Na terça-feira (dia 24), acontecerá o julgamento pelo
Superior Tribunal de Justiça (STJ) - instância máxima da Justiça no Brasil -, da
fraude cometida pela família Marinho (RJ) contra as Organizações Victor
Costa (SP).
Superior
Tribunal de Justiça julga na semana que vem suposta fraude na compra da
Globo
Documentos
de herdeiros de Roberto Marinho são apontados como provas 'montadas’;
uma das alegações é a de falsificação de assinaturas de pessoas mortas
uma das alegações é a de falsificação de assinaturas de pessoas mortas
A
terça–feira da semana que vem, dia 24, será decisiva para os rumos da Rede
Globo. Nesse dia
será julgada pelo Superior Tribunal de Justiça a compra da emissora
em novembro de 1964 por Roberto Marinho.
A
ação foi proposta pelos antigos herdeiros dos acionistas da empresa que hoje
atende por Rede Globo, a Rádio Televisão Paulista S/A, que eram controladores de
52% do capital social inicial da empresa (espólios dos já falecidos Manoel
Vicente da Costa, Hernani Junqueira Ortiz Monteiro, Oswaldo J. O. Monteiro,
Manoel Bento da Costa e outros).
No
processo, os advogados de Roberto Marinho alegaram que ele comprou, em novembro
de 1964, ações que pertenciam a Victor Costa Junior, sendo que este jamais fora
acionista da emissora, mas sim herdeiro do então diretor-presidente, Victor
Costa.
Os
herdeiros de Roberto Marinho alegam terem perdido as procurações originais e os
recibos da compra. Analisados pelo Instituto Del Picchia de Documentoscopia, os
documentos apresentados pelos herdeiros de Roberto Marinho foram apontados como
provas “anacrônicas, falsificadas, montadas”.
Houve
duas assembleias Gerais para tentativa de legalização da transferência do
controle majoritário da emissora realizadas por Roberto Marinho. A primeira foi
em 10 de fevereiro de 1965 e a segunda, em 30 de junho de 1976. Ambas são
rechaçadas pelos herdeiros dos antigos acionistas, pois apontam que o negócio
com Victor Costa Junior não teria validade. Na Assembleia de 1965 apenas um
acionista esteve presente. Ele disse ser representante de dois acionistas
majoritários anteriores, mortos em junho de 1962 e dezembro de 1964.
ORGANIZAÇÕES VICTOR COSTA
Wikipédia*
Na década de
1950, quando a televisão
chegou, eram três os principais grupos de radiodifusão:
Diários
Associados (da TV
Tupi), Grupo Paulo
Machado de Carvalho (da TV
Record) e também a OVC (Organização Victor
Costa).
A trajetória deste último grupo começa antes dele. Victor
Costa era diretor da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, principal
emissora de rádio do país e de propriedade do Governo Federal. Ele, que começou
como ponto, depois foi radioator, cresceu rapidamente no rádio (sua maior
paixão). Em 1953,
ele vem a São
Paulo na tentativa de criar um negócio. É quando ele adquire a Rádio
Excelsior de Paulo
Machado de Carvalho, dono da Rádio
Record e fundador nesse ano da Rede
Record e monta a Rádio
Nacional de São
Paulo (sem vínculos com a do Rio).
Adquiriu também a Rádio
Cultura. E aos poucos começou a comprar diversas emissoras de rádio
pelo país. Onde os outros viam a dificuldade de manter uma estação, Victor Costa
enxergava oportunidades e negócios pertinentes na área. Era o grande
profissional. Foi ainda em 1953 que fundou a OVC (Organização Victor Costa), que
estabeleceu uma ordem para consolidação e construção do grupo.
Com seus diversos contatos, Victor Costa trouxe do Rio de Janeiro os
principais nomes da Rádio Nacional. As "cantoras do rádio", orquestras, os
humoristas da PRK-30, entre outros. Começou a fazer transmissões em "pool" entre
as rádios.
Em 1954
começou a negociar com o deputado Ortiz Monteiro a compra da TV
Paulista, canal 5. Um ano depois comprou a emissora. O canal, que
estava com pouquíssimos recursos era prejudicado pela ascensão e a estrutura da
TV Tupi e TV Record. Com a chegada da OVC, a TV Paulista se transformou. E criou
programas de sucesso como "Teledrama Três Leões" e "Hit Parade". E com o tempo,
a OVC passou a criar novas emissoras de TV, como a TV Santos, a TV Bauru e uma
emissora em Recife. A OVC chegou a obter uma concessão para ter outro canal em
São Paulo, o 9, que no entanto foi vendida, antes mesmo da emissora ser
inaugurada, para um grupo de empresários que mantiveram o nome escolhido pelos
donos originais da concessão (TV
Excelsior).
Em 22 de
dezembro de 1959,
faleceu Victor Costa. Sua esposa e um enteado começaram a gerir os negócios da
OVC. A emissora começou a ser sucateada, com o intuito de venda. E foi assim que
em 1966
Roberto
Marinho adquiriu toda a OVC, inclusive as rádios, criando a Rede
Globo juntamente com sua emissora, a TV
Globo (canal 4 do Rio de Janeiro). A TV Paulista se transformaria em
TV Globo
São Paulo, a Rádio Nacional em Rádio Globo de São Paulo, a Rádio
Excelsior manteria o nome, transformando-se em CBN
em 1991.
A OVC teve uma passagem meteórica, que deixou sua marca na história da
radiodifusão nacional.
Recebido via email por: