domingo, 19 de julho de 2009

SERVIDÃO HUMANA/ESCRAVOS DO DESEJO (OF HUMAN BONDAGE, 1934)

ESCRAVOS DO DESEJO - 1934

Cartazes:



Especificações:

Formato: RMVB
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Duração: 83 min.
Cor: P&B
Tamanho: 287Mb
Partes: 2 (190Mb + 96,5Mb)

Download:

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Senha:

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Créditos: F.A.R.R.A.-Andriotti Jr.


Diretor:

John Cromwell

Roteiro:
Lester Cohen (roteiro)
W. Somerset Maugham (livro)

Elenco:
Leslie Howard (Philip Carey)
Bette Davis (Mildred Rogers)
Frances Dee (Sally Athelny)
Kay Johnson (Norah)
Reginal Denny (Harry Griffiths)
Alan Hale (Emil Miller)

Sinopse:
Philip Carey (Leslie Howard) é um artista inglês que estuda artes em Paris há quatro anos e sofre de uma malformação congênita no pé direito, a qual sempre foi motivo de vergonha e traumas. Desencorajado por seu professor, Philip abandona a escola de artes e retorna a Londres para estudar medicina. É quando conhece e se apaixona obcecadamente por uma linda, loira e vulgar garçonete, Mildred Rogers (Bette Davis). Philip faz de tudo para agradá-la e conquistá-la enquanto ela responde com indiferença e frieza. Quando ele expressa seu interesse em iniciar um relacionamento sério, ela o manipula, explora e trata com crueldade até abandoná-lo. Philip segue sua dolorosa vida até conhecer Norah (Kay Johnson), uma escritora que assina seus trabalhos através de um pseudônimo masculino. Ela lentamente o ajuda a se curar da dolorosa obsessão a Mildred, até que esta retorna buscando ajuda, já que agora está grávida e sozinha.

Comentário:
Servidão Humana/Escravos do Desejo (Of Human Bondage, 1936) é uma adaptação do livro homônimo do famoso dramaturgo francês William Somerset Maugham. Somerset Maugham estudou medicina, mas abandonou logo que sua carreira como escritor teve êxito. Durante a Primeira Guerra Mundial também trabalhou como agente secreto, fato em comum com outros importantes escritores clássicos e contemporâneos como: Christopher Marlowe, Ben Johnson, Daniel Defoe, Graham Greene e John le Carré. Seu estilo é conhecido por ser uma mistura de ficção e realidade e, por vezes, autobiográficos. É assim que os críticos clamam a obra Servidão Humana, já que existem vários fatos na obra que coincidem com a vida do autor, sejam em referências diretas ou indiretas, mesmo Maugham ter sempre negado e afirmado que a obra é muito mais ficção que realidade. O livro, de 1915, é considerado um dos mais importantes do dramaturgo devido a sua narrativa diferenciada naquela época e o grande teor autobiográfico, mesmo sendo uma ficção. Além, claro, da profundidade psicológica e da sordidez das personagens numa narrativa clara, cínica e suscinta. A obra teve 3 adaptações cinematográficas: a primeira em 1934 (com Leslie Howard e Bette Davis), a segunda em 1946 (com Paul Henreid e Eleanor Parker) e em 1964 (com Laurence harvey e Kim Novak), sendo a versão de 1934 considerada a melhor principalmente pela bem manipulada interpretação de Bette Davis, a qual lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz e a única indicação recebida pelo filme naquele ano. O título exemplifica todo o significado da história, Human Bondage (ESCRAVIDÃO HUMANA). Sem dúvida a história se destaca na máxima popular quem eu quero não me quer, quem me quer mandei embora devido a relação conflituosa a qual os seres humanos se submetem, naquela sempre e constante intenção de querer o que se não tem e de amar o que se não pode, bastante similiar ao que diz o poema Quadrilha, de Drummond, onde João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. A consciência das personagens de compreenderem esses fenômenos de amor e recusa é presente o tempo todo, eles sabem que o amor é uma droga e que o desejo é incontrolável, e a forma explícita como isso é demonstrado dá uma dimensão muito maior de submissão e escravidão na qual nos identificamos. Hoje em dia o cinema já explorou este tema de forma incansável e até bastante redundante, mas para a época foi bastante diferente e um tanto chocante. Possui sequencias de diálogos memoráveis numa edição bastante eficiente e moderna numa história que, não importa o tempo que passe, sempre será atual.

Trivia:
-É o primeiro de 3 filmes protagonizados por Bette Davis e Leslie Howard, os outros dois são: A Floresta Petrificada (The Petrified Forest, 1936) e Somos do Amor (It's Love I'm After, 1937).
-Max Steiner, talvez um dos compositores mais influentes nas décadas de 30 e 40, é o compositor desse filme. Ele compôs mais de 200 títulos, sendo 21 deles estrelados por Bette Davis, que chegou a afirmar que "sua composição eram invasiva à sua atuação" no filme A Estranha Passageira (Now, Voyager, 1942). Max Steiner foi ficar famoso em 1942 com a trilha sonora de Casablanca.
-Embora tenha participado de várias produções anteriormente, este filme é tido como "a grande estréia de Bette Davis". Foi com ele que ela recebeu o status de 'estrela'.
-Bette Davis tinha certeza receberia uma indicação ao Oscar, mas primeiramente não foi inserida na lista oficial de indicados daquele ano, que incluia apenas: Grace Moore, Norma Shearer e Claudette Colbert (vencedora). O fato fez com que o seu nome fosse inserido posteriormente, prática não mais aceita pela Academia.
-Bette Davis queria o papel de Mildred Rodgers porque acreditava que seria sua grande estréia em Hollywood depois de anos estrelando filmes que não a levaram a lugar algum. Ela implorou ao chefe da Warner Brothers, Jack L. Warner, a liberá-la do contrato para que pudesse estrelar o filme. Ele concordou porque estava certo do iminente fracasso, mas quando sua performance começou a especular uma indicação ao Oscar, a Warner iniciou uma forte campanha encorajando a Academia em não votar em Bette Davis. Naquela época, os votos e as contagens eram feitas pelos próprios membros da Academia (dos quais a Warner também fazia parte). Os fãs e apoiadores de Bette Davis ficaram tão chocados com a omissão de seu nome quando as indicadas a Melhor Atriz daquele ano foram divulgadas ao ponto de fazerem uma petição para que seu nome fosse inserido, e foi o que aconteceu posteriormente. Por causa desse fato, a Academia mudou suas regras de voto e as contagens passaram a ser feitas pela empresa PriceWatherhouse, a qual presta estes serviços à Academia até hoje.

Fotos:




Fonte:
IMDb.com
Filmsite.org

“Investimentos próprios” da GM vêm do BNDES, Banrisul e BRDE


E ao Erário do Rio Grande do Sul a montadora americana só pagará 25% do ICMS por 10 anos

Que os gaúchos se cuidem – e que os bancos públicos tranquem os seus cofres. O presidente da filial da General Motors declarou que a empresa “está comprometida com o futuro do Rio Grande do Sul”. Da última vez que houve uma declaração desse tipo, metade das cidades do Estado de Michigan, EUA, viraram cidades-fantasmas. Se tiverem alguma dúvida, favor consultar o cineasta Michael Moore, que nasceu em Flint, a cidade em que a GM foi fundada. Moore acha que a GM é uma quadrilha de vigaristas e bandidos – fez até um filme, o primeiro de sua carreira, sobre isso. Com efeito, ninguém até hoje desmentiu Moore – pelo contrário, segundo o presidente Obama, é isso mesmo.

E, realmente, a julgar pelos festejos promovidos em Gravataí, Porto Alegre e Brasília na quarta-feira, a coisa está mais para Al Capone do que para Eliot Ness. Bem fez o presidente Lula, homem sério e de espírito prático, lembrando logo que, se os planos anunciados pela GM forem verdadeiros, isso quer dizer que “a empresa foi precipitada no mês de dezembro”, quando demitiu operários – e entrou na maré de chantagem para diminuir os seus salários.

CONJUNÇÃO

No meio da pantomina, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, mostrando o jeito tucano de ser, deu um suspiro e declarou: “mais do que brasileira, a GM é gaúcha”. Nós nem sabíamos que a GM era brasileira. Agora, sabemos que, segundo a governadora, o Rio Grande do Sul não faz parte do Brasil, pois só assim algo pode ser mais gaúcho do que brasileiro. E logo a GM...

Mas, compreende-se – a governadora é uma pessoa muito doméstica. Gosta muito de casas. Principalmente com o dinheiro alheio.

A GM, também. Dessa conjunção de afinidades só podia nascer um assalto: a GM só pagará ao Estado do Rio Grande do Sul 25% do ICMS. O resto, 75%, será financiado com 10 anos de carência e mais 12 anos para amortizá-los em suaves prestações. Em suma, durante 10 anos a GM só pagará um quarto do imposto estadual que deveria pagar, aquele imposto que, em princípio, é para construir ou manter escolas, hospitais, etc.

Como a governadora não se interessa por essas coisas, deu à GM isenção de 75% do ICMS durante 10 anos. Qual a vantagem que o Estado e a população terão com a GM “investindo”? Bem, a GM promete, com a expansão da sua fábrica, fornecer a fabulosa quantidade de 1000 (mil) empregos diretos daqui a três anos. Será o emprego mais caro que já apareceu no país – o que nada tem a ver com o salário que os funcionários receberão, evidentemente.

Mas, segundo foi anunciado, além disso haverá 7 mil empregos indiretos – de onde saiu essa conta, nós não sabemos. Provavelmente do mesmo lugar que saiu a “obsolescência planejada” e outras vigarices da GM, pois é evidente que esse é um número sacado de alguma cartola. Aliás, mesmo que fosse verdade, seriam ao todo apenas 8 mil empregos, incluindo, provavelmente, o vendedor de bilhetes de loteria que fará seu trabalho na porta da fábrica da GM. Um tremendo emprego indireto...

Todo mundo sabe que a GM é uma corporação falida, um monopólio moribundo, que mal se sustenta, e somente ainda não foi fechada à custa dos contribuintes norte-americanos, isto é, do dinheiro do povo dos EUA.

Mas, segundo o presidente da filial no Brasil, um certo Ardila (esse pessoal tem cada nome...), isso é a matriz. Já a filial que preside, está tão bem que vai investir R$ 2 bilhões, além de R$ 3 bilhões que já teria investido, para expandir sua fábrica no Rio Grande do Sul. Se fosse verdade, seria o primeiro caso de uma filial que nada em dinheiro, enquanto a matriz está falida, e esta não toma nenhuma providência...

Repetindo Ardila, certa mídia saiu por aí trombeteando os “recursos próprios” que a GM vai investir no Rio Grande do Sul. Um chupa-tintas estampou em letras garrafais: “Com investimento bilionário, GM mostra confiança no mercado brasileiro”.

Ora, quem não pode confiar na GM é o mercado brasileiro, ou seja, os consumidores, os compradores, o povo. Se os americanos, que conhecem essa turma mais de perto, não confiam, por que nós devemos confiar?

A GM, evidentemente, não vai “investir” R$ 2 bilhões em “recursos próprios” no Estado natal da grande Ana Terra. Não por falta de lucros no Brasil, que os tem, e excessivos. Mas, se a filial da GM tivesse R$ 2 bilhões (aliás, segundo Ardila, R$ 5 bilhões) em “recursos próprios”, a matriz nos EUA já teria requisitado os cobres para cobrir o seu rombo, pois a função de uma filial é remeter dinheiro para a sede, mais ainda em tempos de crise e bancarrota.

Porém, segundo o presidente da filial, “nunca fomos parte do processo de restruturação nos EUA”. Certamente, não é a nós que ele precisa convencer disso – até porque não vai conseguir. O próprio BNDES bloqueou a liberação de empréstimos já aprovados à filial da GM enquanto durou a concordata da matriz. O sr. Luciano Coutinho pode ter uma política equivocada no banco que preside, mas não é idiota de se meter num sarilho desses.

Mas agora, que o governo norte-americano assumiu a tutela da matriz, as coisas são diferentes. Naturalmente, os “recursos próprios” de Ardila são recursos do BNDES, do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e do Erário estadual. Ou seja, são recursos de bancos estatais e do Tesouro local.

Ardila afirmou que 50% dos recursos seriam da GM e o resto viria 30% do BNDES e 20% do Banrisul (Zero Hora, 15/07/2009). Mas também afirmou que a GM pediu R$ 700 milhões no BNDES, R$ 344 milhões no Banrisul e R$ 200 milhões no BRDE. Só aí já há R$ 1 bilhão e 244 milhões, portanto, mais de 50% de R$ 2 bilhões, vindo de bancos públicos (O Estado de S. Paulo, 15/07/2009).

ERÁRIO

Resumindo: nos EUA, a GM vive do dinheiro dos contribuintes. Aqui, no Brasil, é diferente - ela pretende viver do dinheiro dos bancos públicos e do Erário, ou seja, do dinheiro do contribuinte brasileiro. Certamente, é muito diferente, pois americano não é brasileiro e brasileiro não é americano. Como se pode dizer que o dinheiro do contribuinte de lá é igual ao do contribuinte de cá?

Parece, aliás, que esse é o grande negócio: arranjar dinheiro do Estado. O resto, inclusive a produção de automóveis, só serve para atrapalhar. Infelizmente, a GM ainda não conseguiu pegar dinheiro do Estado sem produzir alguma coisa. No dia em que isso acontecer, será a perfeição...

O presidente da GM é um sujeito fiel à tradição da empresa. Nunca diz nada muito preciso, nem muito seguro nem muito verdadeiro. No meio da entrevista coletiva, alguém lembrou que a GM começou há algum tempo a construir uma fábrica no Estado vizinho, Santa Catarina. E então? Qual o sentido de ampliar outra no Rio Grande do Sul? Bem, respondeu ele, é “altamente provável” que a fábrica de Santa Catarina forneça motores à unidade do Rio Grande do Sul. “Altamente provável”? Por pouco Ardila não disse que para ter certeza do que a unidade de Santa Catarina fará, é necessário consultar o presidente da GM do Brasil... Ou será que quem se interessar pelo assunto terá de recorrer à matriz nos EUA para saber?

Convenhamos, melhor proposta fez um leitor do jornalista Luís Nassif: já que a GM está falida, porque não estatizamos a filial, mais ou menos como o Obama fez com a matriz, para ter, finalmente, uma indústria nacional de automóveis? Pelo menos o dinheiro do BNDES seria melhor empregado...

CARLOS LOPES
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Original em Hora do Povo