quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

JATENE, A FEBRE AMARELA E O FIM DA CPMF: "PERVERSO"

ADIB D. JATENE

NO PERÍODO em que estive à frente do Ministério da Saúde, tomei conhecimento da importância da relação entre dengue e febre amarela silvestre e o eventual risco da reurbanização desta última.

Desde 1942, não ocorreu nenhum caso de febre amarela urbana. Entretanto, persiste, e é impossível eliminar, sua forma silvestre.

É por essa razão que o Ministério da Saúde vem vacinando sistematicamente toda a população das áreas de risco, onde há ocorrência de casos humanos, adquiridos sempre nas áreas de mata. Já vacinamos, nos últimos 12 anos, mais de 60 milhões de pessoas.

Nas matas, existe alta concentração de mosquito transmissor e animais, principalmente macacos, portadores do vírus. Daí o risco de pessoas não vacinadas incursionarem em regiões com alta concentração de mosquito, onde alguns estão contaminados e, por isso, são capazes de transmitir a doença. Assinale-se que, nos últimos 12 anos, tivemos 349 casos confirmados, com 161 óbitos, todos adquiridos por pessoas não vacinadas que freqüentaram áreas de mata.

A incidência desses casos variou de ano a ano. Tivemos anos com apenas três casos, enquanto em outros, como 1999, 2000 e 2003, ocorreram, respectivamente, 76, 85 e 64 casos, com mortes de 29, 40 e 23 pacientes.

Por que com essas três centenas e meia de casos, em doze anos, não tivemos transmissão urbana, já que, nas cidades, existe o Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela?

As razões são três: em primeiro lugar, o número de doentes com febre amarela silvestre no mesmo espaço urbano e ao mesmo tempo é muito pequeno, o que reduz significativamente a chance de infectar o mosquito Aedes aegypti; em segundo lugar, é preciso alta concentração de mosquito, ao redor de 40% de infestação, o que corresponde a 40 habitações em cada 100 com a presença do mosquito, segundo a OMS, para que seja possível a transmissão da febre amarela; e em terceiro lugar, porque temos altos índices de cobertura vacinal na área endêmica, portanto, sem susceptíveis em número suficiente para sustentar uma transmissão.

A concentração do Aedes aegypti nas cidades brasileiras onde ocorre a dengue não ultrapassa, em média, 5 domicílios infestados em cada 100, suficiente para transmitir a dengue devido ao número alto de doentes, mas absolutamente insuficiente para transmitir a febre amarela urbana.

Os que retornam às cidades afetados pela febre amarela silvestre são hospitalizados e têm desenlace, seja para cura, seja para óbito, em prazo relativamente curto.
Não há, portanto, nenhuma razão para vacinar as pessoas que não residem em área endêmica nem pretendem adentrar a mata dessas áreas.

Vi na televisão pessoas que sempre residiram na cidade de São Paulo e que não pretendem viajar desesperadas, em filas para se vacinarem, alegando que tinham direito. Certamente não tinham necessidade e se expõem aos efeitos adversos de uma vacina com vírus vivo.

Nos últimos quatro anos, foram registrados pelo sistema de informação de efeitos adversos pós-vacinação 478 casos (muito mais que os 349 casos de febre amarela registrados em 12 anos), desde reações simples até exantemas generalizados, febre alta e, em dois casos, meningite.

Em relação à vacina contra a febre amarela, a Fiocruz é, praticamente, a única produtora em todo o mundo.

Há só um outro laboratório privado no exterior, produzindo cerca de 5 milhões de doses por ano, enquanto a produção da Fiocruz é o dobro.

A corrida pela vacina por pessoas que não precisam dela reduz sua disponibilidade para os que efetivamente têm necessidade.

Diante da imunização da quase totalidade da população de áreas de risco, o que vem sendo feita há décadas, as recomendações do Ministério da Saúde são suficientes, ratificadas por especialistas e pela própria OMS, para garantir que o país não corre risco de reintrodução de febre amarela urbana, o que seria catastrófico.

Em um país em que freqüentemente se busca desmoralizar iniciativas governamentais, disseminando desconfiança na palavra oficial, que se preserve a seriedade com que são tratados assuntos como a febre amarela.

Nunca é demais ressaltar a luta por recursos para o setor, seriamente afetada pela decisão - inegavelmente democrática, mas, sem dúvida, perversa - que permitiu retirar R$ 40 bilhões destinados a atender a população de baixa renda e entregá-los a empresas e parcelas da população mais bem aquinhoadas, causando sério risco ao esquema financeiro para o setor.

Vargas Blues Band - Blues Latino - 1994


http://rp-www.kkbox.com.tw/ykk/get_album_cover.php?album_id=dOXj3AEVkblUXv700Dtl008l

1.-El alma
2.-Rock Away the Blues
3.-Coward's Knife
4.-Brand New Blues
5.-Out of the blue
6.-Hot Wires
7.-Do you Believe in Love
8.-Blues Latino
9.-Magic of the Gods
10.-Amapola Negra
11.-Fear
12.-Mexico City Blues
13.-Pachuco Boogie
Créditos: LooloBlog
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Ângela Rô Rô - Ângela Rô Rô (1979)



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o que tem:
Amor, Meu Grande Amor

CANADÁ ELIMINA EUA E ISRAEL DA LISTA

Democracy Now

Depois que o Canadá semanas atrás desse a conhecer através de um documento de seu Ministério das Relações Exteriores uma lista onde se incluía os Estados Unidos e Israel como países que torturam. Em menos de uma semana, estas duas nações foram retiradas da lista de forma precipitada, mas não surpreendente.

Segundo uma matéria de Democracy now, o governo do Canadá retirou o seu par usamericano e Israel de uma lista de países onde os prisioneiros correm o risco de ser torturados, como resposta a uma pressão exercida por funcionários estadunidenses e israelenses.

É bom destacar, que antes desta decisão, o Canadá através de seu documento, elaborado para instruir diplomáticos canadenses sobre o tema, tinha exposto o caso da prisão estadunidense de Guantânamo como um lugar onde provavelmente se tortura, mas não especificava o sítio israelense onde houve este tipo de casos.
Este documento sob o título "Definição de tortura", exemplificava no informe as "técnicas de interrogatório estadunidenses" como olhos vendados, afogamento, reclusão e privação do sono.
Também explicam que -o documento- tinha sido elaborado para um curso que davam membros do serviço diplomático, cujo objetivo foi responder às críticas contra o governo do primeiro ministro, o conservador Stephen Harper, por não ter reclamado a repatriação de um cidadão canadense preso em Guantânamo, Omar Khadr.
Este canadense de 22 anos, detido no Afeganistão em 2002 na idade de 15 anos, é acusado de ter matado um soldado estadunidense, mas não foi apresentado em um processo formal nos tribunais.
Por outra parte, o Ministro de Assuntos Exteriores canadense agora afirma que os Estados Unidos e Israel foram incluídos na lista por engano. A lista também incluía a Síria, a China, o Irã e o Afeganistão. Diante da decisão de retirar estes dois países após receber pressões, a Anistia Internacional do Canadá disse que está decepcionada com a ação do governo canadense.

Alex Neve, de Anistia, disse: “quando se trata de um tema como a tortura, a principal preocupação do governo não deveria ser se envergonha seus aliados”.

Versão em português: Tali Feld Gleiser de América Latina Palavra Viva.

Falso verniz nacionalista justifica reforço do monopólio nas telecomunicações



Mateus Alves - CorreioDaCidadania


A provável fusão entre duas das principais empresas de telefonia do país, a Brasil Telecom e a Oi (ex-Telemar), já vem sendo anunciada há algum tempo – assim como os planos do governo de retomar seu papel no setor, considerado de fundamental importância estratégica.

De acordo com informações oficiais, o anúncio da fusão das empresas já foi feita ao Planalto e o trâmite burocrático já começa a ser preparado, pois existem empecilhos legais, estabelecidos com a privatização do setor, que impedem que uma única empresa de telefonia esteja presente em todos os estados da federação.

Como principal motivo a justificar a fusão das empresas, o governo, por meio de seu ministro das Comunicações, Hélio Costa, cita a necessidade de uma empresa de capital majoritariamente nacional, que conte com capacidade de controle por parte do Estado e que seja capaz de competir com as duas outras grandes empresas de telecomunicações que atuam país: a Telefónica espanhola, responsável também pelas operações da rede de celulares Vivo, e a Telmex, empresa de origem mexicana que controla a Embratel e a Claro.

Segundo Costa, a criação de uma megaempresa de telecomunicações brasileira é uma “grande oportunidade que o Brasil tem de oferecer melhores serviços e de não ficar, evidentemente, nas mãos de grupos internacionais”.

A megaempresa, que passaria a ser a maior operadora de telefonia do Brasil, não seria estatal, podendo ter capital privado e estrangeiro. No entanto, uma cláusula golden share, que impossibilitaria sua venda sem a aprovação do governo, poderia também estar presente em sua constituição – fato que já ocorre, por exemplo, com a Embraer. Uma outra possibilidade seria a instalação de vetos por parte do BNDES como acionista da nova empresa.

Em relação às manobras para viabilizar e legalizar a fusão, Marcos Dantas, especialista do setor e professor do Departamento de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, acredita que estas já se encontram em estágio avançado. “Se estão falando sobre isso agora é porque já existe um encaminhamento político dessa questão junto às esferas governamentais”, diz.

As principais mudanças na legislação brasileira se dariam no âmbito de uma alteração no Plano Geral de Outorga, cujo intuito é impedir a formação de monopólios no setor. Para adequar a nova empresa às leis vigentes, o Plano precisaria ser alterado – fato que poderá acontecer através de um decreto presidencial.

Negociações nebulosas

A fusão entre as empresas, no entanto, tem sido pouco divulgada para a mídia e para a sociedade em geral, deixando as negociações em um campo nebuloso e trazendo dúvidas sobre as reais intenções do governo ao permitir a fusão.

“Todas as informações sobre a fusão chegam de forma vazada, não há transparência”, diz Samuel Possebon, jornalista, consultor e pesquisador na área de comunicações. Para ele, o governo precisa dar uma boa justificativa para permitir a fusão e a mudança no Plano Geral de Outorga.

“Os únicos que serão beneficiados com a fusão, primeiramente, serão os grupos privados que administrarão a nova empresa”, continua Possebon. Para o jornalista, eventuais benefícios para a população só viriam com a instalação de uma política de Estado que incluísse a empresa. “Estamos na expectativa de que o governo anuncie a sua posição”, completa.

A fusão também sofre críticas por parte de entidades voltadas à defesa do consumidor, preocupadas com a diminuição da concorrência no setor. De acordo com Luiz Fernando Moncau, advogado do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), “a competitividade prometida com a privatização nunca aconteceu e agora a gente caminha cada vez mais para uma situação em que poucas empresas vão monopolizar esse serviço”.

A fusão entre as empresas também levanta questionamentos do ponto de vista ético, uma vez que a Oi possui sociedade na empresa Gamecorp com Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do atual presidente brasileiro.

Samuel Possebon, no entanto, acredita que tal fato não está influenciando na decisão, pois não existem denúncias de lobbies e de favorecimentos. “No entanto, o assunto deverá fazer parte da explicação que o governo deve dar sobre a autorização da fusão”, diz.

Heima Documentário

A banda Sigur Rós decidiu encerrar a turnê do disco Takk (2005) durante o verão islandês de 2006 viajando por diversos lugares da ilha realizando concertos abertos ao público. A experiência foi registrada em vídeo e transformado no documentário Heima, dirigido por Dean DeBlois. O documentário foi lançado em setembro do ano passado durante o Festival Internacional de Cinema de Reykjavík, onde foi premiado. Em meio aos cenários paradisíacos, a banda contou ainda com o suporte de um quarteto de cordas feminino durante as apresentações. Que em sua maioria, são construídas através de singelezas que podem partir do vento uivando dentro de uma caverna ou de um prédio em ruínas, ou apenas pela simples vontade de tocar ao vivo. Fonte
Créditos: MakingOff - Distanásia
Gênero: Documentário / Música
Diretor: Dean DeBlois
Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento: 2007
País de Origem: Islândia
Idioma do Áudio: Inglês / Islandês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1094594
Site Oficial: http://www.heima.co.uk

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 874 Kbps
Áudio Codec: MP3
Áudio Bitrate: 124
Resolução: 608x336
Formato de Tela: Widescreen
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 699 Mb
Legendas: Em anexo
Existem alguns momentos, principalmente nos pequenos lugares fechados, que a suposta concentração do público em cima da banda é tão grande quanto à de uma criança autista, o que nos dá a impressão muitas vezes de se tratar de um público de figurantes. Mas ainda assim, Heima vence pelas paisagens belíssimas e o amor de seu povo. Ao contrário das idéias pré-formadas, um povo caloroso e muito inteligente. Conscientes de sua ancestralidade e do seu próprio lar, o qual enxergam como um dos últimos paraísos intocados da terra. Visão que passa a ser compartilhada pela banda, que se mostra mais regionalista do que nunca dentro de suas próprias experimentações. Fonte

Dowloads abaixo:



Yusef Lateef - Live at Pep's Vol. 1 e 2(1964)

http://i19.tinypic.com/4ygb72d.jpg

Uploader: redbhiku

Yusef Lateef - Live at Pep's Vol. 1 (1964)
MP3 / 256Kbps / RS.com: 65mb + 47mb


Personnel:

Yusef Lateef: tenor saxophone, flute, bamboo flute, oboe, shenai, argol
Richard Williams: trumpet
Mike Nock: piano
Ernie Farrow: bass
James Black: drums

Tracks:

1. Sister Mamie 5:26
2. Number 7 9:39
3. Twelve Tone Blues 4:50
4. Oscarlypso 7:44
5. Gee Sam Gee 6:37
6. Rogi 6:43
7. See See Rider 5:21
8. The Magnolia Triangle 5:14
9. The Weaver 5:39
10. Slippin' & Slidin' 3:25

Downloads abaixo:

Part 1
Part 2


http://i14.tinypic.com/4uc36eh.jpg


Yusef Lateef - Live at Pep's Volume Two (1964)
MP3 / 192Kbps / 58m:56s / RS.com: 84mb / cover


Tracks:
1. Brother John
2. P-Bouk
3. Nu-Bouk
4. Yusef's Mood
5. I Remember Clifford
6. Listen To The Wind
7. I Loved
8. Delilah
9. The Magnolia Triangle (Alternative Version)

Download abaixo:

File



O PARADOXO DAS COTAS

Juremir Machado

Jamais alguém duvidou da originalidade brasileira. Não me canso de repetir isso. É o meu lado original. Os gaúchos são brasileiros (embora com algumas ressalvas e um pouco menos de flexibilidade na cintura). Logo, os gaúchos são originais. Porto Alegre, por exemplo, tem o mais belo pôr-do-sol do mundo. Falta apenas convencer o mundo dessa originalidade. Ou ser mais preciso: Porto Alegre tem o mais belo pôr-do-sol do mundo sobre o Guaíba. Prefiro esta última formulação. É muito mais original. Agora, num assunto muito sério, as cotas nas universidades, também estamos querendo ser originais. Ou malandros. Como qualquer um sabe, o sistema de cotas reserva vagas em universidades públicas para indivíduos de grupos sociais historicamente prejudicados.
Optou-se por reservar vagas por critérios étnicos e para estudantes oriundos de escolas públicas. Depois do vestibular da Ufrgs, porém, muitos estudantes resolveram entrar na Justiça por terem ficado de fora mesmo alcançando índices de rendimento mais altos do que aqueles obtidos por cotistas selecionados. Parece até piada de português. Esse é o princípio mesmo das cotas. Com índices superiores aos dos concorrentes, ninguém precisaria de reserva de vagas. Elementar. Trocando em miúdos, os defensores do mérito acima de tudo estão, mais uma vez, tentando melar o sistema de cotas. Mas ele é necessário. Basta dar um passeio nas universidades gaúchas para ver que nelas praticamente não há negros.
A questão das cotas para estudantes oriundos de escolas públicas poderia ser vista até como mais injusta. A escola pública é deficiente porque os governos não lhes dão as condições de serem muito boas. Então se deve garantir ao seu egresso a possibilidade de chegar à universidade mesmo sendo pior. É uma forma de absolver os governos da incompetência e do desinteresse pela educação básica. Em vez de se elevar o nível das escolas públicas, diminui-se o nível de exigência na entrada para o ensino superior. Claro que as cotas étnicas também expressam a incompetência dos governos em resolver problemas sociais históricos. Mas, ao mesmo tempo, elas permitem enfrentar o racismo dissimulado da cultura brasileira e começar a pagar uma dívida secular e vergonhosa. Não há outro jeito. Sem cotas, os negros continuarão excluídos.
Há uma forma muito simples de se eliminar a necessidade de cotas: garantia de vagas em universidades para todos os estudantes que forem aprovados num exame de saída do ensino médio. Na França é assim. Pode-se fazer isso com ensino público e gratuito para todo mundo ou com um sistema misto como o nosso, concedendo-se bolsas em instituições privadas para o excedente das públicas. A limitação de vagas, a serem disputadas em vestibular, não é o sistema do mérito, mas o sistema da hipocrisia. A sociedade brasileira, em lugar de criar condições para que todos os seus jovens cursem uma universidade, algo que custa caro, manda que eles se engalfinhem e decidam na base de uma competição falsamente meritória. Quem perde é o país. A sociedade lava as mãos bem sujas.
Somos originais. Queremos sempre o caminho mais longo. Ele nos parece tão curto. É mais interessante do que pagar a conta da educação completa de todos os nossos jovens. Não há mérito algum em vencer um candidato que nunca teve condições de preparar-se para a competição.(GRIFOS MEUS)

texto enviado por Marco Vargas
juremir@correiodopovo.com.br