Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 20 de outubro de 2007
O Sétimo Selo. Ingmar Bergman
Sinopse:
Antonius Block retorna das cruzadas e encontra sua vila destruída pela peste negra. Depois disso passa a refletir sobre o sentido da vida, mas a Morte (Bengt Ekerot) aparece para levá-lo. Porém, Block se recusa a morrer sem ter entendido o sentido da vida e propõe um jogo de Xadrez, onde se ele ganhar continua a viver. Apesar de perder o jogo, a Morte continua a perseguí-lo enquanto viaja pela Suécia medieval.
Título: O Sétimo Selo
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 100 minutos
Idioma: Inglês
Formato: RMVB
Ano de Lançamento (Suécia): 1956
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HOMENAGEM
Em homenagem ao grande dramaturgo Ernst Ingmar Bergman, nascido em Uppsala, 14 de Julho de 1918 e falecido em 30 de julho de 2007 em Fårö, na Suécia.
Assim o descrevia Jean-Luc Godard: "O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipe. O diretor está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é se fazer perguntas; filmar é encontrar as respostas. Nada poderia ser mais classicamente romântico".
Uma lamentável perda, num mundo onde o enlatado americano é preponderante.(O grifo é por minha conta)
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Copiado de: F.A.R.R.A
E continuam falando mal de CUBA...
Os 77 médicos e outros trabalhadores da saúde, que chegaram à cidade Pisco, situada no sul do país, poucos dias depois da catástrofe, trabalham nos hospitais de campanha Ernesto Che Guevara e Antonio Maceo, trazidos por eles e atenderam até esaa data a mais de 61 mil pacientes.
Segundo responsáveis pela brigada médica cubana, do total, 41,7% pessoas foram atendidas fora dessas instalações, num trabalho de campo que se estende pelo interior de Pisco e pelas zonas de Ica.
Nos hospitais cubanos foram realizadas mais de 500 cirurgias, 40% delas, maior, e mais de 10 mil testes de diagnósticos, como exames de laboratório, ultra-som, raios X e eletrocadiografia.
O jornal La Primera assinalou que não só atendem aos feridos em desabamentos ocasionados pelos sismo e destaca o caso de Cristian Nieves, paciente do hospital Che Guevara, ao qual chegou provienente de Sullana, no extremo norte do país.
Nieves declarou que sofreu uma fratura na tíbia e no perôneo num acidente e teve que pagar ao redor de US$2 mil a uma instituição de Lima pela cirurgia e além do mais, disseram-lhe que podiam amputar sua perna por uma quantia menor.
''Eu já tinha me resignado a perder uma perna, mas um médico falou-me do hospital instalado pelos cubanos em Pisco e vim logo'', contou.
''Não tive que pagar a operação. Salvaram minha perna e agradeço-lhes muito o que fizeram'', acrescentou.
Os cooperadores internacionalistas afirmam que estão dispostos a permanecerem no Peru o tempo que as autoridades desse país acharem necessário.
Frei Betto
Ser de direita é tolerar injustiças, considerar os imperativos do mercado acima dos direitos humanos, encarar a pobreza como nódoa incurável, julgar que existem pessoas e povos intrinsecamente superiores a outros.
Ser esquerdista - patologia diagnosticada por Lênin como "doença infantil do comunismo" - é ficar contra o poder burguês até fazer parte dele. O esquerdista é um fundamentalista em causa própria.
Encarna todos os esquemas religiosos próprios dos fundamentalistas da fé. Enche a boca de dogmas e venera um líder. Se o líder espirra, ele aplaude; se chora, ele entristece; se muda de opinião, ele rapidinho analisa a conjuntura para tentar demonstrar que na atual correlação de forças...
O esquerdista adora as categorias acadêmicas da esquerda, mas iguala-se ao general Figueiredo num ponto: não suporta cheiro de povo. Para ele, povo é aquele substantivo abstrato que só lhe parece concreto na hora de cabalar votos. Então o esquerdista se acerca dos pobres, não preocupado com a situação deles, e sim com um único intuito: angariar votos para si e/ou sua corriola. Passadas as eleições, adeus trouxas, e até o próximo pleito!
Como o esquerdista não tem princípios, apenas interesses, nada mais fácil do que endireitá-lo. Dê-lhe um bom emprego. Não pode ser trabalho, isso que obriga o comum dos mortais a ganhar o pão com sangue, suor e lágrimas. Tem que ser um desses empregos que pagam bom salário e concedem mais direitos que exige deveres. Sobretudo se for no poder público. Pode ser também na iniciativa privada. O importante é que o esquerdista se sinta aquinhoado com um significativo aumento de sua renda pessoal.
Isso acontece quando ele é eleito ou nomeado para uma função pública ou assume cargo de chefia numa empresa particular. Imediatamente abaixa a guarda. Nem faz autocrítica. Simplesmente o cheiro do dinheiro, combinado com a função de poder, produz a imbatível alquimia capaz de virar a cabeça do mais retórico dos revolucionários.
Bom salário, função de chefia, mordomias, eis os ingredientes para inebriar o esquerdista em seu itinerário rumo à direita envergonhada - a que age como tal mas não se assume. Logo, o esquerdista muda de amizades e caprichos. Troca a cachaça pelo vinho importado, a cerveja pelo uísque escocês, o apartamento pelo condomínio fechado, as rodas de bar pelas recepções e festas suntuosas.
Se um companheiro dos velhos tempos o procura, ele despista, desconversa, delega o caso à secretária, e à boca pequena se queixa do "chato". Agora todos os seus passos são movidos, com precisão cirúrgica, rumo à escalada do poder. Adora conviver com gente importante, empresários, ricaços, latifundiários. Delicia-se com seus agrados e presentes. Sua maior desgraça seria voltar ao que era, desprovido de afagos e salamaleques, cidadão comum em luta pela sobrevivência.
Adeus ideais, utopias, sonhos! Viva o pragmatismo, a política de resultados, a cooptação, as maracutaias operadas com esperteza (embora ocorram acidentes de percurso. Neste caso, o esquerdista conta com o pronto socorro de seus pares: o silêncio obsequioso, o faz de conta de que nada houve, hoje foi você, amanhã pode ser eu...).
Lembrei-me dessa caracterização porque, dias atrás, encontrei num evento um antigo companheiro de movimentos populares, cúmplice na luta contra a ditadura. Perguntou se eu ainda mexia com essa "gente da periferia". E pontificou: "Que burrice a sua largar o governo. Lá você poderia fazer muito mais por esse povo."
Tive vontade de rir diante daquele companheiro que, outrora, faria um Che Guevara sentir-se um pequeno-burguês, tamanho o seu aguerrido fervor revolucionário. Contive-me, para não ser indelicado com aquela figura ridícula, cabelos engomados, trajes finos, sapatos de calçar anjos. Apenas respondi: "Tornei-me reacionário, fiel aos meus antigos princípios. E prefiro correr o risco de errar com os pobres do que ter a pretensão de acertar sem eles."
Sandro Villar*
A não ser quando um diretor do porte de Clint Eastwood realiza um filme como “Cartas de Iwo Jima”, um libelo contra a guerra, hoje em dia Hollywood produz muitas bobagens cinematográficas.
E a principal atração desses filmes, verdadeiros lixos, é a violência gratuita, coisa que não se justifica. Um dos mestres desse tipo de violência é o cineasta Martin Scorsese, fascinado por tiros e assassinatos, e basta conferir o conjunto da obra do rapaz para confirmar isso.
Mas deixa isso pra lá e vamos em frente que atrás vêm os credores. O que interessa nessa narrativa é falar alguma coisa sobre Deborah Kerr, que, vítima do Mal de Parkinson, foi embora deste insensato mundo aos 86 anos.
Ela nasceu na Escócia, terra de uísque bom e do Sean Connery, o melhor James Bond do cinema. Aliás, apesar de ter ficado a serviço de Sua Majestade, com licença para matar e tudo o mais - interpretando 007 -, Sean Connery nunca engoliu essa história de a Escócia ser “controlada e dominada” pela Inglaterra. Ele é separatista de carteirinha, mas não contem isso para a Scotland Yard.
Mas do que é que eu falava mesmo? Confesso que estou mais perdido que os “infiéis” que trocaram de partido ou mais perdido que o time do Corinthians no Brasileirão. Ah, já me lembrei: o degas aqui falava da atriz Deborah Kerr e se perdeu por ter metido (epa!) a colher onde não devia. Ou onde não lhe diz respeito.
E, respeitosamente, lembro que Deborah protagonizou dezenas de filmes, entres eles três memoráveis: “O Rei e Eu”, em que contracena com Yul Brynner, “A Um Passo da Eternidade” e “Tarde Demais Para Esquecer”.
Dirigido por Fred Zinnemann, “A Um Passo da Eternidade”(1953) salvou a carreira de Frank Sinatra, que estava na Rua da Amargura, s/n. Ele está ótimo na pele do trágico soldado Maggio, protegido por Montgomery Clift, um dos dez melhores atores de todos os tempos.
Nesse filme, que mostra o ataque aéreo japonês contra a base de Pearl Harbor no Havaí, Deborah é a esposa adúltera de um oficial. Ela é amante do sargento interpretado por Burt Lancaster.
É antológica a cena em que o casal se beija na praia. Esse beijo é considerado um dos melhores do cinema, não faltaram imitações e uma paródia. No filme “O Professor Aloprado”, em que Eddie Murphy dá um show, há uma sátira desse beijo. É quando o professor obeso, mais gordo que a dívida pública brasileira, fica em cima da mocinha e, com tanto peso, ela afunda na areia na hora do pega-pra-capar. A cena é divertida.
E não é nada divertida a cena final de “Tarde Demais Para Esquecer” (1957), assinado por Leo MacCarey, o segundo melhor filme romântico (ou de amor), porque o melhor é “Suplício de Uma Saudade”. Os personagens de Deborah e Cary Grant marcam encontro no edifício Empire State Building, em Nova York.
Ela não vai porque foi atropelada. Ele só se dá conta da situação da amada ao vê-la em outra ocasião. Nessa hora, convém preparar o lenço. A música-tema desse filme inesquecível é a magnífica canção “An Affair To Remember”, sucesso do cantor Vic Damone, mas a versão com Nat King Cole também é ótima.
Deborah Kerr deixa um grande vazio. É inesquecível e, talvez, insubstituível.
DROPS (sabor anis)
O cinema é a mais importante das artes.
(camarada Lenin)
O cinema instrui e dá prazer.
(Ruy Barbosa)
No escurinho do cinema a mão é esperta e não boba.
Times da zona do rebaixamento, não se desesperem: há vagas para lanterninhas nos cinemas de São Paulo.
*Sandro Villar é jornalista e escritor, autor do livro “As 100 Melhores Crônicas de Humor de SV”, à venda na Livraria Cultura (Shopping Villa-Lobos-SP) e no site www.altabooks.com.br (21) 3278-8419/8069/8159.
sandrovillarpp@zipmail.com.br
A Previdência e a menopausa | | | |
Henrique Júdice Magalhães | |
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No Valor Econômico de 24/09, o economista Fabio Giambiagi prega a modificação das atuais regras de aposentadoria das mulheres. A aposentadoria feminina, explica ele, seria como a menopausa: um problema do qual só agora os especialistas passaram a dar-se conta, já que, antigamente, eram poucas as que viviam até chegar a ambas.
A diferença é que, se num caso a preocupação da medicina é reduzir os transtornos sofridos pela mulher na maturidade, no outro o colunista do Valor quer aumentá-los. Giambiagi propõe um aumento de 3 anos no tempo de contribuição exigido. A aposentadoria feminina por tempo de contribuição, para ele, é “um problema fiscal” - particularmente grave na medida em que as mulheres “representam metade da população” e o número das que a recebem, hoje, “é de mais de 900 mil” .
É sabido que os ataques de Giambiagi aos direitos previdenciários têm por alvo toda a população trabalhadora, e não só metade dela. Ainda assim, seria interessante que ele explicasse por que o fato de 900 mil mulheres receberem aposentadoria por tempo de contribuição seria um problema maior que 2,8 milhões de homens fazerem o mesmo (e por um valor médio 25% mais alto: R$ 1.036,62 contra R$ 826,35, segundo dados do Ministério da Previdência referentes a 2005).
“Na época dos nossos pais” – escreve ele – , “a aposentadoria das mulheres não era um problema fiscal, porque quase não havia mulheres aposentadas”; inversamente, hoje, seria necessário restringi-la por haver mulheres nesta condição. Em síntese: não há problema em permitir que as mulheres se aposentem, desde que elas não o façam. Giambiagi vira de ponta-cabeça os critérios de abrangência, justiça e eficácia que deveriam nortear a avaliação de qualquer política pública.
O foco de seu argumento é a diferença entre as regras vigentes para homens e mulheres. Ele não discute se exigir mais de 30 anos de contribuição de uma mulher é ou não correto, mas apenas se a mulher deve se aposentar com menos tempo de contribuição do que o homem. E conclui que não porque, supostamente, as mulheres vivem mais e se aposentam mais cedo.
Para sustentar um sofisma, recorre a duas falácias. A primeira já faz quase parte do senso comum. A idéia de que “as mulheres vivem mais” baseia-se na diferença entre as expectativas de vida de ambos os sexos. A feminina é mais alta porque este indicador é calculado a partir de dados referentes à mortalidade e, entre as pessoas que morrem prematuramente por acidentes ou violência, é maior o número de homens. A condição de mulher, por si, não faz ninguém viver mais.
Na segunda, há pelo menos meia verdade. A proporção de pessoas que se aposentam entre 45 e 49 anos é maior entre as mulheres do que entre os homens. Mas as mulheres que fizeram isso em 2005 não são mais de 20 mil – e sofrem, como conseqüência, perdas da ordem de 40% do valor do benefício por causa do fator previdenciário. Se tiverem exercido, em algum momento da vida, atividades nocivas à saúde – algo bastante comum nos aposentados dessa faixa etária – , a perda é maior: o tempo de trabalho feminino nessas condições tem um acréscimo de 20%; o masculino, de 40%.
Mas aposentar-se com menos tempo de contribuição não significa necessariamente aposentar-se mais jovem. Do total das mulheres que passaram a receber este benefício em 2005, 36,9% tinham entre 50 e 54 anos – mesma faixa em que se concentra a maioria dos homens (38,3%). Na faixa etária dos 55-59 anos, estavam 32% dos homens e 22,3% das mulheres. Na dos 60-64 anos, há muitos homens e pouquíssimas mulheres, mas não porque elas se aposentem mais cedo. O que ocorre é que a mulher se aposenta por idade aos 60 anos, e o homem tem que esperar até os 65. Assim, 37,4 mil mulheres e 14,3 mil homens aposentaram-se entre os 60 e os 64 anos em 2005 – só que elas o fizeram por idade, e eles por tempo de contribuição. Por isso, principalmente, a idade média de aposentadoria por tempo de contribuição feminina é mais baixa.
O que de fato acontece é que as mulheres ocupam, em regra, uma posição mais precária no mercado de trabalho. Enquanto a taxa de desemprego masculina medida pelo IBGE em 2005 era de 7%, a feminina era de 12%. O tempo médio entre sair de um emprego e conseguir outro, medido pelo DIEESE/Seade, é expressivamente maior para elas. Nessas condições, a mulher terá, em média, em comparação com um homem da mesma idade e tendo ambos começado a trabalhar ao mesmo tempo, menor tempo de contribuição.
Se a proposta do colunista do Valor chega a parecer razoável, é porque ele passa ao largo dessa realidade e investe contra o moinho de vento da dupla jornada alegando que a maior expectativa de vida feminina a compensaria. Acontece que não é essa a razão para que se mantenha a regra atual. Primeiro, porque a dupla jornada feminina só existe nos setores sociais situados da classe média-baixa para baixo, nos quais os homens também a cumprem: além de serem submetidos a uma carga maior de horas extras, fazem bicos variados para complementar a parca remuneração. A classe média, via de regra, deixa os cuidados da casa a cargo da empregada doméstica e, nas famílias endinheiradas, as mulheres têm por costume não fazer nada nem em casa nem fora dela. Segundo, porque não seria razoável que a lei concedesse condições favoráveis a uma mulher incapaz de impor uma divisão minimamente justa de tarefas ao homem com quem vive.
A questão não é de justiça comparativa entre homens e mulheres. Nem para um lado, como quer Giambiagi, nem para o outro, como prega um certo discurso feminista que defende menos os direitos que as mulheres atualmente possuem do que a diferenciação em si. E que dispende, na defesa dessa diferenciação face ao trabalhador homem, uma energia que nunca dispendeu na defesa da mulher trabalhadora diante do capital (vide o silêncio quando FHC revogou um dos mais importantes dispositivos de proteção a ela contra o excesso de jornada: a proibição de que fizesse horas extras). A questão é fazer justiça às mulheres, simplesmente. E não é justo exigir de quem sofre mais acentuadamente os efeitos do desemprego e da informalidade um maior número de anos de contribuição.
Por outro lado, a diferenciação não é um dogma. No caso da aposentadoria por idade, o requisito etário deveria ser unificado – mas no patamar estabelecido atualmente para as mulheres. É descabido exigir que os homens trabalhem até os 65 anos na cidade e 60 na lavoura – ainda mais porque o trabalho masculino, normalmente, exige maior vigor físico. Esses limites poderiam ser reduzidos para, respectivamente, 60 e 55 anos. É esta a melhor maneira de aproximar as condições de homens e mulheres na legislação previdenciária e permitir a ambos enfrentar em situação mais humana as transformações biológicas e emocionais acarretadas pela maturidade.
Henrique Júdice Magalhães é jornalista, ex-servidor do INSS e pesquisador independente em Seguridade Social. Porto Alegre/RS - Email: henriquejm@gmail.comEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email |
Policiais dizem que segurança pública está à beira do colapso no RS
Manifestação em defesa de melhores condições de trabalho e melhores salários reuniu mais de mil policiais militares, nesta quarta-feira, em frente ao Palácio Piratini. Segundo eles, governo Yeda Crusius (PSDB) está levando segurança à beira do colapso.
Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior
PORTO ALEGRE - Mais de mil policiais militares saíram às ruas da capital gaúcha, nesta quarta-feira, em defesa de melhores condições de trabalho e melhores salários. A manifestação reuniu profissionais das mais variadas patentes da Brigada Militar (a PM gaúcha) em uma grande manifestação contra o governo Yeda Crusius (PSDB) que, segundo os brigadianos, está levando a segurança pública a beira do colapso no Rio Grande do Sul.
A manifestação iniciou no quartel general da Brigada Militar, no centro da capital, e terminou com um ato público em frente ao Palácio Piratini. Segundo o vice-presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, tenente coronel Jorge Antônio Penna Rey o ato teve como objetivo principal “sensibilizar o Governo do Estado para questões ligadas à categoria, e também reafirmar para a governadora Yeda, que não aceitaremos nenhum projeto que altere os Direitos atuais dos Militares Estaduais, como por exemplo o aumento do tempo de serviço, a mudança do plano de carreira e a diminuição de vagas”. “Isto não vamos nem discutir”, garantiu Penna Rey.
A manifestação foi convocada pela Associação dos Oficiais da Brigada Militar (AsofBM), pela Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar (ABAMF) e pela Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM).
Os brigadianos distribuíram um panfleto à população explicando as razões de sua manifestação. O documento afirma:
"A Segurança está em crise e vai entrar em colapso. A culpa não é nossa... mas sim da governadora Yeda e do secretário Mallmann. Gaúchos e gaúchas saibam por quê:
- salários mais baixos do Brasil
- sucateamento da frota de viaturas policiais
- falta de coletes à prova de bala para enfrentar a bandidagem
- apagão no sistema de rádio
- ameaças aos direitos dos militares estaduais
- atraso de salários
- ameaça de não pagamento do 13º salário
- tratamento desrespeitoso e arbitrário para com os brigadianos
- falta de efetivo
- não-chamamento dos concursados aprovados para a BM
- excesso de carga horária
- não-pagamento de horas-extras
- não-pagamento de direitos constitucionais (dedicação exclusiva e adicional noturno)
- não-cumprimento da lei da matriz salarial
- falta de fardamento
- não-convocação dos reservistas da BM
Por fim, os PMs pedem o apoio da sociedade: “Povo gaúcho, não deixe desmontar nossa Brigada Militar e sua segurança”.
Os protestos dos servidores públicos gaúchos contra o choque de gestão implementado pela governadora Yeda Crusius (PSDB) seguem crescendo no Estado. Na semana passada, mais de duzentos professores se acorrentaram aos portões de entrada do Palácio Piratini denunciando o desmonte da educação pública no Estado. Diversas categorias de servidores vêm se reunindo semanalmente para discutir a situação dos serviços públicos. Eles começam a preparar uma greve geral de funcionários públicos ainda este ano.