segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A midia de esgoto e o preconceito....

Palestinos, Israelenses, MST e preconceito


por Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação

A questão do interminável conflito palestino-israelense continua na ordem do dia e a provocar reações dos mais diversos tipos, como tenho constatado nos correios eletrônicos para mim enviados. A grosso modo, alguns leitores comportam-se como se estivessem na arquibancada do Maracanã torcendo pelo Flamengo ou Fluminense. Fora das ofensas (pobre da minha mãe, que Deus a tenha...), há opiniões discordantes educadas, mas sempre batendo na tecla do senso comum, seja de um lado ou de outro. Aqui ninguém é dono da verdade, mas é necessário um mínimo de distanciamento emocional, sem dogmatismos, para tentar analisar os acontecimentos.

É preciso acabar de uma vez por todas com o (pre)conceito de que qualquer critica ao governo israelense é antissemitismo (a nova ortografia sem o hífen), da mesma forma que os antissemitas clássicos aproveitaram o embalo para assacarem conceitos racistas com base até no velho e surrado Protocolos dos Sábios de Sião. Para quem não sabe, trata-se de um documento apócrifo, sem base científica, formulado pelo serviço secreto do Czar, no início do século passado, portanto antes da Revolução Bolchevista de 1917, que falava de um suposto domínio judaico mundial, seja no capitalismo ou na luta revolucionária socialista.

O problema é que o tal documento rodou o mundo, foi incorporado a Minha Luta de Adolf Hitler e continua na ordem do dia cem anos depois. Há hoje até alguns setores que se autodenominam socialistas – o tal socialismo de tolos, como diria o insuspeito Vladimir Lênin – que se valem, consciente ou inconscientemente, de tais teses racistas. Ou seja, na prática, o suposto antissionismo acaba nutrindo o sionismo, o nacionalismo judaico que se vale dos antissemitas para sustentar suas teses e até mesmo de chantagens emocionais para descontar em cima dos palestinos, que pelo andar da carruagem estão se transformando nos armênios do século XXI, ou seja, um povo sem padrinhos e que sofreu genocídio por parte do então império Otomano. No caso dos armênios, só agora, depois de quase cem anos alguns setores turcos reconheceram o genocídio.

Enquanto Dona Hillary Clinton, a substituta de madame Condoleezza, começa a dar seus pitacos a favor de Israel, o mesmo acontecendo com o presidente Barack Hussein Obama, o que torna no mínimo complicado os Estados Unidos continuarem como mediador de uma crise da envergadura do atual conflito na região, o mundo gira.

No Rio de Janeiro, sob o reinado de Eduardo Paes, o maior jornal carioca, O Globo, continua a enaltecer o tal "choque da ordem". Editores pautam jovens repórteres para saírem às ruas à cata dos mendigos. Os locais são anunciados e no dia seguinte, seguindo a pauta de O Globo, a tropa de Paes recolhe os mendigos, mas ninguém se importa para onde estão levando estes brasileiros excluídos. Setores da classe média que cobram a "limpeza da rua" pouco se importam, da mesma forma que os repórteres e editores, qual a saída que o Poder Público municipal oferece para estas vítimas de um sistema cruel como o capitalista, ainda mais o selvagem.

O Rio está cercado pelos dois lados: a mediocridade estadual e municipal. O Governador Sergio Cabral vai a Davos como figura decorativa e que rasteja em torno dos poderosos do planeta, como é do seu feitio, e que nem sabem quem é a figura. Lula desta vez sentiu os ares e optou pelo Fórum Social Mundial 2009. Menos mal, mas resta saber se pretende colocar em prática o ideário de um outro mundo possível (e necessário, diga-se de passagem) ou ficará apenas na retórica, optando pelo esquema Henrique Meirelles.

Outro fato que vale destacar, e que foi jogado meio para escanteio pela mídia conservadora, é o aniversário do MST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terras, que completou 25 anos de luta. E, como sempre, a mídia conservadora tratou de forma preconceituosa o mais importante movimento social brasileiro. Ou seja, os veículos que historicamente sempre tiveram ódio dos brasileiros que lutam pela reforma agrária, não mudaram.

Foi assim em 1964, quando os jornais mencionados e mais outros assacavam injúrias e mentiras contra o governo que instalou o processo mais progressista feito no país até hoje em matéria de reforma agrária, o de João Goulart, derrubado exatamente por defender e levar adiante reformas de base necessárias para a formação de um Brasil mais justo em termos sociais.

Por causa das mentiras e manipulações midiáticas, o Brasil mergulhou numa noite que durou 21 anos, e cujos reflexos continuam presentes até hoje. Ou seja, ainda é necessário se lutar por uma reforma agrária, porque ainda não foi concretizada, uma luta que ganhou novos contornos em função das mudanças ocorridas no país nas últimas quatro décadas. Mas, O Globo, a Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo repetem a história de sempre na base de "se há povo organizado e mobilizado, somos contra".

É por aí que se pode entender o motivo de tanta manipulação contra os movimentos sociais, em particular o MST.

FSM-2009

Debates do FSM trouxeram propostas para enfrentar crise

A maioria dos debatedores que participou de atividades sobre a crise no FSM 2009, em maior ou menor grau, defende como iniciativas imediatas a elevação do salário mínimo, a ampliação de políticas de proteção social, a defesa do serviço e dos bens públicos, o fim da independência do Banco Central e a nacionalização dos bancos privados.

BELÉM - Um espectro rondou o Fórum Social Mundial. O fantasma da crise econômica esteve presente em centenas de debates e oficinas nestes dias chuvosos em Belém.

Mesmo os debates focados em temas aparentemente distintos, como comunicação, ecologia ou direitos das minorias acabaram por se referir ao cataclismo econômico. O encontro acabou por se transformar na "primeira manifestação popular global contra a crise", de acordo com François Sabado, dirigente da Liga Comunista Revolucionária, da França.

A multiplicidade de intervenções e análises feitas por economistas, cientistas políticos, historiadores, sociólogos e pesquisadores de várias correntes de opinião apresenta diferenças quanto aos objetivos e algumas convergências em algumas medidas imediatas a serem tomadas. O Fórum não se propõe a grandes sínteses, o que é um problema. Mas pode-se, arbitrariamente, tentar estabelecer alguns fios de continuidade entre o muito que foi falado em diversas mesas.

Pelo próprio caráter do evento, a grande maioria dos expositores situa-se no espectro que vai do centro à esquerda. Entre eles, poderíamos dizer que há duas grandes vertentes, os que buscam superar a fase neoliberal recuperando um desenvolvimentismo regulado pela ação estatal e os defensores de uma ruptura socialista. Mas, aparentemente, ambos concordam que as ações de curto prazo devem ser anticíclicas, tendo o Estado como protagonista. O objetivo é conter o desemprego e as conseqüências sociais do desastre.

Crise de civilização
No debate "A crise econômica mundial e os desafios para a esquerda", François Sábado fez uma observação preliminar: "Esta é a primeira crise profunda do capitalismo globalizado. Não tem por origem problemas nas finanças, mas na esfera produtiva, na essência do capitalismo global". Segundo o dirigente francês, a turbulência atual possui dimensões econômicas, sociais, políticas, energéticas, climáticas e alimentares. "Uma crise de civilização", em resumo. Sua feição mais visível revela uma profunda derrota das políticas neoliberais.

Sábado avalia que se a esquerda e as forças populares não conseguirem encontrar um programa mínimo comum para agir, corre-se o risco da disputa pela superação da crise ficar entre "os neoliberais e aqueles que desejam reformar o capitalismo". O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), aponta uma orientação geral, sintetizada na consigna "os trabalhadores não podem pagar a conta da crise".

A Central dos Trabalhadores do Brasil, vinculada ao PCdoB, defende, por exemplo, empresas que recebam financiamento público não possam demitir trabalhadores. A CUT vai pela mesma linha e exige a queda imediata da taxa de juros. O PSOL pede ainda estatização do sistema financeiro e o controle dos fluxos de capitais, como iniciativas de curto prazo. São tópicos complementares entre si.

Diferente das anteriores
O presidente do IPEA, Marcio Pochmann, no debate "Energia, Soberania e trabalho", lembrou que a crise atual se diferencia das anteriores em vários aspectos, "alguns deles positivos para o seu enfrentamento". De acordo com o economista, antes quem propunha e impunha saídas para a crise era o FMI. Hoje, os Estados nacionais tendem a assumir o comando. Com isso, as políticas de proteção trabalho são decisivas. "Na fase em que o FMI ditava as regras de recuperação, as preocupações eram menos Estado, mais mercado, privatizações, abertura comercial e financeira", afirmou o economista. Desta vez, o Estado é tomado como o único agente capaz de refazer o capitalismo, diz ele.

O sociólogo alemão Elmar Altvater acrescentou, no debate "Crise global e alternativas do sul" que "Em outros tempos, as propostas de recuperação não tratavam de problemas climáticos". Nos dias que correm, segundo ele, um novo paradigma energético e ecológico é tido como urgente e parte indissociável da superação dos problemas.

Para o ex-diretor da Petrobras, Ildo Sauer, é necessário reprogramar a estrutura produtiva dos paises periféricos, muito dependentes de empresas multinacionais. A remessa de lucros para o exterior, em períodos críticos, provoca desequilíbrios nas contas nacionais, diz o especialista. "O predomínio de commodities na pauta de exportações fragiliza as economias quando o valor desses bens sofre profundas oscilações".

Uma idéia geral, ventilada, entre outros, por Pochmann é a de que a crise reavivou a noção de que o Brasil e os demais paises da periferia são profundamente dependentes dos fluxos de capitais externos. Seria necessário, por isso, refazer e fortalecer o sistema de crédito interno para reduzir impactos das crises externas. Bancos de investimento como o BNDES, são fundamentais para proteger a região da propagação interna e financiar setores estratégicos.

Laís Abramo, representante da OIT no Brasil advoga a necessidade do aumento da cobertura do seguro-desemprego, de políticas de qualificação dos trabalhadores e de atenção aos setores mais fragilizados do mercado, como pequenas e micro empresas, mulheres, negros etc.

Auditoria da dívida
Uma das mesas mais concorridas, com cerca de 500 pessoas, reuniu o deputado Ivan Valente (PSOL), o belga Eric Toussaint e Maria Lucia Fatorelli, da Unafisco, em torno do tema do endividamento público, tema, segundo ele, central a ser enfrentado no debate sobre a desaceleração econômica. O parlamentar acaba de obter a aprovação para a instalação na Câmara federal da CPI da dívida pública.

Foi unânime entre os participantes a necessidade de uma auditoria da dívida pública interna e externa. "As elevadas taxas de juros e a carga tributária regressiva são os principais instrumentos de concentração de renda e de poder pelo mercado financeiro", diz Valente. "Lula faz o trabalhador pagar pela crise: dá dinheiro para as empresas que patrocinam ondas de demissões". Em suas palavras, mexer na dívida significa mexer no modelo neoliberal. O deputado recomenda o fim do superávit primário, uma imposição do mercado financeiro, para que haja mais dinheiro para investimentos.

Disputas políticas
A maioria dos debatedores sobre a crise, em maior ou menor grau, defende como iniciativas imediatas a elevação do salário mínimo, a ampliação de políticas de proteção social, a defesa do serviço e dos bens públicos, o fim da independência do Banco Central e a nacionalização dos bancos privados.

Ainda é difícil dizer qual a direção que as disputas políticas pela solução da crise tomarão. Talvez as futuras reformas se limitem à superfície do sistema e a algumas regiões do planeta. É possível também que o poder imperial norte-americano, longe de se enfraquecer, se fortaleça e volte a impor suas diretrizes políticas, econômicas e bélicas sobre o resto do mundo. Tudo dependerá da luta política, da consciência popular e da correlação de forças nos embates pela reforma ou pela superação do capitalismo. (Colaborou Bia Barbosa)

Cinema Russo...

ALEXANDRE NEVSKY (Aleksandr Nevsky, RUS, 1938)



Formato: AVI
Áudio: Russo
Legendas: Português (embutidas)
Duração: 1:48
Tamanho: 809 MB (08 partes)
Servidor: Rapidshare

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Direção: Sergei Eisenstein
Roteiro: Sergei Eisenstein e Pyotr Pavlenko
Música: Sergei Prokofiev
Fotografia: Eduard Tisse
Desenho de Produção: Iosif Shpinel
Direção de Arte: Sergei Eisenstein e Nikolai Solovyov
Figurino: Konstantin Yeliseyev
Edição: Sergei Eisenstein e Esfir Tobak

Elenco:
Nikolai Cherkasov (Príncipe Alexandre Nevsky)
Nikolai Okhlopkov (Vasili Buslaj)
Andrei Abrilkosov (Gavrilo Oleksich)
Dmitri Orlov (Igant)
Vasili Novikov (Pavsha)
Nikolai Arsky (Domash Tverdislavich)
Varvara Massalitinova (Mãe de Buslaj)
Vera Ivashova (Olga Danilovna)
Aleksandra Danilova (Vasilisa)

Sinopse: Rússia, primeira metade do século XIII. Em um momento difícil da sua história o país é invadido em uma frente pelos cavaleiros teutônicos e por outra frente pelos tártaros. Como resultado, a pátria é saqueada e a moral da população fica bem baixa. Finalmente, o deprimido e instável príncipe Alexander Yaroslavich Nevsky (Nikolai Cherkasov) é chamado para liderar seu povo na luta contra os opressores.




Sergei Eisenstein regressou à União Soviética em 1932, abaladíssimo pelo fracasso do projeto Que Viva México!. O país estava diferente, cada vez mais centralizado e dominado pela figura de Stalin. O cinema não era evidentemente exceção. Definitivamente proibida a experimentação de caráter formalista, alegadamente “incompreensível” para as massas proletárias, toda a produção cinematográfica tinha sido colocada sob a alçada direta do Partido, de modo que este pudesse exercer um controle rigoroso sobre tudo que do cinema se fazia - e à frente do organismo responsável fora nomeado Boris Shumyatsky, desde há muito um opositor de Eisenstein e do cinema que se revia nas suas idéias.
Apesar da reputação de Eisenstein nunca ter estado tão em baixo, com Aleksandr Nevsky as coisas passaram-se substancialmente para melhor. O seu patriotismo havia sido posto em causa, e então Eisenstein anunciou que, no seu novo filme, “o patriotismo seria o tema”. Com a Alemanha de Hitier a crescer como ameaça, a altura para semelhante demonstração era propícia - e de resto, Nevsky incorpora referências muito diretas ao “perigo alemão”, seja pelo retraio da luta do povo russo contra os teutônicos, seja pela mensagem de aviso, perfeitamente explícita, deixada no fim do filme (qualquer coisa como “Quem contra a Rússia vier de armas em riste, pelas armas perecerá”). No entanto Eisenstein estava escaldado: diz-se que escolheu centrar o filme na figura de Nevsky porque, tratando-se de uma personagem envolta numa aura lendária nebulosa, “ninguém sabia muito sobre ele, e portanto ninguém poderia acusar-me de incorreções”. Nevsky marcaria o retorno do cineasta às boas graças do regime, contando-se que Stalin, no dia da estréia, teria cercado de Eisenstein para lhe dar um tapinha nas costas e, como que passando uma esponja sobre os problemas dos últimos anos, dizer alto e bom som: “Ah, Sergei Mikhailovitch, afinal de contas és um bom Bolchevique!...”.
É evidente que Nevsky já não tem praticamente nada a ver com os cânones do “realismo socialista”, alinhando no tom fulgurantemente épico (e de novo, como em Encouraçado Potemkin, fabricante de iconografia) que as circunstâncias da época exigiam - e repare-se no trabalho sobre a figura (mais do que sobre a personagem) do ator Nikolai Tcherkassov, transformado num bloco vertical de inquebrável retidão, imagem de força que muito agradaria a Stalin e que este gostaria de ver acentuada em Ivan Groznii. Mas Nevsky é também o ponto onde Eisenstein começa a revelar a influência da ópera, construindo o filme num permanente diálogo entre as imagens e a música de Prokofiev, espécie de sinfonia épica onde tudo trabalha e é trabalhado (quase subliminarmente) em função da exaltação emocional do sentido de patriotismo dos espectadores. Ou seja, se alguma coisa Eisenstein tinha aprendido com tantos contratempos, era a fazer convergir todo o seu trabalho teórico e toda a sua atração por um “cinema intelectual” numa estrutura formal que aparentemente o dissolvia mas que não trazia mais do que o devolver, em termos emocionais, verdadeiramente à flor da pele.

Miguel Oliveira
(texto adaptado) - Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.




O ditador Joseph Stalin queria que Alexandre Nevsky fosse produzido como propaganda para alertar os cidadãos russos do perigo de uma invasão alemã. Entretanto, quando foi lançado nos cinemas o filme foi rejeitado inicialmente, devido à proximidade da assinatura de um acordo de não-agressão entre Rússia e Alemanha. Porém, após a invasão alemã ao território russo em 1941 Stalin ordenou que Alexandre Nevsky fosse exibido em todo cinema russo, na intenção de inspirar a população local a resistir à invasão.

Grant Green - Carryin'On (1969)


Grant Green foi um dos maiores guitarristas que o jazz já teve, ele figura ao lado de Wes Montgomery e Kenny Burrell na história do jazz. Gravou muito para o selo Blue Note e tem uma vasta discografia, tanto como lider, como sideman. Carryin'On é de 69, e tem a música que me aproximou do jazz, "Easy Back". É de um groove fora do comum.