domingo, 4 de abril de 2010

Cuba reconhecida por ajuda humanitária....


Governo e povo ucranianos reconhecem atendimento cubano a crianças de Chernobyl
 
●Machado Ventura presidiu ato central em Tarará

Elson Concepción Pérez


UM reconhecimento a Fidel Castro, máximo inspirador da obra humana que constitui o atendimento em Cuba às crianças ucranianas e seus familiares, prejudicados pela catástrofe nuclear de Chernobyl, foi entregue durante o ato pelo 20º aniversário da chegada a Cuba dos primeiros menores prejudicados.


Machado Ventura recebe das mãos do doutor Julio Medina, o 
reconhecimento dado a Fidel.


 








Machado Ventura recebe das mãos do doutor Julio Medina, o reconhecimento dado a Fidel.














O primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, José Ramón Machado Ventura, recebeu a distinção das mãos do diretor do Programa na cidade de Tarará, doutor Julio Medina.


No próprio ato, o ex-presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, anunciou a entrega a Fidel da Ordem ao Mérito de Primeiro Grau; e ao presidente Raúl Castro a Ordem do Príncipe Yaroslav o Sábio, de Primeiro Grau.

Kuchma impôs distinções ao ministro da Saúde Pública, José Ramón Balaguer, e a outros médicos, diplomatas e colaboradores que contribuíram com a consecução bem-sucedida deste programa.


Ao encerrar o ato, Balaguer manifestou que o programa de atendimento a estas crianças é um exemplo do que pode fazer um povo que, sem ter grandes riquezas materiais, tem a grande riqueza espiritual de ter sido educado na solidariedade, na entrega incondicional e no amor a outros povos.


Lembrou o ministro que os anos do período especial, a desintegração da União Soviética, o recrudescimento do bloqueio, não afetaram o espírito solidário e humano de nosso povo, e continuamos desenvolvendo o programa de acordo com as possibilidades existentes.

Disse que naqueles anos difíceis da década de 1990 foi quando este programa recebeu mais crianças. Foram atendidas mais de 300 crianças com doenças hematológicas, fundamentalmente leucemia, 136 com diferentes tipos de tumores, e se realizaram 14 operações complexas de coração, dois transplantes de rim, seis de medula óssea, e outras.

Balaguer avaliou que as vítimas dessa catástrofe tratadas em Cuba encontraram também o consolo e o amor, e reconheceu o trabalho daqueles que nestes 20 anos trabalharam em função de oferecer um serviço excelente, os trabalhadores da saúde, da ciência, dos serviços, da gastronomia, da cultura, todos em função dessas 25.457 pessoas, deles 21.378 menores, que levarão para sempre em seus corações a marca inapagável da amizade entre os povos da Ucrânia e de Cuba. •


DECLARAÇÃO DAS MÃES UCRANIANAS


NÓS, as mães das crianças afetadas pela catástrofe de Chernobil e o Fundo Internacional de Chernobil, dirigimo-nos a todas as pessoas de boa vontade da terra: sejam receptivas a nossas palavras porque nossas palavras provêm do mais fundo do coração materno.

Para uma mãe a maior desgraça na vida é a doença do filho. Quando no ano 1990 Cuba e o Comandante Fidel estenderam a mão de ajuda às crianças ucranianas doentes, não pudemos deixar de valorizar esta façanha do povo cubano e queremos declarar a todo o mundo que não existe uma ação mais humana com relação a crianças doentes que o Programa ucraniano–cubano "Crianças de Chernobil".


Agradecemos com todo o nosso coração ao imenso povo cubano, a seus sábios dirigentes Fidel Castro, que materializou este Programa, e a Raúl Castro, que agora assumiu sua direcção, tudo o que eles fizeram pelas crianças ucranianas afetadas pela catástrofe de Chernobil.

Existem coisas na vida que não se vendem nem se compram com nenhum dinheiro: a amizade, a ajuda mútua e o apoio nos minutos difíceis, e isso é o que une firmemente agora os povos cubano e ucraniano.


Nós confiamos em que a voz sincera e justa das mães ucranianas será escutada pelos povos do mundo todo.


E queremos declarar que não há um país mais livre do que Cuba, que em todo o mundo é conhecido como a Ilha da liberdade e onde nunca e sob nenhuma circunstância foram violados os direitos humanos.


Nós, as mães ucranianas, de todo o coração agradecemos ao povo e ao Governo da República de Cuba pelo tratamento de nossas crianças e esperamos que a sombra escura de Chernobil desapareça para sempre e que a amizade entre dois grandes povos perdure eternamente.


Viva Cuba, viva Ucrânia!

Antiga imprensa, enfim, assume partidarismo

Finalmente a antiga imprensa brasileira assumiu que virou um partido político. O anúncio foi feito pela presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva da Folha de S.Paulo, Maria Judith Brito: "Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposiciobista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada".

- Por Jorge Furtado*

A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo.

Quem estava prestando atenção já percebeu faz tempo: a antiga imprensa brasileira virou um partido político, incorporando as sessões paulistas do PSDB (Serra) e do PMDB (Quércia), e o DEM (ex-PFL, ex-Arena).

A boa novidade é que finalmente eles admitiram ser o que são, através das palavras sinceras de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do jornal Folha de S. Paulo, em declaração ao jornal O Globo:

“Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada.”

A presidente da Associação Nacional dos Jornais constata, como ela mesma assinala, o óbvio: seus associados “estão fazendo de fato a posição oposicionista (sic) deste país”. Por que agem assim? Porque “a oposição está profundamente fragilizada”.

A presidente da associação/partido não esclarece porque a oposição “deste país” estaria “profundamente fragilizada”, apesar de ter, como ela mesma reconhece, o irrestrito apoio dos seus associados (os jornais).

A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo. Também não questiona o fato de serem a oposição ao governo “deste país” mas não aos governos do seu estado (São Paulo).

Propriedades privadas, gozando de muitas isenções de impostos para que possam melhor prestar um serviço público fundamental, o de informar a sociedade com a liberdade e o equilíbrio que o bom jornalismo exige, os jornais proclamam-se um partido, isto é, uma “organização social que se fundamenta numa concepção política ou em interesses políticos e sociais comuns e que se propõe alcançar o poder”.

O partido da imprensa se propõe a alcançar o poder com o seu candidato, José Serra. Trata-se, na verdade, de uma retomada: Serra, FHC e seu partido, a imprensa, estiveram no poder por oito anos. Deixaram o governo com desemprego, juros, dívida pública, inflação e carga tributária em alta, crescimento econômico pífio e índices muito baixos de aprovação popular. No governo do partido da imprensa, a criminosa desigualdade social brasileira permaneceu inalterada e os índices de criminalidade (homicídios) tiveram forte crescimento,

O partido da imprensa assumiu a “posição oposicionista” a um governo que hoje conta com enorme aprovação popular. A comparação de desempenho entre os governos do Partido dos Trabalhadores (Lula, Dilma) e do partido da imprensa (FHC, Serra), é extraordinariamente favorável ao primeiro: não há um único índice social ou econômico em que o governo Lula (Dilma) não seja muito superior ao governo FHC (Serra), a lista desta comparação chega a ser enfadonha.

Serra é, portanto, o candidato do partido da imprensa, que reúne os interesses da direita brasileira e faz oposição ao governo Lula. Dilma é a candidata da situação, da esquerda, representando vários partidos, defendendo a continuidade do governo Lula.

Agora que tudo ficou bem claro, você pode continuar (ou não) lendo seu jornal, sabendo que ele trabalha explicitamente a favor de uma candidatura e de um partido que, como todo partido, almeja o poder.

Annita Dunn, diretora de Comunicações da Casa Branca, à rede de televisão CNN e aos repórteres do The New York Times:

"A rede Fox News opera, praticamente, ou como o setor de pesquisas ou como o setor de comunicações do Partido Republicano" (...) "não precisamos fingir que [a Fox] seria empresa comercial de comunicações do mesmo tipo que a CNN. A rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa Branca, [e] não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico. Quando o presidente [Barack Obama] fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará como num debate com o partido da oposição."

*Jorge Furtado é cineasta e escritor. Foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, da qual é integrante até hoje.

Fonte: Agência Carta Maior
(Artigo publicado no blog de Jorge Furtado/Casa de Cinema de Porto Alegre)