Bin Laden eles não acharam, mas em compensação…
Milhares de homens, satélites,
aviões “fantasmas” e de controle remoto, durante quase dez anos e os
Estados Unidos não acharam Osama Bin Laden nos desertos e cavernas o
Afeganistão. Em compensação – e que compensação! -, o New York Times publicou ontem que oficiais do
Pentágono e geólogos norte-americanos “descobriram” reservas minerais
gigantescas no Afeganistão, avaliadas em aproximadamente US$ 1 trilhão. A
notícia foi reproduzida no mundo todo e em vários sites brasileiros.
A descoberta pode transformar o Afeganistão em um dos maiores
produtores de minério do mundo e na “Arábia Saudita do lítio”, segundo
um memorando do Pentágono. Nem é preciso dizer nas mãos de quem isso
dficará, não é?
Toda essa riqueza, que inclui ouro, ferro, cobre, cobalto, lítio e
nióbio, é claro, não foi encontrada por acaso. Desde os anos 80 já havia
indicações de importantes depósitos minerais, e os geológos americanos
se valeram de mapas soviéticos do tempo da invasão ao Afeganistão para
iniciar as pesquisas. Afinal de contas, não se entra numa guerra para
não levar nada, não é mesmo?
Em 2006, os EUA esquadrinharam 70% do Afeganistão, usando avançados
equipamentos magnéticos e de gravidade acoplados a uma aeronave Orion
P3. Os dados recolhidos foram tão promissores, que os geólogos voltaram
no ano seguinte para levantamentos ainda mais sofisticados, usando um
antigo bombardeiro inglês, equipado com instrumentos que permitiam um
exame tridimensional dos depósitos minerais debaixo da superfície da
terra.
Confirmada a riqueza, era hora do butim. Em 2009, uma força-tarefa do
Pentágono que tinha criado “programas de negócios” no Iraque foi
transferida para o Afeganistão e se debruçou sobre os dados geológicos.
Firmas internacionais de contabilidade especializadas em contratos de
mineração foram contratadas para prestar “consultoria” ao Ministério
Afegão de Minas e os dados técnicos estão sendo preparados para as
licitações internacionais.
Em breve, toda a riqueza mineral do Afeganistão estará à disposição
das multinacionais e de investiores estrangeiros. Para os afegãos só
restará assistir à pilhagem imobilizados pela ocupação disfarçada.
Depois de fazer guerra pelo petróleo do Iraque usando Saddam Hussein
como argumento, vê-se agora que por trás do combate aos talibãs estão
interesses bem “fundamentalistas” do capital.