quinta-feira, 16 de abril de 2009

Está chegando a hora

CAMPANHA: PARE DE LER ZERO HORA E AFINS....



Saulo Bartini escreve:

A primeira memória notável de manipulação jornalística de que me recordo com clareza foi a cobertura - ou ausência de - da Globo em relação ao Movimento Diretas Já. Hoje parece uma coisa cândida, mas tratava-se do seguinte: milhares, milhões de pessoas mobilizadas participavam de lindos e gigantescos comícios para garantir eleições diretas para presidente da república. A Rede Globo simplesmente não cobria, não dava notícias, ignorava as manifestações.

Quando a mobilização começou a reunir milhões de pessoas e ficou claro de que os partidos de sempre fariam um conchavo para a eleição indireta de Tancredo a Globo, aliviada, deu algumas notícias de uma das mobilizações mais fantástica que o Brasil já viveu. Hoje ocultar uma mobilização de milhões de pessoas - mais do que risível - seria impossível.

Depois veio 1989 e a maior e mais safada campanha eleitoral - de Collor, é claro. E a mais deslavada manipulação já feita de um debate eleitoral. Ganha uma jujuba quem adivinhar qual a emissora que fez o crime. Bingo! Pode passar no Seu Zé e pegar a jujuba. Foi um escândalo e pegou um eleitor inocente, sem tradição de voto e sem filtros para compreender a mídia e suas enganações.

Depois nem me lembro mais. Houve de tudo nestes últimos vinte anos. Mentiram, enganaram, distorceram, assassinaram reputações, fizeram, desfizeram e acham - os tu-barões da grande mídia - que quase nada mudou. Aí está o grande engano.

Muita coisa mudou. Principalmente o povo brasileiro e sua experiência com a democracia, o voto e a mídia. O mesmo povo que vê maciçamente a novela da Globo, não acredita no seu jornalismo. É lógico: o melhor da Globo é a ficção, não é mesmo?

Hoje mentem, enganam e distorcem em doses cavalares. Há quilos de enganação todas as semanas. Aliás não há uma semana que a militância dos tu-barões não tente tungar alguém. Porém hoje há cerca de 60 milhões de brasileiros com algum tipo de acesso à internet. Já há vários milhões de acessos em banda larga. Que são muito mais significativos que a maioria das TVs. E do que a imensa maioria das rádios e jornais. E cada um tem acesso aos mais variados pontos de vista. E às mais variadas informações. Ou seja: quase tudo que os tu-barões sonegam ou distorcem a internet repõe.

Moral da história? Se não houver uma brutal censura à internet, em breve, mas breve mesmo, os jornalões e os tu-barões da grande mídia vão perder importância e influência. Se você duvida faça o teste: fique um mês sem ler ZH ou qualquer jornalão. Você poderá se surpreender ao descobrir que: a) não sentiu nenhuma falta, b) depois de 30 dias compreende melhor o que se passa no RS, no Brasil e no mundo, ou C) ZH fez falta: afinal como enrolar aquele copo que quebrou sem um bom punhado de folhas de jornal?