quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

DO TRABALHO ESCRAVO AO TRABALHO DA MULHER



Waldemar Rossi
Pelo atual regime, a mulher pode solicitar sua aposentadoria com cinco anos a menos de trabalho em relação aos anos de trabalho exigido para o homem. Nada mais justo se considerarmos que, salvo raríssimas exceções, a mulher que trabalha fora do lar de fato exerce uma jornada dupla, uma vez que historicamente assume também as funções do lar. Tentar reduzir essa diferença, assim como os quatro meses de licença maternidade, é cometer mais uma enorme injustiça social, é aumentar as desigualdades.


Creio que os leitores estejam acompanhando a agenda do governo federal (Executivo e Legislativo) e, portanto, a par das informações que nos chegam a cada dia. Cabe a essa coluna comentar assuntos dessa agenda que estejam relacionados com os interesses dos trabalhadores. Por isso, de posse de duas informações recentes, comento a questão do futuro próximo do trabalho em nosso país e sua repercussão na vida do nosso povo.

O ministro da Previdência, Nelson Machado, acaba de anunciar que o Fórum da Previdência – criado por Lula para debater mais uma reforma na área – deverá discutir o conteúdo de uma nova proposta para modificar, mais uma vez, o instituto da Previdência Social. Todas as questões serão ali debatidas por empresários, representantes das centrais sindicais e membros do próprio governo. Como já comentamos em outros artigos, já sabemos que será uma goleada contra os trabalhadores, porque são “três” componentes que defendem o mesmo lado, isto é, estão todos de acordo que é necessário eliminar direitos dos trabalhadores para que as empresas tenham melhor desempenho financeiro, quer dizer, maior lucro.

Entre os “pontos delicados” que serão discutidos, segundo o ministro, entra o tempo de trabalho (quantidade de anos) para que a mulher possa alcançar a sua justa aposentadoria – para a qual contribui compulsoriamente. Pelo atual regime, a mulher pode solicitar sua aposentadoria com cinco anos a menos de trabalho em relação aos anos de trabalho exigido para o homem. Nada mais justo se considerarmos que, salvo raríssimas exceções, a mulher que trabalha fora do lar de fato exerce uma jornada dupla, uma vez que historicamente assume também as funções do lar: manutenção do lar, alimentação, cuidados com os filhos e com o marido. Embora todos esses trabalhos estejam voltados, na sociedade capitalista, para a produção dos bens do capital, esse trabalho caseiro não é considerado para fins de remuneração nem do seu justo descanso, após vários anos de labuta incansável.

Há, porém, um terceiro fator que justifica esse benefício que a mulher desfruta, essa diferença em relação ao homem: ela é a geradora da mão-de-obra que o capital necessita, carrega em seu ventre, durante nove longos meses, aquele ser que um dia será um dos responsáveis pela produção geradora das riquezas capitalistas. São nove meses de gestação e uma vida inteira voltada para o desenvolvimento do seu filho e a manutenção de sua saúde, de sua vida. Entretanto, são minoritárias as mulheres casadas que geram apenas um filho, o que, portanto, faz com que sua vida seja muito mais sacrificada que a do marido e dos próprios filhos. Logo, tentar reduzir essa diferença, assim como os quatro meses de licença maternidade, é atentar contra a vida e a saúde das mulheres, é cometer mais uma enorme injustiça social, é aumentar as desigualdades.
Curioso que um dos argumentos usados é de que isso já ocorre em outros países, como México, França e Alemanha. Ou seja, se lá podem cometer uma injustiça, aqui também podemos. No entanto, nos países europeus, por exemplo, o salário mínimo gira em torno dos mil Euros, cerca de R$ 2700. Mas esse exemplo não serve para nós! Outra falácia usada para “justificar” tais reformas é de que essas mudanças diminuirão o rombo da Previdência. Por que o ministro não manda executar as grandes empresas sonegadoras do instituto? São mais de R$ 200 bilhões. A sonegação gigantesca e os saques que o governo faz para compor o famigerado “superávit primário” são os verdadeiros vilões previdenciários. Mas insiste-se em culpar os trabalhadores.

Por falar em “culpar” os trabalhadores, o Congresso Nacional acaba de aprovar projeto de lei criando a Super Receita, acompanhada de uma emenda – também aprovada – que, na prática, impede os fiscais de trabalho de autuar uma empresa por prática de trabalho escravo. Diz a emenda que a autuação só poderá ser feita com a decisão da Justiça. Mais uma sacanagem da corja lá instalada, envolvida em incríveis falcatruas, como a da sanguessuga e do mensalão.

Esse é o preço que estamos pagando por eleger quem não conhecemos e muitos conhecidos financiados pelo empresariado inescrupuloso e faminto de lucros. Dizem os jornais que o ministro do Trabalho, Luiz marinho, vai pedir ao presidente Lula que vete a emenda, até porque as centrais sindicais são contra e a emenda é inconstitucional. Duas perguntas, já que dizem que perguntar não ofende: o Marinho vai fazer isto realmente? E o presidente, vai atender?

É ver para crer!
Fonte: correio da cidadania

POR QUE O IRÃ NÃO PODE?


Os Estados Unidos podem. Rússia, Inglaterra, França, Alemanha, China, Índia e Paquistão podem. Israel pode. Agora, até a Coréia do Norte já está podendo. Por que, então, o Irã não pode desenvolver a tecnologia nuclear?

Entretanto, a ONU acaba de impor sanções ao Irã, sob o argumento de que, se o número de países que dominam a tecnologia nuclear aumentar, o risco do seu uso para fins militares aumentará muito.

Não deixa de ser verdade, mas não responde à questão colocada no início. O que se pergunta é: qual a justificativa moral para impedir um país de desenvolver a tecnologia nuclear, quando não há sanção alguma contra países que mantêm arsenais de bombas atômicas? Em boa lógica, o risco de uso indevido dessa perigosa tecnologia só seria afastado se todos os países fossem proibidos de ter a bomba. Fora dessa impensável solução, a restrição ao Irã é injusta e só foi tomada pela ONU por imposição dos Estados Unidos.

Por isso, quem estiver interessado em saber por que o Irã não pode desenvolver a tecnologia nuclear não tem mais nada a fazer senão verificar o interesse norte-americano no Oriente Médio. Não precisará pesquisar muito. Qualquer menino do mundo árabe dará a resposta com uma só palavra: petróleo.

O petróleo, como todos sabem, está acabando e as maiores reservas conhecidas estão no Oriente Médio. Logo, quem dominar militarmente a região não corre o risco de ficar sem petróleo ou de pagar muito por ele.

Não por outra razão, Israel, o único país em que os Estados Unidos confiam na região (os Emirados Árabes são aliados, mas não são confiáveis), possui a bomba, porém jamais a ONU enviou inspetores para fechar as instalações, como fez com o Iraque, antes da invasão norte-americana, e quer fazer agora com o Irã.

Isso demonstra como a prepotência dos países militarmente fortes enxovalha os critérios de eqüidade e justiça e desqualifica a ONU como instância de mediação de conflitos entre nações.

A fim de cumprir a resolução da ONU, o governo brasileiro já determinou a proibição da venda de matérias-primas requeridas para o enriquecimento do urânio.

É triste ver nosso país curvar-se a essa imposição e apressar-se em decretar sanções contra uma nação com a qual sempre mantivemos boas relações. Mais triste ainda vermos a Venezuela, bem menor e mais fraca, responder com um sonoro Não à imposição norte-americana, fantasiada de consenso universal.

Fonte: correio da cidadania


ÁGUA E OS TRATAMENTOS DE DOENÇAS


Nosso organismo é formado, por inúmeros órgãos; fígado, baço, cérebro, todo o esqueleto, mas algum desses órgãos contém líquido e, portanto água. Pode-se, pois, dizer que o nosso corpo é formado por cerca de 70% de água, que são perdidos e repostos constantemente. A reposição é o grande segredo da saúde e também da beleza em geral, que se reflete na pele, enrugada, áspera desidratada que dá o aspecto de falta de saúde e de envelhecimento precoce. Daí a importância de mantê-la sempre hidratada. A água da pele pode vir da ingestão de líquidos e da aplicação local, que mantenha as células em atividade. Os melhores agentes para isso são os hidratantes com princípios ativos, que agem profundamente.

Todas as dietas para emagrecer falam das comidas que podem e que não podem ser ingeridas, mas a maior parte dessas dietas não referem quanto tem que tomar de água e líquidos em geral. Se a pessoa beber um copo de leite já corresponde um copo de líquido. O ideal seria beber água mesmo, que não tem calorias, mas tem gente que tem dificuldade em ingerir somente a água. Por isso, acaba tomando sucos e refrigerantes que já tem calorias, mas também se conta. O ideal são 2 litros, que correspondem a 8 copos de água por dia. Admite-se que cada copo cheio de qualquer líquido contém 250 ml. Cerveja e chá também conta, mas põem conter calorias de outras formas.

Pelos cálculos dos médicos nosso organismo necessita repor dois litros de água perdida diariamente, que eliminamos através da urina, do suor e das fezes. Se essa quantidade de líquido não for reposta, entramos num processo de desidratação e intoxicação. As pessoas que tomam remédios, como por exemplo: diuréticos, que fazem urinar mais, ajudando abaixar a pressão arterial. Mas os remédios anti-reumáticos e a cortisona; fazem o organismo reter água, então a quantidade de líquido precisa ser menor de 2 litros? E não é só isso: quando ingerimos um alimento, parte dele é absorvido pelo nosso organismo (as proteínas, as gorduras e o açúcar).

Mas quando ingerimos um medicamento, parte vai atuar sobre a dor e a inflamação, mas os restos, as toxinas, são eliminados pela urina. O órgão responsável por esse trabalho é o rim. Se ingerirmos pouco líquido, o rim fica sobrecarregado e não têm as condições ideais para realizar esse processo de filtração.

Só que nesse processo, de eliminar mais toxinas pelo rim, perdemos também sais minerais, principalmente potássio e sódio. Então, se por um lado é preciso tomar água para facilitar a filtração pelos rins, por outro, ela não pode ser ingerida em excesso para que a perda de sais minerais não seja grande. Por isso, para repor o líquido perdido diariamente, você deve ingerir água pura. Vale lembrar que quando comemos alimentos sólidos também estamos ingerindo líquidos. Durante as dietas de emagrecimento, quando você diminui a quantidade de alimentos ingeridos e queima gorduras (processo que elimina mais água do que o normal), é preciso tomar mais líquidos para não desidratar. Quando a quantidade de água é insuficiente, diminui a urina formada, fica mais concentrada, mais escura e as fezes ficam mais duras e mais difíceis de serem eliminas, dando a prisão de ventre. São dois sinais que tanto na dieta de emagrecer como no tratamento dos reumatismos, demonstram que falta água no organismo. Dias de muito calor, perde-se água pelo suor, por isso deve-se beber mais .

Fonte: O rebate

SERÁ QUE A REENCARNAÇÃO EXPLICA ISSO????

Horácio Garcia Lozano
Lozano não achou a universidade assustadora, apenas "diferente"
Uma universidade do México anunciou a entrada de um "gênio" entre seus estudantes, um menino de 11 anos que conseguiu uma vaga no curso de paleontologia.

Horácio García Lozano foi chamado de menino gênio por seus professores. Aos quatro anos, ele lia sobre dinossauros em revistas em quadrinhos.

E, com apenas 11 anos, ele é um dos estudantes mais jovens do mundo a entrar em uma universidade, a Universidade Hidalgo.

Seu campo de estudo, paleontologia, requer um nível inteligência e dedicação que mesmo os outros estudantes - que têm o dobro da idade de Horácio - acham assustador.

"Diferente"

Mesmo com toda a pressão, Horácio não se sente nervoso na universidade.

"É muito diferente. Na escola primária tem crianças da minha idade. Aqui tem pessoas quase dez anos mais velhas do que eu", disse.

Os professores na universidade afirmam que Lozano é um gênio e esperam que ele se transforme em um paleontólogo famoso.

"Vemos (Horácio) como um dos melhores paleontólogos a sair do México em todos os tempos. Ele é uma criança que sabe tantas informações, mas também sabe como pesquisar e entender estas informações", disse Alberto Blanco, professor de ciências da Terra.

Além de matricular Horácio na universidade, a mãe dele, Maria Luisa Lozano, inscreveu o menino em uma escola com crianças da mesma faixa etária para que ele não tenha problemas em seu desenvolvimento social.

Bolsa de estudos

A mãe de Horácio luta para manter o filho na faculdade - pagando os estudos com o que produz em uma pequena fazenda.

Horácio também dá duro. Ele pega um ônibus para a escola primária e outros dois para a universidade, que arca com parte dos custos do transporte. Mas a maioria dos animais da fazenda foi vendida para financiar a educação de Horácio.

Maria Luisa Lozano espera que o governo do México dê uma bolsa de estudos para seu filho. Se isto não acontecer eles terão que buscar ajuda em outros países.

"Quando pessoas talentosas não estão recebendo nenhum apoio é lógico que estas pessoas tentem (ajuda) em outros países se nestes países existe o apoio para que exerçam seu talento. Todas as pessoas talentosas deveriam ficar aqui no México", afirmou.

Horácio já está passando seus conhecimentos sofre fósseis em palestras especiais sobre paleontologia.

Fonte:BBC

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Irã é vencedor imediato no Líbano


Manifestação no Irã em favor do Hezbollah
Irã é tido como principal patrocinador do Hezbollah
Nas voláteis e sempre explosivas crises do Oriente Médio, já surgiram novos perdedores indiscutíveis. São civis no Líbano e no norte de Israel, vítimas de bombardeios e do lançamento de foguetes.

A curto prazo, o Irã emerge como um vencedor. A crise deflagrada pela provocação do grupo xiita Hezbollah e aprofundada pela resposta israelense mostrou a capacidade do regime de Teerã de estender os seus tentáculos. Não se trata apenas do seu apoio ao Hezbollah, mas da ampliação de oportunidades para atuar como um "player" regional.

Essas oportunidades foram abertas pela reação americana aos ataques do 11 de Setembro. As invasões do Afeganistão e do Iraque foram um presente de George W. Bush ao regime de Teerã pela eliminação de inimigos fronteiriços, o Talebã e Saddam Hussein.

Os iranianos se tornaram atores-chaves no imbróglio iraquiano e, ironicamente, ao lado de Washington, peças de sustentação de um governo xiita, lance fundamental para que a nova ordem tivesse um esboço de legitimidade.

O velho Iraque foi destruído. O novo é uma ciranda de caos e morte. A invasão americana que deveria ter sido a ponta-de-lança de um admirável mundo novo ganha cada vez mais contornos vietnamitas para os americanos.

Atolado no Iraque, o governo Bush foi perdendo a capacidade de atuação no Oriente Médio. Em outros casos, como na crise palestina, foi negligente por opção. O vácuo diplomático foi cada vez mais ocupado pelos iranianos, para a inquietação de regimes árabes conservadores e sunitas.

A crise libanesa apenas melhorou a posicao iraniana. De imediato serviu para tirar o foco do seu programa nuclear. Teeran espera que os desdobramentos desta crise inclusive dividam americanos e europeus, que estao relativamente unidos em uma postura cada vez mais dura nas negociacoes nucleares com os iranianos.

Velho Líbano

Com seus aliados sírios, os iranianos visualizam claros benefícios na degringolada libanesa, em particular devido à virulenta resposta israelense.

O Líbano da onda democrática que levou à retirada das tropas sírias se tornara um cartão postal deste admirável mundo novo tramado na cabeça de Bush. Agora temos novamente o Líbano dilacerado, velho de guerra. Damasco e Teerã deram o recado de que não podem ser marginalizados ou simplesmente colocados a escanteio no Oriente Médio.

Como no caso de Israel, ainda é cedo para dizer se iranianos e sírios cometeram um erro de cálculo com suas jogadas para tirar proveito da conflagração. Vale repetir que a situacao é volátil, e vencedores do momento talvez percam a longo prazo. Mas existem outros perdedores indiscutíveis, além de civis alvejados por bombas israelenses e foguetes do Hezbollah.

Perderam os que apostavam em uma primavera democrática no Oriente Médio. Eleições podem resultar em governos como o do Hamas, no caso palestino, ou de participação ministerial de grupos como o Hezbollah, no Líbano.

Foram alguns dos desfechos não intencionados por Bush quando ele decidiu criar impetuosamente um admirável mundo novo no Oriente Médio. Agora é o momento de reversão.

Como lembrou o editorial de quarta-feira do jornal The Washington Post, hoje no Egito existe o "apoio tácito" de Bush ao presidente Hosni Mubarak na sua campanha para esmagar o movimento democrático que floresceu no ano passado.

Como ninguém, George W. Bush alterou o status quo no Oriente Médio com a invasão do Iraque em 2003. O que será montado no lugar é tão incerto como um foguete Katyusha.

Fonte:BBC

Distúrbios neurológicos no mundo globalizado

Segundo a OMS, problemas neurológicos afetam todos os países
Quase cada uma em cada seis pessoas em todo o mundo sofre com algum distúrbio neurológico, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o relatório, até um bilhão de pessoas sofre com problemas como Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, derrames, esclerose múltipla, infecções neurológicas, epilepsia, danos cerebrais ou dor de cabeça crônica.

O levantamento aponta que cerca de 6,8 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência de problemas neurológicos.

A OMS adverte que esses problemas afetam pessoas em todos os países, sem distinção de idade, sexo, nível educacional ou nível de renda.

Segundo a organização, as pessoas afetadas por esses problemas acabam sendo sujeitas ao isolamento social, têm baixa qualidade de vida e uma probabilidade mais alta de morte.

Cerca de 873 mil pessoas morrem em conseqüência de suicídio a cada ano, segundo a OMS.

Recomendações

O relatório recomenda uma série de iniciativas para tentar reduzir o impacto social e econômico dos problemas neurológicos.

Entre as recomendações estão ações como iniciativas educacionais para evitar estigmas e discriminação e para treinar pessoas para lidar com o problema.

O documento sugere ainda o uso obrigatório de capacetes para motociclistas e de cinto de segurança nos carros para evitar danos neurológicos em caso de acidente, imunização contra doenças como meningite e a detecção e o tratamento rápido da malária.

“Apesar de haver disponibilidade de tratamentos efetivos e de baixo custo, nove de cada dez pessoas sofrendo de epilepsia na África ficam sem tratamento. Os sistemas de saúde precisam ser fortalecidos para garantir um atendimento melhor para as pessoas com desordens neurológicas”, diz Margaret Chan, diretora-geral da OMS.

Fonte:BBC

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

GANHADORES DO OSCAR 2007


MELHOR FILME

Os Infiltrados

MELHOR ATOR

Forest Whitaker - "O Último Rei da Escócia"

MELHOR ATRIZ

Helen Mirren - "A Rainha"

MELHOR DIRETOR

Martin Scorsese - "Os Infiltrados"

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Alan Arkin - "Pequena Miss Sunshine"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Jennifer Hudson - "Dreamgirls - Em Busca de um Sonho"

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

"Happy Feet - O Pingüim"

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

"Os Infiltrados"

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

"Pequena Miss Sunshine"

DIREÇÃO DE ARTE

"O Labirinto do Fauno"

FOTOGRAFIA

"O Labirinto do Fauno"

FIGURINO

"Maria Antonieta"

MELHOR DOCUMENTÁRIO

"Uma Verdade Inconveniente"

DOCUMENTÁRIO CURTA-METRAGEM

"The Blood of Yingzou District"

MONTAGEM

"Os Infiltrados"

FILME ESTRANGEIRO

"A Vida dos Outros" - Alemanha

MAQUIAGEM

"O Labirinto do Fauno"

TRILHA SONORA

"Babel"

CANÇÃO ORIGINAL

"I Need To Wake Up" - ("Uma Verdade Inconveniente")

CURTA DE ANIMAÇÃO

"The Danish Poet"

CURTA METRAGEM

"West Bank Story"

EDIÇÃO DE SOM

"Cartas de Iwo Jima"

MIXAGEM DE SOM

"Dreamgirls - Em Busca de um Sonho"

EFEITOS VISUAIS

"Piratas do Caribe 2 - O Baú da Morte"

Linguagem e medo global

Linguagem e medo global

por Eduardo Galeano

Na era vitoriana, as calças não podiam ser mencionadas na presença de uma senhorita.

Hoje, não fica bem dizer certas coisas na presença da opinião pública. O capitalismo ostenta o nome artístico de economia de mercado, o imperialismo chama-se globalização.

As vítimas do imperialismo chamam-se países em vias de desenvolvimento, o que é como chamar de crianças aos anões.

O oportunismo chama-se pragmatismo, a traição chama-se realismo.

Os pobres chamam-se carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos.

A expulsão das crianças pobres do sistema educativo é conhecida sob o nome de deserção escolar.

O direito do patrão a despedir o operário sem indemnização nem explicação chama-se flexibilização do mercado laboral.

A linguagem oficial reconhece os direitos das mulheres entre os direitos das minorias, como se a metade masculina da humanidade fosse a maioria.

Ao invés de ditadura militar, diz-se processo.

Quadro de Fernando Botero. As torturas chamam-se pressões ilegais, ou também pressões físicas e psicológicas.

Quando os ladrões são de boa família, não são ladrões e sim cleptómanos.

O saqueio dos fundos públicos pelos políticos corruptos responde pelo nome de enriquecimento ilícito.

Chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos automóveis.

Para dizer cegos, diz-se não visuais, um negro é um homem de cor.

Onde se diz longa e penosa enfermidade deve-se ler cancro ou SIDA.

Doença repentina significa enfarte, nunca se diz morte e sim desaparecimento físico.

Tão pouco são mortos os seres humanos aniquilados nas operações militares.

Os mortos em batalha são baixas, e as de civis que a acompanham são danos colaterais.

Em 1995, aquando das explosões nucleares da França no Pacífico Sul, o embaixador francês na Nova Zelândia declarou: "Não me agrada essa palavra bomba, não são bombas. São artefactos que explodem".

Chamam-se "Conviver" alguns dos bandos que assassinam pessoas na Colômbia, à sombra da protecção militar.

Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade a maior prisão da ditadura uruguaia.

Chama-se Paz e Justiça o grupo paramilitar que, em 1997, metralhou pelas costas quarenta e cinco camponeses, quase todos mulheres e crianças, no momento em que rezavam numa igreja da aldeia de Acteal, em Chiapas.

O medo global

Os que trabalham têm medo de perder o trabalho.

Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho.

Quem não tem medo da fome, tem medo da comida.

Os automobilistas têm medo de caminhar e os peões têm medo de ser atropelados.

A democracia tem medo de recordar e a linguagem tem medo de dizer.

Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas.

É o tempo do medo.

Medo da mulher à violência do homem e medo do homem à mulher sem medo.

Este texto encontra-se em http://resistir.info/ .
23/Fev/07

Pelaipe...quem é esse sujeito????

- Aqui no Grêmio, temos a política de respeitar todos os adversários. Isso é algo que aprendemos ao longo dos anos, com a experiência que cosquistamos. O presidente do Inter não sabe disso porque ainda está aprendendo a fazer futebol - provoca Pelaipe, em declaração à Rádio Guaíba.

Essa foram algumas algumas das declarações desse senhor, até então um nobre desconhecido da mídia e que por ter feito algumas contratações do seu time o G.F.Portoalegrense,que por enquanto tem dado certo, surge como um grande entendido em futebol, não aceitando opiniões contrárias, aliás digno de reacionários soberbos, criticando um outro colega seu, diretor de futebol, do S.C.Internacional, Campeão Mundial-FIFA-2006, dizendo que o mesmo não entende de futebol. Ora, é muita pretensão desse sr. que apenas inicia sua carreira no futebol, com alguns acertos, é evidente, mas com muita falta de experiência, principalmente no que diz respeito a ética aos demais companheiros de profissão. Lamentável essa postura...

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Moacir Gadotti!!! Altermundialismo..

Muito legal para quem é educador e para aqueles que querem saber um pouco mais sobre este tema, é essa entrevista que deu Moacir gadotti ao globo new durante ao Fórum Social Mundial de Nairóbi, Africa, realizado em Janeiro próximo passado.
Ele aborda temas instigantes como ALTERMUNDIALISMO, noção contemporânea de transformação social através dos movimentos sociais e também faz uma análise do tema globalização tentando enquadrá-lo num modo de produção capitalista devorador.
As transformações que sofreu a Luta do Operariado Mundial a partir desta globalização e perspectivas atuais que deverão ser o próximo foco das lutas e tensão para a construção de um mundo melhor e menos injusto.
Vale a pena assistir e refletir.
www.eimidia.com/gadoti_02_2007.wmv

Irã anuncia 'lançamento de foguete ao espaço

Míssil Shahab-3, lançado em novembro de 2006
O Irã lançou um míssil Shahab-3 em exercício militar em novembro
O Irã anunciou que lançou com sucesso seu primeiro foguete ao espaço.

A televisão iraniana deu poucos detalhes sobre o foguete e seu alcance ao dar a notícia neste domingo, afirmando apenas que o teste seguiu normas internacionais e que sua carga é destinada a pesquisa.

O Irã possui um programa civil de satélites, mas até agora vinha dependendo da Rússia para colocar os artefatos em órbita.

Segundo a correspondente da BBC na capital iraniana, Teerã, Frances Harrison, peritos militares dizem que o foguete amplia a tecnologia do míssil balístico iraniano conhecido como Shahab-3.

Se o Irã conseguiu lançar um foguete ao espaço, isso significa que seus cientistas dominam a tecnologia necessária para cruzar a barreira representada pela atmosfera.

Na prática, dizem os especialistas, não haveria impedimento tecnológico para que o Irã construa agora mísseis de maior alcance, o que causa grande preocupação internacional.

Tensão

O lançamento é feito em um momento de crescente tensão entre o país e o Ocidente, por causa de seu programa nuclear e, segundo Harrison, tem um objetivo claro de confronto.

Na segunda-feira, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha vão se reunir para discutir mais sanções contra o Irã por ignorar o prazo, esgotado na semana passada, para suspender o seu enriquecimento de urânio.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, insistiu neste domingo que seu país não vai recuar diante da pressão do Ocidente, comparando seu ímpeto a um "trem sem freios".

Fonte: BBC

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Arte islâmica medieval usava matemática moderna, diz estudo

Design geométrico islâmico no Uzbequistão
O design islâmico que usa polígonos e estrelas foi ficando cada vez mais sofisticado
Um estudo mostrou que alguns dos padrões geométricos da arte islâmica medieval usam princípios estabelecidos séculos depois por matemáticos modernos.

Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram exemplos de arte islâmica do século 15 que usam conceitos da geometria moderna. A descoberta foi publicada na revista científica Science.

Este fato indicaria a compreensão intuitiva de fórmulas matemáticas complexas por parte dos artesãos, mesmo com a falta de conhecimento da teoria que é base para estas fórmulas.

A pesquisa mostra que ocorreu um importante salto evolutivo na matemática islâmica por volta dos anos 1200.

Simetria

Peter Lu se interessou por arte islâmica depois de visita ao Uzbequistão
Peter Lu se interessou por arte islâmica depois de visita ao Uzbequistão
"É absolutamente maravilhoso. Eles fizeram azulejos que refletem (conceitos da) matemática tão sofisticados que não descobrimos (estes conceitos) até 20 ou 30 anos atrás", disse Peter Lu, físico da Universidade de Harvard.

Os designs islâmicos usam formas poligonais simétricas para criar padrões que poderão ser estendidos infinitamente, ecoando conceitos de geometria moderna.

Até o momento, a visão convencional era que os complicados padrões de estrelas e polígonos usados no design islâmico tinham sido concebidos a partir de linhas em ziguezague traçadas com o uso de compassos e réguas de pedreiro.

"É possível analisar e ver a evolução, o aumento da sofisticação geométrica. Então, eles começavam com padrões simples, que ficavam mais complexos", afirmou Lu.

O físico se interessou pelo assunto durante uma viagem ao Uzbequistão, onde notou em uma construção islâmica do século 16 com azulejos que usavam o padrão decagonal.

Peter Lu, que projeta experimentos físicos para a Estação Espacial Internacional, estava na região para visitar uma instalação espacial no Turcomenistão.

A arte tradicional islâmica usa uma mistura de caligrafia, designs geométricos e florais, pois existe uma proibição da representação da forma humana.

Fonte:BBC

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Hipocrisia e barbárie



Wladimir Pomar

A morte daquela criança de seis anos serviu de pretexto para um ataque paranóico de hipocrisia daquela parte da sociedade brasileira que é responsável pelo sistema gerador de facínoras que mal alcançaram a maioridade legal, ou ainda não a alcançaram.

A trágica morte de uma criança de seis anos, durante o roubo de um carro no Rio de Janeiro, é sem dúvida uma demonstração da barbárie em que já estão envolvidas as grandes cidades brasileiras, com freqüentes respingos pelas cidades do interior. Isso para não falar do que acontece pelas áreas rurais do centro e norte do país, onde a pistolagem mata com selvageria e, em geral, impunemente, lavradores e os que os defendem.

Por outro lado, a morte daquela criança também serviu de pretexto para um ataque paranóico de hipocrisia daquela parte da sociedade brasileira que é responsável pelo sistema gerador de facínoras que mal alcançaram a maioridade legal, ou ainda não a alcançaram. Ao invés de reconhecer sua responsabilidade pela desagregação do tecido social brasileiro, e por milhões de jovens vegetarem sem oportunidade de educação e trabalho digno, sua reação exclusiva foi exigir penas mais duras, e até mesmo a pena de morte.

Em outras palavras, ao invés de sugerir medidas que solucionem a situação de abandono em que vive grande parcela da juventude pobre, para retirá-la das teias que a prendem ao tráfico e ao banditismo, quer fazer crer que o que falta é rigor nas leis e na repressão. É incapaz de reconhecer que a legislação e o aparato repressivo e prisional brasileiros estão falidos, eles próprios fazendo parte do sistema de re-alimentação do crime organizado e desorganizado. E que, ao invés de reduzir a incidência de crimes e atos de barbárie, conjugado à falta de educação e trabalho, esse sistema só a tem agravado nos últimos anos.

É evidente que a existência de instrumentos sociais de educação, trabalho e moradia dignos não é suficiente para evitar crimes bárbaros e hediondos. Mas a existência de tais instrumentos, coadjuvados por um sistema repressivo e prisional com credibilidade pública, é condição necessária para reduzir de forma consistente uma situação que já se tornou epidêmica, em grande medida porque a própria polícia concorre com a bandidagem na prática da barbárie contra a população.

Num quadro como esse, a gritaria hipócrita de parte da elite pode até angariar alguns pontos e conseguir algumas leis mais duras. Porém, com certeza, não conseguirá sucesso e, no próximo ato de barbárie, voltará com a mesma ladainha. Ou seja, além de hipocrisia, enganação.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

Fonte: correio da cidadania

Sair do pântano da “NTV”

Léo Lince
O eleitor vota no candidato individual e tal voto é tido como intransferível. Mesmo não sendo inteiramente verdadeiro, esse é o princípio que nomeia o “non-transferable vote” (NTV). Seu argumento básico é a prerrogativa do eleitor, por sobre o partido, na escolha do mandatário, individualizado na cédula de votação. Eleito e diplomado, ele é o dono absoluto do mandato e opera como tal.

O tipo de lista adotado nas eleições brasileiras se tornou, ao longo do tempo, uma matriz de reprodução das mais escabrosas distorções da nossa cultura política. A tal lista “não ordenada” é de tal forma aberta que nem mereceria, a rigor, o nome de lista, mas de “ajuntamento de candidatos”.

O eleitor vota no candidato individual e tal voto é tido como intransferível. Mesmo não sendo inteiramente verdadeiro, esse é o princípio que nomeia o “non-transferable vote” (NTV). Seu argumento básico é a prerrogativa do eleitor, por sobre o partido, na escolha do mandatário, individualizado na cédula de votação. Por outro lado, esse dado originário define o perfil da campanha eleitoral, que se estrutura em torno de uma multidão de candidaturas.

São raros, no mundo, os países que se utilizam deste tipo de lista; e são muitos, no Brasil, os efeitos deletérios de sua aplicação. Nele, na realidade, o candidato só precisa de partido como cartório para registrar a candidatura. Eleito e diplomado, ele é o dono absoluto do mandato e opera como tal. Entre as decorrências disto está o troca-troca infernal de legenda, que em algumas legislaturas chega a superar 50% dos eleitos.

Como o voto é na pessoa e não no partido, a disputa eleitoral não se estrutura em torno de programas, mas de preferências personalizadas. E o ambiente de campanha se estabelece como guerra entre candidatos que disputam o mesmo espaço político, sendo mais acirrada muitas vezes a competição entre candidatos de um mesmo partido. Há um forte incentivo para a personalização do voto e da reputação individual sobre a partidária, com a eleição de personalidades em vez de propostas e programas. Quanto mais candidato melhor, qualquer tipo serve, daí o descuido dos partidos com a qualidade da “lista” e o número excessivo de candidatos, com repercussões no custo das campanhas e na babel da propaganda política.

Alem dos defeitos a ele associados em nossa cultura política, o mecanismo da “NTV” não cumpre na prática o que o seu princípio promete. Embora se defina como baseado na intransferibilidade do voto do cidadão, a experiência mostra que o voto migra para outros candidatos que não o escolhido pelo eleitor. Vai para outros candidatos do mesmo partido ou, mais grave, pode migrar para partidos diferentes com a possibilidade, existente entre nós, das coligações nas eleições proporcionais.

Analisando dados da eleição de 1990 para deputado federal no Rio de Janeiro, o professor Renato Lessa elaborou uma tabela que pode ser aplicada a qualquer outro pleito com resultados semelhantes. Todos os votos dos candidatos derrotados (naquela eleição, 39% dos votos) contam para a legenda do partido. Os poucos candidatos muito bem votados, que ultrapassaram o quociente exigido para a obtenção de uma vaga, fornecem esta sobra para a legenda (naquela eleição, 7%). Se somarmos estes votos (46%), que foram para destino diferente do indicado pelo eleitor, aos votos dados diretamente na legenda (naquela eleição, 21%), teremos uma maioria definida fora do princípio que norteia o modelo. Segundo Lessa: “um estranho fenômeno, produzido por um mecanismo que apresenta, como sua principal virtude, a maximização da liberdade de escolha do eleitor”.

O mecanismo da “NTV” é o pior possível para a expressão autêntica do princípio da representação proporcional, entendida como manifestação ordenada das diferenças programáticas existentes na sociedade. Para os que lutam pelo aperfeiçoamento do voto proporcional, o primeiro passo é sair do pântano da “NTV”.

Fonte:correio da cidadania

Lamentável...

Parece que Abel Braga, técnico do Internacional ainda não aprendeu uma lição básica na vida e roteiro dos treinadores. Ontem, o colorado ganhava o jogo por 1x0, aos 18min do segundo tempo, a aquipe adversária com um jogador a menos e ele espantosamente, saca do time o centroavante, que tinha como função, entre outras, a de segurar a zaga inimiga, e coloca um meio campo, embora fosse Fernandão, fora de forma, pois vem de lesão, para rechear o meio campo. Consequentemente, o Nacional foi pra cima do colorado e numa falha horrorosa, num lançamento do seu goleiro, empata o jogo e a partir daí faz mais dois gols definindo o placar em 3x1 contra o Colorado CAMPEÃO DO MUNDO-FIFA-2006.
Ou o Abel presta mais atenção ao jogo ou o colorado termina sua odisséia rumo ao BI da libertadores de forma melancólica e frustrante para seus torcedores saindo logo na primeira fase.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Venezuela impulsiona emprego do gás natural na economia interna

Caracas, 18 fev (PL) As reservas de petróleo e gás da Venezuela, consideradas entre as maiores do mundo, desafiam o país a aperfeiçoar uma infra-estrutura capaz de levar o benefício desses recursos a todo o território.
Nesse sentido, se inclui o projeto do sistema de Interconexão Centro-Oriente-Ocidente (ICO), desenhado para um melhor aproveitamento do gás natural na própria indústria petroquímica, para a geração de eletricidade e o consumo doméstico.
Richard Tahan, gerente do mencionado projeto, indicou que uma vez concluído, em meados de 2008, se alcançará uma capacidade de transporte de 520 milhões de pés cúbicos diários.
O sistema, acrescentou, vinculará as produções das zonas centro e oriente do país com a do ocidente, além de cumprir os requerimentos do complexo refinador de Paraguaná.

Tahan adiantou que, desde setembro do ano passado, já se trabalha na construção de três fábricas compressoras, situadas nos estados de Carabobo, Aragua e Guárico, respectivamente.

De qualquer maneira, o avanço das obras está acompanhado por importantes investimentos em matéria social, com a criação de Núcleos de Desenvolvimento Endógeno, redes de fibras ópticas, aquedutos, instalações para a saúde e a educação.

A política de soberania petroleira, lançada pelo Executivo com o propósito de garantir um destino justo aos rendimentos procedentes das exportações de cru, impulsiona também a prospecção e exploração de novas reservas do volátil combustível.

Cifras de organismos especializados situam em 150 bilhões de pés cúbicos as reservas atuais de gás no país, colocando-o, pela magnitude desse indicador, entre os 10 primeiros do mundo e como líder da América Latina.

Sem embargo, o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, assegurou que o país conta com possibilidades de adicionar outros 196 bilhões às reservas provadas.

Fonte:PrensaLatina

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Hamas espera que EUA aceitem governo de unidade nacional

Por Nidal al-Mughrabi

GAZA, Faixa de Gaza (Reuters) - O Hamas declarou na terça-feira que ainda espera dos Estados Unidos uma postura menos rígida a respeito do governo de unidade nacional dos palestinos depois de uma reunião entre a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e dirigentes de Israel e palestinos.

"A postura dos norte-americanos permanece dúbia. De um lado, ameaçam impor um boicote. Do outro lado, dizem que vão esperar para ver como as coisas caminham", disse Ghazi Hamade, um porta-voz do governo palestino.

"Talvez eles tenham uma postura mais clara depois de a composição do governo ter sido anunciada. E esperamos que essa seja uma postura mais lógica e mais flexível."

Na segunda-feira, Rice comandou um encontro entre o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas. A Fatah, grupo ao qual Abbas está ligado, selou um acordo em Meca (Arábia Saudita), no começo deste mês, para formar um governo de unidade nacional com o grupo militante Hamas.

Segundo declarações dadas por Olmert após a reunião, Israel e os EUA tinham acertado boicotar o futuro governo palestino, que ainda não foi formado, caso esse governo não renuncie à violência, não reconheça o direito do Estado judaico de existir e não aceite os acordos de paz já firmados.

Rice não tratou dessa questão nas sucintas declarações que fez após o encontro, que terminou com uma promessa de que haverá novas reuniões. Mas notou que, segundo exigia o Quarteto de mediadores para o Oriente Médio, aquelas condições precisavam ser atendidas.

O Hamas afirmou que nunca aceitaria a existência de Israel. O acordo de Meca, responsável por esfriar os conflitos entre o Hamas e a Fatah iniciados semanas atrás e nos quais mais de 90 pessoas foram mortas, contém uma vaga promessa de "respeito" aos acordos já firmados entre os israelenses e os palestinos.

Abbas saiu da reunião com Olmert e Rice para dar início a uma visita a países árabes e europeus procurando apoio para o novo governo palestino e a retomada do envio da ajuda para a Autoridade Palestina, que foi suspenso desde que o Hamas chegou ao poder, quase um ano atrás, disseram assessores.

"O presidente explicará o acordo para os líderes mundiais e tentará colocar fim à postura prévia de cerco e isolamento", afirmou Tawfiq Abu Khoussa, um porta-voz da Fatah.

O Quarteto, composto por EUA, União Européia (UE), Rússia e Organização das Nações Unidas (ONU), deve reunir-se em Berlim na quarta-feira para discutir o encontro entre Rice, Olmert e Abbas e para decidir como se posicionar diante da nova coalizão de governo dos palestinos.

"Esperamos realmente que o Quarteto adote uma postura mais flexível", disse o Hamas.

O novo governo deve ser anunciado em três semanas.

Fonte:UOL notícias

Radio Virgin Classic Rock on line

A partir de hoje estamos disponibilizando aqui em nosso blog a radio Virgin Classic Rock, da Ucrânia e especializada em tocar rock, jazz e blues antigos e inesqueciveis. esperamos que todos façam bom proveito....rsss
Ao acessar o blog ela entra automaticamente, caso você não goste deste tipo de música, o que é lamentável, é só clicar no pause.

INTER- RUMO AO BI-MUNDIAL-FIFA

O PATO

Lá vem o Pato, pato aqui, pato acolá...
Lá vem o Pato pros gremistas se borrá!

O pato sapeca não é um marreco,
Driblou o Ronaldinho, passou pelo Deco...
Quebrou a coluna do tal Thiago Motta
E deu um nó cego nos pés do Zambrotta.

Bronkhorst, Gudjohnsen, que aflição,
O Pato os deixou caídos no chão....
Meteu entre as pernas do Vitor Valdez
E o Barcelona virou seu freguês!!

OLÊ INTER OLÊ INTER

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Monocultura da soja dizima floresta paraguaia

A floresta paraguaia desaparece rapidamente. Em algumas regiões, o desmatamento chega a 90% para dar lugar à cultura de soja, exportada sobrtudo para alimentar animais na Europa e na China.

Cortar as matas significa também a perda da diversidade e de espécies raras. Para tentar frear a destruição, apoiamos uma iniciativa internacional na Ásia e na América Latina, afirma Bella Roscher, coordenadora do projeto na seção suíça do WWF - Fundo Mundial pela Natureza.

Roscher falou da iniciativa ao público que assistiu a projeção do documentário "Christine e a floresta", durante o Fórum Cinematográfico sobre Meio Ambiente, organizado em Berna pela Associação Latino-América-Suíça (ALAS).

Em certas regiões do planeta, a destruição é muito rápida. "Enquanto na América do Sul, desmata-se para plantar soja, na Ásia ocorre o mesmo fenômeno mas para planta palmeiras para a extração de óleo", explicou a swissinfo a sueca Roscher.

Com essa iniciativa, o WWF tenta envolver todos os atores do mercado, principalmente associações de lavradores e de mulheres, grandes e pequenos produtores, comerciantes, mas também consumidores da Europa, O intuito é elaborar, juntos, critérios para uma produção de soja mais responsável.
Bella Roscher, WWF.
Bella Roscher, WWF. (swissinfo)
Trabalho escravo
"Dizemos a todos que o problema tem graves conseqüências para o ser humano e o meio ambiente. Na Suíça, por exemplo, discutimos com a rede de supermercados Coop Naturaplan, que se comprometeu com uma produção de soja mais sustentável, sem desmatamento de florestas importantes para biodiversidade", afirmou Roscher.

Em abril de 2006, ocorreu um grande encontro em São Paulo entre os grupos de interesse para identificar as principais conseqüências da desflorestação. Todos reconheceram a existência de problemas ambientais mas também de problemas sociais.

"Organizações sociais denunciaram a existência de trabalho escravo na produção de soja, o que foi negado pelos grandes produtores, embora de maneira não muito convincente; então este é mais um problema a solucionar", destaca Roscher.

Recuperar a floresta perdida é uma utopia. "Nossa meta é mobilizar a todos para as conseqüências sejam menos graves; para isso elaboramos critérios globais para o desenvolvimento sustentável", precisou Roscher swissinfo.

"O grande objetivo é frear o desmatamento de alto valor, evitar a erosão e contaminação da água e, fator muito importante para o WWF, evitar a perda irreversível da biodiversidade, não somente no Paraguai mas também no Brasil, Argentina e Bolívia, os maiores produtores de soja da América do Sul".
Produzir soja mas de maneira responsável
Os critérios de responsabilidade incluem o meio ambiente mas também aspectos sociais, onde há graves problemas de pobreza e migração de pequenos agricultores para as cidades. Além disso, abrangem o aspecto econômico na produção de soja.

Tudo tem que ser responsável, afirma Roscher, reconhecendo que a produção biológica de soja no Paraguai é muito pequena. "O certo é que a produção convencional também seja responsável e, para isso, não precisa ser obrigatoriamente biológica. Por isso, um os objetivos é reduzir o uso de pesticidas e herbicidas".

Mas isso é possível em uma agricultura em que o uso de pesticidas é arraigado, especialmente nas monoculturas?. "Por enquanto não é realista tentar eliminar os pesticidas mas reduzi-los paulatinamente. Por isso produtores de pesticidas como Syngenta participam das discussões", responde Roscher.

É preciso uma mudança de mentalidade para conter o desflorestamento, afirma a representante do WWF suíço. No entanto, as opiniões divergem quando se discute onde deve ocorrer a mudança: no Paraguai produtor e pobre ou na Europa rica, que produz pesticidas e demanda grandes quantidades de soja.
'Christine e a floresta'
Este documentário de Beat Wieser mostra a luta do casal suíço Christine e Hans Hostettler, junto com o WWF, para evitar a destruição da floresta tropical do Paraguai.

Os Hostettler, originarios de Rüschegg, no cantão de Berna, emigraram em 1978 para o Paraguai. Como outros colonos de diferentes países, começaram a desmatar e plantaram 100 hectares de soja.

Em certo momento, ocorre no casal de suíça essa 'mudança de mentaliadade'. Da produção convencional de soja passaram para a produção biológica e os desmatadores converteram-se em protetores da floresta. Hoje recebem apoio logístico e financeiro dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Suíça.

O documentário concentra-se na luta de Christine e 'seu paraíso ameaçado', nas conseqüências ambientais da desflorestação.

So indiretamente aborda o problema social: famílias guaranis sem terra que migraram para as grandes cidades ou acusados de desmatar 'ilegalmente' as florestas em que viveram gerações de seus antepassados em harmonia com a natureza.

swissinfo, Rosa Amelia Fierro

Pesquisa identifica mutações genéticas ligada ao autismo

Cromossomo 11
Cromossomo 11 sofre mutação ligada ao autismo
Cientistas identificaram duas mutações genéticas que podem aumentar as chances de ocorrência do autismo, na maior pesquisa do tipo já realizada no mundo.

O estudo envolveu 120 cientistas de mais de 50 instituições em 19 países. Eles estudaram 1.200 famílias com duas ou mais crianças afetadas pelo autismo.

Os cientistas descobriram que uma das mutações genéticas ocorre em um gene desconhecido no cromossomo 11.

A outra afeta uma proteína chamada neurexina 1, pertencente a uma família de genes que ajudam na comunicação entre as células do sistema nervoso.

O autismo afeta a maneira como uma pessoa se comunica e interage com os que estão à sua volta. Cerca de 90 em cada 10 mil pessoas sofrem da condição. Os distúrbios tendem a emergir na infância e são mais comuns em meninos.

Genética

A pesquisa começou em 2002, quando cientistas de todo o mundo juntaram seus recursos para formar o Projeto do Genoma do Autismo.

Eles usaram uma nova tecnologia, chamada “chip do gene”, que permite que genomas inteiros sejam testados rapidamente.

Os cientistas suspeitavam que erros no mapeamento genético de uma pessoa pudessem ter ligações com a ocorrência do autismo.

As novas descobertas poderão permitir que os médicos testem crianças mais jovens e, no caso da possibilidade de autismo, comecem as terapias mais cedo. A pesquisa poderá ajudar ainda no desenvolvimento de novos tratamentos para o distúrbio.

“O autismo é uma condição muito difícil para as famílias. A comunicação é dada como certa por pais de crianças saudáveis, mas os pais de crianças com autismo sentem uma falta imensa”, disse o psiquiatra infantil Jonathan Green, que coordenou parte da pesquisa na cidade britânica de Manchester.

“Nós esperamos que esses resultados representem um passo para criar novos tratamentos no futuro”, disse.

Novo alvo

Para o professor John Burn, do Instituto de Genética Humana da Universidade de Newcastle, as descobertas são “notícias fantásticas”.

“Quase certamente existe uma interação entre vários genes, então essa descoberta não fornece uma resposta completa e talvez não leve diretamente a um teste genético. Mas ela pode ser um passo importante no desenvolvimento de tratamentos eficazes, já que mostra um alvo para novos remédios”, disse.

Já segundo Fred Cavalier, da Sociedade Britânica de Genética Humana, uma cura para o autismo ainda está muito distante.

A nova fase da pesquisa, que levará três anos e custará mais de £7 milhões (R$ 28 milhões), irá investigar mais a fundo as áreas do DNA que sofrem mutações ligadas ao autismo.

O estudo foi publicado na revista Nature Genetics.

EUA e Israel podem boicotar novo governo palestino

Ehud Olmert, primeiro-ministro de Israel
Olmert disse que posição de George W. Bush é 'idêntica'
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse neste domingo que Israel e os Estados Unidos podem boicotar o novo governo palestino – que ainda está em fase de formação – se o gabinete se recusar a aceitar determinadas "condições" colocadas pela comunidade internacional.

Dessas condições, a principal é o reconhecimento do Estado de Israel. Mas o primeiro-ministro também se referiu ao fim da violência e ao cumprimento dos acordos de paz existentes.

"Um governo palestino que não aceite as condições (internacionais) não pode ser reconhecido, e não haverá cooperação com ele", disse ele.

"Falei sobre isto com o presidente dos Estados Unidos e posso dizer que as posições de ambos são completamente idênticas."

As declarações de Olmert foram dadas um dia antes de a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, mediar um encontro entre Israel e os líderes palestinos.

O encontro a três ocorrerá na segunda-feira, mas Rice já se reuniu a sós com os dois lados neste domingo.

Chance

Um assessor do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que o líder palestino vai aproveitar o encontro para pedir uma "chance" ao novo governo.

A posição palestina é de que o novo governo, formado a duras penas em uma reunião na cidade de Meca, partiu do "único acordo possível" entre o partido de Abbas, o moderado Fatah, e o radical Hamas, que controla o parlamento e tem o primeiro-ministro.

Até firmar o acordo para o governo unitário, as duas facções protagonizaram confrontos que deixaram cerca de 90 mortos desde o fim do ano passado, segundo estimativas.

Desde que o Hamas venceu as eleições, em janeiro de 2006, os territórios palestinos estão sob embargo internacional. O partido se recusa a reconhecer o direito israelense à existência.

EUA, União Européia, ONU e Rússia condicionam o fim do boicote a que esta posição seja revertida.

O novo governo unitário contém apenas uma promessa de que vai "respeitar" os acordos de paz com Israel.

Fonte: BBC

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Uma Breve Análise Sobre Bioética


Amely B. Martins*

Muito se fala atualmente na palavra bioética, caracterizando até mesmo um quadro de típico modismo, mas que pode levar a discussões sensivelmente importantes para a sociedade, quando não apenas pronunciada, mas avaliada e discutida em toda a sua profundidade de sentido.

O conceito de bioética tem sido trabalhado desde 1927 e, até os dias atuais, existem várias definições diferentes, porém todas voltadas para a importância da interdisciplinaridade que esta deve conter. Uma definição que contempla este aspecto tão importante da bioética foi proposta pelo professor Van Resselaer Potter, que afirma: “Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos”. Segundo Potter a bioética seria uma nova ciência ética que combinaria responsabilidade e uma competência interdisciplinar, mantendo uma ampla abrangência, pluralismo, abertura e incorporação crítica de novos conhecimentos.

Esta interdisciplinaridade convida a sociedade, em toda sua diversidade de opiniões, crenças e atitudes, para as diversas discussões que permeiam e compõem a bioética, para refletir sobre a construção de suas diretrizes e preceitos. A doutrina espírita por sua vez deve também se fazer presente nestas discussões, sem esquecer de seus aspectos pluralista e progressista que podem servir como importante fator de intercâmbio entre a ciência acadêmica e o próprio aspecto científico do espiritismo, muitas vezes esquecido.

A bioética se propõe a estudar e discutir vários aspectos da condução das pesquisas e principalmente no tocante à aplicabilidade destas junto à sociedade, como por exemplo, as discussões mais atuais em torno da pesquisa e utilização de células-tronco embrionárias com fins terapêuticos ou clonagem terapêutica. Em todas estas discussões pode ter o espiritismo uma importante colaboração, com sua visão mais abrangente sobre a vida material e espiritual.

Além da colaboração que o espiritismo pode e deve oferecer a estudos sobre bioética, é importante também que este, utilizando-se de seu sentido progressista, também amplie seus horizontes, também cresça em suas discussões e princípios, bebendo da ciência novos conhecimentos que devem ser criticamente aliados às suas raízes já bastante consolidadas.

Por tratar-se também de acepções e conceitos que estão relacionados com a aplicabilidade da ciência na sociedade, e com as relações e modo de vida dos homens, a bioética, assim como todas as correntes filosóficas da ética, tem sua evolução diretamente ligada à educação do ser humano; e neste aspecto educativo tem também o espiritismo uma importante parcela de responsabilidade.

A educação integral do ser humano tem como uma de suas conseqüências a vivência natural da ética em todos os seus sentidos e, no tocante à bioética, homens e cientistas integralmente educados certamente serão naturalmente éticos em suas pesquisas, garantindo a utilização ética de todas as novas tecnologias, visando sempre à melhoria de vida da humanidade.

Homens e cientistas integralmente educados serão a garantia da utilização ética de todas as novas tecnologias, visando sempre à melhoria de vida da humanidade.

*Amely B. Martins, de João Pessoa/PB, é Bióloga e membro da ASSEPE – Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa. E-mail: assepe@assepe.org .

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Preconceito e xenofobia explícitos em Hollywood


Turistas, de John Stockwell, é mais um roteiro com uma coleção de descabidos estereótipos sobre o Brasil que revelam o ranço da xenofobia e da ignorância típica do descomprometido cinema de entretenimento americano.

Nós somos feios, sujos, selvagens e malvados. Eles são belos, ricos e inocentes. O Brasil é um país miserável e perigoso, onde todos são traidores e brutos. Não há infra-estrutura, nem autoridades. Nada funciona, as praias são tomadas pelo som de rap, violência desregrada, caipirinha, açaí e sexo fácil. Exuberante só a natureza, ainda assim tomada por saúvas carnívoras. Esse é o Brasil do filme Turistas, de John Stockwell, que chega nesta sexta-feira, 16, aos cinemas.

Na trama, um grupo de jovens turistas americanos e europeus tiram férias em busca de sol, aventura e mulheres, mas acabam sendo vítimas de um esquema de contrabando de órgãos liderado por um psicopata numa cidadezinha em algum lugar do litoral. Os turistas são mantidos em jaulas e têm os rins retirados para abastecer o mercado negro e vez ou outra salvar uma criancinha vitimada pela violência carioca.

Os estrangeiros todos falam a mesma língua, são todos loiros de olhos azuis e unem-se frente às atrocidades de um paraíso enganador. Os nativos são quase todos negros, com trejeitos indígenas, que rosnam e grunhem em vez de falar. É a selvageria do país incorporada aos costumes dos seqüestradores do grupo de mochileiros.

Num roteiro de excessos, cada fotograma parece jorrar sangue. Os capangas a serviço da máfia dos órgãos amarram as vítimas em pedaços de pau e os carregam como fariam selvagens imaginários em rituais canibais. O líder do bando fura o olho de um rival com um espetinho de queijo coalho, enquanto um dos turistas sutura um corte na cabeça de um brasileiro acidentado com um grampeador.

Turistas segue a linha de outras produções sobre estrangeiros em terras longínquas e cruéis como A Viagem (Brokedown Palace, 1999), de Jonathan Kaplan, A Praia (The Beach, 2000), de Danny Boyle, e o recente O Albergue (The Hostel, 2006), dirigido por Eli Roth e produzido por Quentin Tarantino. A diferença entre as produções é que, no caso do filme ambientado no Brasil, o país foi a bola da vez na onda de caricaturas grotescas a serviço do entretenimento barato.

Mas interpretar o filme como um ataque direto a um país específico seria dar crédito demais à produção, que não tem ambições políticas ou intelectuais. O roteiro original previa que a história se passasse na Guatemala, mas, segundo a produção, a falta de estrutura daquele país deslocou o enredo e elenco para o Brasil. É só mais um roteiro com o ranço da xenofobia e da ignorância, que poderia se passar na Indonésia, Camboja ou qualquer outro paraíso tropical procurado por americanos e europeus.

Num único momento em que parece haver o esboço de um discurso político, o médico responsável pela retirada dos órgãos, interpretado pelo brasileiro Miguel Lunardi, recapitula o histórico colonial do país. Lembra que, no Brasil, já foram explorados açúcar, ouro e borracha e descamba para a baboseira ao afirmar que é a hora da vingança com o roubo de fígados e rins dos filhos das potências imperialistas.

Se não fosse ficção tão ruim, poderia causar acidentes diplomáticos. Nos Estados Unidos, a campanha publicitária do filme apresenta o Brasil como uma terra selvagem, onde vale tudo. Mas, pensando bem, para eles, poderia ser qualquer lugar ensolarado bem distante da bonança norte-americana.

Ou mudamos ou morremos!!!

Leonardo Boff*

Hoje vivemos uma crise dos fundamentos de nossa convivência pessoal,
nacional e mundial. Se olharmos a Terra como um todo, percebemos que quase
nada funciona a contento. A Terra está doente e muito doente. E como somos,
enquanto humanos, também Terra (homem vem de húmus = terra fértil), nos
sentimos todos, de certa forma, doentes. A percepção que temos é de que não
podemos continuar nesse caminho, pois nos levará a um abismo. Fomos tão
insensatos nas últimas gerações que construímos o princípio de
autodestruição. Não é fantasia hollywoodiana.

Temos condições de destruir várias vezes a biosfera e impossibilitar o
projeto planetário humano. Desta vez não haverá uma arca de Noé que salve a
alguns e deixe perecer os demais. Os destinos da Terra e da humanidade
coincidem: ou nos salvamos juntos ou sucumbimos juntos.

Agora viramos todos filósofos, pois nos perguntamos, entre estarrecidos e
perplexos: como chegamos a isso?

Como vamos sair desse impasse global? Que colaboração posso dar como pessoa
individual?

Em primeiro lugar, há de se entender o eixo estruturador de nossas
sociedades hoje mundializadas, principal responsável por esse curso
perigoso. É o tipo de economia que inventamos. A economia é fundamental,
pois ela é responsável pela produção e reprodução de nossa vida. O tipo de
economia vigente se monta sobre a troca competitiva. Tudo na sociedade e na
economia se concentra na troca. A troca aqui é qualificada, é competitiva.
Só o mais forte triunfa. Os outros ou se agregam como sócios subalternos ou
desaparecem. O resultado desta lógica da competição de todos com todos é
duplo: de um lado, uma acumulação fantástica de benefícios em poucos grupos
e, de outro, uma exclusão fantástica da maioria das pessoas, dos grupos e
das nações.

Atualmente, o grande crime da humanidade é o da exclusão social. Por todas
as partes reina fome crônica, aumento das doenças antes erradicadas,
depredação dos recursos limitados da Natureza e um ambiente geral de
violência, de opressão e de guerra.

Mas, reconheçamos: por séculos essa troca competitiva abrigava a todos, bem
ou mal, sob seu teto. Sua lógica agilizou todas as forças produtivas e criou
mil facilidades para a existência humana. Mas, hoje, as virtualidades deste
tipo de economia estão se esgotando. A grande maioria dos países e das
pessoas não cabe mais sob seu teto. São excluídos ou sócios menores e
subalternos, como é o caso do Brasil. Agora, esse tipo de economia da troca
competitiva se mostra altamente destrutiva, onde quer que ela penetre e se
imponha. Ela nos pode levar ao destino dos dinossauros.

Ou mudamos ou morremos, essa é a alternativa. Onde buscar o princípio
articulador de uma outra sociabilidade, de um novo sonho para frente? Em
momentos de crise total precisamos consultar a fonte originária de tudo, a
Natureza. Que ela nos ensina? Ela nos ensina – foi o que a Ciência já há um
século identificou – que a lei básica do Universo não é a competição que
divide e exclui, mas a cooperação que soma e inclui. Todas as energias,
todos os elementos, todos os seres vivos, desde as bactérias e vírus até os
seres mais complexos, somos inter-retro-relacionados e, por isso,
interdependentes. Uma teia de conexões nos envolve por todos os lados,
fazendo-nos seres cooperativos e solidários. Quer queiramos ou não, pois
essa é a lei do Universo. Por causa desta teia chegamos até aqui e poderemos
ter futuro.

Aqui se encontra a saída para um novo sonho civilizatório e para um futuro
para as nossas sociedades: fazermos desta lei da Natureza, conscientemente,
um projeto pessoal e coletivo, sermos seres cooperativos. Ao invés de troca
competitiva, onde só um ganha, devemos fortalecer a troca complementar e
cooperativa, onde todos ganham. Importa assumir, com absoluta seriedade, o
princípio do prêmio de economia John Nesh, cuja mente brilhante foi
celebrada por um não menos brilhante filme: o princípio ganha-ganha, onde
todos saem beneficiados sem haver perdedores.

Para conviver humanamente, inventamos a economia, a política, a cultura, a
ética e a religião. Mas, nos últimos séculos, o fizemos sob a inspiração da
competição que gera o individualismo. Esse tempo acabou. Agora temos que
inaugurar a inspiração da cooperação que gera a comunidade e a participação
de todos em tudo o que interessa a todos.

Tais teses e pensamentos se encontram detalhados nesse brilhante livro de
Maurício Abdalla, O princípio da cooperação. Em busca de uma nova
racionalidade.

Se não fizermos essa conversão, preparemo-nos para o pior. Urge começar com
as revoluções moleculares. Comecemos por nós mesmos, sendo seres
cooperativos, solidários, compassivos, simplesmente humanos. Com isso
definimos a direção certa. Nela há esperança e vida para nós e para a Terra.

* Leonardo Boff é teólogo, filósofo, espiritualista e ecologista. É
professor emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Brasil paga US$ 100 mi a mais por gás boliviano


O governo Lula firmou um acordo com a administração de Evo Morales. A coisa foi explicada na manha desta quinta-feira (15), em Brasília. Em meio a muito blábláblá, coube ao ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, fazer o melhor resumo: o Brasil vai pagar anualmente US$ 100 milhões a mais pelo gás que compra da Bolívia.

A conta refere-se ao reajuste dos contratos que asseguram o abastecimento da região Sudeste, que tem em São Paulo o seu maior consumidor. Na véspera, já se havia anunciado que o Brasil topara aumentar também o preço do gás comprado por Mato Grosso. O que, pelas contas do mesmo ministro Villegas, renderá à Bolívia um adicional de US$ 44,86 milhões por ano.

Tudo somado, Evo viu em Brasília uma mega-uva de US$ 144,86 anuais. As autoridades brasileiras esforçam-se para demonstrar que o acordo-companheiro é justo. Difícil concordar integralmente com o raciocínio sem torturar o significado do vocábulo.

Vá lá que Lula queira rasgar contratos legitimamente firmados para ajudar um vizinho pobre. Trata-se de uma graciosidade imposta à Petrobras. Mas o reajuste não é dos mais expressivos. O que incomoda é a impressão de que o governo está alisando a cabeça de uma serpente.

O morubixaba Evo invadiu militarmente instalações da Petrobras. Depois, pôs-se a destratar o Brasil. Disse que o Acre foi anexado ao território brasileiro em troca de um cavalo. Chamou a Petrobras de chantagista. Acusou a e empresa de prática de contrabando.

A diplomacia-companheira ficou devendo aos nacionais que pagam os seus contra-cheques uma resposta à altura das provocações. Agora vem o Evo a Brasília e Lula mostra-lhe suas melhores uvas. Quem garante que, amanhã, depois de fartar-se, Evo não vai virar a cara para o Brasil de novo? Se proceder assim, não poderemos culpá-lo. Lula deixou-o mal acostumado.

Escrito por Josias de Souza

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Em 20 anos, faltará água para 60% do mundo, diz ONU


Menino bebe água
Consumo de água dobrou em relação a crescimento populacional
Dentro de 20 anos, uma proporção de dois terços da população do mundo deve enfrentar escassez de água, de acordo com a FAO, agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, sediada em Roma.

Segundo a FAO, o consumo de água dobrou em relação ao crescimento populacional no último século.

Pouco mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo já não têm acesso a água limpa suficiente para suprir suas necessidades básicas diárias, disse Pasquale Steduto, diretor da unidade de gerenciamento dos recursos hídricos da FAO.

Segundo ele, mais de 2,5 bilhões não têm saneamento básico adequado.

Steduto pediu maior esforços nacionais e internacionais para proteger os recursos hídricos do planeta.

A irrigação para cultivos agrícolas atualmente responde por mais de dois terços de toda a água retirada de lagos, rios e reservatórios subterrâneos.

Em várias partes do mundo, agricultores que tentam produzir alimentos suficientes e obter renda também enfrentam estiagens sistemáticas e crescente competição por água.

O que os agricultores têm que fazer, diz a FAO, é armazenar mais água da chuva e reduzir o desperdício ao irrigar suas plantações.

"A comunidade global tem conhecimentos para lidar com a escassez de água. O que é necessário é agir", afirma a agência das Nações Unidas.

Fonte: BBC

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Futebol: Curiosidades

Foram os ingleses que trouxeram o futebol para o Brasil. Por isso, a maior parte dos termos utilizados nesse esporte é de origem inglesa. Não só os termos, frise-se, mas também nome de clubes. Afinal, de onde você acha que vêm os nomes Sport Club do Recife e Sport Club Corinthians, entre muitos outros? Lógico que da terra dos Beatles.


Até os anos 50, o predomínio de formas inglesas na terminologia do futebol brasileiro era esmagador. Torcedores e cronistas esportivos escreviam e falavam palavras como football, goal, penalty, score, shoot, team, back, goalkeeper; referee, corner, hands. Com a popularização cada vez maior do esporte bretão, nacionalistas, principalmente mestres do vernáculo, se insurgiram contra esse abuso de anglicismos. E, assim, entraram em campo os aportuguesamentos futebol, gol, pênalti, escore, chute, time, beque, goleiro, juiz/árbitro, escanteio e toque, substituindo as forma estrangeiras.
Mas o inglês não foi o único exportador das palavras futebolísticas. Por exemplo, do francês placard, veio placar; zagueiro, que substituiu o aportuguesamento de origem inglesa beque, veio do espanhol zaguero. E o espanhol platino importou do quíchua, língua nativa do Peru, cancha e a exportou para nós, que a assimilamos sem nenhuma modificação.
Dos aportuguesamentos futebolísticos, a novela mais polêmica foi sem dúvida a que tratou do nome do esporte. Alguns puristas mais radicais não aceitavam a palavra futebol por não ser de origem vernácula. Por isso, propuseram a substituição dela por palavras criadas a partir de elementos gregos e latinos. Veremos isso agora.


BOLAPÉ, BALÍPODO E LUDOPÉDIO


Somos o país do futebol. Agora, imagine se em vez de "país do futebol", o Brasil fosse chamado de "o país do bolapé". Ou se fôssemos pentacampeões de "balípodo". Ou se a competição que mobiliza nosso país de quatro em quatro anos fosse a "Copa do Mundo de Ludopédio". O que acha? Não está entendendo? Eu explico: bolapé, balípodo e ludopédio foram três propostas de nacionalização do inglês football, que, por motivos que vão desde a sonoridade à falta de bom gosto, não pegaram. Preferimos dar uma roupagem vernácula à inglesa football, grafando-a futebol, de acordo com os moldes da nossa ortografia. Isso é uma prova de que em língua não adiantam decretos, intervenções oficialescas e até pitacos de "gênios", como o do filólogo Castro Neves, criador de balípodo, e o do poeta Fernando Pessoa, o pai de bolapé. O povo é a língua. E a língua é do povo. Purismos, nacionalismos lingüísticos, para ser fortes, para sobreviver, têm de partir do povo. Esse é o fato.

CURITIBA x CORITIBA


A capital do Paraná é "Curitiba", com U. O clube, porém, é "Coritiba", com O. Se você é aficionado do futebol, conhece essa distinção gráfica muito bem. Agora, o porquê disso certamente você desconhece. A questão é a seguinte: quando o clube foi fundado, a cidade tinha duas grafias: uma de origem indígena (Curityba, que em tupi-guarani significa "muito pinhão") e uma aportuguesada (Coritiba). Na época da fundação, o clube escolheu a forma aportuguesada e com ela está até hoje. Foi diferente com a cidade, que, depois da reforma gráfica que proibiu o uso do Y em nossas palavras, adotou a grafia Curitiba.

O CORINTHIANS E OS CORÍNTIOS


Já ouviu falar da cidade grega Corinto? E do Club Corinthians Paulista? Do clube certamente você já ouviu falar. Da cidade, talvez não. E o que o Corinthians tem a ver com Corinto? Tudo, pois a palavra inglesa "corinthians" corresponde à nossa "coríntios". É que os ingleses que fundaram o clube paulista quiseram homenagear os habitantes de Corinto, os coríntios (em português) ou the corinthians (em inglês).



GANDULA


Na década de 40, jogava no Vasco da Gama um argentino muito ruim de bola. Esse "hermano" perna-de-pau chamava-se Gandulla. O coitado era tão ruim, que os técnicos quase nunca o escalavam para as partidas. Geralmente ficava na margem do campo, assistindo aos jogos. Quando a bola saía, "lépido e fagueiro", o gringo ia atrás da pelota para repô-la ao jogo. E assim, todas as vezes que a bola ia para fora, a torcida cobrava: "Pega a bola, Gandulla!" Graças a isso, o nome próprio Gandulla virou o substantivo comum gandula, sinônimo de profissional responsável pela reposição de bolas nas partidas de futebol.

LAÉRCIO LUTIBERGUE é professor de português, consultor e revisor de texto

Dois pesos;duas medidas:pobre mídia!!!!

ESPERIZAÇÃO
(Liberada a caça aos pobres)
Volnei Batista de Carvalho

Que ingenuidade minha pedir aos donos do poder para que mudassem o poder(Giordano Bruno antes de ser queimado vivo)

Esperização é “o fenômeno psicosocial de travestir a realidade com justificações hipócritas aos desvios de conduta da elite dominante à defesa da impunidade por crimes cometidos por seus membros”.
Esperização é denominação colhida do nome do famoso costureiro, Ronaldo Ésper, branco e rico, flagrado roubando vasos de flores em cemitério. O fato sociológico e criminológico observado comparativamente outro caso acorrido à mesma época com a anônima empregada doméstica, Angélica Aparecida de Souza Teodoro, negra e pobre, flagrada em furto de um pote de manteiga em supermercado.
Ésper foi prontamente socorrido pelo espírito imunizante da elite nacional. Angélica ficou 128 dias no “cadeião”, perdeu a guarda do filho e teve quatro habeas-corpus negados. Ésper foi prontamente colocado em liberdade, desnecessitando de habeas-corpus. As “embaixatrizes socialites”, Hebe Camargo e Luciana Gimenez, valendo do espaço da mídia, mídia que no geral permaneceu calada, ao contrário quando do caso Angélica, partiram para defesa de Ronaldo Ésper, inclusive abrindo espaço especial na televisão para defesa própria do ladrão. Ele dramatiza o ato criminoso, cinicamente chora e ri na frente das câmeras, com cena transmita para milhões telespectadores. Ora se justifica inocente com falácias pueris, ora, como réu confesso, pede perdão às “clientes” e familiares. Foi calorosamente aplaudido pela platéia. Ronaldo Ésper foi premiado com um programa na TV – “educador de massa”. Deste fato social, o fenômeno esperização.
Verifica-se a esperização como um fenômeno social abrangente, a partir da nítida divisão em duas classe distintas na estrutura da sociedade. A “elite” governante e a massa plebéia, governada. Diferenciam-se em deveres e obrigações sociais e legais, no acesso às instituições políticas, no uso de bens e serviços públicos, na repartição da produção social da riqueza, mascarando a idealização de um Estado Democrático de Direito. O direito e o fático: a um, lei nenhuma, ou as benesses; a outro, toda lei, e seus rigores.
As justificativas hipócritas se dão no ajuste da realidade arquitetada e o fato concreto. O máximo de uma sociedade civilizada é o direito e a justiça, mas é no proceder ao direito para a justiça que a esperização falseia a idéia do injusto em justo, afastando ao longe dos olhos a impunidade e a aproximando do inconsciente. A impunidade só é definida quando comparativamente significa punição desigual.
A esperização é a falsa realidade de que temos um Estado democrático quando na verdade vivemos um “Estado feudal moderno”, nepótico e despótico. Ao contrário da servidão medievalista, o povo é “coisificado”, nada valendo a não ser o de justificar o poder numa fantasiada sociedade politicamente organizada. Nosso país é uma grande sociedade anônima – Brasil SA. Tudo se traduz em rentabilidade e utilidade, desde que à fartura da elite.
Como aceitar passivamente, sob justificativas das mais absurdamente irracionais, que a elite use dos aparelhos do Estado para assassinar impunemente milhões do povo? Quem acusa a elite? O desvio de recursos à saúde, à educação, ao atendimento às necessidades sociais, que reflete conseqüência de sofrimento e morte, é ou não crime, assassinato, genocídio? Quem julga a elite? Tem-se uma sociedade politicamente organizada, um Estado Democrático de Direito, com os poderes institucionais abrigando horda governando? Quem pune a elite?
A esperização é a detecção do supra-sumo da miséria intelectual nacional, refletida nos governantes, juízes, artistas, jornalistas, professores, policiais, pastores... O que mais execrável que ter um Parlamento como covil? Sermos governados como coisas em mesa de negociação sindical? Ser julgado por juízes condenáveis? Artistas venais? Jornalistas tendenciosos? Professores ignorantes? Policiais assassinos? Pastores imorais? São minorias, poucos, inexpressivas... Se, minorias, poucos, inexpressíveis, porque permanentes e sem reação e precaução da maioria, dos muitos, da parte mais expressiva? No mínimo, o crime de cumplicidade pela convivência ou conivência omissiva.
E onde entra a questão do menino arrastado até a morte pelas ruas do Rio de Janeiro?
A princípio, há que todo ser humano profundamente se condoer com a morte de inocentes... e também de culpados. A morte de João Hélio foi de evidente horror e pavor, a merecer todos protestos em nome da civilização. Porém, por mais que tentem situar o caso na barbárie para justificar exemplo de punição ou punição coletiva contra os pobres, a esperização os desmascaram.
Por mais horrenda e pavorosa que tenha sido a morte daquela criança, não justifica que os assassinos sejam conduzidos esgoelados, literalmente, por mãos de policiais ao olhar de todo. Nem quem, por causa desse fato insólito, se queira reduzir a idade penal punitiva, a pensarem em punir crianças de até 13 anos.
Porque não puniram os filhos da elite que queimaram vivo o índio patachó? Qual a punição dada àqueles assassinos? A matança daquelas crianças na porta da igreja da Candelária, a tiros, enquanto dormiam? Qual a punição dada aos assassinos? E a tortura e morte de crianças, filhos de pobres, nas Febens? Em fim, etc, etc, assim ad infinitum e ad eternum...
Que o Estado seja amoral, mas a elite governante o transforma em imoral. Que as instituições sejam públicas, mas a elite dominante transforma as instituições a serviço do nepotismo e o corporativista insano. Que temos leis escritas, mas desigualmente aplicadas, em benefício da impunidade à glorificação da força do poder da elite. As armas que mais matam são acionadas pelos agentes do Estado. Que os grandes traficantes não estão nas favelas, se confundem entre agentes políticos.
Disso, como entender a tolerância com toda a barbárie policial praticada diariamente, décadas, secularmente, em flagrante violação dos mais comezinhos direitos humanos? Como justiçar a massa encarcerada de pessoas humildes do povo? Dos privilégios de prisões especiais para certos indivíduos, qualificados por elitizados? De foro privilegiado, que deveriam temer e rejeitar, por ser tribunais superiores?
Ora, não é o Estado, nem as instituições, as leis, as armas, as drogas e as bebidas alcoólicas, o responsável direto a tamanha violência reinante. Nem a se imputar como mal da natureza humana, nem resultado de intervenção de forças malignas transcendentais. O povo miúdo é bom (está deixando de ser), pacífico (está deixando de ser), solidário (está deixando de ser), alegre (está deixando de ser). O que há é um comportamento de relacionamento social nacional, entre um extrato social distinto, a classe dominante, e o restante do povo, a massa, subjacente a toda a forma de expressão de violência social. Esse comportamento das elite é culturalmente histórico, e para mudar significa processo abrupto de ruptura. Esse relacionamento é também sistêmico porque se define e se manifesta através do ordenamento jurídico, econômico e político. O ordenamento jurídico, injusto; o econômico, desumano; e político, excludente. E ideológico, na esperização, na medida da produção e reprodução de realidades inconcretas. Disso, é de se entender que toda esse estado permanente de violência do Brasil repousa na única e exclusiva responsabilidade da classe dominante, agente e mandante de toda miséria e criminalidade que crassa a sociedade brasileira.
O problema da mudança é que a nação acostumada à servidão, agora passivamente aceita a “coisificação” gradativa, até ser coisa descartável. Contenta-se em aplaudir idéias manipuladas de dominação e a jogar a liberdade a um salvador transcendental. Enquanto seu filhos rebeldes, premidos em reagir para sobreviver, são tratados como animais e dizimados pelas ruas e prisões.
Só uma maneira da caça resistir, se voltar contra o caçador.