sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Horizonte Perdido: a hipocrisia do debate educacional


Escrito por Wellington Fontes Menezes no Correio da Cidadania   
"Há muita gente que tem se acostumado com lugares piores do que este – observava Bernard no
fim da primeira semana passada em Shangri-La; era, sem dúvida,
uma das muitas lições que estava aprendendo".
(James Hilton, "Horizonte Perdido", 1933)
 
Um discurso vazio
 
Em "Horizonte Perdido" (1933), James Hilton descreve o desvelo do mito da terra prometida e ficcional de Shangri-La, um lugar com cenas paradisíacas em algum ponto do Tibete onde se encontraria a fartura da saúde e da felicidade. Na esteira da Shangri-la da retórica brasileira, o atual debate sobre a Educação Básica pública oscila entre um rocambolesco discurso tecnicista meritocrático e os idílicos suvenires protocolares dos gabinetes de burocratas de ONGs, técnicos ou acadêmicos a anos-luz da realidade.
 
Indiferente ao processo de formação básica de seu povo, a ação governamental está movida por uma praxe neoliberal de privatizar o debate educacional em ONGs ou entidades similares. O resultado é o destilar de retóricas pueris com resultados meramente protocolares e burocráticos.
 
Empresas privadas disfarçadas de agentes sociais e ventiladas pela onda neoliberal, com raras exceções, as tais ONGs trabalham com dois objetivos fundamentais: a manutenção de seu espaço de lucratividade (atrelada com ações de marketing para sua própria sobrevivência financeira) e o debate da praxe do onanismo de projetos simplistas, idílicos, surrealistas ou de inviável execução na prática (geralmente é algum dourar da cereja de um bolo apodrecido). O Estado, em especial no governo tucano paulista, além de culpar simplesmente a classe docente pelo descalabro abissal, procura muito mais justificar as deficiências do sistema com a aplicação de remendos demasiadamente limitados e inadequados à severa crise que se instalou na Educação Básica. O resultado bem conhecido é a perpetuação da hecatombe educacional pública.
 
Coagidos pelo pragmatismo do desencanto do mundo ao estilo weberiano, perdidos em lutas internas fratricidas intestinais, os sindicatos ligados à educação se enrijeceram e se tornaram burocratizados, perdendo o rumo de sua ação para além da reivindicação dos soldos proletários. Exceto por alguns programas pífios e paliativos, a desarticulação entre universidades, sindicatos e secretarias de Educação dos estados é outro fator que impede uma construção realística de novos e urgentes projetos pedagógicos.
 
No momento em que a ideologia neoliberal adentra na sociedade como um valor de uma perversa moral, a meritocracia invade a fala ressonante de "policemakers", técnicos, professores e acadêmicos. A Educação deixa de ser um valor humanitário fundamental para se tornar uma competição capitalista entre seus agentes: a meritocracia é o mais perverso engodo neoliberal que se alojou na cultura do debate educacional. Para o riso amarelo de seus defensores, tudo se resolveria com a aplicação de provas de mérito e exames de verificação da tal "qualidade". Não fazendo coro ao hipócrita discurso do tecnicismo meritocrático, não se pode cobrar coisa alguma de uma mera miragem. A sintética e asséptica punição não contribui em absolutamente nada no desenvolvimento do ser humano.
 
Uma trágica miragem
 
O sistema de Educação Básica público é uma miragem, aliás, uma trágica miragem. Entre provas e mais provas de suposta "aferição pedagógica", anualmente é depositado um enorme volume do erário público em pesquisas débeis e inúteis, além de uma miríade de processos de verificação da tal "qualidade", dos quais se sabe o resultado previamente. Bom para o caixa de ONGs e empresas que aplicam provas dos sistemas meritocráticos de "qualidade total" em vultosos contratos com o governo.
 
Como se estivéssemos numa Suécia morena dos trópicos, a dispersão das provas meritocráticas no exaurido sistema educacional se tornou tão sintomática que pipocaram saltitantes as tais "olimpíadas dos saberes" (nas Ciências Exatas, Humanas e Biológicas). Na lógica da competição "educacional", em tudo quanto é campo do saber, tem-se uma "olimpíada" a ser competida pelos alunos.
 
Não se admira quando a BOVESPA cria um programa que ensina alunos a investirem na bolsa de valores! A "BOVESPA vai à escola" é um programa de uma aviltante excrescência! A proletária periferia paulistana agradece a nobre gentileza dos homens da impune fluidez do capital! A lição é simples, deslocar o parco dinheiro embutido no FGTS dos futuros proletários para a aplicação em ações das próprias empresas pelas quais eles mesmos são espoliados diariamente. Bela lição aos futuros "micro-investidores" do Jardim Ângela, Cidade Tiradentes ou Paraisópolis! Coisas da violência simbólica que faria até mesmo Adam Smith corar a face de vergonha!
 
Aos destroços de um sistema falido, soma-se a complacente ação da Big Mídia que, além de ser conivente com o neoliberalismo, emite na sociedade um discurso maquiavélico que privilegia a competição irracional em detrimento do caráter humanitário da educação. Logo, como subprodutos da falência do sistema público de Educação Básica, são emanados os parcos valores da sobrevivência no "mundo-cão" da competição desenfreada, no mais puro destilar do darwinismo social. O resultado é bem conhecido: a falência total de um sistema público de Ensino Básico, com alunos que saem das escolas muito próximos da mera e humilhante condição de analfabetos funcionais.
 
Para o retumbante fracasso no sistema público educacional, muitos defensores neoliberais, técnicos burocratas e resignados da esquerda pragmática se refugiam em simplistas e estapafúrdias desculpas do nosso anacrônico histórico de desigualdades sociais. A insistência para um novo modelo de educação é necessária ainda em pleno século XXI, num país que vive tempos midiáticos de neomilagre econômico (com taxas de crescimento próximas às do período dos governos militares).
 
Seres humanos não podem continuar a ser tratados como meras mercadorias. A lógica do descarte humano é um valor atroz que prevalece na sintonia fina entre mercado e ação governamental. Por mais bizarro que qualquer leitor desatento possa imaginar, o discurso neoliberal é construído com um vil destilar de cinismo nas falidas políticas educacionais. Grande parte das unidades escolares públicas é maquiada em perdulárias propagandas governamentais, já que parte significativa dessas escolas se constitui em antros de medo, insegurança e selvageria de coação moral e física. Exceto algumas ilhas que ainda estão na sobrevida do balão de oxigênio, o resultado real nas políticas educacionais é o desleixo do Poder Público pelo seu povo, sobretudo de menor poder econômico, dentro de uma sociedade movida pelas matrizes da ética do consumo.
 
Um turvo horizonte
 
O Paraíso sempre propalado em belos debates sobre o vazio se perdeu de vista. Ao contrário dos maquiladores de plantão, que sempre surgem do caos com seus sórdidos discursos franciscanos, que visam minimizar o caos atávico do sistema público. Defender um sistema sabidamente apodrecido é compactuar com uma política de exclusão de gerações de seres humanos, que são enganadas dentro de verdadeiras cadeias prisionais que muitos ainda insistem em chamar de unidades escolares.
 
Com o descaso governamental, a instituição das frágeis franquias familiares e a ética do consumo que majora os valores pessoais e sociais na pós-modernidade, é preciso compreender o caquético papel caricatural que possui a escola pública. Falida e débil, a Educação Básica pública apenas cumpre um burocrático papel de expedição de diplomas. Como prêmio de consolação, aos que sobreviveram a este processo de saturação do ser humano, pode-se ganhar eventualmente um mimo governamental, como uma vaga derivada de uma controversa política de cotas em universidades públicas ou uma bolsa de estudo em alguma faculdade privada de Ensino Superior de qualidade duvidosa, mas sedenta pelos louros do patrocínio governamental. A Educação brasileira é um grande arremedo arrastado de programas e ações governamentais díspares, desconexas e eleitoreiras.
 
De forma direta ou indireta, o mercado dita as regras e as políticas a serem supostamente implementadas pelo Poder Público. Torna-se ridículo o cínico discurso de muitas ONGs, como a marqueteira "Todos pela Educação", fomentada por grandes grupos econômicos e pousando com um querubim supostamente assistencialista, preocupado com a Educação no país. Naturalmente, se realmente tais grupos empresariais estivessem tão preocupados com a Educação (o tal mote da "responsabilidade social empresarial"), da mesma forma como o estão quando se trata de ganhar obscuros processos de licitação nas três esferas de poder, por exemplo, poderiam usar seus poderosos lobistas para pressionarem políticos a encararem a Educação Básica como projeto fundamental de governo de qualquer sigla partidária.
 
Longe de algum horizonte da propalada Shangri-La, entre tantas maravilhas contemplativas importadas de modelos educacionais estadunidenses, europeus ou asiáticos, a ocuparem o espaço inutilmente sem observarem a realidade local, o tempo passa e o faz-de-conta continua sendo a palavra de ordem. Enquanto o debate sobre a Educação é visto pela ótica da desfaçatez e da rapina do mercado, continuará a sangria de dinheiro público escoado pelo ralo, com gerações de alunos sendo conduzidas como fardo social e professores-fordistas tratados como animadores proletariados de salas de aula lotadas até a entrega das notas do final de cada ano letivo.
 
Aliás, cada ano letivo do Ensino Básico público é mais uma miragem para ser computada em belas estatísticas educacionais, posteriormente usadas a bel-prazer de interesses eleitoreiros dos governantes.
 
Wellington Fontes Menezes é mestrando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), bacharel e licenciado em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Rede Pública do estado de São Paulo.
Contato: wfmenezes@uol.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

Quem é esse bravo povo palestino!

Rosa Minine no sitio A Nova Democracia  
 A Nova Democracia, visitou a Saara, o maior centro comercial ao ar livre do Brasil, no Rio de Janeiro, e conversou com Salim Kalaum. Trata-se de um libanês, naturalizado brasileiro, de 54 anos de idade, que vive no Brasil desde os seis meses de vida. Estudioso e interessado nos assuntos relacionados à Palestina, ele ministra palestras em universidades.

Formado em direito, o comerciante diz conviver bem com palestinos e judeus, deixando claro que não fala contra o judaísmo e nem contra o judeu e sim contra o sionismo: "Tenho muitos amigos judeus que me abraçam e beijam. Tomamos cafés juntos e convivemos malhavilhosamente bem. Não sou contrário aos judeus, simplesmente não concordo com o que alguns deles estão fazendo na Palestina".

Sobre a questão dos judeus, que estão na Palestina, alegarem ser os verdadeiros donos da terra, Salim tem um ponto de vista definido: "Eu tenho direito espiritual e histórico em Meca, porque sou descendente do sultão Saladino, que libertou Jerusalém dos Cruzadas. Entretanto, não vou voltar para o Líbano, exigindo que todos que lá estão saiam, com a alegação de que minha família governou a região há 500/700 anos".

A Palestina é uma região, que nunca foi reconhecida pela ONU como país, com a mesma formação étnica de qualquer outro país da Península Arábica, como o Líbano e a Síria, entranhada entre o deserto da Jordânia e as montanhas do Líbano, tendo ao sul o deserto de Neguevi e a península de Sinai no sudoeste. O seu oeste tem saída para o Mediterrâneo.

Muitos dos palestinos são na verdade judeus que se converteram a outros credos, ou seja, são descendentes de judeus que se converteram ao cristianismo ou ao islamismo, já que o judaísmo não é um território e sim uma religião.

Com o êxodo ou imigração dos judeus durante o império romano, começou a acontecer uma grande conversão ao cristianismo, que se expandiu por toda Europa. Por essa ocasião, muitos que eram judeus deixaram de sê-lo e outra parte imigrou por todo o mundo. Todos os povos daquela região sofreram uma integração política religiosa. Com essa mistura religiosa, todos possuem santuários na região. O muçulmano tem o santuário de Meca, a igreja da natividade e outros. Os cristãos também têm os seus lugares considerados sagrados.

Os judeus ou hebreus exerceram, sem sombra de dúvida, uma grande influência religiosa na região, contribuindo para o surgimento do cristianismo e do islamismo. Mas isso não quer dizer que sejam os donos daquelas terras.

Na verdade, a terra por excelência não tem dono, sendo daquele que está presente. Esses são os palestinos, porque estavam no local quando os judeus chegaram.

Se cabe a alegação de que seus ancestrais viveram por lá, então também deveriam levar em consideração que os mesmos podem ser ancestrais dos palestinos que se converteram. Ele vê o palestino como um forasteiro, o que na verdade não é. É um judeu ou hebreu de outrora. Um semita como o próprio hebreu, assim como os fenícios, assírios, caldeus e todos aqueles povos.

A palavra hebreu, como também é conhecido o povo judeu, significa: nômade, travessa, semita, ou seja, sem residência fixa, que anda pelo mundo. Eles não viviam sós na Palestina, como também no Líbano, Iraque, em toda aquela região, chegando a uma base de 15% da população da região conhecida como Oriente Médio.

Se os judeus não tivessem o apoio das grandes nações imperialistas, creio que jamais iriam para a Palestina. Na verdade, são os donos do comércio, indústria e grandes bancos da Europa, enquanto que os palestinos não são nada, por esse ponto de vista. A verdade é que os judeus foram induzidos a ir par o Oriente Médio e lá receberam forças para criar um partido e derrubar o poder que existia.
O palestino não faz um atentado por gostar de morrer ou matar, mas porque foi instigado indiretamente pelo próprio governo de Israel. Se ele atirou primeiro no judeu,é porque o mesmo o expulsou de seus lares e ficou com os seus despojos
No final da Segunda Guerra Mundial, os países que integravam a ONU, em sua maioria, os que comandam ou imperam o mundo, induziram o povo judeu a ir para a Palestina e lá formar um lar nacional, sendo assim protegidos de situações como a que passaram durante a guerra, quando milhares de judeus morreram em situações impiedosas. Na verdade, os judeus, apesar de poderosos financeiramente em todo o mundo, sempre foram discriminados. É bem certo que os judeus começaram a emigrar para a região da Palestina entre as duas grandes guerras mundiais, a princípio, como simples comerciantes, encontrando as portas abertas, mas, foi quando surgiu o movimento da ONU, de formação de um estado sionista dentro da Palestina, que a coisa esquentou. Vale lembrar que imigraram por todo Oriente Médio, pois, até 1948, de 10 a 15% da população de Beirute, capital do Líbano, por exemplo, era judia.

O feudalismo parou na Europa, mas continuou no Oriente Médio, com o povo palestino. Sem nenhuma ajuda política e apoio de alguma espécie para encarar uma grande nação, que era a Inglaterra, porque apoiava os judeus, os palestinos mediram as suas espingardas e pedras com os armamentos pesados das nações capitalistas. Já os judeus, com o poder financeiro e o apoio da ONU, tinham tudo para tomar as terras que dizem ser de seus ancestrais.

Os palestinos estão altamente feridos e abandonados. Marginalizado pela própria situação política na região. Não tem vida social e infra-estrutura domiciliar. Foram expulsos de suas terras e espalhados por toda Península Arábica. Cerca de 600 mil encontram-se no Líbano, outros tantos na Síria, Jordânia e Egito. Ou seja, juntaram o povo, permitindo que se espalhasse o povo palestino.

Recentemente, os judeus decidiram em mesa redonda que só aceitam a volta de 100 mil palestinos. Qual o problema de Isaac conviver com Mamede, ou Jacó com Elias? E por que os judeus aceitam receber os palestinos para trabalhar, se recebiam uma base de 180 mil palestinos para trabalhar em seu território, em trabalhos braçais, e não podem recebe-los para morar?

Naturalmente que os judeus, geralmente formados nas melhores universidades da Europa, não querem pegar no tijolo, e isso fica a cabo do povo palestino. Vale lembrar que o palestino não pode dormir no local. Terminada a jornada de trabalho, tem que retornar imediatamente para Cisjordânia ou Gaza.

Acredito que os judeus têm todo o direito de fazer peregrinações e até de emigrar para qualquer país do mundo e lá se estabelecerem, desde que respeitem a legislação e cultura local. Entretanto, os que são sionistas não têm o direito de expulsar os que lá já estiverem tentando criar, assim como Hitler, uma raça ariana, pois o ponto de vista dos judeus é parecido com o nazista.

O que aconteceu é que a partir de 1948, centenas e milhares de palestinos foram expulsos de seus lares, ocupados por judeus que vieram da Europa e esse fato acabou gerando os atos de violência do momento.

Hoje, o palestino é visto como um terrorista nato, um marginal, mas a resposta é simples: vingança. Muitos deles viram o pai e a mãe morrerem, a casa ser destruída, o olival derrubado, cortado e pensando não ter mais nada a perder, reagiram desta forma. O palestino não tem índole má, como pode parecer para alguns. Não há casos de palestinos perseguirem qualquer homem de nacionalidade árabe ou ir até a Europa matar judeu. Há reações dentro da Palestina. Toda essa violência é apenas uma conseqüência do que foi decidido no final da Segunda Guerra Mundial, pelos países controladores do mundo. São 54 anos de luta do refugiado, que até 1948 era um cidadão palestino comum, sem que se encontrem uma solução política para o conflito. Quem tem sede de liderar instiga para um caminho sanguinário.

Quem paga com isso é sempre o povo. O soldado simples que vai para frente de batalha, e não aquele industrial, banqueiro e grande comerciante, que tem interesses no conflito. A única cidade realmente construída por eles, até 1948, foi Telavive, que se tornou a capital. Ali conviviam em paz com os palestinos antes de começarem a se apoderar de toda a terra e expulsá-los.

A parte da Cisjordânia foi ocupada em 1977, o que restou da Palestina, porque havia uma partilha e ali, por uma questão qualquer política internacional, não se chegou a um acordo, tanto de um lado quanto do outro.

O palestino médio pode até possuir algum grau de escolaridade, todavia ficará sempre aquém do judeu. Uma empresa americana, por exemplo, não vai investir pesado no Líbano ou na Jordânia, por serem áreas de risco. Já os judeus são os maiores empresários do mundo, com nacionalidades diferentes.

O judaísmo não é uma raça, mas uma religião. Muitos judeus nunca estiveram na região, ao mesmo tempo em que alguém da região que era judeu se converteu ao cristianismo e hoje não é mais. Assim, existem judeus americanos e europeus, a maioria poderosa financeiramente. Em Nova York vivem cerca de seis milhões de judeus, e entre eles estão americanos, alemães, franceses, ingleses, brasileiros e outros.

Se a questão é clemência, apoio aos judeus no sentido de voltarem às suas terras de origem e não mais serem perseguidos pelo mundo, então por que todos não emigraram para a região da Palestina, abandonando assim os seus grandes negócios na Europa e Estados Unidos?

A questão talvez seja deixar a região carregada e empobrecida, para assim poder explorar ainda melhor o petróleo, abundante na área.

Os vencedores da primeira guerra mundial estavam dominando o mundo e com isso os ricos judeus acreditaram que estava na hora de irem para onde quisessem, porque palavra de banqueiro não volta atrás, está aí o FMI governando o mundo, impondo regras para os dominados.

É comum de acontecer no mundo capitalista, a imposição de regras por parte dos países imperialistas ao resto do mundo, mas acredito que essas não prevalecerão, porque regras impostas não ficam para sempre.

Não pode existir Israel desta forma. Acredito que poderiam partir para a idéia da formação de um estado binacional. Eles foram infelizes em querer formar um estado teocrata. Caso viessem como imigrantes simples, para um convívio de paz com os palestinos, e formassem um estado binacional, a coisa não chegaria a esse ponto. Se as nações árabes tivessem formado uma união árabe, os judeus, apoiados pelo país que fosse, não iriam pensar em ir agredir a Palestina, não mexeriam em casa de marimbondos. Na época em que foi reconhecido o estado de Israel, em 1948, a Índia foi divida. Paquistão e Bangradeste, não existiam. Dividiram a Índia, assim como fizeram com os países árabes.

Esse conflito, além de toda a sua brutalidade, ainda pode levar a uma grande guerra mundial, desta vez com o uso de armamentos químicos, o que poderá ser um desastre para a humanidade".
Salim Kalaum é bacharel
em Direito e Comerciante
"O palestino é um povo semita, tendo sua origem na Península Arábica. A maioria dos palestinos é ligada à religião islâmica ou muçulmana e outra parte é formada por católicos hortodóxicos ou romanos, outros são pagãos. Muitos deles foram judeus que se converteram.
A situação de conflito no Oriente Médio é conseqüência da Segunda Guerra Mundial, que fortaleceu a idéia sionista do judeu voltar para a Palestina e, em 1948, fundar o Estado de Israel.
No mundo imperialista, o poderoso impõe regras, no entanto, acredito que essas são provisórias, porque regras impostas não têm efeitos perpétuos.

Quem paga por essa guerra é o povo palestino e também judeu, pois é o judeu simples que está na frente dos combates, morrendo, enquanto os grandes empresários sonham com o poder.
Na verdade o interesse é na região, talvez por causa do petróleo. É uma área cobiçada, tanto que os países imperialistas acharam interessante apoiar ali, a fundação do Estado de Israel."











Os bastidores humanos e sociais da Copa da Africa-2010


África do Sul - Enquanto a copa cega e ensurdece o mundo
  • O salário de um operário sul-africano equivale a aproximadamente R$ 350,00.
  • Segundo relatórios da ONU, a África do Sul é um dos dez países com maior desigualdade de renda no mundo.
  • 79,8% da população sul-africana é composta de negros, 9,1% de brancos,  8,9% de mestiços e 2,1% de hindus e asiáticos.
  • 44% da população desse país vive na zona rural.
  • Mas 5,7 milhões de pessoas (mais de 10% da população) estão infectadas pelo vírus HIV (Aids). A cada ano são 500 mil novos casos, 20% deles entre crianças. Estudos contabilizam uma média de mil mortes por dia em decorrência da doença.
  • 27% da população está desempregada. 65% dos desempregados tem menos de 35 anos de idade.
  • Na África do Sul ocorrem em média 28 mil assassinatos ao ano, número quase absoluto entre as populações mais empobrecidas.
  • Dados do Banco Mundial apontam que 34% dos sul-africanos vivem com menos de dois dólares por dia (menos de R$ 4,00).
  • Apenas 5% dos negros sul-africanos conseguem chegar à universidade.
  • Para a organização da copa do mundo de futebol, no país, foram desembolsado aproximadamente R$ 4,5 bilhões.
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Sul-africanos protestam contra o desrespeito e a exploração
Em sua luta contra o Apartheid1 o povo sul africano agitava a palavra de ordem "Amandla Ngawethu", que quer dizer "Todo poder ao povo!" no idioma zulu.Após décadas de luta, o povo sul-africano não conquistou o poder nem liberdade. Num país massacrado pela rapina imperialista, a bilionária copa do mundo de futebol movimenta outros bilhões em patrocínio, especulação de grandes empresas e ainda mais exploração do povo daquele país.

Desde as vésperas da copa milhares de trabalhadores se levantaram em combativas greves e protestos, revelando à força a África do Sul que as câmeras do monopólio das comunicações imperialista tenta a todo custo ocultar.
Em meados de maio último, poucas semanas antes da copa, os servidores públicos entraram em greve na África do Sul. O mesmo ocorreu com  os trabalhadores dos transportes e  os da estiva (carregadores dos portos) que interromperam durante dias as exportações de metais, carros, frutas e vinho para a Europa e a Ásia, assim como as importações de peças de veículos e combustível, provocando grande prejuízo às grandes empresas imperialistas sediadas no país. Com isso eles ainda impediram a chegada de diversos equipamentos esperados para a realização da copa no país. Os operários afirmavam através de suas combativas ações que sem o cumprimento com seus direitos não haveria copa.

A greve nos transportes durou mais de três semanas
e só foi encerrada com a promessa de atendimento das reivindicações dos trabalhadores.

Faltavam duas semanas para o início da copa quando, em 26 de maio,
os 16 mil funcionários da Eskom, companhia de energia elétrica da África do Sul, entraram em greve reivindicando aumento salarial de 18%.

No dia 17 de maio,
o sistema ferroviário nacional da África do Sul foi paralisado pela greve dos trabalhadores desse setor. Quando a greve completou seu nono dia quatro composições da Metrorail Gauteng foram incendiadas em Parktown, uma das principais estações do sistema urbano de Johannesburgo. Os trens ficaram completamente destruídos, provocando um prejuízo de 15 milhões de rands à empresa (cerca de R$ 3,55 milhões). Os empresários das ferrovias correram à imprensa para acusar os trabalhadores ferroviários e seu sindicato. Os poucos depoimentos de trabalhadores ferroviários sul-africanos divulgados denunciam os baixos salários e o desrespeito aos direitos trabalhistas.

Em 30 de maio, quando faltavam menos de duas semanas para o início da copa,
os operários organizados pelo Congresso dos Sindicatos Sul-Africanos - Cosatu entraram em greve contra o alto preço do fornecimento de eletricidade e o alto custo de vida.

Em 31 de maio
os motoristas de ônibus de Johannesburgo entraram em greve contra as péssimas condições de trabalho e baixos salários. Esta foi a segunda paralização de rodoviários em maio. Além das reivindicações econômicas os trabalhadores exigiam o reconhecimento de seu sindicato Samwu. Como não tiveram suas reivindicações atendidas, os motoristas de ônibus paralisaram novamente o trabalho no primeiro dia dos jogos da copa como forma de pressionar os patrões pelo cumprimento de suas promessas de melhora das condições de trabalho.

Após o jogo entre Alemanha e Austrália, na madrugada do dia 13 de junho,
cerca de trezentos funcionários que trabalhavam em diversas funções nos estádios realizaram um combativo protesto. Eles haviam sido enganados pela organização da copa que pagou 190 rands (aproximadamente R$ 45) dos 1,5 mil rands (cerca de R$ 350) prometidos. A polícia atacou os manifestantes com disparos de balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e cassetetes e prendeu dez pessoas. Os trabalhadores por sua vez responderam com pedras e garrafas contra a tropa de choque.

Já na Cidade do Cabo, momentos antes do jogo entre Itália e Paraguai,
aproximadamente 100 funcionários contratados para organizar as torcidas abandonaram seus postos de trabalho em protesto contra a falta de pagamento.

No dia 16 de junho centenas de
trabalhadores da copa, pescadores locais, mulheres, estudantes, e representantes de sindicatos reuniram em Durban para protestar contra as condições de trabalho e a carestia de vida.

No mesmo dia
os funcionários responsáveis pela segurança de quatro estádios iniciaram uma greve reivindicando melhores salários. A paralisação atingiu os estádios Ellis Park, em Johanesburgo, Green Point, na Cidade do Cabo, Moses Mabhida, em Durban, e Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth.  Os seguranças alegam que foi acordado um valor de 1.500 rands por dia de jogo (R$ 375), mas que recebem apenas 190 rands (R$ 47,50). O contrato é de 12 horas de trabalho por dia, mas eles denunciam que a carga horária tem chegado a 16 horas. Além disso, eles tem de pagar 1.200 rands (R$ 300) pelo próprio uniforme.
Esta é a verdadeira face da copa para os trabalhadores e as massas populares sul-africanas: a mesma violência, exploração, miséria e desrespeito de sempre, tudo acobertado pela maquiagem do monopólio da imprensa que tenta apagar a realidade com vuvuzelas e o conto de uma África do Sul exótica e "reconciliada".
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1 Apartheid quer dizer habitação separada no idioma africâner (um misto de Holandês e Inglês. Considerado a língua imposta pelo colonizador imposta como língua oficial na África do Sul). Política de brutal discriminação e segregação racial praticada pelos meios reacionários governantes da República Sul-Africana contra a população africana autóctone e também, em grande parte, contra os imigrados da Índia. Obriga os africanos a viver em reservas; os nativos estão privados de direitos cívicos, o seu salário é muito inferior ao dos brancos, etc. Qualquer transgressão da lei sobre a habitação separada é considerada como um crime de direito comum. À época os Estados socialistas e os países em desenvolvimento condenaram a política de apartheid: um certo número de documentos adotados pela ONU qualificaram o apartheid de crime contra a humanidade, de violação dos princípios do direito internacional, nomeadamente dos fins e dos princípios da Carta da ONU, e proclamam que ele constituia uma grave ameaça para a paz e a segurança dos povos. 
 
Fonte: sitio a Nova Democracia