quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Serra e Kassab têm sorte de não serem argentinos...

Na capa, a cidade inundada e o Prefeito Maurício Macri

Por Brizola Neto no blog Tijolaço

A capa de hoje do diário argentino Pagina 12 é uma mostra do quanto pode ser criativo e irreverente um jornal, quando o quer ser. Ontem Buenos Aires, a capital argentina, sofreu uma inundação, provocada por chuvas intensas, esgotos insuficientes e obstruídos e obras hidráulicas atrasadas. O prefeito Maurício Macri, um engenheiro civil, de direita, que derrotou o candidato peronista Hugo Cocarro em 2007 e desponta como um possível candidato à presidência, disse que a enchente foi um fenômeno climático “raro” e que o vento provocou uma cheia no Rio da Prata. No entanto, há 90 dias, a Auditoria Geral da Cidade havia expedido um memorando a diversas autoridade dizendo que a rede de drenagem estava em péssimo estado e o governo municipal não tinha o menor controle sobre as empresas contratadas para sua manutenção e desentupimento.As bombas de drenagem não funcionaram, um túnel viário inundou, 50 mil pessoas ficaram sem luz.
Isso lembra alguma coisa? Você já viu isso em algum lugar aqui?
A única coisa que você não viu é um jornal brasileiro fazer uma capa genial como essa.

Entrevista com Chronis Polychroniou, editor do diário grego Eleftherotypia



Os desafios do socialismo no século 21 na Venezuela
 
 
Por William I. Robinson - via CarosAmigos
 
Há histórias preocupantes vindo da Venezuela. A situação na fronteira está tensa, há uma nova base militar colombiana próxima à fronteira, o acesso dos EUA a várias novas bases na Colômbia... Será que o regime se preocupa com uma possível invasão? Se sim, quem está para intervir?

Chronis Polychroniou - O governo venezuelano está preocupado acerca de uma possível invasão estadunidense. Contudo, penso que os EUA estão seguindo uma estratégia de intervenção mais refinada que podíamos denominar guerra de atrito. Já vimos esta estratégia em outros países, tais como na Nicarágua na década de 1980, ou mesmo no Chile sob Allende. É o que no léxico da CIA é conhecido como desestabilização, e na linguagem do Pentágono é chamado guerra política – o que não significa que não haja componente militar. É uma estratégia que combina ameaças militares e hostilidades com operações psicológicas, campanhas de desinformação, propaganda, sabotagem econômica, pressões diplomáticas, mobilização de forças da oposição política dentro do país, manipulação de setores insatisfeitos e a exploração de queixas legítimas entre a população. A estratégia é hábil em aproveitar dos próprios erros e limitações da revolução, tais como corrupção, clientelismo e oportunismo, os quais devemos reconhecer que são problemas sérios na Venezuela. É hábil também em agravar e manipular problemas materiais, tais como escassez, inflação dos preços e assim por diante.
 
O objetivo é destruir a revolução tornando-a não funcional, pela exaustão da vontade da população em continuar a lutar para forjar uma nova sociedade e, deste modo, minar a base social de massa da revolução. De acordo com a estratégia dos EUA a revolução deve ser destruída fazendo com que entre em colapso por si mesma, minando a notável hegemonia que o chavismo e o bolivarianismo foram capazes de alcançar dentro da sociedade civil venezuelana ao longo da última década. Os EUA esperam provocar Chávez de modo a que tome a posição de transformar o processo socialista democrático num processo autoritário. Na visão deles, Chávez finalmente será removido do poder através de um cenário produzido pela guerra de atrito constante – seja através de eleições, de um putsch militar interno, um levantamento, deserções em massa do campo revolucionário, ou uma combinação de fatores que não podem ser antecipados.
 
Neste contexto, as bases militares na Colômbia proporcionam uma plataforma crucial para operações de inteligência e reconhecimento contra a Venezuela e também para a infiltração militar contra-revolucionária, a sabotagem econômica e grupos terroristas. Estes grupos de infiltração destinam-se a provocar reações do governo e sincronizar a provocação armada com toda a gama de agressões políticas, diplomáticas, psicológicas, econômicas e ideológicas que fazem parte da guerra de atrito.
 
Além disso, a simples ameaça de agressão militar dos EUA que as bases representam constitui uma poderosa operação psicológica estadunidense destinada a elevar as tensões dentro da Venezuela, forçar o governo a posições extremistas ou a fortalecer as forças internas anti-chavistas e contra-revolucionárias.
 
Entretanto, é importante verificar que as bases militares fazem parte de uma estratégia mais ampla dos EUA em relação a toda a América Latina. Os EUA e a direita na América Latina lançaram uma contra-ofensiva para reverter a guinada para a esquerda ou a chamada "Maré Rosa". A Venezuela é o epicentro de um emergente bloco contra-hegemônico na América Latina. Mas a Bolívia, Equador e os movimentos sociais e forças políticas de esquerda da região são igualmente alvos desta contra-ofensiva tal como a Venezuela. O golpe em Honduras deu ímpeto a esta contra-ofensiva e fortaleceu a direita e as forças contra-revolucionárias. A Colômbia tornou-se o epicentro regional da contra-revolução – realmente um bastião do fascismo século 21.
 
A "Revolução Bolivariana" de Chávez tem sido muito popular entre os pobres. Poderia explicar como a sociedade venezuelana tem mudado desde que Chávez chegou ao poder?
Em primeiro lugar, vamos reconhecer que a Revolução Bolivariana colocou o socialismo democrático na agenda mundial depois de atravessarmos um período na década de 1990 em que muitos ficavam mesmo alarmados em falar de socialismo, quando parecia que o capitalismo global havia atingido o pico da sua hegemonia e quando alguns na esquerda compravam a tese do "fim da história".
 
A Revolução Bolivariana deu às massas pobres e em grande medida afro-caribenhas a sua voz pela primeira vez desde a guerra da independência do colonialismo espanhol. O governo Chávez reorientou prioridades para a maioria pobre. Ele foi capaz de utilizar os rendimentos do petróleo, em particular, para desenvolver saúde, educação e outros programas sociais que tiveram resultados dramáticos na redução da pobreza, eliminando virtualmente o analfabetismo e melhorando a saúde da população. Organizações internacionais e agências têm reconhecido estas notáveis realizações sociais.
 
Contudo, como alguém que visita a Venezuela regularmente, eu diria que a mudança mais fundamental desde que Chávez chegou ao poder não é a destes indicadores sociais mas sim o despertar político e sócio-psicológico da maioria pobre – um vasto processo popular de mobilização das bases, expressão cultural, participação política e participação no poder. A velha elite e a burguesia foram parcialmente substituídas no Estado e do poder político formal – embora não inteiramente. Mas o medo real e o ressentimento dos velhos grupos dominantes, o pânico e o seu ódio contra Chávez é porque eles sentiram deslizar do seu domínio a capacidade confortável de exercer dominação cultura e sócio-psicológica sobre as classes populares como o fizeram durante décadas, mesmo séculos. Naturalmente, ali ainda há outros muitos mecanismos através dos quais a burguesia e os agentes políticos do antigo regime são capazes de exercer sua influência, particularmente através dos meios de comunicação que em grande medida ainda estão nas suas mãos.
 
Quão avançados são os planos de nacionalização de Chávez? Há alguma evidência de que eles levam aos resultados desejados?
A grande mudança econômica óbvia foi a recuperação do petróleo do país para um projeto popular – e mesmo que haja ainda uma burocrática oligarquia PDVSA. Outras empresas chave, tais como a siderurgia, foram nacionalizadas. E o setor cooperativo – com todos os seus problemas – tem se ampliado. No entanto, o poder econômico ainda está em grande medida nas mãos da burguesia.
 
A estratégia da revolução tem sido erguer novas instituições paralelas e também tentar "colonizar" o velho Estado. Mas o Estado venezuelano ainda é em grande medida um Estado capitalista. A questão chave é: como pode um projeto de transformação avançar enquanto opera através de um Estado corrupto, clientelista, burocrático e muitas vezes inerte legado pelo antigo regime? Se forças revolucionárias e socialistas chegam ao poder dentro de um processo político capitalista como você confronta o Estado capitalista e os entreves que ele coloca nos processos de transformação? De fato, na Venezuela, e também na Bolívia, as instituições do Estado muitas vezes atuam para constranger, diluir e cooptar lutas de massas vindas de baixo.
 
Do meu ponto de vista, na Venezuela a maior ameaça à revolução não vem da oposição política de direita, mas sim da chamada direita "endógena" ou "chavista" e pertencente ao bloco revolucionário, incluindo elites do Estado e responsáveis partidários, desenvolverão um interesse mais profundo em defender o capitalismo global do que na transformação socialista.
 
A revolução tem mais de uma década. Está amadurecendo ou está chegando a uma etapa de declínio e deformação?
Eu não diria que a revolução está em "declínio" ou "deformação". A guinada à esquerda na América Latina começou como uma rebelião contra o neoliberalismo. Os regimes pós neoliberais empreenderam suaves reformas redistributivas e nacionalizações limitadas, particularmente de recursos energéticos e serviços públicos que anteriormente haviam sido privatizados. Eles foram capazes de reativar a acumulação. Mas o pós-neo-liberalismo que atualmente não caminha em direção a uma profunda transformação socialista, está rapidamente a atingir os seus limites.
 
O processo bolivariano enfrenta contradições, problemas e limitações, tal como todos os projetos históricos. Eu diria que tanto a revolução venezuelana como os processos boliviano e equatoriano podem estar a rebelar-se contra os limites da reforma redistributiva dentro da lógica do capitalismo global, especialmente considerando a atual crise do capitalismo global. O anti-neoliberalismo que não desafia mais fundamentalmente a própria lógica do capitalismo choca-se contra limitações que podem agora ter sido atingidas.
 
Pode ser que a melhor ou a única defesa da revolução seja radicalizar e aprofundar o processo, pressionar pelo avanço de transformações estruturais que vão além da redistribuição. O fato é que a burguesia venezuelana pode ter sido deslocada em parte do poder político, mas ainda detém grande parte do controle economico. Romper tal controle implica uma mudança mais significativa na propriedade e nas relações de classe. Isto por sua vez significa romper a dominação do capital, do capital global e dos seus agentes locais.
 
Recordemos as lições da Nicarágua e de outras revoluções. Alianças multi-classe geram contradições desde que a etapa da lua-de-mel da reforma redistributiva e dos programas sociais fáceis alcancem o seu limite. Então as alianças multi-classe começam a entrar em colapso porque há contradições fundamentais entre distintos projetos e interesses de classe. Nesse ponto, uma revolução deve definir mais claramente o seu projeto de classe; não apenas no discurso ou na política mas na transformação estrutural real.
 
A um nível mais técnico, poderíamos dizer que as contradições geradas pela tentativa de romper a dominação do capital global não são uma falha da revolução. A Venezuela ainda é um país capitalista no qual a lei do valor, da acumulação de capital, está operativa. Esforços para estabelecer uma lógica contrária – uma lógica da necessidade social e da distribuição social – chocam-se contra a lei do valor. Mas numa sociedade capitalista violar a lei do valor lança tudo na loucura, gerando muitos problemas e novos desequilíbrios que a contra-revolução é capaz de aproveitar. Isto é o desafio para qualquer revolução orientada para o socialismo dentro do capitalismo global.
 
William I. Robinson é professor de Sociologia, Universidade da Califórnia – Santa Bárbara
 
(Publicado originalmente em http://www.zmag.org/znet/ viewArticle/23797)

FILME BASEADO NA OBRA DE JANE AUSTEN

CINEMA INGLES
MINE SÉRIE BBC
FILMES BASEADOS NA OBRA DE JANE AUSTEN
MISS AUSTEN REGRETS
2008
DIREÇÃO JEREMY LOVERING
OLIVIA WILLIAMS
SAMUEL ROUKIN
GRETA SACCHI
IMOGEN POOTS
PHYLLIDA LAW
PIP TORRENS
AVI LEGENDADO
BY SSRJ





Sinopse:

O filme é sobre uma parte da vida da famosa escritora britânica Jane Austen.
Nos últimos anos de sua vida, quando ela se aproxima dos 40, Jane Austen ajuda sua sobrinha Fanny a encontrar um marido.
Créditos: BaixarLivre

Crítica:

Miss Austen Regrets - Os últimos anos de uma das maiores escritoras inglesas.

Da mesma maneira que suas heroínas, a escritora Jane Austen enfrentou muitas das convenções de sua época lutando em busca do final feliz que todas alcançaram em sua obra, mas que infelizmente, a autora não conseguiu para si mesma.

É nesta premissa que se baseia o roteiro de "Jane Austen Regrets" (2008), um filme para a TV produzido pela emissora BBC 1, que já está disponível em DVD importado e faz parte da coleção "Jane Austen´s Sense & Sensibility Collector´s Set".

O foco desta biografia é nos últimos anos de vida da escritora, que morreu em 1817, aos 41 anos de idade, depois de passar por um longo período doente. Dirigido por Jeremy Loving, o filme é um verdadeiro achado para quem se encantou pelo romantismo de "Amor e Inocência" (2007), mas sentiu nele a ausência de melhores expicações para o fato de uma mulher que tanto valorizou o amor, descrevendo-o em sua obra como a maior das realizações humanas, aquela que tem força para vencer tudo; acabou sozinha, de uma forma tão melancólica; em uma época e sociedade em que permanecer solteira tinha um peso enorme e significava uma verdadeira condenação social para uma mulher.

O roteiro, desenvolvido por Kevin Hood, foi baseado na correspondência entre Jane (Olivia Williams), sua irmã Cassandra (interpretada por Gretta Scacchi) e sua sobrinha Fanny (Imogen Potts) e mostra a escritora como uma mulher inteligente, que tem uma visão muito clara e crítica e por isso é muito bem resolvida, apesar de sofrer com as restrições que suas decisões significavam.

Mas as piores críticas partem da própria casa da autora, sua mãe interpretada por Phyllida Law, mostra-se um "poço de amarguras" sempre despejando suas frustrações sobre a filha, a quem acusa de ser a causa de tudo de ruim pelo que passa e passou a família.
Uma atitude que deixa clara para qualquer pessoa a razão das mães mostradas em seus livros serem, em geral, figuras tão negativas.

As diversas chances que Jane teve para casar-se são mostradas em flashback e entre elas, um relacionamento com o Reverendo Brook Bridges (Hugh Bonneville) chama atenção por ser o mais próximo do que poderia ter sido um casamento bem sucedido; mesmo assim, a autora deixa claro que não conseguiria abrir mão de suas obras para viver ao lado de ninguém, nem mesmo de seu grande amor. Gerações e gerações de ávidos leitores agradecem.

Elenco:

Samuel Roukin...Harris Bigg
Olivia Williams...Jane Austen
Greta Scacchi...Cassandra Austen
Imogen Poots...Fanny Knight
Phyllida Law...Mrs. Austen
Pip Torrens...Edward Austen Knight
Harry Gostelow...Rev. Charles Papillon
Tom Hiddleston...Mr. John Plumptre
Hugh Bonneville...Rev. Brook Bridges
Tom Goodman-Hill...Mr. Lushington MP
Adrian Edmondson...Henry Austen
Sylvie Herbert...Mme. Bigeon
Jack Huston...Doctor Charles Haden

Informações Técnicas:

Título Original: Miss Austen Regrets
País de Origem: Inglaterra,USA
Gênero: Drama.Biografia
Tempo de Duração: 85 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Estúdio/Distrib.: BBC
Direção: Jeremy Lovering
IMDb...7.4

Dados do Arquivo:

Formato: AVI Legendado
Tamanho: 1.57 GB
Qualidade: DVDRip
Legenda: Pt-Br [Separada]
Rapidshare em 9 partes(copie e cole no seu navegador cada parte...)

http://rapidshare.com/files/351172830/JA-MAR2008SSRJAL.part01.rar
http://rapidshare.com/files/351187664/JA-MAR2008SSRJAL.part02.rar
http://rapidshare.com/files/351217682/JA-MAR2008SSRJAL.part03.rar
http://rapidshare.com/files/351231690/JA-MAR2008SSRJAL.part04.rar
http://rapidshare.com/files/351249128/JA-MAR2008SSRJAL.part05.rar
http://rapidshare.com/files/351287183/JA-MAR2008SSRJAL.part06.rar
http://rapidshare.com/files/351355050/JA-MAR2008SSRJAL.part07.rar
http://rapidshare.com/files/351387097/JA-MAR2008SSRJAL.part08.rar
http://rapidshare.com/files/351392192/JA-MAR2008SSRJAL.part09.rar