domingo, 9 de março de 2008

Classe média

Vídeo de animação para a música "Classe média", do cantor brasileiro Max Gonzaga

Os negócios nebulosos do Grupo Abril

Entenda o que está por trás de Colômbia x Equador

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Os USA estão pouco se lixando para o narcotráfico e para as Farc. O objetivo deles é matar o Chávez para botar as mãos no petróleo venezuelano. As reservas de petróleo dos USA só duram por mais 8 anos. Os jornais O Globo, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, revista Veja, TV Band, TV Globo, SBT rádio CBN, apóiam a invasão colombiana.

Cláudio Tognolli

Entenda o que está por trás da invasão do Equador pelo exército colombiano, liderado pelos norte-americanos e o serviço secreto de Israel o Mossad, que matou mais de vinte pessoas entre elas o porta-voz das Farc que negociava a libertação de reféns.

1 - Não é a primeira vez que O governo colombiano entra em conflito com as Farc.

2 - Não é a primeira vez que UM governo colombiano entra em conflito com as Farc.

3 - Não é a primeira vez que as Farc entram em território do Equador, Brasil e Venezuela para se proteger e/ou abastecer, sem o conhecimento e o consentimento de seus respectivos governos.

4 - MAS É a primeira vez que o governo colombiano invade território estrangeiro para eliminar tropas das Farc.

5 - Por que agora? Qual a urgência? Por que justamente o líder das Farc mais favorável ao diálogo e aquele que dialogava com a França e com Chávez para a libertação dos reféns?

6 - Até agora, quem mentiu foi o governo colombiano. Disse que havia entrado no Equador em perseguição a uma coluna das Farc em fuga e reagido a tiros daquela. O que se viu no sítio foram sinais de execução de guerrilheiros que dormiam (todos estavam usando pijamas) e foram surpreendidos por tropas bem equipadas, inclusive por ataque aéreo, e treinadas para tal. ...

7 - A operação foi ato pensado e refletido e com retaguarda política de peso. Não havia justificativa para este extremo. As Farc de longe não têm poder para desafiar o governo. O governo não fazia operação para libertar reféns ou ganhar território. Era para eliminar liderança.

8 - Uribe vinha sendo seguidamente colocado contra a parede com as negociações entre Chávez, as Farc e o governo francês. Tinha que engolir o que não queria fazer. Encontrou um meio de acabar com isto em alto estilo. E os EUA? Mantêm Uribe sob proteção.

9 - Além de acabar com sua principal fonte de preocupação ultimamente, as conversações entre as Farc e Chávez, Uribe consegue unir o país em torno de si em momento de crise e retoma sua principal plataforma política, que é a solução militar contra as Farc.

10 - De quebra, pode eliminar também uma futura concorrente política, Ingrid betancourt, que poderia ser libertada e lhe fazer frente, com legitimidade para apresentar-se capaz de bancar um acordo político com as Farc, anulando a principal plataforma de campanha de Uribe.

11 - Os EUA têm na Colômbia de Uribe seu único porto seguro na América do Sul. Ver o aliado enfraquecido não é bom. Um acordo de paz com as Farc também não é bom. Retira dos EUA sua desculpa para permanecer na Colômbia...

12 - A crise política entre as nações é uma mão na roda para os EUA. Provoca instabilidade, torna Uribe ainda mais dependente dos americanos e é desculpa para reforçar sua presença no continente.

13 - O alvo principal dos americanos é a Venezuela. Os americanos não dão a mínima para a coca da Colômbia. Dependendo do desenrolar da crise, os americanos podem achar o que procuravam há muito para eliminar Chávez.

14 - Cabe ao governo brasileiro diagnosticar bem a situação e posicionar-se como mediador e tentar anular o passo americano. É uma grande oportunidade de exercer liderança. Nada de declarações apressadas. O momento é de conversa de bastidor...

Veja abaixo um trecho de texto de uma matéria da conceituada revista norte-americana Newsweek onde fala sobre um relatório da inteligência do Departamento de Defesa dos USA que diz que o Uribe, presidente da Colômbia, tinha e tem envolvimento com os narcotraficantes...continua...

As mídias do Brasil tentam fazer a gente aceitar que as Farc é que são ligadas aos traficantes da Colômbia. (quem for alienado que acredite)

“Da lista negra para uma lista
Uma vez julgado como mau garoto, Uribe é agora um aliado superior.

por Joseph Contreras e Steven Ambrus Newsweek

Edição de 9 de agosto de 2004

Um relatório da inteligência do Departamento de Defesa, datado setembro 1991, que era secreto, mas foi liberado para o público, indica quem é quem no comércio da cocaína da Colômbia.

A lista inclui o mestre do cartel de Medellin, Pablo Escobar, e mais de outros 100 entre assassinos, traficantes e advogados contratados pelo tráfico. No documento na página 82 diz: “Alvaro Uribe Vélez -- um político e senador colombiano se dedicou à colaboração com o cartel de Medellin em níveis elevados do governo.

Uribe foi ligado a um negócio envolvido em atividades do narcotráfico nos Estados Unidos.…. Uribe trabalhou para o cartel de Medellin e é um amigo pessoal próximo de Pablo Escobar Gaviria. “Escobar morreu em uma invasão pela polícia em 1993 . Dois anos atrás nesta semana, Uribe se tornou presidente da Colômbia...

Washington o ama. (The list was obtained by the National Security Archive, an independent U.S. research group.) (…)"

Os USA estão pouco se lixando para o narcotráfico e para as Farc. O objetivo deles é matar o Chávez para botar as mãos no petróleo venezuelano. As reservas de petróleo dos USA só duram por mais 8 anos.

Os jornais O Globo, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, revista Veja, TV Band, TV Globo, SBT rádio CBN, apóiam a invasão colombiana.

Quase todas essas mídias que citei acima trazem hoje como manchete o " suposto" e inverossímil envio para as Farc pelo Chávez de U$ 300 milhões de dólares, (INVENCIONICE) TUDO NÃO PASSA DE uma tentativa de desviar o foco dos leitores da questão principal que é a invasão de um país por outro o que é gravíssimo.

Tudo o que está escrito aqui, legitima tudo o que o Chávez vem fazendo para proteger a Venezuela, seu povo, se proteger e proteger a América do Sul dos USA...
http://www.newsweek.com/id/54793

Pergunto:
Se a Venezuela não tivesse petróleo será que os USA estariam de briga com o Chávez? NÃO.

Será que se o Afeganistão, Iraque e Irã não tivessem jazidas de petróleo e gás os USA, mesmo assim, teriam arrumado encrenca com esses países? NÃO.

A Arábia Saudita, que tem a maior jazida de petróleo fino do mundo e que é um dos aliados dos USA, e que é uma ditadura deveria também ser invadida pelos USA? Pela lógica acima = SIM.

Ultimamente os USA têm se relacionado como aliado ou inimigo de países que têm jazidas de petróleo e gás? Como aliado, lógico. Será coincidência?

Será que os interesses dos USA são os mesmos da Colômbia e da América do Sul?

Vejam abaixo, trecho do livro da biografia não autorizada do Uribe, feita pelo mesmo jornalista da Newsweek da matéria acima:

Uribe, o narcotraficante

O pai de Álvaro Uribe Velez, Alberto Uribe Sierra, foi narcotraficante detido com o objectivo de o extraditar para os Estados Unidos em 1982 mas, graças às manipulações de Álvaro Uribe filho, foi posto em liberdade, sendo depois, como o declara o mesmo Álvaro Uribe, morto pelas FARC-EP, assim o dizem, pelas suas acções narcoparamilitares.

O jornalista Joseph Contreras, no seu livro "O Senhor das Sombras", "Biografia de Álvaro Uribe", disse que é bem conhecido que o helicóptero que trasladou o cadáver de Alberto Uribe, pai do actual Presidente da oligarquia colombiana, da herdade familiar até Medellin era um aparelho que do Cartel de Medellin, de Pedro Escobar", especificamente.

Ao enterro do fazendeiro, segundo o jornalista Fábio Castillo, assistiu o então Presidente da Republica, Belisário Betancourt Cuartas e uma boa parte da nata da sociedade antioquenha, no meio de velados protestos dos que conheciam os vínculos de Uribe Sierra com a cocaína.

Algum tempo depois o helicóptero Huges 500 de matrícula colombiana HK2704X, propriedade da família de Álvaro Uribe, foi encontrado no maior laboratório de cocaína descoberto na Colômbia, chamado "Traquilandia". Ao ser interrogado sobre o assunto, Uribe, visivelmente acabrunhado, respondeu com a desculpa infantil, que tinham perdido o aparelhito e que se tinham esquecido de participar o desaparecimento.

O mais espantoso (e perigoso) para nós brasileiros é ver grande parte da mídia (GLOBO - SBT - BAND - ESTADÃO - VEJA - FOLHA) apoiarem essa invasão. Prova de que essas "organizações midiáticas" estão atreladas de forma "UNDERSECRET" ao Governo dos Estados Unidos.

Se quiser mais informação deste "narcotraficante e pelego do governo do Her Bush" leia a biografia não autorizada com 260 páginas, que é o resultado do trabalho de investigação de Joseph Contreras, correspondente da revista. Newsweek. Clicando aqui.
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A Barbárie também está no RS.....

Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul denuncia o impedimento, por parte da Brigada Militar, do exercício profissional de jornalistas na cobertura da ocupação, pelas mulheres da Via Campesina, da Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul. Repórteres fotográficos e cinematográficos foram impedidos de registrar a agressão sofrida por mulheres e crianças que estavam na manifestação, inclusive tendo equipamentos profissionais apreendidos. Outra jornalista foi retirada do local pelos policiais.

Foto: Eduardo Seidl

Jornalista é conduzida pela BM

Vivemos em uma sociedade democrática de direito e não vamos aceitar as velhas práticas do período da ditadura militar. O Código de Ética dos Jornalistas, em seu artigo 2º, inciso V, aponta que "a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à auto-censura são delitos contra a sociedade". O mesmo Código também identifica, no artigo 6º, ser "dever do profissional opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão".

Foto: Eduardo Seidl

Repórter tem equipamento apreendido

A Secretaria de Segurança do Estado deve explicações sobre esse fato não só aos jornalistas agredidos no seu direito de trabalhar, mas a toda a sociedade, que foi impedida de ser livremente informada. As constantes denúncias que chegam ao Sindicato revelam que ameaças aos jornalistas têm sido prática constante por parte da Brigada Militar.

Foto: Eduardo Seidl

Manifestante ferida é socorrida

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS está atento a esse tipo de comportamento e levará o caso à Federação de Periodistas da América Latina e Caribe que, já em sua Carta de Lima, Peru, de dezembro de 2007, exigia dos governos assumir a responsabilidade de garantir a todos os jornalistas o direito à vida, ao trabalho digno, à liberdade de expressão e o direito cidadão à informação.
* Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS

Publicado por Assessoria de Imprensa às 15:58
http://www.jornalistas-rs.org.br/

Tsotsi

Filmado no "township" (município) de Soweto, o filme conta a história de um "tsotsi" (durão) de 19 anos, que precisa tomar conta de um bebê encontrado no banco de trás de um carro que roubou após atirar na mãe da criança.

Uma co-produção entre Grã-Bretanha e África do Sul, o filme é a adaptação cinematográfica do livro homônimo do sul-africano Athol Fugard.

Depois de Yesterday, sobre a exclusão dos doentes de Aids, e de Carmen em Khayelitsha, rodado em um acampamento de "squatters" (ocupantes ilegais) na Cidade do Cabo, Tsotsi é o sucesso mais recente de uma indústria cinematográfica que aborda os problemas contemporâneos da "nova África do Sul".
Créditos:makingoff - parkyns
Gênero: Drama/Policial
Diretor: Gavin Hood
Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento: 2005
País de Origem: África do Sul
Idioma do Áudio: Zulu / Xhosa / Afrikaans
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0468565/
Site Oficial: http://www.tsotsi.com/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 953 Kbps
Áudio Codec: MP3
Áudio Bitrate: 122
Resolução: 640 x 272
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 699 Mb
Legendas: Em anexo

- Academy Awards 2006: Best Foreign Language Film of the Year
- BAFTA 2006 Nomination: The Carl Foreman Award and Film Not In The English Language.
- Pan African Film and Arts Festival 2006 Award: Jury Prize for Best Feature
- Santa Barbara Film Festival 2006 Award: Audience Award
- Thessaloniki Film Festival 2005 Award: Independence Day section, Greek Parliament's Human Values Award
- Denver International Film Festival 2005 Award: Audience Award
- Cape Town World Cinema Festival 2005 Award: Critics Jury Award
- St. Louis International Film Festival 2005 Award: Audience Choice Award
- Los Angeles AFI Film Festival 2005 Award: Audience Award
- The Toronto International Film Festival 2005 Award: People's Choice Award
- The Edinburgh International Film Festival 2005 Award: The Michael Powell Award For Best New British Feature Film and Standard Life Audience Award
"Tsotsi" significa "rufia" ou "desordeiro" na linguagem das ruas de Soweto, um gueto negro nos subúrbios de Joanesburgo. Tsotsi (Presley Chweneyagae) tem 19 anos e é chefe de um grupo de gangsters: Boston (Mothusi Magano), Butcher (Zenzo Ngqobe) e Aap (Kenneth Nkosi). Tsotsi é o sociopata do grupo, transformando um assalto num assassínio, e espancando Boston quando este clama pelo valor da decência. Num bairro da classe média, Tsotsi atira sobre uma mulher (Nambitha Mpumlwana) para lhe roubar o carro. Uns metros mais à frente, Tsotsi repara que há um bebé no banco de trás. Um misto de emoções trespassa a sua expressão (numa convincente interpretação do estreante Chweneyagae), e dá-se início a uma viagem de transformação.

O mundo de Tsotsi define-se no mais básico: necessidades, desejos, oportunidades, obstáculos, perigos. A esperança não abunda e a tragédia espreita a cada esquina. A solidão, a raiva e a alienação são combatidos com agressividade e crueldade. Além do bebé, outros dois encontros servem de catalizador para a mudança e a curva de aprendizagem de Tsotsi vai-se fazendo por tentativa e erro. Mas o sorriso que nos surge quando vemos Tsotsi tentar cuidar da criança, com claro desconhecimento, mistura-se com o desconforto das reais dificuldades daquelas vidas.

A infância de Tsotsi, e os seus motivos, surgem em flashbacks que, mais do que desculpar qualquer uma das suas atitudes violentas, justificam as suas atitudes de crescente carinho para com aquela criança. Através dela, Tsotsi resgata o seu passado, as suas dores, e até a sua identidade. E a “decência” apregoada por Boston acaba por ser aquilo que Tsotsi encontra.

O tema do “homem mau” humanizado através do contato com um inocente não é novo, e o registo do filme lembra inevitavelmente “Cidade de Deus” (Fernando Meirelles e Kátia Lund, 2002). “Tsotsi” é, no global, um filme muito bem feito, para o que contribui também a fotografia de Lance Gewer, que capta a pobreza e desolação do gueto, com uma escuridão envolvente, cores quentes e suave iluminação.

A ação do romance do dramaturgo Athol Fugard (publicado nos anos 80), no qual “Tsotsi” se baseia, desenrolava-se durante os anos 50, no início do apartheid. A atualização foi feita para os nossos dias com a inclusão opressiva de outro flagelo, a AIDS, por todo o lado surgindo cartazes com a mensagem: “We are all AFFECTED by HIV and AIDS”. Os riscos mudam, mas não desaparecem, a vida para estes órfãos sem casa continua a ser assustadora. E a marca deste filme, quase apagada no meio da narrativa, são essas crianças, vivendo dentro de tubos de cimento.

O elenco é constituído por atores desconhecidos, o que ainda fortalece mais o enredo e nos faz pensar que, definitivamente, e especialmente em Hollywood, há atores que recebem muito dinheiro para a qualidade que têm.

Finalmente, um último destaque para a banda-sonora do filme- recheada de música "Kwaito" (a resposta sul-africana ao Hip Hop americano). Estamos perante um trabalho verdadeiramente emocionante.
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.
Downloads abaixo::
Arquivo anexado Tsotsi.DVDRip.XviD_HLS.MakingOff.Org.torrent ( 17.87KB ) filme
Arquivo anexado Tsotsi.DVDRip.XviD_HLS.MakingOff.Org.rar ( 14.61KB ) legendas


Bush veta lei antitortura aprovada pelo Congresso dos EUA


Ao vetar a lei do Congresso americano que proibia uma forma de tortura – por afogamento – o presidente George W. Bush acrescentou um novo ponto deprimente a seu curriculo de homem público. Não se deve minimizar a decisão. A experiência ensina que o futuro da tortura depende do que acontece com o torturador. Além da impunidade, os torturadores receberam, agora, o apoio pelo alto.



Medieval: a tortura que Bush autorizou

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vetou neste sábado (8) legislação aprovada pelo Congresso que proibiria a CIA de simular afogamento e outras técnicas controversas de interrogatório. Os legisladores incluíram a medida antitortura numa lei mais ampla sobre o que seria permitido nas atividades da inteligência americana.

'Como o perigo continua, nós temos que assegurar aos nossos funcionários da inteligência todas as ferramentas que eles precisem para conter os terroristas', disse Bush em sua fala semanal no rádio. Ele acrescentou que a legislação 'iria reduzir essas ferramentas vitais.'


A Câmara dos Deputados aprovou a legislação antitortura em dezembro e o Senado a confirmou em fevereiro apesar dos avisos da Casa Branca de que ela seria vetada.


O diretor da CIA Michael Hayden disse mês passado ao Congresso que interrogadores do governo simularam afogamento em três suspeitos capturados depois dos ataques de 11 de setembro.


A técnica de simulação de afogamento tem sido condenada por muitos integrantes do Congresso, grupos de direitos humanos e outros países como uma forma de tortura ilegal.


O manual do Exército norte-americano proíbe o afogamento e sete outros métodos de interrogatório, e sua proibição alinharia as prática da CIA às dos militares.


Em mensagem aos funcionários da CIA no sábado, após o veto de Bush, Hayden disse que a CIA continuaria a trabalhar estritamente dentro da lei, mas ressaltou que suas necessidades eram diferentes das do Exército e que a agência precisa seguir seus próprios procedimentos.


Em seus comentários, Bush não mencionou especificamente o afogamento, mas disse: 'A lei que o Congresso me enviou não baniria simplesmente um método particular de interrogatório, como alguns deduziram. Ao invés disso, ela eliminaria todas as alternativas que desenvolvemos para inquirir os mais perigosos e violentos terroristas do mundo.'

Com o veto de Bush, o mais recente debate americano sobre tortura encerra-se de modo melancólico. Parlamentares dos dois partidos haviam feito a lei que proibia o afogamento de prisioneiros como uma resposta as diversas denúncias de tortura surgidas na guerra do Iraque a partir das revelações sobre a masmorra de Abu Ghraib. O saldo deste episódio, no terreno jurídico, é absurdamente ruim. Até agora, treze militares americanos foram levados ao banco dos réus. Só o baixo escalão foi punido. Onze soldados foram condenados a penas variáveis. Dois oficiais de escalão médio sofreram penas disciplinares. Mas o coronel responsável pelos interrogatórios foi absolvido de todas acusações.

Barbárie antiga

O jornalista Paulo Moreira Leite recorda, em seu blog , que o afogamento é uma barbaridade antiga, registrada em documentos anteriores ao século XIX. Nos dias atuais, é considerada uma forma de tortura e como tal condenada pela maioria dos tratados internacionais e rejeitada como técnica legítima de interrogatório pelo próprio Exército dos Estados Unidos. O veto presidencial significa que a tortura por afogamento torna-se uma prática autorizada, já que deixa de existir uma lei que a definia como crime.

O afogamento foi empregado pelos soldados franceses durante a Guerra da Argelia. Em 1958, o jornalista Henri Alleg, membro do Partido Comunista Frances, escreveu um livro para denunciar que, aprisionado pelo Exército colonial, foi submetido a tortura por afogamento. Proibida de circular na França, a obra foi levada clandestinamente para outros países, e transformou-se numa denúncia de valor, provocando um escândalo comparável ao das imagens do presídio iraquiano de Abu Ghraib e seus prisioneiros de capuz, ameaçados por cachorros e soldados do Exército americano. Mais tarde, o afogamento seria exibido no filme A Batalha de Argel, obra-prima do cinema político.

Nos anos 60, essa forma de tortura seria usada pelos soldados americanos na guerra do Vietnã, também. A técnica consiste em provocar afogamentos sucessivos no prisioneiro, diminuindo a presença de oxigenio nos pulmões e no cérebro. A respiração torna-se cada vez mais difícil, o sofrimento psicológico aumenta e no estágio seguinte vem o horror e a perda de controle. Caso o afogamento não seja interrompido, ocorre a morte.

"Era a esse sofrimento a que George W. Bush se referiu ao explicar o veto. Ele disse que os Estados Unidos não podiam abrir mão de todos os recursos de combate ao terrorismo e a seus inimigos. Comparado com outras técnicas, o afogamento tem a característica de que não deixa marcas no corpo – sempre um inconveniente para quem pretende esconder provas de um crime", diz Leite.


Fonte: Reuters e blog do Paulo Moreira Leite