No último dia 13 foi comemorado em Alagoas os 14 anos doJornal A Verdade, com o debate sobre a violência contra a mulher. Ao longo desses 14 anos, o jornal, que tem a idade de um adolescente mas a força e a inteligência de um adulto, avançou por todo o Brasil.
A cada novo número sua tiragem é elevada, assim como a aceitação do público ao seu conteúdo. Isso se deve também á sua forma simples, direta e concisa de narrar os fatos. Um jornal dos trabalhadores é escrito pelos mesmos, o que vai contra a onda da grande mídia brasileira, e o jornal A Verdade sempre se posiciona a favor dos trabalhadores, dos pobres e dos excluídos no sistema capitalista.
Na mesa de debate estiveram presentes: Ariana Honorato (MLB), Indira Xavier (Movimento de Mulheres Olga Benário) Nadja Lopes (MLC e coordenadora do Sintufal) e Paula Simony (Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL).
Durante a plenária as companheiras discorreram sobre os mais diversos tipos de violência. A companheira Nadja Lopes falou sobre a ineficiência e o despreparo das polícias no atendimento à mulher, mostrando assim que a lei Maria Da Penha, apesar de ser uma vitória do movimento organizado de mulheres em todo o país, ainda peca pela sua falta de aplicação. Como diria os Racionais, “a lei é infalivel na teoria, inútil no dia a dia”.
Como sempre, o socialismo vem a ser a única alternativa para uma massa explorada, já que em tantos séculos de existência o capitalismo se mostrou incapaz de atender as demandas da sociedade.
A Questão Alagoana
Debater a violência contra a mulher em Alagoas é necessário, pois somos o segundo estado onde mais se mata mulheres. Num país de mais de 200 milhões de habitantes, que em sua maioria é de mulheres, existem menos de 500 delegacias especializada da mulher. Hoje as mulheres representam 51,5% da população brasileira, ou 98,3 milhões de habitantes, e com um número tão baixo de delegacias da mulher a conta passa a ser assombrosa: 196.600 mulheres por delegacia.
Violência contra mulher não é tão somente uma questão de gênero, como também é de classe. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) constatou, quanto à ocorrência de mortes de mulheres por cada grupo de 100 mil por cada região do país, que o Nordeste conta com 6,90; o Centro- Oeste, com 6,86; e o Norte, com 6,42. Não por acaso, são também essas regiões as mais pobres da Nação e as que mais problemas tem em termos de estrutura, falta de saneamento básico, saúde e educação. Outro dado mostra que 61% das mulheres assassinadas eram negras. No Nordeste essa taxa foi de 87%, no Norte, de 83%, e no Centro- Oeste, de 68% (A Verdade Nº 156).
Como bem falou a companheira Paula Simony, “a violência contra a mulher só terá seu fim com uma grande revolução”. As correntes que até hoje prendem as mulheres, negros, homossexuais e toda a massa explorada só terá seu fim com uma grande revolução e o socialismo. E é por isso que o jornal A Verdaderesiste até hoje e vai continuar resistindo como o jornal dos trabalhadores na luta pelo socialismo.
Viva a luta das mulheres!
Vida longa ao Jornal A Verdade!
Jason N. Wallace, militante UJR (União da Juventude Rebelião) de Alagoas
Fotos: Ésio Melo