sexta-feira, 12 de junho de 2009

A reação esperada e desejada;;;

À luz do sol

Leandro Fortes

A criação do Blog da Petrobras é um ponto de inflexão nas relações da mídia com as fontes, embora tenha sido criado em meio a um ambiente de conflito decorrente da malfadada CPI da Petrobras, no Senado Federal. Mais do que uma discussão sobre liberdade de imprensa e o direito de sigilo nas relações entre jornalistas e fontes, a criação do blog suscita uma reflexão muito mais profunda porque, a meu ver, ele será lembrado como marco histórico, no Brasil, do fim do jornalismo diário impresso tal qual o conhecemos e de todas as idiossincrasias induzidas e adquiridas nas redações brasileiras ao longo dos últimos 50 anos. Em outras palavras, a fórceps e sob bombardeio, o Blog da Petrobras decretou o fim de expedientes obsoletos e, muitas vezes, desonestos, de apuração, edição e publicação de matérias jornalísticas. Colocou o jornal de papel e sua superada pretensão informativa na mesma estante de velharias do século XX onde figuram, lado a lado, a televisão a válvula, a geladeira a querosene e o platinado.



Ao tornar visível e, por isso mesmo, vulnerável, a rotina de apuração dos jornalistas, o Blog da Petrobras quebrou um falso pacto de cooperação, denunciado curiosamente de “vazamento de informações sigilosas”, sobre o qual pairava a seguinte regra mínima: eu pergunto, mas eu escolho o que você responde, se você não gostar, mande uma carta à redação, reze para ela ser publicada (na íntegra) ou vá queixar-se ao bispo. Primeiro, não há relação de sigilo em entrevista, muito menos com relação a perguntas feitas por escrito por repórteres. Não sei da onde tiraram isso. Quando o jornalista se dispõe a fazer perguntas por e-mail, não pode esperar outra coisa senão publicidade de um registro capaz de ser compartilhado, em tese, com milhões de pessoas. Se, nesse e-mail, ele passa informações exclusivas da apuração, tem que estar disposto, também, a correr esse risco. Há, no mundo todo, um exército bem pago de assessores de imprensa sendo treinado, diuturnamente, para desmontar pautas jornalísticas, minimizá-las o impacto e, principalmente, fazer um trabalho de contra-inteligência capaz de neutralizar o poder de fogo dos repórteres. E isso não é novidade. A novidade é a internet.



Ao invés de ficar choramingando em editoriais saudosos dos tempos de antanho, os jornais deveriam, finalmente, prestar atenção ao que está acontecendo no mundo, inclusive nas salas de aula desses meninos aos quais se pretende negar o diploma de jornalismo, uma, duas, três, dez gerações à frente. Aliás, tem coisa mais obsoleta, triste e anacrônica do que os editoriais da imprensa brasileira? Aliás, o que é um editorial senão o blog mais antigo e exclusivo do mundo, pelo qual os barões da imprensa sempre expressaram suas opiniões, livres, no entanto, do incômodo das caixas de comentários? O Blog da Petrobras é justamente isso, o anti-editorial, o contraponto imediato, em tempo real, às chamadas “linhas editoriais” dos veículos de comunicação que, no fim das contas, acabam por contaminar o ofício do jornalismo, submetendo jornalistas ao oficialismo privado dos aquários das redações, cada vez mais descolados da nova realidade ditada pela internet, pela blogosfera e do impressionante e muito bem vindo controle social trazido pela interatividade on line.



Foi um editorial da Folha de S.Paulo, aquele da “Ditabranda”, que deixou no cio a serpente que pariu o Blog da Petrobras. Foi a partir daquela analogia infeliz, turbinada por ofensas gratuitas aos que dela discordaram, que a blogosfera passou oficialmente a servir de espaço livre de direito de resposta, na íntegra, dos ofendidos. O rastilho digital daquela polêmica provocou um dano permanente na credibilidade do jornal, obrigado, a seguir, a desencadear uma série de envergonhados expedientes de capitulação. O legado da discussão, no entanto, foi muito maior. Ainda que agregados de maneira informal, os blogs passaram a ser uma rede de “grilos falantes”, para usar uma expressão empregada pelo jornalista Franklin Martins, da mídia nacional, o escape por onde os rejeitados pelas seções de cartas puderam, finalmente, se exprimir livre e integralmente.



As reações “conspirativas”, neologismo cunhado pelo jornalista Luiz Carlos Azenha para unir conspiração com mídia corporativa, ao Blog da Petrobras são, em tudo, emblemáticas. E não têm nada a ver com “vazamento” das perguntas e informações enviadas por e-mail à empresa. Têm a ver com a perda de poder das redações e com a necessidade de se estabelecer outros paradigmas para o jornalismo. Isso inclui o conceito de “furo”, que a vaidade dos jornalistas transformou em coisa mais importante do que o dever de bem informar – de maneira mais ampla e correta possível – a sociedade na qual está inserido. O “furo” é bem vindo, é um diferencial bacana, gera prêmios jornalísticos, aumentos de salário e promoções, mas interessa muito mais a nós, jornalistas, do que ao respeitável público.



O jornalismo brasileiro não carece de exclusividade, mas de honestidade e transparência.



P.S. Quatro análises de qualidade sobre o tema, para quem quiser se aprofundar na discussão, feitas por Idelber Avelar, Luis Nassif, Sergio Leo e Luiz Carlos Azenha:



http://www.idelberavelar.com/archives/2009/06/o_blog_da_petrobras_e_o_desespero_da_midia.php



http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/06/07/o-fim-da-era-das-perguntas-em-off/



http://verbeat.org/blogs/sergioleo/2009/06/por-que-jornalistas-experientes-fingem-nao-ver-que-a-petrobras-age-errado.html#comments



http://www.viomundo.com.br/opiniao/por-que-os-jornais-investem-contra-o-blog-da-petrobras/
Urgente e Importante: Tropa de Choque na USP




Escrito por Pablo Ortellado

Prezados colegas,

O que os senhores lerão abaixo é um relato em primeira pessoa de um docente que vivenciou os atos de violência que aconteceram poucas horas atrás na cidade universitária (e que seguem, no momento em que lhes escrevo – acabo de escutar a explosão de uma bomba).

Hoje, as associações de funcionários, estudantes e professores haviam deliberado por uma manifestação em frente à reitoria. A manifestação, que eu presenciei, foi completamente pacífica. Depois, as organizações de funcionários e estudantes saíram em passeata para o portão 1 para repudiar a presença da polícia do campus. Embora a Adusp, Associação de Docentes da USP, não tivesse aderido a essa manifestação, eu, individualmente, a acompanhei para presenciar os fatos que, a essa altura, já se anunciavam. Os estudantes e funcionários chegaram ao portão 1 e ficaram cara a cara com os policiais militares, na altura da avenida Alvarenga. Houve as palavras de ordem usuais dos sindicatos contra a presença da polícia e xingamentos mais ou menos espontâneos por parte dos manifestantes. Estimo cerca de 1200 pessoas nesta manifestação.

Nesta altura, saí da manifestação, porque se iniciava assembléia dos docentes da USP que seria realizada no prédio da História/ Geografia. No decorrer da assembléia, chegaram relatos de que a tropa de choque havia agredido os estudantes e funcionários e que se iniciava um tumulto de grandes proporções. A assembléia foi suspensa e saímos para o estacionamento e descemos as escadas que dão para a avenida Luciano Gualberto para ver o que estava acontecendo. Quando chegamos na altura do gramado, havia uma multidão de centenas de pessoas, a maioria estudantes correndo e a tropa de choque avançando e lançando bombas de concusão (falsamente chamadas de "efeito moral" porque soltam estilhaços e machucam bastante) e de gás lacrimogêneo. A multidão subiu correndo até o prédio da História/ Geografia, onde a assembléia havia sido interrompida e começou a chover bombas no estacionamento e entrada do prédio (mais ou menos em frente à lanchonete e entrada das rampas). Sentimos um cheiro forte de gás lacrimogêneo e dezenas de nossos colegas começaram a passar mal devido aos efeitos do gás – lembro da professora Graziela, do professor Thomás, do professor Alessandro Soares, do professor Cogiolla, do professor Jorge Machado e da professora Lizete, todos com os olhos inchados e vermelhos e tontos pelo efeito do gás. A multidão de cerca de 400 ou 500 pessoas ficou acuada neste edifício cercada pela polícia e 4 helicópteros.

O clima era de pânico. Durante cerca de uma hora, pelo menos, se ouviu a explosão de bombas e o cheiro de gás invadia o prédio. Depois de uma tensão que parecia infinita, recebemos notícia de que um pequeno grupo havia conseguido conversar com o chefe da tropa e o persuadido a recuar. Neste momento, também, os estudantes, no meio de um grande tumulto, haviam conseguido fazer uma pequena assembléia de umas 200 pessoas (todas as outras dispersas e em pânico) e deliberado descer até o gramado (para fazer uma assembléia mais organizada). Neste momento, recebi notícia que meu colega Thomás Haddad havia descido até a reitoria para pedir bom senso ao chefe da tropa e foi recebido com gás de pimenta e passava muito mal. Ele estava na sede da Adusp se recuperando.

Durante a espera infinita no pátio da História, os relatos de agressões se multiplicavam. Escutei que a diretoria do Sintusp, Sindicato dos Trabalhadores da Usp, foi presa de maneira completamente arbitrária e vi vários estudantes que haviam sido espancados ou se machucado com as bombas de concusão (inclusive meu colega, professor Jorge Machado). Escutei relato de pelo menos três professores que tentaram mediar o conflito e foram agredidos. Na sede da Adusp, soube, por meio do relato de uma professora da TO que chegou cedo ao hospital, que pelo menos dois estudantes e um funcionário haviam sido feridos. Dois colegas subiram lá agora há pouco (por volta das 7 e meia) e tiveram a entrada barrada – os seguranças não deixavam ninguém entrar e nenhum funcionário podia dar qualquer informação. Uma outra delegação de professores foi ao 93º DP para ver quantas pessoas haviam sido presas. A informação incompleta que recebo até agora é que dois funcionários do Sintusp foram presos – mas escutei relatos de primeira pessoa de que haveria mais presos.

A situação, agora, é de aparente tranqüilidade. Há uma assembléia de professores que se reuniu novamente na História e estou indo para lá. A situação é gravíssima. Hoje me envergonho da nossa universidade ser dirigida por uma reitora que, alertada dos riscos (eu mesmo a alertei em reunião na última sexta-feira), autorizou que essa barbárie acontecesse num campus universitário. Estou cercado de colegas que estão chocados com a omissão da reitora. Na minha opinião, se a comunidade acadêmica não se mobilizar diante desses fatos gravíssimos, que atentam contra o diálogo, o bom senso e a liberdade de pensamento e ação, não sei mais.

Por favor, se acharem necessário, reenviem esse relato a quem julgarem que é conveniente.

Cordialmente,

Prof. Dr. Pablo Ortellado

Escola de Artes, Ciências e Humanidades

Universidade de São Paulo

Nem toda mídia é podre...

Jornalista Juremir também ironiza e ataca a RBS escrevendo sobre a "Rede Baita Sol"

Créditos: Brasil Imprensa

Colunista do Correio do Povo, Juremir Machado Machado da Silva deu prosseguimento, no sábado, 6 de junho, ao ataque à RBS que o Correio havia explicitado em seu editorial do dia anterior, 5 (veja clicando aqui). Ele cria um local imaginário, denominado de "Palomas" e analisa o comportamento do "principal jornal da Rede Baita Sol" (RBS), criticando a mesma como na passagem: O slogan da Rede Baita Sol, declinado em bom portunhol, é famoso pelo seu pragmatismo antilibertário: Se hay gobierno, somos a favor. Diz mais adiante que a RBS (Rede Baita Sol), é "Um laboratório avançado do neoliberalismo atrasado. A Rede Baita Sol funciona como diário oficial, uma espécie de Granma em defesa do Estado mínimo com o máximo de patrocínio público." A RBS em nenhum dos comentários rebateu as acusações.

Leia na íntegra:

O ETERNO CULPADO

A literatura policial é muito desenvolvida em Palomas. Mas por lá o culpado nunca foi o mordomo. O principal suspeito é sempre o sofá. É célebre o caso do João das Ovelhas que, ao ser avisado por um amigo de que estava tendo a testa ornamentada por um belo par de chifres, mandou prontamente matar o portador da má notícia. Questionado sobre o seu ato, limitou-se a murmurar: Pra não ser fofoqueiro. Depois, como qualquer palomense racional, mandou queimar o sofá da sala. Foi absolvido por falta de provas. Palomas é assim. O principal jornal da Rede Baita Sol tem até uma coluna intitulada A culpa é do sofá. Sempre que há denúncia de corrupção em Palomas, algo relativamente corriqueiro, duas coisas acontecem: o governo manda trocar os sofás do palácio, e a Rede Baita Sol elogia a medida moralizadora.
O slogan da Rede Baita Sol, declinado em bom portunhol, é famoso pelo seu pragmatismo antilibertário: Se hay gobierno, somos a favor. Especialmente se o governo estiver disposto a adotar medidas antipopulares de efeito duvidoso ou a ser neoliberal em plena crise do neoliberalismo. Palomas é uma ilha caribenha ao contrário. O resultado é bastante parecido. Um laboratório avançado do neoliberalismo atrasado. A Rede Baita Sol funciona como diário oficial, uma espécie de Granma em defesa do Estado mínimo com o máximo de patrocínio público. Ainda bem que Palomas é um caso raro na América Latina. Uma verdadeira ficção. Nem é preciso dizer que qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência, pois não há coincidência. Palomas é única.
Uma estratégia que sempre funciona em Palomas é a de transformar o denunciante em denunciado. A explicação é simples e sofisticada: é tudo farinha do mesmo saco. Como diz o ditado palomense, quem corre menos tem tempo de olhar o que está acontecendo e levar vantagem. A Rede Baita Sol de Palomas nunca mente. Contenta-se em não dizer a verdade. É uma técnica que exige anos de treinamento. Em casos extremos, permite-se até um pouco de filosofia ao perguntar: o que é a verdade? Para a Rede Baita Sol, ideologia é sempre a ideia do outro. Ela é neutra, imparcial e, obviamente, não ideológica. Por mero acaso está sempre ao lado da ideologia conservadora que consiste, por exemplo, em cobrar metas de banco antes da quebra para o magistério local, um saco de pancadas fácil de chutar e cuspir, mas nunca denunciar abertamente os grandes sonegadores de impostos. Não há. Ah, bom!
A vida é assim em Palomas: não se dá nome aos bois. Afinal, os bois são sagrados. Palomas é uma mistura de Índia e de Cuba no Sul do Brasil. Alguns a chamam de Cuíndia. Sem hífen. A Rede Baita Sol adora pesquisas ditas interativas. Dar voz ao povo é um dos seus credos. Exceto quando o povo mete na cabeça a ideia besta de querer o impeachment de um governante de bem com a casa. Enfim, tudo vai bem em Palomas. Com a recente queima de sofás, a indústria de móveis está feliz. Haja peça de reposição. Ainda bem que sempre se chega ao culpado. juremir@correiodopovo.com.br

No dia anterior, o Correio trouxe editorial atacando a RBS:

Correio do Povo ataca ZeroHora em seu editoral, acusando o jornal da RBS de fazer "uma campanha pérfida"


O Jornal Correio do Povo em sua edição desta sexta, 5 de junho, traz editorial que ataca o Jornal Zero Hora. Segundo o editorial, o Jornal Zero Hora, "desde a aquisição do Correio do Povo pelo Grupo Record vem fazendo uma campanha pérfida contra o jornal dos gaúchos com a publicação de notas e insinuações como a reproduzida ontem em sua coluna de opinião política, na qual tenta imputar comprometimento partidário ao Correio do Povo".

Leia o editorial na íntegra:

"O PUXA-SAQUISMO COMO VIRTUDE

Independente, nobre e forte – procurará sempre sê-lo o Correio do Povo, que não é orgão de nenhuma facção partidária, que não se escraviza a cogitações de ordem subalterna.
Os leitores do Correio do Povo já conhecem este trecho do editorial da primeira edição do jornal, publicada em 1º de outubro de 1895, não só pela sua constante repetição em nossas páginas, mas, principalmente, pela postura dos profissionais que aqui trabalham e que respeitam este mandamento como um dogma espelhado em cada exemplar diário que chega à casa de nossos assinantes. Não foram poucos os dissabores que colhemos pela independência retratada em nossas páginas, subordinada apenas às aspirações da comunidade: perseguições governamentais, discriminação em investimentos, censura, tentativas de proibição de acesso a informações públicas e muitas outras artimanhas próprias de chefetes inconformados com o desnudamento de suas falcatruas e incompetências. A mais comum delas, no entanto, é a tentativa canhestra de identificar o Correio do Povo com uma ou outra corrente partidária, geralmente opositora daqueles aqui criticados.
Algo que não víamos havia décadas, porém, vem se repetindo com constância nos últimos anos. Trata-se do papel vergonhoso desempenhado por alguns veículos de comunicação que, não satisfeitos com seu próprio puxa-saquismo desenfreado, tentam transformar a bajulação em virtude e a independência de outros em defeito. Ataques comuns no início do século passado, quando a maioria dos jornais pertencia a partidos ou a governos e, portanto, comprometidos com seus patrões políticos, ao contrário do Correio do Povo, que já nasceu imparcial, voltam a ocorrer nestes novos tempos, como parte da estratégia global de suas matrizes, desesperadas com a perda da hegemonia monopolizante da comunicação social no país. Buscando parecer imparciais, o mais perto que chegam do que imaginam serem as tradições gaúchas é agir como o quero-quero, que grita bem longe de onde está o ninho verdadeiro.
Não é outro o caso do jornal Zero Hora, que desde a aquisição do Correio do Povo pelo Grupo Record vem fazendo uma campanha pérfida contra o jornal dos gaúchos com a publicação de notas e insinuações como a reproduzida ontem em sua coluna de opinião política, na qual tenta imputar comprometimento partidário ao Correio do Povo. E isso aconteceu na mesma edição em que aquele jornal omitiu importantes informações sobre a percepção dos gaúchos quanto à possibilidade de corrupção no governo estadual, como a de que uma parcela relevante dos entrevistados defende o impeachment da governadora, no âmbito de uma pesquisa do Instituto Datafolha cujos dados essenciais foram publicados com destaque pelo Correio do Povo.
O Correio do Povo tem uma história de mais de 113 anos a serviço da coletividade. Esta história diz por si mesma de nossos compromissos, reafirmados na íntegra pelo Grupo Record e dos quais jamais nos afastamos. É esta história que os gaúchos conhecem e que não precisa ser reescrita, ao contrário de outros, que, talvez por vergonha de seus próprios caminhos, estão sempre à espreita de uma mudança de rumos que coloque o Correio do Povo ao seu lado na senda indigna que eles escolheram".