domingo, 14 de outubro de 2007

Atrás das cortinas no teatro do etanol

Maria Aparecida de Morais Silva *

Proponho-me a trazer ao palco os atores até então deixados atrás das cortinas: os cortadores de cana dos canaviais paulistas.

Nos últimos dias, os diversos meios de comunicação deram cobertura às viagens do presidente da República aos países europeus e aos EUA. Neste último, ao discursar na 62ª Assembléia Geral da ONU, ele defendeu, mais uma vez, o argumento dos biocombustíveis como solução para os problemas climáticos do planeta. Na mesma ocasião, segundo reportagem desta Folha (Brasil, 26/9), o chanceler da República, Celso Amorim, rebateu a tese de que a produção de alimentos é afetada pelo crescimento da cultura canavieira para a produção do etanol, citando o exemplo do Estado de São Paulo.

Essa última afirmativa, no entanto, vai na contramão dos dados oficiais do Instituto de Economia Agrícola, que apontam para a diminuição das áreas de 32 produtos agrícolas, dentre eles: arroz (10%), feijão (13%), milho (11%), batata (14%), mandioca (3%), algodão (40%) e tomate (12%), sem contar a redução de mais de 1 milhão de bovinos e a queda da produção de leite no período 2006-2007.

Diante desses discursos, proponho-me a trazer ao palco do teatro do etanol os atores até então deixados atrás das cortinas: os trabalhadores rurais, os cortadores de cana dos canaviais paulistas. O que eles querem é só um "dedinho de prosa" com o presidente. Num diálogo imaginário, eles relatariam as "coisinhas simples" do cotidiano, do trabalho, da vida, enfim.

Na sua grande maioria, são migrantes provenientes dos Estados do Nordeste e do norte de Minas Gerais (em torno de 200 mil, segundo a Pastoral do Migrante). São homens, jovens entre 16 e 35 anos de idade.

Durante oito meses ao ano, permanecem nas cidades-dormitório em pensões (barracos) ou nos alojamentos encravados no meio dos canaviais.

Divididos em turmas nos atuais 4,8 milhões de hectares dos canaviais paulistas, são invisíveis aos olhos da grande maioria da população, exceto pelos viajantes das estradas que os vêem enegrecidos pela fuligem da cana queimada, chegando, até mesmo, a ser confundidos com elas.

São submetidos a duro controle durante a jornada de trabalho. São obrigados a cortar em torno de dez toneladas de cana por dia. Caso contrário, podem: perder o emprego no final do mês, ser suspensos, ficar de "gancho" por ordem dos feitores (sic) ou, ainda, ser submetidos à coação moral, chamados de "facão de borracha", "borrados", fracos, vagabundos.

A resposta a qualquer tipo de resistência ou greve é a dispensa. Durante o trabalho, são acometidos pela sudorese em virtude das altas temperaturas e do excessivo esforço, pois, para cada tonelada de cana, são obrigados a desferir mil golpes de facão. Muitos sofrem a "birola", as dores provocadas por câimbras.

Os salários pagos por produção (R$ 2,5 por tonelada) são insuficientes para lhes garantir alimentação adequada, pois, além dos gastos com aluguéis e transporte dos locais de origem até o interior de São Paulo, são obrigados a remeter parte do que recebem às famílias.

As conseqüências desse sistema de exploração-dominação são: - de 2004 a 2007, ocorreram 21 mortes, supostamente por excesso de esforço durante o trabalho, objeto de investigação do Ministério Público; - minhas pesquisas em nível qualitativo na macrorregião de Ribeirão Preto apontam que a vida útil de um cortador de cana é inferior a 15 anos, nível abaixo dos negros em alguns períodos da escravidão.

Constatei as seguintes situações de depredação da saúde: desgaste da coluna vertebral, tendinite nos braços e mãos em razão dos esforços repetitivos, doenças nas vias respiratórias causadas pela fuligem da cana, deformações nos pés em razão do uso dos "sapatões" e encurtamento das cordas vocais devido à postura curvada do pescoço durante o trabalho.

Além dessas constatações empíricas, as informações recentes do INSS para o conjunto do Estado de São Paulo, no período de 1999 a 2005, são: - o total de trabalhadores rurais acidentados por motivo típico nas atividades na cana-de-açúcar foi de 39.433; por motivo relacionado ao trajeto, o total correspondeu a 312 ocorrências; - quanto às conseqüências, os números totais para o período são: - assistência médica: 1.453 casos; - incapacidade inferior a 15 dias: 30.465 casos; - incapacidade superior a 15 dias: 8.747 casos; - incapacidade permanente: 408 casos; - óbitos: 72 casos.

Nesse momento, os atores saem do palco e voltam para trás das cortinas. O presidente, ouvinte, sabe que eles falaram a verdade. Sertanejo não mente: esse é o código do sertão.


* Doutora em sociologia pela Universidade de Paris 1 (França), é professora livre-docente da Unesp (Universidade Estadual Paulista). É autora de "A Luta pela Terra: Experiência e Memória", entre outras obras
IMPACTOS AMBIENTAIS DA PRODUÇÃO DE CARNE


Impactos ambientais da produção de carne

24 páginas
Custo: R$ 2,00

Venda com os grupos locais da SVB,
ou através do site www.svb.org.br

Contato com a imprensa:
raquel.ri@uol.com.br

Pecuária e desmatamento; pesca industrial e colapso de espécies oceânicas; aqüicultura e destruição de manguezais; suinocultura e poluição de lençóis freáticos; criação de animais para consumo humano e aquecimento global.

Essas e outras relações perigosas estão presentes no caderno "Impactos ambientais do uso de animais para alimentação", produzido pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Com o respaldo de fontes como FAO, ONU, WWF e IBGE, o caderno revela em que medida a produção industrial de carnes compromete a sustentabilidade em nosso planeta.

Para fazer o download gratuito do pdf, basta acessar http://svb.org.br/vegetarianismo/downloads/livros/index.php

Fome atinge 854 milhões de pessoas em todo o mundo

Diário do Paraguai

Emir Sader

Aprendemos que na Guerra do Paraguai o Brasil se uniu à Argentina e ao Uruguai para tirar do poder um tirano. Mas Eduardo Galeano se pergunta: Que lição o Brasil, monárquico e escravista, tinha a dar ao Paraguai, republicano e sem escravidão?” O certo é que foram mortos na guerra 70% dos adultos do Paraguai, um país que, mediterrâneo, tinha um modelo econômico voltado para o mercado interno, fora dos circuitos de dominação da Inglaterra.

Hoje o Paraguai pode se somar à lista de governos progressistas da América Latina, elegendo ao ex-bispo Fernando Lugo como presidente. Terminada a longa ditadura de Stroessner – que viveu folgadamente seu exílio no Brasil, - em 1989, o Partido Colorado, que governa o Paraguai desde a década de 1940, tornando-se um verdadeiro partido-Estado, prolongou seu reinado, até que grandes mobilizações populares questionando seus métodos autocráticos de governo, erigiram a Lugo como lider oposicionista favorito a triunfar nas proximas eleições, de abril de 2008.

Tudo parece favorecê-lo: o apoio popular, o prestígio que possui, a crise do governo e do Partido Colorado dividido, o entorno regional. Lugo constituiu uma ampla aliança partidária, o que fez com que alguns movimentos sociais tomem distância em relação a ele, temendo que fique preso a compromissos com forças tradicionais, entre elas o maior partido opositor, o Partido Liberal.

O Partido Colorado está por decidir seu candidato. Pode ser uma ministra de Nicanor Duarte, atual presidente, ou o vice-presidente, Luis Alberto Castiglioni, o favorito, que renunciou recentemente, para poder se candidatar. Este é o mais significativo representante do neoliberalismo, com vínculos estreitos com o governo dos EUA.

Temeroso do favoritismo de Lugo, o governo introduziu uma nova manobra, libertando a Lino Oviedo, político tradicional, com prática conhecida de violência contra os movimentos populares, mas também implicado no assassinato do ex-vice presidente, Luis Argaña. Este é um dos três processos pelos quais Oviedo está condenado – um outro é por tentativa de golpe de Estado -, mas apelando das sentenças, está em liberdade, para tentar tirar votos de Lugo.

Lugo no elaborou ainda sua plataforma, mas certamente terá como uma de suas prioridades as negociações de um novo contrato de Itaipú, em que reivindicará simplesmente que o Brasil pague a preço de mercado a produção, revisando o acordo assinado pela ditadura militar brasileira com a ditadura de Stroessner. Apenas isto permitiria ao Paraguai receber pelo menos o dobro ou mais do que recebe com os acordos atuais.

O tema da reforma agrária deve ser central num eventual governo de Lugo, quando este se compromete a acabar com o latifúndio e critica a Lula pela lentidão na reforma agrária no Brasil. Ainda mais se o candidato do Partido Colorado for Castriglioni, Lugo tenderá mais claramente a desenvolver um discurso anti-neoliberal, pelo qual afirma optar.

Os riscos não são poucos: risco de campanha pesada e suja do governo e do Partido Colorado, incluindo tentativa de fraude eleitoral; risco de Lugo depender muito dos partidos tradicionais e fazer um governo amarrado por excessivos compromissos, inclusive pelas excessivas reticências de setores dos movimentos sociais em apoiá-lo resolutamente. Mas os riscos fazem parte da possiblidade de terminar com a ditadura do Partido Colorado. Nunca as condições internas e externas foram tão favoráveis.

Vertigo(Um Corpo Que Cai), de Alfred Hitchcock




Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português/BR
Duração: 2:04
Tamanho: 404 MB
Dividido em 05 Partes
Servidor: Rapidshare



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Sinopse: Madeleine é uma bela mulher que vem sofrendo com uma crise de identidade; ela tem visões e um comportamento estranho. Seu marido convence o amigo John Ferguson, que é ex-detetive, a investigar as saídas misteriosas da esposa. Inicialmente, Scott reluta, mas diante da insistência do colega, ele concorda em seguir a mulher, e acaba se apaixonando por ela. Scott sofre de acrofobia, por isso ele falha em sua missão, ao não conseguir salvar Madeleine do suicídio, quando esta joga-se da torre de uma igreja.


Elenco:

* James Stewart .... Detetive John Ferguson (Scottie)
* Kim Novak .... Madeleine Elster / Judy Barton
* Barbara Bel Geddes .... Marjorie Wood (Midge)
* Tom Helmore .... Gavin Elster
* Henry Jones .... Coronel
* Raymond Bailey .... médico de Scottie
* Ellen Corby .... gerente do McKittrick Hotel
* Konstantin Shayne .... Pop Leibel
* Lee Patrick .... proprietário do carro


Curiosidades:

* Hitchcock queria a atriz Vera Miles para o papel de "Madeleine", mas ela ficou grávida e não pode atuar no filme.
* O diretor aparece no filme durante onze minutos, vestindo terno cinza e caminhando no estaleiro.
* A iluminação muda quando algum acontecimento importante vai acontecer no filme.
* Deteriorados pelo tempo e pela má conservação, os negativos originais do filme, considerado a maior obra-prima do mestre Hitchcock e um dos maiores filmes de todos os tempos, foram restaurados completamente em 1996, a um custo de um milhão de dólares, por Robert Harris e James Katzos, os mesmos laboratoristas que recuperaram os originais de Lawrence da Arábia e Minha bela dama.
* Barbara Bel Geddes tornou-se mundialmente famosa e conhecida do público não-cinéfilo muitos anos depois, ao interpretar a matriarca Eleanor Ewin, na popular série de televisão Dallas, nos anos 70 e 80.

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Tim Maia - Mundo Racional - Volumes I e II



Melhor fase do cara...!!!






Melhor fase do Tim...!!!!
Copiado De:RapaduraAzucarada - adm.Anselmo


Wagner Tiso - Cenas Brasileiras (2003)


Cenas Brasileiras
Wagner Tiso
2003

Como diria Millôr Fernandes a respeito de um dos músicos brasileiros que melhor conhece os caminhos entre o popular e o erudito, “Ninguém se chama Wagner impunemente”. Não se trata, aqui, do compositor das Valquírias, alvo preferido das diatribes do filósofo Nietzsche, mas do Wagner Brasileiro, mineiro, cigano na raiz e nas notas. Nada impunemente, o maestro Wagner Tiso une-se à Orquestra Petrobrás Pró-Música (OPPM), dirigida por Roberto Tibiriçá, para lançar suas Cenas Brasileiras, pela Biscoito Fino.

O álbum foi gravado ao vivo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em dois concertos. No primeiro, realizado em 01 de maio de 2001, o compositor e a orquestra apresentam a suíte título, além de Eu sei que vou te amar, de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes. O segundo concerto aconteceu em 07 de abril de 2002 e inclui Choros 6, de Heitor Villa-Lobos, na primeira gravação mundial do tema.

A associação entre os nomes de Tiso, Jobim e Villa-Lobos é que não é inédita. Wagner lançou, em 2001, o CD Tom e Villa, acompanhado da Rio Cello Ensemble, onde, dentre outros temas, recriava a mesma Eu sei que vou te amar que agora incorpora a textura irretocável da OPPM, com orquestração do mais brasileiro dos Wagner.

A suíte sinfônica Cenas Brasileiras percorre o país musical de Wagner, dos sons da Amazônia à toada mineira, conjugados com o frenesi sincopado do frevo pernambucano. São seis os temas, desenvolvidos pela orquestra em pouco mais de quarenta minutos, com Wagner no acordeon e no piano: Mata-burro, 7 tempos, A lenda do boto, Trens, Modas / Mineiro pau, O frevo. O clima de grandiloqüência, entretanto, difere do sentido de exaltação presente em outras obras famosas que têm o Brasil como tema. A definição mais contundente vem do cartunista Henfil: ”A música de Wagner Tiso tem o som das raízes queimadas”.

01. Cenas Brasileiras
02. Eu Sei que Vou te Amar
03. Choros 6

Ficha Técnica

Orquestra Sinfônica Petrobras Pró Música
Diretor artístico: Roberto Tibiriçá

Violinos: Andréa Moniz, Antonella Pareschi, Bailon Pinto, Carlos Mendes,
Catherine Hazan, Cremilda Marques, Daniel Passuni, Felipe Prazeres,
Fernando Prates Pereira, Gustavo Menezes, Henrique Eduardo, Iva Rossi,
Ivan Quintana, João Menezes, José Eduardo Fernandes, Lúcia Marengo,
Marluce Ferreira, Milena Baynova, Nelson Abramento, Ricardo Menezes,
Sérgio Struckel.

Violas: Ana Maria Scherer, Helena Buzack, Isabela Passaroto, Ivan
Zandonade, Maria Léa Lugão, Nathércia Teixeira, Noemi Uzeda, Sergio
Bernardo.

Violoncelos: Atelisa de Salles, Eduardo Menezes, Fernanda Bru,
Fiorella Soares, Hugo Pilger, Lylian Moniz, Marcelo Salles, Márcio
Mallard, Marcus Ribeiro, Saulo Moura, Sibely Joaquina.

Contrabaixos: Antônio Botelho, Gael Lhoumeau, Jorge Soares, Ricardo
Cândido, Saulo Bezerra, Sonia Zanon.

Flautas: Luís Cuevas, Marcelo Bonfim, Murilo Barquette.

Oboés: Carlos Fernando Prazeres, Eros Martins, José Francisco Gonçalves.

Clarinetes: Cristiano Alves, José Carlos de Castro, Paulo dos Passos.

Fagotes: Antônio Bruno, Elione Medeiros, Juliano Barbosa.

Trompas: Antônio José Augusto, Francisco de Assis, Ismael Oliveira Jr.,
Josué Silva, Philip Doyle.

Trompetes: David Alves, Nelson Oliveira, Vinícius Lugon.

Trombones Alto e Tenor: Dalmário Oliveira, Jacques Ghestem.

Trombone Baixo: Gilberto Oliveira

Tuba: Carlos Vega, Eliezer Rodrigues

Timpanos e Percussão: André Bochecha, Lino Hoffmann Filho, Paulo Márcio,
Pedro Sá, Rodolfo Cardoso.

Harpa: Silvia Passaroto Braga

Gravação: Eduardo Monteiro e André Cardoso
Mixagem: Eduardo Monteiro e nos estúdios da Biscoito Fino por Rodrigo
Lopes
Masterização no estúdio da Visom por Rodrigo Lopes

Choros 6:
Gravação: Eduardo Monteiro
Assistentes: Eduardo Luiz e Rosimaldo Martins
Edição: Eduardo Monteiro e Roberto Tibiriçá
Mixagem e masterização: Eduardo Monteiro com a colaboração de Roberto Tibiriçá.

Produção do CD: Giselle Goldoni Tiso
Assessoria de produção: Ana Lucia Castilhos com a colaboração da equipe
da OPPM
Produtor musical: Wagner Tiso e Roberto Tibiriçá
Texto: Geraldo Carneiro
Design gráfico: Ruth Freihof (www.passaredo-design.com.br)
Designer assistente: Anderson Araujo
Fotografia capa: Lena Trindade
Foto Wagner Tiso: Antonio Gaudério
Fotos OPPM e Roberto Tibiriçá: Bruno Veiga
Coordenação de produção: Martinho Filho

Direção geral: Kati Almeida Braga
Direção artística: Olivia Hime
Copiado de: SomBarato

Faixas:
01 Cenas Brasileiras - (studio)
02 Eu Sei Que Vou Te Amar - (studio)
03 Choros 6' - (studio)
04 Cenas Brasileiras: Trens
05 Cenas Brasileiras: Modas/Mineiro Pau
06 Cenas Brasileiras: O Frevo
07 Eu Sei Que Vou Te Amar
08 Choros 6'