segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ZERO HORA: BONS TEMPOS AQUELES DA DITADURA!


Do blog Cloaca News

O tablóide Zero Hora, principal veículo impresso do grupo RBS (do qual a Globo é sócia) estampou na edição desse domingo, 28, um revelador editorial, sob o título "O antagonismo que atrapalha".
Como sabemos, os editoriais representam o pensamento dos proprietários, a opinião dos donos. Nada mais legítimo, desde que essa mesma opinião não contamine o noticiário a ponto de distorcê-lo e, mais ainda, não permeie a narrativa factual a ponto de fraudá-la. Que lindo! Pena que seja assim apenas na teoria.
Salvo honrosas e raríssimas exceções, a chamada "grande imprensa" brasileira - ou, se preferir, a mídia corporativa - editorializou até a previsão do tempo. Desde que Lula assumiu a Presidência da República, em 2002, essa oligarquia midiática (Máfia mesmo!) mal disfarça seu ressentimento por não ter conseguido emplacar o vampiro Serra no Planalto. A coisa piorou a partir de 2006, com a reeleição do "sapo barbudo". Você que nos lê sabe exatamente do que estamos falando. Julgamos que não há necessidade de recordar cada um dos "cases" com que tentaram "sangrar" o presidente Lula. Sobre a previsão do tempo a que nos referimos há pouco, relembre as insistentes pautas do "apagão" levantadas diariamente por Miriam Leitão, SarDEMberg, Joelmir Betting...e mais um punhado de mequetrefes da mesma casta.
No Rio Grande do Sul, onde o editor desta Cloaca tem o prazer de viver há mais de 10 anos, a encrenca é mais antiga. Começou quando o PT conquistou a Prefeitura de Porto Alegre, em 1989, com Olívio Dutra. Como todos sabem, foram quatro administrações petistas consecutivas na capital gaúcha. Acredite: os veículos da RBS fizeram o diabo para que os resultados dessas eleições fossem outros. Mas o bicho pegou de verdade, mesmo, quando Olívio Dutra (ele, de novo!) derrotou Antônio Britto (funcionário da RBS) e conquistou o Governo do Estado. Foi demais para os coronéis de bombacha. Só quem vive no Rio Grande do Sul, e conhece a índole perniciosa dos barões da mídia local, sabe das barbaridades cometidas por eles no afã de derrubar o Galo Missioneiro. O jogo foi pesado, sujo e, claro, desigual. Não foi à toa que um dos próceres do "jornalismo" da RBS, um certo Lasier Martins (provavelmente, o maior sabujo da história da imprensa mundial), comemorou com espumante, ao vivo, na TV, a "derrubada" do PT do governo estadual, em 2002. Em 2004, ao "retomarem" também a prefeitura, parece que sossegaram o facho (ou seria o fascio?).
Hoje, 2008, o grupo RBS toma a bênção a tucana fascista Yeda Crusius, que lhes repassa cerca de 70% das verbas publicitárias estaduais. Hoje, 2008, segundo a máfia midiática local, o Rio Grande do Sul tem rumo, tem projetos, tem determinação, tem eficiência administrativa. Mas, veja você, cara leitora, caro leitor: hoje, há também um "antagonismo que atrapalha"!!!
Segundo o editorial do tablóide, as coisas neste Estado sempre foram na base do GRENAL, com uma "bipolaridade nascida da história de lutas e revoluções rio-grandenses". MAS: "Ultimamente, este dualismo extremado, aliado a um ranço de natureza ideológica de parte de alguns segmentos político-sociais, vem entravando o desenvolvimento do Estado. Quase todos os projetos são boicotados, as tentativas de mudança esbarram na oposição sistemática e organizada de corporações interessadas em manter suas prerrogativas, a convergência política em torno de interesses do Estado tornou-se uma utopia."
Não é lindo o exercício da liberdade de expressão, queridos leitores? Não pense, porém, que acabou! A melhor parte vem agora, com um certo viés nostálgico: "Já faz tempo que o Rio Grande não repete uma mobilização coletiva e suprapartidária como a que garantiu ao Estado a implantação do Terceiro Pólo Petroquímico do país, na década de 70. Naquela ocasião, o Executivo e o Legislativo criaram comissões conjuntas, as indústrias privadas engajaram-se no esforço cívico, a imprensa divulgou intensamente o movimento, as posições políticas e opiniões antagônicas foram deixadas de lado, possibilitando uma ação integrada das duas frentes partidárias então existentes, a Arena e o MDB. Foi um momento edificante da história moderna do Estado"
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Não é comovente a pregação de Zero Hora pela união, pelo diálogo e pela tolerância? Principalmente neste momento em que a pobre governadora tucana não conseguiu levar adiante a mutreta de prorrogar contratos de pedágio sem licitação? Que oposição malvada, não é mesmo?

300 mortos e 1000 feridos em Gaza:



Israel continua assassinando e os líderes mundiais se calam


Por Idelber Avelar

A chacina começou a ser preparada há seis meses. Isso, por si só, desmantela qualquer uma das desculpas usadas por Israel para justificar o pior massacre da história de Gaza, desde o começo da ocupação ilegal da Palestina, em 1967. Enquanto durou a “trégua” (entendam as aspas: trégua na Terra Santa significa que os palestinos continuem vivendo calados, sem reagir, numa realidade de ocupação militar brutal, demolições de casas, cerco naval, terrestre e aéreo de Gaza, checkpoints humilhantes, colonização constante de suas terras na Cisjordânia, espancamentos em mãos de colonos fortemente armados, monopolização dos recursos hídricos, proibição de observadores internacionais etc.), Israel teve várias oportunidades de suspender o verdadeiro crime de guerra que é o bloqueio à entrega internacional de alimentos e remédios aos habitantes de Gaza. Quatro de cada cinco habitantes de Gaza dependem dessas entregas para sobreviver. Somente durante essa “trégua”, dezenas de palestinos foram assassinados por Israel.

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A estratégia é conhecida: forçar a população da maior prisão ao ar livre do mundo ao desespero e destituição para, num segundo momento, usar suas reações como pretexto para mais um massacre. Afinal de contas, há eleições em Israel em fevereiro e, no estado sionista, assim como nos EUA, bombardeios às terras árabes rendem votos fáceis. Antes, os “terroristas” com os quais não se podia negociar era a OLP (atual Fatah), excluídos por Israel e pelos EUA da última rodada de conversações de paz que tiveram alguma chance real, as de Madri em 1991. Agora, o “terrorista” da vez já não é o humilhado Fatah, mas o Hamas. Para a ocupação colonial, interlocutor bom é interlocutor morto.

O crime israelense foi perpetrado na hora do rush, em que as crianças ainda não haviam voltado da escola. Bombardearam até a universidade. Tudo cuidadosamente planejado para matar o maior número de gente possível. O máximo que os jornalistazinhos conseguem dizer sobre a chacina -- com honrosas exceções -- é que se tratou de uma “reação” “desproporcional”. Eis aqui a "reação desproporcional" (vejam depressa, porque há uma verdadeira operação de censura sionista sobre o YouTube; vários vídeos já foram retirados):

Na Síria, na Turquia, no Líbano, na Indonésia, até em Londres, aumenta a cada dia a revolta contra os repetidos massacres que sofre o povo palestino. A cada dia, fica mais longe a solução biestatal com que a comunidade internacional e os palestinos já concordaram há tempos: uma partilha ao longo das fronteiras de 1967, que sdesse aos palestinos o direito de viver em 22% da sua terra original. O crime não é somente contra os palestinos. É também – não se iludam, jornalistazinhos que racionalizam cada chacina sionista – um crime contra as crianças israelenses, pois não há ocupação colonial que dure para sempre. Israel tem hoje todas as cartas na mão, dada a esmagadora diferença de forças.

Mas são 7 milhões de israelenses, dos quais 20%, árabes, jamais defenderiam o estado sionista. Em volta dele, 1 bilhão de muçulmanos. Essa irresponsabilidade do país que se recusa a ser adulto ainda custará muito caro à toda a humanidade.

Porque a vingança virá.

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(crédito das fotos)

Este blog considera o jugo criminoso sob o qual vive o povo palestino a questão humanitária definitiva do nosso tempo. Ela tem ramificações em todas as facetas da política internacional. É importante se informar sobre ela. Aqui vão alguns links, infelizmente quase todos em inglês.

Para uma documentação diária dos crimes perpetrados pela ocupação militar, acompanhe o International Middle East Media Center. Também é possível ter notícias diárias do horror no Palestine Information Center. Para uma coleção atroz de vídeos dos massacres em Gaza, consulte o Israel's Crimes e o Palestine Video. Se você quer dedicar 50 minutos a se informar sobre a catástrofe palestina, assista ao imperdível filme Palestine is still the issue. Para ler depoimentos terroríficos sobre o cotidiano em Gaza e na Cisjordânia ocupada, assine o feed do Electronic Intifada. No Facebook, você pode demonstrar solidariedade e ouvir um pouco das histórias dos palestinos que resistem à ocupação, trocando a foto do seu perfil, por alguns dias, por essa aqui, cuja inscrição em árabe diz "somos todos Gaza". Se você é membro de alguma associação profissional, confira se ela já faz parte do boicote a Israel. O boicote foi uma arma poderosa contra o Apartheid sul-africano e é um dos poucos instrumentos que temos para ajudar aos que lutam contra a infinitamente mais perversa ocupação sionista.