domingo, 24 de fevereiro de 2008

O pega Nassif (com dois “s”) e Veja

Laerte Braga


O alcance da artilharia pesada e real de Luís Nassif vai além de VEJA e as trapaças da revista nas mentiras do mundo segundo os interesses das classes dominantes. Vai mais adiante ao mostrar o caráter da grande mídia e o pântano onde se afunda e se chafurda o jornalismo brasileiro na versão glamourosa que por quatro mil, no máximo seis, se pode ter uma bunda igual a das “cariocas”.

Houve e continuam acontecendo protestos de baianas e gaúchas indignadas com o festival de besteiras (ressurreto) que tenta a todo custo transformar o ser em objeto e fazer do País um imenso campo de concentração povoado por um monte de pastas e mesas de sinuca das grandes tacadas pornográficas, que nada têm a ver com Paris Hilton, mas com as cores vivas do JORNAL NACIONAL.

E as pastas, lógico. Negócio de Mitre/matrizes (de bandalheiras).

Dois “s” são diferentes de um “c”.

Enquanto um Daniel Dantas faz miraculosas operações para lesar e ludibriar um País, Luciano Hulk enrola com um negócio de lata velha virar carro novo (processo nº 2007.000972-9, movido por João Marcelo Vieira contra a GLOBO por fraude. O processo corre em juizado de primeira instância e está disponível no site do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro).

Máquina de alienação. Escondem o principal, o que conta e ainda fraudam no detalhe o que é usado para “distrair” incautos em contos de fada com cheiro de pastas podres.

Luís Nassif coloca a revista VEJA e toda a chamada grande mídia numa berlinda sem tamanho. Todas as inverdades estão lá, no seu blog, relatadas ipsis literis, sem faltar uma única vírgula e indesmentíveis.

O que os jornalistas apontados como responsáveis e a direção da empresa vai fazer? O de sempre. Mentir, reagir com a falsa indignação do moralismo udenista ainda vivo e presente no tucanato (forma de ser). Não importa que no governo José Serra tenham sido gastos mais de cem milhões de reais em cartões corporativos e que desse total 44% tenha sido em saques em dinheiro vivo.

Importa apossar-se dos grandes “negócios”, transformar a comunicação, a mídia em instrumento dos “grandes negocistas” e afastar o que quer que possa representar risco ou perigo para esse baú de grandes tacadas.

Tudo em madeira nobre. É a cara dessa gente.

A arrecadação das companhias telefônicas com uma só terça-feira, dia de eliminação no BBB-8 chega a oito milhões de reais e, com certeza, a GLOBO tem parte no negócio. E que parte.

O jornalismo brasileiro tem momentos épicos. Jornalistas que independente do que pensam ou deixam de pensar, refletem a ética jornalística da verdade. Tem a ética da mentira. VEJA. Está nua.

É provável que o “aeroporto” onde pousam as “matérias jornalísticas” das grandes negociatas não tenha ranhuras. Os acordos intramuros, os favores, as trocas, as gentilezas sempre com recibos de depósitos bancários ou cash, a participação das agências que “publicitam” as verdades sem alternativas, forçadas, montadas em laboratórios do real poder, tudo isso está posto a nu pelo jornalista Luís Nassif.

Rasgo de coragem, rasgo de decência. Há momentos em que o estômago embrulha e é preciso colocar para fora tudo aquilo que não pode ser digerido. Uns colocam. Outros não, tomam as pílulas mágicas da prostituição midiática.

Paulo Henrique Amorim adverte para os reais propósitos do que chama adequadamente de PIG (Partido da Imprensa Golpista). GLOBO, FOLHA, VEJA, etc. Não admitem o que quer que seja que possa significar mudança no modelo escravagista imposto ao brasileiro. Querem a cabeça de Lula, pois se o pobre começa a comer e a aprender a ler, se o desemprego diminui e a produção industrial cresce, somem as trapaças e fraudes à medida que trapaceiros e fraudadores começam a perder a eleição.

Aquele negócio de cesta básica e dez reais no dia da eleição (Inocêncio Oliveira) perde sentido. O grande coronel é substituído pela consciência que o sujeito passa a ter de si e a capacidade de enxergar o outro num processo que leva de roldão essa forma estúpida de ser.

Vão viver de que?

Aí você enxerga a roseira e seu real sentido, percebe as constelações no infinito, entende o sentido de ser pelos próprios passos. Enxerga o caminhar lado a lado, some o vazio, é como se uma nova lei da gravidade desse ao corpo condições de movimentos em que a bola vira taco.

A essência desse trem todo que vem embrulhado para presente está destampada e o cheiro não é suportável.

VEJA teve sua verdadeira face e seus verdadeiros objetivos revelados e explicitados numa impressionante demonstração seja de coragem, seja de jornalismo respaldado em fatos e realidades.

O desafio hoje é o da comunicação. Em todos os sentidos. E como diz Caia Fitippaldi, o que existem são “des jornais”, “des revistas”, apenas um intrincado e complicado aparelho de mentiras e objetivos sujos.

A preocupação de VEJA não é desmentir o jornalista Luís Nassif, pois não há o que desmentir. Como se diz, contra fatos não existem argumentos. É encontrar meios de desqualificar e rotular Nassif, para que suas denúncias não encontrem eco e não produzam os efeitos que já se fazem sentir.

E embora disfarcem e tentem olhar para o outro lado, é a preocupação de todos os chamados grandes, pois a chuva de verdades e revelações de Nassif respinga em todo o “complexo” mafioso.

Vão tentar transformar Nassif numa das vagabundas de Boninho e enchê-lo de ovos podres, já que se acreditam juízes e senhores do mundo.

Mas, desta vez vai ser difícil. As denúncias feitas pelo jornalista não têm um pingo faltando nem nos “is” e nem nos “jotas”.

De uma certa forma é a perspectiva de renascimento de um jornalismo que exclua o monopólio das grandes “famílias” e viva em função dos interesses DASLU/FIESP que buscam comandar o Brasil na sonegação. Não só de impostos. Mas de tudo.

A espingarda de Nassif mirou na podridão de VEJA e acertou no resto todo, em múltiplos canos e precisos disparos. Rasgou o pano de muitas mesas de sinuca.

Um dos papéis da chamada “blog/esfera” é mostrar agora a força da realidade real impondo-se à realidade irreal na ordem invertida ao sabor dos “negócios”.

Uma joalheria de Tóquio, no Japão, exibiu um vestido decorado com 325 moedas de ouro, cujo modelo está avaliado em mais de US$ 267 mil. A loja tenta alavancar as vendas de peças em ouro e mostrou também dois coletes masculinos no mesmo estilo.

Quem quiser contribuir para a decoração natalina profissional é só jogar uma moeda na pasta. Está sempre aberta e um sorriso cínico de bem vinda vai dizer obrigado. É fevereiro, mas antes tem o coelhinho da páscoa.


> Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.

Sonny Clark Trio - Sonny Clark Trio (1957)

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Sonny Clark Trio - Sonny Clark Trio (1957)
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Personagens:
Sonny Clark (piano);
Paul Chambers (bass);
Philly Joe Jones (drums)

Gravado em Van Gelder Studios, Hackensack, New Jersey em 13 de outubro de 1957.

Músicas:
1. Be-Bop
2. I Didn't Know
3. Two Bass Hit
4. Tadd's Delight
5. Softly As In A Morning Sunrise
6. I'll Remember April
7. I Didn't Know What Time It Was (Alternate Take)
8. Two Bass Hit (Alternate Take)
9. Tadd's Delight (Alternate Take)

Downloads abaixo:

Part 1
Part 2

Sebastião Tapajós - Sebastião Tapajós Interpreta Radamés Gnatalli & Guerra-Peixe (1998)




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Os candidatos à Casa Branca e a política internacional América Latina



Escrito por Luiz Eça

Somente nos últimos anos do seu governo o presidente Bush se deu conta de que estava ignorando a América Latina. Emendou-se editando um pacote de benesses modestas, o que foi perfeitamente explicável pela preferência em investir no front do Oriente Médio, onde as coisas estão pra lá de pretas. E, é claro, pela situação pré-falimentar em que se encontram os Estados Unidos.

O principal objetivo da Casa Branca na América Latina no período Bush era a criação da ALCA, acordo de livre comércio entre as nações do continente, de olho no aumento das exportações de produtos americanos. Com a ALCA rejeitada pelos líderes do Mercosul, Bush partiu para seu plano B, a negociação de acordos bilaterais de livre comércio com cada país da região.

Sua política externa previa também apoiar os governos "amigos", ou seja, que seguissem o FMI e o Banco Mundial. Como se sabe, o fracasso dos dogmas dessas instituições trouxe a vitória de grupos de esquerda na maioria dos países da América do Sul. Alguns deles mais pragmáticos, casos do Chile, Brasil e Uruguai, se acomodaram e deixaram de ser problema para Washington. Mas houve rebeldes que perturbaram os interesses yankees, e muito, adotando políticas capitalistas não-ortodoxas (Kirchner) ou socializantes (Chávez, Evo Morales e Rafael Correa). Em ambas as situações, multinacionais de origem americana se viram prejudicadas com o cancelamento de acordos leoninos, desapropriações, perda do controle de setores-chave, redução de dívidas, regulamentações severas etc.

Fora um momento em que agiu de acordo com os padrões históricos da política externa americana – quando apoiou um golpe de Estado na Venezuela –, Bush comportou-se até educadamente. Seus porta-vozes não deixaram de criticar a rebeldia das "plantas daninhas" do quintal dos Estados Unidos. Seu governo pressionou, diretamente e através do Banco Mundial e do FMI, com ameaças e mesmo efetivos cortes de verbas. Mas não foi muito além disso.

O próprio Chávez não recebeu ataques da Casa Branca tão violentos quanto os que ele vem brindando a Bush. A demonização do líder bolivariano ficou por conta da imprensa americana. Bush preferiu adotar uma estratégia indireta, concentrando seu poder de fogo no apoio total ao presidente colombiano Uribe, o grande rival de Chávez, a quem chegou a conceder 4,1 bilhões de dólares num ‘plano Colômbia", de aplicação altamente questionável. Tudo para fazer de Uribe um contrapeso às ações do presidente da Venezuela no continente. Sim, porque Chávez não se limita a desapropriar multinacionais americanas, cortar privilégios e acusar Bush de um sem número de felonias.

Ele representa uma ameaça diplomática séria. Brandindo a arma do petróleo, que oferece de graça ou quase isso, Chávez trouxe alento à embargada economia cubana e ganhou o apoio de dois países da América Central (Nicarágua e República Dominicana), aos quais fez generosas doações. Com seus petrodólares, comprou bônus do governo argentino, financiou programas bolivianos e promoveu projetos de desenvolvimento no Equador, reforçando os laços com esses países.

Considerando esse quadro, será que teremos mudanças com o sucessor de Bush? Não se for John McCain, o cavaleiro andante do império, que promete acabar com as torturas e com Guantánamo, mas continua a favor da hegemonia universal. O mesmo não se pode dizer com referência aos dois candidatos democratas. Seu partido dispõe de uma forte base sindical que, diferente do que acontece no Brasil, influi no governo e não é influenciado por ele. Esse pessoal é contrário a acordos de livre comércio, à sombra dos quais empresas americanas mudam-se para países onde os salários são baixos, exportando empregos em vez de criá-los nos Estados Unidos. Tanto Obama quanto a senhora Clinton já criticaram o NAFTA (acordo de livre comércio entre Estados Unidos, Canadá e México), afirmando que deve ser revisto por apresentar "sérias falhas".

Quanto aos tratados bilaterais com países da América do Sul, por enquanto, foi celebrado apenas com o Peru, do ex-socialista Alan Garcia. Aquele que Bush mais desejava, que contemplaria a Colômbia, do fidelíssimo Uribe, ainda não foi aprovado pelo senado americano, embora assinado pelos dois presidentes em novembro de 2006.

Para fazer lobby, Uribe já foi a Washington duas vezes e Condy Rice trouxe dez congressistas democratas à Colômbia. Tudo em vão. Os senadores do Partido Democrata persistem rejeitando, alegando ligações do governo colombiano com paramilitares, assassinatos de líderes sindicais, leis sociais deficientes e perseguições a movimentos de direitos humanos.

No ano passado, Obama e mais 10 senadores do partido enviaram a Uribe uma carta em termos fortes, condenado-o por suas declarações contra oponentes sindicalistas e defensores dos direitos humanos. Posteriormente, Hillary associou-se à manifestação dos seus colegas.

Não é temerário concluir que, tanto Obama quanto Hillary, sendo governo, pouco se interessarão em promover acordos bilaterais de livre comércio com a Colômbia ou com outro país qualquer.

Outra mudança esperada da parte de uma eventual presidência democrata na política latino-americana deverá ser maior flexibilidade no relacionamento com Cuba. Os dois candidatos já falaram em abrandar o rigor das restrições às viagens e ao envio de dinheiro. Provavelmente, haverá maior boa vontade com os cubanos, especialmente da parte de Obama, que já falou em realizar "encontros incondicionais com Fidel Castro" para discutir os contenciosos, coisa que Hillary, até agora, tem repudiado.

Mas as eventuais mudanças vão ficar por aí. Todos os candidatos, seja qualquer dos democratas, seja o republicano (omitimos Huckabee por estar fora do páreo), continuarão defendendo os interesses das multinacionais, protestando contra socializações e intervenções estatais na economia, censurando Chávez e pondo o FMI e o Banco Mundial em ação para pressionar os governos rebeldes.

Não confundamos as coisas: um novo Jimmy Carter ainda está para nascer.

Luiz Eça é jornalista.

GRAU DE INVESTIMENTO: QUEM DÁ NOTA PARA AS EMPRESAS QUE NOS DÃO NOTA?

Blog do Azenha

SÃO PAULO - Ah, mas para o Brasil obter "grau de investimento" ainda falta... Você já ouviu isso no Bom Dia Brasil ou na CBN? É um mantra repetido sem contexto e sem explicação, como se moedas de ouro fossem chover do céu quando três empresas americanas decidirem que não é arriscado investir no Brasil.

Essas empresas - a Standard & Poor's, a Moody's e a Fitch - são uma espécie de SERASA de Wall Street. São agências de classificação. Avaliam empresas e países. E ganham fortunas com seus relatórios. Pergunto: quem é que dá nota para as empresas que dão nota?

Hoje a Standard dá BB+ ao Brasil, com viés de alta. A Moody's dá Ba1, estável. E a Fitch dá BB estável.

Isso significa: "Risco aceitável. Segurança financeira questionável, grandes incertezas, exposição a condições políticas e econômicas adversas, levando à capacidade inadequada de cumprir compromissos financeiros."

Para obter o chamado "grau de investimento" o Brasil precisa voltar da escola com um BBB na cadernetinha.

É óbvio que milhares de empresários de todo o mundo não estão nem aí para a nota. Continuam investindo no Brasil, independentemente do que dizem as três professorinhas de Wall Street.

Vou contar um segredinho a vocês: elas não estão com essa bola toda.

Existem críticas de cunho político. Sugerem, por exemplo, que as agências de classificação de crédito assumiram o papel do Fundo Monetário Internacional sem o poder deste. Quem não seguir as fórmulas ortodoxas de Wall Street dança.

Mas também há outras críticas. Sobre tráfico de influência e incompetência pura e simples.

De acordo com o New York Times, dias antes de quebrar a empresa americana Enron estava na mira de outra companhia, a Dynegy. "Executivos das grandes empresas de investimento que poderiam lucrar com o negócio pressionaram a Moody's para manter o grau de investimento da Enron, ainda que as ações da empresa tivessem caído a níveis que indicavam que a dívida dela era altamente arriscada", escreveu o jornal.

Poucos dias antes de falir a Enron era um investimento altamente recomendado pelas agências. De uma hora para a outra, a Moody's derrubou a classificação da Enron em 5 níveis, a Standard & Poor's em 6 e a Fitch em 10. Ou seja, foram "pegas de surpresa" pelo colapso da companhia. Ué, então qual é o sentido de seguir as recomendações?

Um caso mais recente envolve o Credit Suisse. Em 12 de dezembro de 2000 o banco ofereceu papéis no mercado garantindo retorno anual de até 10%. As três agências de classificação deram aos papéis a nota máxima, AAA ou Aaa. No final de 2006 as perdas com o papelório do Credit Suisse já tinha atingido cerca de U$ 125 milhões.

Ou seja, quem se baseou nas notas das três empresas de Nova York, que juntas controlam 95% do mercado mundial de classificação, se deu muito mal.

Os investidores deveriam ter levado a sério a nota que acompanha os relatórios da S&P, por exemplo: "Any user of the information contained herein should not rely on any credit rating or other opinion contained herein in making any investment decision." Ou seja, qualquer usuário da informação contida aqui não deve se basear nela ou na classificação de crédito ou em qualquer opinião contida aqui ao tomar uma decisão de investimento."

Pergunto: se nem eles mesmos se levam a sério, você deveria levá-los?