terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cuba dá o exemplo na luta contra o vírus ebola na África « Sul 21

Cuba dá o exemplo na luta contra o vírus ebola na África

  
Campanhas de conscientização estão sendo realizadas por toda Libéria para alertar para os riscos do ebola

Por Salim Lamrani *, do Opera Mundi via Sul21

Segundo as Nações Unidas, a epidemia do ebola de tipo Zaire, febre hemorrágica que atinge atualmente uma parte do oeste da África, particularmente a Serra Leoa, a Guiné e a Libéria, constitui a mais grave crise de saúde dos últimos tempos. No espaço de algumas semanas, o vírus se propagou em uma grande velocidade e a epidemia parece fora de controle. Trata-se da crise de ebola “maior, mais severa e mais complexa” observada desde o descobrimento da enfermidade em 1976. Altamente contagioso, o vírus é transmitido mediante o contato direto com o sangue e os fluídos corporais. Observou-se cerca de 5 mil casos e mais de 2400 pessoas perderam a vida. A Organização Mundial da Saúde fez um chamado urgente pedindo à comunidade internacional ajuda para as populações africanas abandonadas à própria sorte.
Cuba respondeu imediatamente à petição das Nações Unidas e da Organização Mundial da Saúde. Havana anunciou que mandaria, a partir de outubro, 165 profissionais da saúde para Serra Leoa, o país mais afetado pela epidemia, junto com a Guiné e a Libéria. A missão durará pelo menos seis meses e será composta por profissionais especialistas que já realizaram missões humanitárias na África.
Margaret Chan, diretora da Organização Mundial da Saúde, saudou o gesto de Cuba: “O que mais necessitamos são pessoas, profissionais de saúde. O mais importante para evitar a transmissão do ebola é ter as pessoas adequadas, os especialistas adequados e treinados apropriadamente para enfrentar esse tipo de crise humanitária”. O OMS lembra que “Cuba é famosa em todo o mundo por sua capacidade de formar excelentes médicos e enfermeiros. É famosa, além disso, por sua generosidade e solidariedade aos países no caminho para o progresso”.
Chan pediu que o resto do mundo, particularmente os países desenvolvidos, sigam o exemplo de Cuba e expressem a mesma solidariedade à África: “Cuba é um exemplo [...]. Tem tido a maior oferta de médicos, enfermeiros e especialistas, assim como de especialistas em controle de doenças infecciosas e epidemiologistas [...]. Espero que o anúncio feito hoje pelo governo cubano estimule outros países a anunciar seu apoio”. Em um comunicado, Ban Ki Moon, secretário-geral das Nações Unidas, também felicitou Cuba por sua ação : O secretário-geral recebeu calorosamente o anúncio do governo de Cuba.
A Science, a mais importante revista médica do mundo, também destacou o exemplo de Cuba. “Trata-se da maior contribuição médica enviada até o momento para controlar a epidemia. Terá um impacto significativo em Serra Leoa”. Até o anúncio cubano, a presença médica internacional no oeste da África somava 170 profissionais segundo a OMS. Agora, Cuba dará uma ajuda equivalente a todas as nações do mundo juntas.
Roberto Morales Ojeda, ministro cubano da Saúde, explicou as razões que motivaram a decisão do governo de Havana:
“O governo cubano, como tem feito sempre nesses 55 anos de Revolução, decidiu participar desse esforço global sob a coordenação da OMS para enfrentar essa situação dramática.
Desde o primeiro momento, Cuba decidiu manter nossas brigadas médicas na África, independentemente da existência da epidemia de ebola, em particular em Serra Leoa e na Guiné-Conakry, com a prévia disposição voluntária de seus integrantes, expressão do espírito de solidariedade e humanismo característico de nosso povo e governo”.
Cuba sempre fez da solidariedade internacional um pilar fundamental de sua política exterior. Assim, em 1960, inclusive antes do desenvolvimento de seu serviço médico e quando tinha acabado de perder 3 mil médicos dos 6 mil presentes na ilha (que escolheram emigrar para os Estados Unidos depois do triunfo da Revolução, em 1959), Cuba ofereceu sua ajuda ao Chile depois do terremoto que destruiu o país. Em 1963, o governo de Havana mandou sua primeira brigada médica composta de 55 profissionais à Argélia para ajudar a jovem nação independente a enfrentar uma grave crise de saúde. Desde aquele momento, Cuba estendeu sua solidariedade ao resto do mundo, particularmente à América Latina, à África e à Ásia. Em 1998, Fidel Castro elaborou o Programa Integral de Saúde, destinado a responder às situações de emergência. Graças a esse programa, 25 288 profissionais cubanos da saúde atuaram voluntariamente em 32 países.
Por outro lado, Cuba formou várias gerações de médicos de todo o mundo. No total, a ilha formou 38 920 profissionais da saúde de 121 países da América Latina, da África e da Ásia, particularmente mediante a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), fundada em 1999. Além dos médicos que cursaram seus estudos na ELAM em Cuba (cerca de 10 mil graduados por ano), Havana contribuiu para a formação de 29 580 estudantes de medicina em 10 países do mundo.
O Operação Milagre, lançada em 2004 por Cuba e Venezuela, que consiste em tratar vítimas de catarata e outras enfermidades oculares nas populações do Terceiro Mundo, é emblemática da política solidária de Havana. Desde tal data, cerca de 3 milhões de pessoas de 35 países recuperaram a visão, entre elas 40 mil na África.
Depois do furacão Katrina, que destruiu a cidade de Nova Orleans em setembro de 2005, Cuba criou o “Contingente Internacional de Médicos Especializados no Enfrentamento de Desastres e Grandes Epidemias Henry Reeve”, composto de 10 mil médicos. A ilha, apesar do conflito histórico com os Estados Unidos, ofereceu sua ajuda a Washington, que a rejeitou. A partir desse contingente, Cuba criou 39 brigadas médicas internacionais que já atuaram em 23 países.
Na África, cerca de 77 mil médicos e outros profissionais da saúde cubanos forneceram seus serviços em 39 dos 55 países [do continente]. Atualmente, mais de 4 mil, mais da metade deles médicos, trabalham em 32 países da África.
No total, cerca de 51 mil profissionais da saúde, entre eles 25 500 médicos, dos quais 65% são mulheres, trabalham em 66 países do mundo. Desde o triunfo da Revolução, Cuba realizou cerca de 600 mil missões em 158 países com a participação de 326 mil profissionais de saúde. Desde 1959, os médicos realizaram mais de 1,2 bilhão de consultas médicas, assistiram 2,3 milhões de partos, efetuaram 8 milhões de operações cirúrgicas e vacinaram mais de 12 milhões de mulheres grávidas e crianças.
Cuba escolheu oferecer solidariedade aos povos necessitados como princípio básico de sua política exterior. Dessa forma, apesar das dificuldades inerentes a todo país de Terceiro Mundo, Cuba mandou seis toneladas de medicamentos e material médico para Gaza. É um exemplo entre muitos outros. Fidel Castro explicou as razões: “Esse é um princípio sagrado da Revolução; isso é o que nós chamamos de internacionalismo porque consideramos que todos os povos são irmãos e antes da pátria está a humanidade”. Havana demonstra para o mundo que, apesar de recursos limitados, apesar das sanções econômicas estadunidenses que asfixiam o país, sem abandonar sua própria população (com um médico para cada 137 habitantes, Cuba é a nação melhor servida do mundo), é possível fazer da solidariedade um vetor essencial da aproximação e da amizade entre os povos.
*Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade Paris Sorbonne-Paris IV,  Salim Lamrani é professor-titular da Universidade de la Reunión e jornalista, especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos. Seu último livro se chama The Economic War Against Cuba. A Historical and Legal Perspective on the U.S. Blockade, New York, Monthly Review Press, 2013, com prólogo de Wayne S. Smith e prefácio de Paul Estrade.

Jornalistas e blogueiros lançam manifesto de apoio à Dilma; texto está aberto a adesões | Paraná com Dilma

Jornalistas e blogueiros lançam manifesto de apoio à Dilma; texto está aberto a adesões

Do blog Paraná Com Dilma

Jornalistas, blogueiros e ativistas do direito à comunicação começaram nesta segunda-feira (22/9) a coletar assinaturas para o manifesto #ComunicadoresComDilma.

“Estamos com Dilma porque queremos avançar nas políticas de comunicação, com um novo marco regulatório no setor, assegurando liberdade de expressão para todos e todas e democratização da mídia”, diz o texto. “Estamos com Dilma porque olhamos para o passado, para o presente e para o futuro. E vemos na candidatura da presidenta Dilma o projeto com mais força para seguir aprofundando a democracia e a inclusão social no Brasil.”

Os interessados em assinar devem clicar aqui e deixar nome completo, cidade e estado lá na caixa de comentários.

A seguir, a íntegra do manifesto.

Manifesto dos #ComunicadoresComDilma

Somos um grupo de comunicadores diversos que apoia a reeleição de Dilma Rousseff para aprofundar o projeto iniciado pelo governo Lula que realiza o mais amplo processo de inclusão social da história do país. Estamos com Dilma porque enxergamos o Brasil que deixou de ser invisível.

Estamos com Dilma pelos 36 milhões de pessoas que saíram da miséria; pela superação da fome estrutural no país; pelos mais de 15 milhões que tiveram acesso à energia elétrica; pelos milhões de famílias que hoje têm acesso à água por meio das 1 milhão de cisternas e canais de integração de rios; pelos 50 milhões de brasileiros beneficiados pelo Mais Médicos; pelos 6,8 milhões de beneficiários do Minha Casa Minha Vida; pelos 42 milhões que ascenderam à classe C; pelos mais de 20 milhões de empregos gerados; pelas menores taxas de desemprego da história; pela valorização contínua do salário mínimo.

Estamos com Dilma pelos 98,3% de crianças e adolescentes entre sete e 14 anos que hoje estão na escola; 43 milhões de crianças e jovens que tem merenda escolar; pelas mais de 400 escolas técnicas; pelos 8 milhões que cursaram o Pronatec; pelos 7,2 milhões universitários; pelas 18 universidades públicas e 173 campi criados; pelas políticas de cotas; pelos mais de 100 mil que vão ao exterior estudar pelo Ciência sem Fronteiras.

Estamos com Dilma pelo papel fundamental do Brasil na construção de um mundo multipolar; fortalecendo nossa parceria com os países “de baixo” e colocando em outro patamar nossas relações com os países “de cima”.

Estamos com Dilma por essas e tantas outras políticas. Por estes e tantos outros números que resumem pessoas, trajetórias e vidas transformadas, revelam aonde nos falta avançar e as contradições a serem superadas. Realidade esta que ainda merece ser contada de maneira justa, porém, é sistematicamente sonegada pelo pessimismo militante imposto por um pequeno grupo de poderosos que aparelha concessões públicas de comunicação em nome de seu projeto elitista de poder. Dessa forma empobrecem o debate público, sufocam a diversidade de opiniões, alienam a produção intelectual de seus trabalhadores e produzem uma caricatura do Brasil, incapaz de reconhecer seus avanços e debater democraticamente suas debilidades.

Também estamos com Dilma porque rechaçamos o retorno do projeto do Estado mínimo e também a chegada do projeto que pretende terceirizar a formulação da política econômica ao capital financeiro, ambos camuflados em candidaturas que, cinicamente, enganam o povo ao dizer ser possível prosseguir com a ampliação das políticas sociais, da distribuição de renda e dos níveis de emprego e salário com suas propostas para a economia e seus ainda “misteriosos” pacotes de “ajuste fiscal” e “choque de gestão”.

Estamos com Dilma porque temos certeza de que a mudança real da política no Brasil está numa reforma estrutural, a Reforma Política, e não na mudança individual ou no discurso de qualquer candidato ou governante. E a presidenta está comprometida com um processo e com um novo sistema político que amplie a participação social, inclua a diversidade do povo brasileiro e acabe com o financiamento privado de campanha, que submete a democracia aos interesses do poder econômico. Estamos com Dilma porque queremos avançar nas políticas de comunicação, com um novo marco regulatório no setor, assegurando liberdade de expressão para todos e todas e democratização da mídia.

Estamos com Dilma porque olhamos para o passado, para o presente e para o futuro. E vemos na candidatura da presidenta Dilma o projeto com mais força para seguir aprofundando a democracia e a inclusão social no Brasil.