sexta-feira, 25 de maio de 2007

Resistência Palestina

Para atingir Hamas, Israel assassina mulheres e crianças em Gaza


O Governo israelense deu hoje “luz verde” ao Exército do país judeu para que intensifique as operações contra a Faixa de Gaza. A desculpa usada pelo governo sionista é de que os ataques servirão para pôr fim ao disparo de “rockets” contra o seu território. Horas depois, oito pessoas morreram num ataque aéreo contra a casa onde vivia a família de um dirigente do Hamas, na cidade de Gaza. Entre as vítimas do ataque estão uma mulher e duas crianças.

Em comunicado, o gabinete de segurança israelense revela que os militares poderão “aumentar as suas operações, e atacar as infra-estruturas dos grupos militantes palestinos.


O Governo refere que operações deverão concentrar-se no Hamas e na Jihad Islâmica, os responsáveis pela suposta escalada de violência, mas não estão excluídas “medidas mais drásticas” caso não cessem os ataques contra Israel.


Esta manhã, o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert declarou o "estado de excepção" no sul do país, região que nos últimos dias tem estado na mira dos mísseis do Hamas que, segundo as autoridades israelenses, provocaram alguns feridos.


Ao final da tarde de hoje, helicópteros israelenses atacaram a casa de Khalil al-Haya, dirigente do Hamas em Gaza, provocando pelo menos oito mortos e 12 feridos, alguns dos quais em estado grave. Segundo fontes palestinas, as vítimas são familiares de Al-Haya, que não se encontraria em casa no momento do ataque.


O Governo israelense promete ainda uma ofensiva diplomática junto da comunidade internacional, para explicar as razões desta nova resposta militar. "Não há soluções milagrosas para parar os ‘rockets’. Cada solução é complexa e poderá ter várias consequências e é por isso que a nossa resposta será gradual", justificou Olmert.


Em declarações à AFP, um responsável israelense explicou que, para já, não está na mesa a opção de lançar uma operação terrestre de grande envergadura contra a Faixa de Gaza, de onde as forças hebraicas saíram no outono de 2005. Israel vai privilegiar “os ataques aéreos e as operações visando os chefes militares dos grupo islâmicos que disparam os mísseis”, afirmou o dirigente, que pediu para não ser identificado.

Trégua entre os palestinos


Diante da agressão israelense, os dois principais grupos políticos palestinos (Fatah e Hamas) consolidaram um cessar-fogo neste domingo ao declarar o fim formal de um surto de combates internos na faixa de Gaza.


Burhan Hammad, chefe da delegação de segurança do Egito, que intermediou o acordo naquele território litorâneo, disse que tanto o Fatah como o Hamas "assinaram um acordo segundo o qual concordam em pôr fim a todos os combates, pôr fim a todas as ostentações armadas e libertar todos os reféns".


O acordo aconteceu quando não havia relatos de combates entre os dois lados havia quase 24 horas, em um sinal de que aparentemente a mais recente série de acordos de trégua estava funcionando.


Os dois lados disseram que os ataques aéreos israelenses contra alvos de militantes nos últimos dias, em que 21 palestinos morreram, os estimulou a pôr fim às rivalidades internas.

"Prometemos ao nosso povo que faremos tudo o que pudermos para preservar o sangue do nosso povo e nunca mais voltar a essa luta repulsiva", disse Khalil al-Hayya, deputado do Hamas.


Um dia antes de ter sua residência bombardeada por caças israelense, Hayya exortou o Hamas e o Fatah "a se unirem no campo para confrontar os agressores", referindo-se a Israel.


Esta manhã, a Jihad Islâmica tinha ameaçado enviar “dezenas de mulheres suicidas” para se fazerem explodir junto aos militares israelenses em caso de uma nova ofensiva terrestre contra o território.

Fonte:vermelho


"Debilita-se a ditadura dos monopólios midiáticos"

"Debilita-se a ditadura dos monopólios midiáticos"

Emir Sader

Frente às debilidades políticas e ideológicas da direita, os grandes monopólios da mídia mercantil assumem a função de diirigentes da direita latino-americana. Não é novidade para nós. Eles foram peças essenciais para preparar o clima do golpe militar de 1964 no Brasil, em que, com exceção do jornal Última Hora – fechado pela ditadura militar – toda a imprensa privada brasileira pregou a derrubada do governo democraticamente eleito pelo povo brasileiro, convocando as FFAA a instaurar a ditadura militar que vitimizou o povo brasileiro durante mais de duas décadas.


No período atual, os grandes grupos oligárquicos que dominam a imprensa do continente voltam a desempenhar esse papel. As várias eleições latino-americanas têm em comum uma totalitária frente opositora contra os candidatos a que se opõem essas oligarquias: Lula, Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Lopez Obrador enfrentaram esse mesmo bloco opositor. Provavelmente Kirchner enfrentará o mesmo problema.


Um bloco que constitui uma frente continental, solidária na defesa dos seus interesses corporativos, que se chocam frontalmente com a construção das democracias no continente. Porque nunca teremos democracias sem que exista um processo democrático de construção da opinião pública, que seja transparente, pluralista, público.


Um dos instrumentos da ditadura midiática privada é a apropriação monopolista do espectro radioelétrico, um bem limitado, de caráter público. Atualmente, 80% dos canais de televisão aberta e das emissoras de rádio na Venezuela pertencem ao setor privado, cujas opções políticas são amplamente minoritárias no país, conforme atestam as eleições, certificadas na sua lisura por todos os organismos internacionais presentes nas eleições presidenciais que relegeram a Hugo Chávez para a presidência do país.


Das 709 rádios, 706 pertencem a empresas privadas e três a entidades estatais. Dos 81 canais de televisão, 2 são estatais e 79 privados. Dos 118 jornais, dos quais 12 são de caráter nacional e 106 regionais, todos são privados.


Termina, no próximo domingo, o contrato de concessão de um dos principais representantes da oligarquia privada da mídia venezuelana – Radio Caracas Televisão - que participou ativamente no golpe militar – frustrado pela decidida ação popular – de abril de 2002, apoiado pelo governo dos EUA e por vários órgaos da mídia brasileira. Em reunião com o efêmero chefe do governo golpista, Carmona, os magnatas dos monopólios privados – entre eles Marcel Granier, proprietário de RCTV – disseram que podiam “garantir o apoio da midia”.


Um apoio que foi muito mais do que isso: a mídia privada foi o grande incitador do golpe, deu toda cobertura à derrubada do governo legitimamente eleito pelo povo venezuelano, deu ampla cobertura ao congraçamento dos golpistas no palácio presidencial e suspendeu qualquer cobertura, substituída por desenhos animados dos EUA, quando o povo entrou em cena e restituiu o poder ao presiente que havia democraticamente eleito.


Seguindo a mesma orientação de só informar o que lhes interessa e da maneira que lhes interessa, a imprensa brasileira anunciou uma suposta grande marcha da oposição para sábado passado, dia 19. A manifestação foi um fracasso. Os próprios orgáos de imprensa da oposição venezuelana, que a convocaram, que anteriormente falavam de centenas de milhares e até um milhão em manifestaçoes anteriores, desta vez teve que se limitar a falar de dezenas de milhares. Como foi um fracasso, a mídia brasileira não mencionou a manifestação, mesmo vários deles tendo correspondentes em Caracas.


O governo venezuelano não agiu imediatamente ao golpe fracassado de 2002. Esperou cinco anos, até que termine, no dia 27, o contrato de RCTV, para não renová-lo, substituindo-o por uma TV pública, que começa suas transmissões à zero hora do dia 29, com o nome TEVES (Você se vê, em castelhano) – Televisão Venezuelana Social.


Com isso, avança o pluralismo, se enfraquece a ditadura dos monopólios privados da comunicação. Ao contrário do que propagam as expressões nacionais desse oligopólio em cada um dos nossos países que, como sempre, principalmente quando afeta diretamente sua posição monopolista, reflete a realidade da cabeça para baixo.

Fonte: Blog do Emir