sábado, 28 de novembro de 2009

MST: a luta continua....

Os vencidos não se entregam

Luana Lila, de Iaras - Carta Capital

No acampamento Rosa Luxemburgo, como em tantos outros ligados ao MST, as condições de vida são precárias. As lonas esquentam em demasia durante o dia, falta água e energia elétrica. Mas o que mais incomoda as 180 famílias acampadas nos arredores de Iaras, no sudoeste de São Paulo, são as tempestades. “Você nunca sabe se vai deitar e amanhecer em pé ou não. Tudo sai voando, eu tenho um medo terrível. Se cai granizo é pior ainda, porque você vê que a lona não vai resistir. Depois que passa, a gente sai para ver o que sobrou, todo mundo tem de se ajudar para reconstruir”, afirma Rosalina Beatriz de Oliveira, acampada há cerca de um ano.

A fazenda Agrocentro, que dá lugar ao acampamento, foi declarada improdutiva pelo Incra e aguarda a conclusão do processo de desapropriação. Para chegar lá, depois de três horas pelas modernas estradas do estado, o progresso do agronegócio se faz mais tímido e grandes buracos no asfalto dificultam a circulação dos veículos. Em seguida, o carro segue derrapando na areia grossa, ao longo de 32 quilômetros de estrada de terra cercada de plantações de eucalipto e cana.

Na fazenda o pasto deu lugar aos barracos de lona que surgem no horizonte. Com o sol forte na cabeça e a terra fervendo sob os pés, o olhar insiste na busca por um abrigo, mas são poucas as árvores que sobraram. No interior dos barracos a temperatura é insuportável.

Na varanda improvisada com um puxadinho de lona está Marta Pereira da Silva, que mora há oito meses no acampamento. Marta parece ter bem menos idade do que os 40 anos que sua certidão de nascimento aponta, mas está doente. Tem pressão alta e diabetes e toma mais de vinte comprimidos por dia.
Quando vai ao pronto-socorro, em Bauru, sempre ouve que a primeira coisa a fazer, se quiser continuar viva, é deixar o acampamento o mais rápido possível. Os médicos sabem que, da próxima vez que passar mal, ela pode não chegar a tempo ao hospital. Dependerá da boa vontade de um companheiro de carro ou da polícia, que já foi acionada em momentos de emergência e não apareceu. Marta prefere correr o risco: “Os médicos falam para eu sair daqui, mas e a minha terra, e a minha luta? ”

O acampamento Rosa Luxemburgo não está ali por acaso. Na região existem 50 mil hectares de terras públicas indevidamente ocupados por particulares. A história começou em 1920, quando a União adquiriu a área, que abrange os municípios de Águas de Santa Bárbara, Iaras, Borebi, Lençóis Paulista e Agudos, para a colonização de famílias de imigrantes. O problema é que as terras não foram discriminadas regularmente e, com o passar do tempo, particulares começaram a tomar conta e registrar as áreas em cartório.

Foi só a partir de 1994 que o Incra começou a fazer um levantamento da área pública total, conhecida como Núcleo Colonial Monção. Em 2002, o Instituto passou a identificar os ocupantes irregulares, concluindo que os atuais proprietários não são os mesmos que tomaram as terras originalmente, pois, ao longo dos anos, elas foram vendidas diversas vezes. Isso acaba dando bases para longas disputas judiciais, enquanto o Incra solicita a devolução das terras à União, mediante indenização. Ele se baseia em artigo da Constituição que determina que as terras públicas devem ser prioritariamente direcionadas à reforma agrária.

Para complicar ainda mais, além das terras públicas, existem na região onze fazendas, cerca de 15 mil hectares, que já foram vistoriadas e consideradas improdutivas pelo Incra, mas aguardam uma certidão de uso e ocupação do solo da prefeitura de Agudos para que o processo de desapropriação tenha início. Mas o prefeito Everton Octaviani, que por enquanto concedeu o documento apenas para a fazenda Agrocentro, afirma que, dos onze imóveis, ao menos quatro proprietários entraram com ações na Justiça contra o laudo de improdutividade. Quanto aos outros, o prefeito explica a demora na emissão do documento: “Eu ainda não emiti porque não quero que venham para o município essas famílias de outras localidades, que são do MST. Eu tenho negociado com o Incra e exijo que sejam colocadas ali famílias da minha cidade, famílias de trabalhadores que vão fazer um bom uso da terra, que vão produzir. Eu não posso dizer que só quero agudenses, mas preferencialmente de Agudos, e que não sejam do MST”.

No meio desse entroncamento de interesses estão centenas de pessoas que, após uma história de despejos violentos e promessas não cumpridas, aguardam um lote para se estabelecer. Rosalina é uma delas. Aposentada, ela trabalhou em Bauru durante muitos anos como atendente de enfermagem. Sua experiência é útil ao acampamento, assim como os ensinamentos familiares sobre o uso de ervas medicinais. “O tradicional do hospital não serve para nada aqui.”

Enquanto as famílias vivem no acampamento, as pequenas hortas pipocam lá e cá, fartas. São plantações de mandioca, abóbora, chuchu, almeirão e alface. Mesmo com a situação indefinida, eles já podem se alimentar do que plantaram, mas não expandem o cultivo por medo de ser expulsos a qualquer momento, como aconteceu diversas vezes com Francisca Ângela dos Santos: “Quando acontece o despejo, a gente tem de levar a casa inteira nas costas. A minha casa está toda aqui, você já pensou se for para sair dentro de 24 horas, o que vou fazer com isso? Eu tenho de levar os animais, o que não puder ir fica”.

As primeiras ocupações do MST na região datam de 1995, quando o movimento percebeu a complexidade agrária do local e vislumbrou uma possibilidade para o assentamento de suas famílias. Desde então, a disputa judicial entre o Incra e os fazendeiros rendeu alguns frutos aos trabalhadores. Segundo o superintendente do Incra em São Paulo, Raimundo Pires Silva, entre Iaras e Bauru existem cerca de mil famílias assentadas. Algumas empresas preferiram fazer acordos de permuta nos quais cedem à União uma área equivalente à que ocupam, mas em outro local, para não perder as benfeitorias já instaladas. O mesmo tipo de acordo foi discutido durante seis meses com a Cutrale, mas ela decidiu continuar o processo judicial.

Para Paulo Beraldo, dirigente regional do MST, isso explica a ação do movimento na fazenda Santo Henrique, no início de outubro: “Ocupamos em 2008 em busca de um acordo para passar uma área equivalente para que a Cutrale não tivesse de mexer nas laranjas. Tendo o acordo, a gente respeitava aquela área como deles, só queríamos saber onde seria a nossa”.

O MST alega ainda que as acusações de depredação das benfeitorias da empresa e o roubo de funcionários não foram ações efetuadas por eles, e, sim, nas palavras de Paulo, por “alguém que se aproveitou da situação e, como estava lá, saiu na conta do movimento”. Segundo ele, alguns tratores destruídos estavam danificados na própria oficina da fazenda.

Enquanto as investigações sobre o caso não são concluídas, o superintendente do Incra critica a ação do MST na fazenda da Cutrale: “A reforma agrária não é um processo de revolução para fazer o socialismo. A reforma agrária implica um debate sobre a nossa dívida social. Estamos empregando uma família, dando condições de vida, de cidadania”.

Literatura Palestina....



My Happiness Bears No Relation to Happiness tem como título secundário “Vida de um poeta no século palestiniano”. Mas para melhor se entender a biografia do poeta palestinano Taha Muhammad Ali redigida por Adina Hoffman, é quase preferível dizer: “Um século palestiniano na vida de um poeta”. Esta escorregadela sintáctica não pretende desacreditar o trabalho de Hoffman, já que, ao empilhar no topo das empoeiradas pedras da história uma série de lembranças fluidas, a obra de Hoffmann constitui um marco literário. Porque é a primeira biografia de um escritor palestiniano escrita em língua inglesa. Porque oferece uma biografia que evoca a Palestina anterior a 1948.
O elenco de lugares desaparecidos começa com a vila de Saffurriyya, plantada no cimo de uma colina na Galileia. A infância de Ali passada nesse espaço foi difícil mas idílica. O seu pai foi atingido pela poliomielite e tornou-se por isso incapaz de trabalhar, o que levou a família a viver na pobreza. Ali, nascido em 1931, frequentou a escola apenas por 4 anos, antes de começar a trabalhar para o sustento dos pais e família. Na altura em que devia estar a aprender matemática, Ali trabalhava como negociante, vendendo ovos em Haifa.
Por fim, Ali, um empresário inteligente, passou a gerir um quiosque na sua casa de família. Construiu assim um pequeno mas activo negócio, mas de olhos postos na sua noiva, Amira, que lhe fora prometida desde o nascimento, e cujo riso e porte gracioso, escreve Hoffman, «tinham entrado na sua corrente sanguínea tão profundamente que ela parecia quase fazer parte dele».
A presença de Amira, juntamente com a suave Galileia, amaciou os duros contornos dos primeiros tempos da vida de Ali. A paisagem mais tarde evocada pela sua poesia e recreada no livro de Hoffman, vibra com vida e parece de certo modo diferente, quase magicamente, do mundo circundante. Hoffman escreve: «Os próprios espinhos pareciam ali emanar um odor doce, e apesar de não conseguir saber que perfume pertencia a cada uma das plantas, ou explicar como se apercebia da diferença entre a fragrância de um arbusto de Nazaré e a de um arbusto cujas raízes mergulhavam no solo de Saffuriyya, o rapaz estava convencido de que, fiando-se no seu nariz, sabia perfeitamente quando passara a orla [da sua aldeia]…»
Saffuriyya estava situada numa terra fértil que rendia colinas de frutas, incluindo as romãs mais procuradas de toda a Galileia. Saffurriyya era uma «aldeia do Corão, de contos épicos e de heróis de tonalidades damasquinas ou cairotas». E acima de tudo, Saffurriyya era um fio que prendia Ali e a sua família ao tecido da Palestina.
Mas o pano foi rasgado numa noite de Julho de 1948 quando as forças israelitas bombardearam a aldeia. Ali e a sua familia fugiram para o Líbano. Aí, o jovem Ali furtava bens num campo de refugiados até à primavera de 49, quando ele e a sua família regressaram ao recém baptizado Israel. Depois de passarem furtivamente a fronteira a coberto da noite, estabeleceram-se em Nazaré, a menos de 10 kms dos vestígios da sua aldeia. Ali abriu o quiosque que mais tarde se transformou numa das duas lojas de recordações que hoje possui.
Apesar da sua carreira como poeta ter começado tarde, a loja de Ali em Nazaré era ponto de encontro de importantes figuras literárias palestinianas, incluindo Michel Haddad. Neste ponto, o livro torna-se, segundo Hoffman «numa espécie de retrato de grupo». Hoffman explica: «Taha não é o único artista nesta história. Para entender Taha e o seu lugar nas letras palestinianas e árabes, é fundamental ter a consciência do tipo de personalidades com quem foi contactando ao longo dos anos».
Muito embora o leitor possa perder ocasionalmente Ali de vista em My Happiness, este livro compele-o a procurar a sua poesia, que está disponível traduzida para inglês e compilada numa antologia intitulada: So What: New and Selected Poems 1971-2005 (tradução de Peter Cole, Yahya Hijazi and Gabriel Levin)
Esta terra é uma prostituta
Estendendo a mão aos anos…
A nossa terra faz amor com os marinheiros
E despe-se perante os recém-chegados…
Parece não haver nada que a ela nos una
E eu – não fora a madeixa do teu cabelo,
Trigueiro como o néctar da alfarroba…
A tua trança
É a única coisa
Que me liga, como um nó, a esta prostituta.
Neste poema, o cabelo acorrenta o narrador a uma terra que o irá trair e sufocar. Mas em “O lugar ele mesmo, ou Espero que não possas digeri-lo”, também publicado na antologia, a imagem do cabelo ganha outro sentido, desta vez como algo reconfortante:
E vim então ao lugar ele mesmo…
Onde estão as ovelhas balindo
E as romãs da noite
O cheiro do pão
E o tetraz?
Onde estão as janelas
E a tranquilidade da trança de Amira?
Quer na poesia de Ali, quer na biografia de Hoffman (que o Booklist considera como uma das melhores biografias de 2009), a profunda e complexa relação de Ali com a terra é posta em evidência. Hoffman tem o cuidado de explicar as circunstâncias históricas de onde nasce esta ambivalência. My Happiness Bears No Relation to Happiness deve ser considerada como um complemento fundamental, embora não um substituto, para a obra de Ali. Do mesmo modo que há uma sintonia entre os poemas de Ali, também a obra de Hoffman convive harmoniosamente com a escrita de Ali, com a sua vida e com o seu tempo.
 
Créditos:  Todos por Gaza.
 

República Tcheca: 20 anos depois da Revolução de Veludo

  Jonas Lunardon - Correio Internacional



PRAGA, capital da República Tcheca – Essa semana a República Tcheca deu início às comemorações do 20º aniversário da Revolução de Veludo. Naquela época, foram os estudantes tchecoslovacos que tomaram a liderança do processo. Hoje em dia, a juventude do país é ambígua em relação à democracia ao estilo de Praga.
Na Tchecoslováquia, tudo começou com os estudantes.
No final do outono de 1989, o Muro de Berlim já havia caído, a fronteira entre Hungria e Áustria tornava-se porosa e na Polônia, há tempos, já eram realizadas eleições livres. Porém, na Tchecoslováquia o governo comunista ainda fazia o que podia para se manter firme nas rédeas do poder. Não iria durar muito.
Em 17 de novembro, milhares de estudantes tomaram as ruas de Praga. O protesto era pacífico – mas, mesmo assim, foi brutalmente reprimido por centenas de policiais equipados com armas de guerra. Dois dias depois, a multidão aumentou de tamanho e, em 20 de novembro, 500 mil tchecos e eslovacos se juntaram numa marcha pacífica pela cidade. A Revolução de Veludo – duas semanas de demonstrações não-violentas que derrubaram o regime comunista – tinha começado.
Das inúmeras revoluções anti-comunistas que ocorreram ao redor do leste europeu duas décadas atrás – durante um ano em que Timothy Garton Ash chamou de “o melhor da história européia” – a derrubada do governo comunista tchecoslovaco chega perto, talvez, do ideal de revolução democrática. Centenas de milhares de cidadãos querendo ser livres distribuíam flores a soldados e balançavam chaves como símbolo de liberdade: o que pode ser mais igualitário que isso?
“Escrava do capitalismo”
Essa semana, a República Tcheca está celebrando o 20º aniversário da Revolução de Veludo. Muitas das demonstrações estão sendo recriadas, milhares acenderam velas no centro de Praga em comemoração e Václav Havel, que se tornou o herói da Revolução, está onipresente. Mas como a juventude da nação, cujos antecessores foram unânimes na derrubada do governo comunista, se sente sobre isso hoje?
“Ser escrava do capitalismo não é diferente do que ser escrava do comunismo”. É o que a mãe de Jana Kajnarová lhe diz. Kajnarová, que vive hoje em Berlim, diz que existe uma nostalgia forte pela época do sistema comunista, principalmente nas gerações mais velhas.
“Minha mãe – que está doente e não recebe tratamento suficiente do Estado – era mais feliz 20 anos atrás”, ela afirma. “E muitos dos pensionistas de Varnsdorf, minha cidade natal, concordam com ela. Sob o comunismo as pessoas trabalhavam com a certeza de que um dia não precisariam mais” a jovem de 25 anos diz. “Agora, você simplesmente não tem mais esse tipo de segurança”.
Kajnarová também admite estar decepcionada com o governo atual, afirmando que, no momento, ela acredita que a República Tcheca não tem uma democracia real. “Simplesmente não há partido bom o suficiente para ameaçar (o atual presidente tcheco) Václav Klaus”, diz ela. Kajnarová descreve o presente governo como uma “farsa”.
“Eu posso viajar o quanto quiser”
No entanto, mesmo que Kajnarová entenda o ponto de vista dos pensionistas de sua cidade e esteja decepcionada com o governo tcheco, ela ainda acredita que as coisas estão melhores do que eram antes da Revolução. “Eu lembro constantemente (minha mãe) que agora somos livres, que eu posso viajar o quanto quiser”.
Esse pensamento é comum entre muitos outros estudantes tchecos neste século, como demonstra um recente estudo feito pela agência de pesquisas tcheca CVVM, publicado no jornal Aktuálne. A juventude tcheca vê a queda do comunismo como uma evolução muito positiva, de acordo com a pesquisa. Um estudo sobre o fim do comunismo lançado pela empresa Pew Global Attitudes Project, localizada em Washington, no início do mês, indica que quase 90% dos tchecos entre 18 e 29 anos aprova o sistema político multipartidário. 80% aprova a economia de livre mercado.
Ondrej Odehnal, 21 anos, estudante de Brno, uma cidade no sudeste do país, está certo de que a vida melhorou em todos os aspectos. Ele disse que, dentre outras coisas, suas instalações sanitárias são muito melhores agora e que crê que a corrupção no regime durante o qual seus pais sofreram muito também distorceu as mentes dos cidadãos e suas atitudes em relação ao Estado.
Perguntado sobre o que achava de seus compatriotas, aqueles que ainda sentem falta da Cortina de Ferro, ele disse: “Talvez sejam os velhos comunistas que sentem falta, não? As pessoas dizem muita besteira”.
Seu amigo Michal Jež, um garoto de 17 anos também de Brno, concorda com ele. “Hoje em dia, existem pessoas idosas que gostam do comunismo por que ocupavam uma boa posição no sistema e eram contentes”, Jež diz. Bem Skála, um rapaz de 24 anos formado pela University of Southern Bohemia em Ceske Budejovice tem pouco a acrescentar: “comunistas são porcos”, afirma.
“Cansadas dos nossos políticos”
Ainda assim, poucos jovens têm a ilusão de que estão vivendo em um tipo de democracia sonhada por todo mundo que a Revolução de Veludo fez parecer possível. Radys Kovaík, um estudante de 19 anos de Brno, acompanha a política, mas não tem tempo para o que ele vê como pequenas engrenagens do parlamento de seu país. Ele disse: “Sou interessado por política, mas somente por coisas importantes. Os políticos no nosso país geralmente agem como crianças brigonas”. Radys também acredita que a vida no país é imensamente melhor agora, mas lamenta o fato de que o cidadão comum tcheco perdeu o engajamento político por que as pessoas estão “cansadas de nossos políticos”.
É um pensamento que se espalhou nesse outono. Uma pesquisa feita pelo grupo STEM relatou, no início deste mês, que, enquanto dois terços da população viam a Revolução de Veludo como um dos momentos mais importantes da história tcheca, menos da metade – somente 43% – está satisfeita em como o país progrediu dali em diante. Uma pesquisa do mesmo grupo lançada na última sexta-feira descobriu que 87% do povo tcheco está descontente com a situação política do país.
Na terça-feira, milhares de pessoas se reuniram no centro de Praga para comemorar o início da Revolução de Veludo. A multidão refez o percurso que aqueles esperançosos estudantes que mudaram os rumos da história tcheca fizeram, e nesta multidão havia tanto jovens quanto velhos. De fato, muito dos que falaram com o SPIEGEL ONLINE (tchecos vivendo na Alemanha) voltaram para casa para a celebração.
Mas nem todos. Alguns preferiram ficar em Berlim para ir ao show de Marilyn Manson. “Quase todos nós somos completamente diferentes”, Odehnal diz. “(Minha geração) é livre – mas indiferente e interessada em outras coisas. Nosso estilo de vida mudou completamente. E estamos interessados com o futuro, não com o passado”.

Sarah Karacs


Tradução: Jonas Lunardon

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