para o que chamam de escassez da água”. A sociedade civil, como sempre, costuma fazer um contraponto paralelo ao evento.

Curioso que uma das representações brasileiras no evento é a senadora Kátia Abreu. Agora a CNA é membro do Fórum Mundial da Água. Por aí já se pode ver quem são seus componentes. E ela disse textualmente que estará lá para “propor um debate em nível mundial sobre a proteção das nascentes, de margens de rios e das áreas de recarga dos aqüíferos que, no Brasil, se chamam Áreas de Preservação Permanente (APPs). São áreas frágeis, de preservação obrigatória, das quais depende o bom funcionamento do ciclo hidrológico. O lançamento ocorrerá durante palestra da presidente da CNA sobre o tema “Agronegócio Brasileiro: Construindo Soluções para Proteção e Uso Sustentável da Água no Campo”, das 12h às 13h45, no Pavilhão Brasil, onde mais de 40 instituições públicas e privadas brasileiras apresentarão seus projetos de responsabilidade ambiental” (Assessoria Comunicação CNA).

Oras, quem é que está propondo a consolidação agrícola das áreas de preservação permanente nas mudanças do Código Florestal? Quem quer mudar a lei para não pagar a multa de mais de oito bilhões em crimes contra as áreas de preservação permanente? Quem quer consolidar a ocupação dos morros? Quem está devastando o Cerrado no oeste baiano e eliminando rios e nascentes? Quem está acabando com o Taquari no Pantanal e assim inundando áreas que antes eram apenas sazonalmente inundadas? Enfim, quem é essa senadora que vai a Marselha defender a preservação de nascentes, beiras de rios e demais áreas que tanto lutamos para que efetivamente sejam preservadas?

Há tempos denunciamos no documento “As Perspectivas do Agro e Hidronegócios no Brasil e no Mundo” os caminhos do agronegócio brasileiro. Por ali já podíamos delinear que o capital no campo avançaria não somente em busca de solos, mas pelos caminhos das águas. A super-exploração de mananciais de superfície e subterrâneos pelos irrigantes segue sem nenhum controle real, como se passa em todo oeste baiano. Aqui em Juazeiro, a quantidade de água utilizada pela AGROVALE para irrigar cana é uma caixa preta a sete chaves.

Portanto, o lugar da senadora é mesmo em Marselha. Estará em casa. Só que a prática de quem ela representa é o avesso de seu discurso.

A cara de pau da senadora é mais dura que estaca de aroeira.


Roberto Malvezzi (Gogó) possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.