sábado, 19 de janeiro de 2008

Fats Domino – This Is Fats

Seis anos antes Bill Haley gravar “Rock Around The Clock”, o jovem Antoine “Fats” Domino, aos 21 anos, escreveu a canção-base do rock ‘n’ roll, “The Fat Man”, em 1949. A partir do sucesso desse single de estréia, que vendeu um milhão de cópias, o vocalista e pianista nascido em Nova Orleans compôs mais hits do que qualquer outro da era do rock dos anos 50, à exceção de Elvis Presley, incluindo uma impressionante série de 39 singles que ocuparam os primeiros lugares das paradas, entre 1954 e 1962.

Ao vender algo em torno de 65 milhões de discos naquela década, Domino foi, sem dúvida, o responsável por fazer uma ponte entre o R&B e o rock – embora Little Richard possa disputar o título. O que está fora de discussão é a influência exercida por seu trabalho nos anos 50, que se espalhou por toda a música pop, atingindo de Pat Boone aos Beatles.

This Is Fats, o terceiro álbum do cantor pela imperial, foi lançado no auge da carreira de Domino e tornou-se o mais poderoso retrato de sua genealidade, graças a maravilhas do boogie-woogie como “Blue Monday” e “Honey Chile” e as obras-primas da tristeza como “So Long” e “Poor, Poor Me”.
A Triunfante “Bluebarry Hill”, que abre o álbum, foi um sucesso de Glen Miller em 1940, mas, apesar de seu charme e calor, a música acabou sendo surpreendentemente difícil de gravar. Ninguém conseguia achar a partitura e Domino esquecia o tempo inteiro a sua parte. Não foi possível completar sequer um take e o estúdio teve de emendar o material gravado. O resultado do esforço foi um single que chegou ao primeiro lugar das paradas de R&B nos Estados Unidos e ao segundo lugar nas paradas de pop – a melhor clocação de Domino nessa categoria.

Créditos: LágrimaPsicodélica
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Fats Domino – 1956 This Is Fats

O direito a ser humano


Adriana Facina (Observatório da Indústria Cultural/UFF)


A origem da idéia de direitos humanos remonta pelo menos ao tempo da Revolução Francesa, movimento político que funda a época contemporânea e coloca as massas como protagonistas de transformações sociais profundas. A perspectiva básica que reunia todos os segmentos sociais envolvidos na revolução era a da necessidade de se criar uma ordem na qual o ser humano deveria ser o centro da vida política e social. Nada de reis ungidos, nem de poderes de origem divina. Cabia aos homens (no vocabulário da época) guiarem seus próprios destinos.


Mais recentemente, sob o impacto dos horrores da Segunda Guerra Mundial, cujo saldo de milhões de mortos incluía os assassinados em campos de extermínio e também os civis massacrados pelas duas bombas atômicas lançadas sobre o Japão, surgiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela ONU em 1948. Nela são condenados o arbítrio e a tortura e garantidas a liberdade de expressão e o direito ao trabalho, entre outros.


Dessa ótica, procurava-se manter, ainda que sob o capitalismo, garantias mínimas para uma vida digna a todos os seres humanos. Os tempos eram outros, os chamados “anos gloriosos”, nos quais as economias capitalistas ocidentais cresciam num ritmo frenético e a existência do bloco socialista alimentava sonhos concretos de revolução.


Mais de meio século depois, a conjuntura é diversa A devastação neoliberal, resposta às crises estruturais do capitalismo e aos movimentos sociais e políticos que protagonizaram a cena política nas décadas de 1960 e 1970, explicitou a contradição estrutural entre o direito à propriedade privada e a defesa da vida humana. O compromisso com o lucro e com a manutenção da (des)ordem do capital gerou desemprego, fragmentação, individualismo e desesperança em meio ao hiperconsumo e à mercantilização radical da vida humana.


Não podendo mais ser incoporada via emprego ou consumo, a classe trabalhadora se tornou uma massa de seres supérfluos, alvo de uma criminalização alimentada pela mídia oligopolizada e propagandista do pensamento único.


Como classes perigosas, esses supérfluos são agora objeto não mais de políticas de bem estar social, mas sim de penalização que os condena às prisões ou mesmo ao extermínio.


Nesse contexto mundial, vivemos no Brasil uma exacerbação dessa situação. Campeões em desigualdade, sem tradição democrática popular, com um ensino público sucateado há décadas e herdeiros de um ainda recente e vivo passado escravocrata, assistimos a globalização de práticas há muito conhecidas entre nós. Como diz Marcelo Yuka: “todo camburão tem um pouco de navio negreiro”.


De um lado, temos uma mídia criminosa que estigmatiza os pobres e torce pela limpeza étnica que as políticas de (in)segurança vêm realizando em periferias e favelas, criando a idéia de uma guerra que rende muita audiência e contratos publicitários. De outro, uma classe média amedrontada e acuada, desprovida da experiência fundamental de convívio com as classes populares que era gerada em espaços como a escola pública, agora esvaziada desse papel social. Não é de se estranhar a proliferação de discursos que relativizam os direitos humanos, legitimando práticas como tortura e execuções sumárias e acusando os que falam em nome do combalido estado de direito de serem defensores dos criminosos. Trata-se de uma combinação explosiva.


E o que é dinamitado com essa explosão? A própria idéia de ser humano, de humanidade. Em última análise, os que atiram contra os direitos humanos não estão dizendo que certas pessoas têm direitos e outras não. Mas sim que alguns são humanos de verdade, enquanto que outros não merecem tal designação. A questão é definir quem decide sobre a humanidade de quem. E aí não há Alto Leblon que escape. Todos acabam prisioneiros dessa lógica perversa. Tantos os que são executados nas favelas, quanto os que viram alvo de cruzadas moralizantes e violentas de playboys espancadores oriundos da classe média.


O menino da favela que morre com um tiro da polícia no peito em frente de casa e o outro que leva uma bala na cabeça, provavelmente vinda de uma moradia luxuosa de um bairro ainda mais luxuoso. A cada vez que um capitão Nascimento é chamado, morre mais um pouco de nossa humanidade.


Há décadas atrás, um dos nossos maiores poetas, o pernambucano Manuel Bandeira, escreveu uma poesia que considero mais atual hoje do que então:


O Bicho

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.


O bicho, meu Deus, era um homem.


Publicado originalmente em http://www.fazendomedia.com/


Agronegócio contribui para efeito estufa


Patricia Benvenuti




Porto Alegre (RS) – As atividades agrícolas vêm desempenhando um papel cada vez mais devastador sobre o meio ambiente. Um relatório da Organização Não-governamental Greenpeace mostra que a agricultura hoje é uma das maiores fontes de emissão de gases do efeito estufa, causadores do aquecimento global.

O documento Mudanças do Campo, Mudanças do Clima, mostra que a agricultura baseada no uso intensivo de energia e produtos químicos vem provocando um aumento nas emissões de gases de efeito estufa. Isso ocorre em função do excessivo uso de fertilizantes, e práticas como desmatamento e criação intensiva de animais. Segundo a bióloga da Fundação Zoobotânica Luiza Chomenko, é preciso pensar não apenas no impacto de um produto em si, mas sim em toda a sua cadeia de produção, especialmente a do agronegócio.

“Tu tens um produto em si, que muitas vezes libera, mas tem uma coisa antes. Para produzir esse agrotóxico, tu tens um processo industrial. Se aí for fazer o balanço do CO2, vai ver que é altamente poluidora a agricultura. E ela vai ser poluidora depois também. Na hora em que vai colher, precisa de grande maquinário, novamente tem que usar combustível, tem que fabricar a máquina, de novo vai consumir energia, liberar CO2”, explica.

Para a bióloga, a agricultura familiar se constitui em uma das formas mais sustentáveis de produção, pois não utiliza um maquinário tão pesado como o agronegócio e nem agrotóxicos tão potentes. No entanto, em vez de haver um incentivo para os pequenos produtores, ocorre o incentivo do plantio em larga escala de matéria-prima para biocombustíveis. Segundo Luiza, lembra que essa matéria-prima provém das monoculturas, grandes responsáveis pela destruição dos ecossistemas naturais.

“Nós estamos produzindo basicamente biodiesel a partir da soja. Embora haja outros produtos passíveis de serem utilizados, nós usamos a soja, que há muito tempo deixou de ser qualquer coisa ecologicamente correta”, diz.

Na avaliação de Luiza, a solução para muitos problemas ambientais, como o aquecimento global, passa pela conscientização dos cidadãos e pela revisão do atual modelo econômico, baseado no consumo excessivo.

“Tu vê que nós estamos discutindo hoje mudança no uso do combustível. Mas nós não estamos discutindo mudanças do modelo de transporte. Cada vez mais carros mais potentes, estradas mais saturadas. Essa é uma política que mundialmente deveria começar a ser discutida e revista”, afirma.

De acordo com o relatório do Greenpeace, a contribuição da agricultura para as mudanças climáticas é estimada entre 8,5 bilhões e 16,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Isso representa entre 17% e 32% de todas as emissões de gases do efeito estufa causadas pelo homem.

Marco Pereira & Gabriel Grossi - Afinidade Violão e Gaita (2005)




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Povos indígenas se unem por Estados Plurinacionais

Em encontro realizado em La Paz, participantes discutem como viabilizar sociedades que levem em conta as cosmovisões dos diversos povos da América Latina

Em encontro realizado em La Paz, participantes discutem como viabilizar sociedades que levem em conta as cosmovisões dos diversos povos da América Latina



Igor Ojeda,

de La Paz (Bolivia)


O exemplo da Bolívia deve ser levado a todos os países da América Latina. A missão foi aceita por representantes de organizações indígenas de vários países do continente durante o seminário “Povos Indígenas, Constituições e Estados Plurinacionais”, realizado em La Paz, na Bolívia, de terça-feira (15) e a quinta-feira (17).

O foco é a viabilização de sociedades baseadas em novos paradigmas, que levem em conta as cosmovisões dos diversos povos originários da região, excluídos da participação política desde a chegada de Cristóvão Colombo. Eles exigem não serem mais vistos como folclore, e sim como sujeitos.

Na declaração final do evento, realizado pela Coordenadora Andina de Organizações Indígenas (CAOI), organização criada em julho do ano passado, os participantes ratificam sua “firme decisão de Povos Indígenas de integrar o Abya Yala [América], para reconstruir nossos Povos, lutando pela inclusão e a construção de Estados Plurinacionais e Sociedades Interculturais, com novos governos que reconheçam nossos territórios e direitos coletivos e implementem políticas públicas, saberes e democracias interculturais, tendo como princípio para as sociedades a Unidade na Diversidade, e como construção de sociedades alternativas sobre a base das propostas dos Povos Indígenas”.


Oportunidade


Para os participantes, uma janela de oportunidade foi aberta para se construir sociedades alternativas, diante da falência dos “velhos Estados-Nação, cada vez mais privatizados e desnacionalizados”. Oportunidade aproveitada pela Bolívia, onde “o movimento indígena e a sociedade excluída da política eurocêntrica (neocolonial) vêm lutando para conseguir mudanças e é o fascismo da direita, que impede, bloqueia, sabota e manipula meios de comunicação para impedir que se concretize as mudanças pelas quais votou a ampla maioria da Bolívia, através do irmão presidente Evo Morales”.

Ainda sobre a Bolívia, o documento convoca a solidariedade com a luta do seu povo, e anuncia um “alerta (...) permanente diante de qualquer ameaça (...) dos poderes transnacionais de sempre”.

Com vistas na próxima nação que pode se espelhar nesse exemplo, os participantes do encontro decidiram respaldar a Assembléia Constituinte do Equador, na expectativa “que permita viabilizar o Estado Plurinacional com a participação das Nacionalidades e Povos Indígenas com a finalidade de construir um país solidário, recíproco e eqüitativo para garantir a estabilidade institucional e política a médio e longo prazo”.

Compareceram ao seminário representantes dos povos Aymara, Quéchua, Poqra, Mapuche, Kichwa, Pemón, Miskitu, Guarani, Ayoreo e Chiquitano, provenientes da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Argentina (formadores, com o Chile, da CAOI), Venezuela, Nicarágua, Honduras e Paraguai. O Brasil esteve representado como integrante da Coordenadora de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA) e através do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).


Dominação


Luis Evelis, da Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC), lembrou que os Estados-Nações possuem características monolíticas, que procuram estabelecer sociedades homogêneas, como condição para a “modernidade” e como meio de dominação. Ou seja, não reconhecem e buscam invisibilizar as “diferenças regionais, ambientais e culturais”.

Guillermo Churuchumbi, da Confederação dos Povos Kichwa do Equador (Ecuarunari), listou os elementos de um Estado Plurinacional: economia comunitária; reconhecimento do sistema de saúde tradicional; administração e justiça comunitárias; educação bilíngüe e intercultural; organização política própria, com reordenamento territorial; princípios de reciprocidade e respeito entre os povos; e políticas públicas interculturais.

Segundo ele, é essencial a construção de conceitos que tratam o Estado Plurinacional, para que as lutas não se limitem em si mesmas. A necessidade da formação política, intelectual e técnica dos indígenas foi destacada em várias falas dos participantes, assim como a socialização das discussões teóricas com as bases.


Obstáculos


Se a situação na Bolívia é mais esperançosa, o mesmo não acontece na Argentina. De acordo com o mapuche Jorge Ñancucheo, vice-presidente da Organização de Nações e Povos Indígenas na Argentina (Onpia), “no futuro do país, construir um Estado Plurinacional é impensável”. Para ele, o racismo na sociedade local é muito forte, o que faz com que a participação política seja nula.

Grandes dificuldades também são encontradas no Peru. Segundo o antropólogo peruano Rodrigo Montoya, os povos indígenas locais não têm força para mudar o rumo das coisas. “A política de Alan Garcia [o presidente] está diretamente inspirada no que ocorre na Bolívia: para que não ocorra o mesmo”.

No entanto, na opinião de três deputados constituintes bolivianos, a nova Constituição do país, embora signifique um inegável avanço, ainda não é a ideal. Segundo eles, a lei de convocatória da Assembléia Constituinte não permitiu a participação direta dos povos originários; isso se deu somente através de partidos políticos.

De acordo com um deles, o constituinte pela Movimiento Al Socialismo (partido de Evo) Raúl Prada, a nova Carta Magna ainda possui muitos preceitos liberais. “É uma Constituição de transição. Não se institucionaliza totalmente as demandas indígenas”.


Leia mais sobre a Bolívia


John Coltrane- A Love Supreme Part 4 (Psalm)

Ó canalhas!!!


Ó canalhas!!!
Bourdoukan

Foi muito singela a homenagem do Estado Judeu ao delinqüente e criminoso de guerra número 1. Até ontem, o Estado Judeu já havia sacrificado 36 palestinos. Dado o histórico de seus dirigentes, aguarda-se novos sacrifícios de palestinos, de preferência crianças e adolescentes.

O Ministério de Defesa de Israel já fechou todos os postos de fronteira, penalizando um milhão e meio de seres humanos.

A desmoralizada ONU protestou contra o castigo coletivo, mas nem isso comoveu a mídia pilantra, que se esmerou em relatar a emoção de Bush quando visitou o “museu do holocausto”, mas ignorou completamente o Holocausto que suas tropas praticam contra os semitas do Iraque.

Há algo mais anti-semita que essa mídia pilantra? Trata os europeus como “semitas”e os autênticos semitas, os árabes, como seres de segunda classe.

O tempora, o mores!
Ó canalhas!!!

Sob o Olhar do Mar - Umi wa Miteita / The Sea is Watching

O cenário de SOB O OLHAR DO MAR é um prostíbulo do século XIX e conta a história de uma jovem gueixa, O-Shin (Nagiko Tohno), que esconde um samurai (Hidetaka Yoshioka de Rapsódia em Agosto) procurando por refúgio. O samurai acaba apaixonando-se por O-Shin e espera livrá-la dos pecados de sua profissão.No entanto, o destino e o dinheiro conspiram para separar os amantes. E quando outro rapaz (Masatoshi Nagase ,de Trem Mistério) aparece, um temporal avassalador atinge o vilarejo. O que acontece se nada nem ninguém sobreviver à fúria da natureza? Este excelente épico foi o último filme escrito pelo lendário diretor Akira Kurosawa (Os Sete Samurais, Ran). O diretor Kei Kumai arrasa visualmente nesta história de amor atemporal.

Créditos: MakingOff - Zape

Gênero:
Romance / Drama
Diretor: Kei Kumai
Roteiro: Akira Kurosawa ,baseado em livro de Shugoro Yamamoto
Duração: 119 minutos
Ano de Lançamento: 2002
País de Origem: Japão
Idioma do Áudio: Japonês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0316829/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 1018 Kbps
Áudio Codec: AC3
Áudio Bitrate: 448 Kbps
Resolução: 640 x 352
Tamanho: CD-1: 698.6 MiB / CD-2: 694.6 MiB
Legendas: No torrent


Elenco:

Misa Shimizu ... Kikuno
Nagiko Tono ... Oshin
Masatoshi Nagase ... Ryosuke
Hidetaka Yoshioka ... Fusanosuke
Eiji Okuda ... Ginji
Renji Ishibashi ... Zenbei
Miho Tsumiki ... Okichi
Michiko Kawai ... Osono
Yumiko Nogawa ... Omine
Tenshi Kamogawa ... Umekichi
Yukiya Kitamura ... Kenta
Rikiya Otaka ... Rapaz
Kumiko Tsuchiya ... Prostituta

-A tradução literal do título do filme é "O Mar Estava Olhando".

- Kei Kumai foi escolhido a dedo pelo filho de Kurosawa para dirigir o filme.

- Akira Kurosawa nunca entendeu muito bem as mulheres. Morreu sem retratá-las no cinema, já que preferia dar bola para samurais _situação que foi mudando em seus últimos anos de vida. "Sob o Olhar do Mar" surge portanto com dois atrativos. O maior deles é seu script, o último escrito pelo cineasta japonês, que não teve tempo de filmá-lo. Trata-se também de sua única investida profunda no mundo feminino.

Crítica:

-Ainda é possível ver um filme com um toque especial do mestre japonês Akira Kurosawa. Mesmo depois de sua morte em 1998, aos 88 anos, dois roteiros de sua autoria se tornaram filmes em seu país natal. Um deles é "Sob o Olhar do Mar" (Umi Wa Miteita, ou The Sea is Watching, Japão, 2002), que acaba de ser lançado em DVD e VHS.

Neste filme, muitas características do cineasta ainda se preservaram. Uma delas é o visual bem cuidado que dá a cada fotograma o status de um quadro pintado. Esta é uma tradição que nasceu já no início da carreira de Kurosawa, quando ele pintava story-boards nos anos 40. Este cuidado com a plástica das cenas chegou ao ponto de ele pintar (com requinte artístico) mais de 1.400 cenas para esquematizar "Kagemusha, o Samurai", de 1980.

Não é a toa que em um dos episódios de "Sonhos de Akira Kurosawa" (1990) personagens literalmente entram em pinturas do expressionista holandês Vincent Van Gogh.

Outra característica forte neste "Sob o Olhar do Mar" é o respeito que Kurosawa sempre expressou pela natureza. Neste filme também é evidente que o homem não é nada perto da magnitude da Natureza.

Assim como em "Rapsódia em Agosto" (1991), a certa altura do filme os personagens se tornam impotentes diante da fúria de fenômenos naturais --no caso uma tempestade.

Esta sincronia com o roteiro deixado por Kurosawa (baseado no livro de Shugoro Yamamoto) foi garantida por intervenção do filho do cineasta, que escolheu o diretor certo para o filme: Kei Kumai.

O cenário principal de "Sob o Olhar do Mar" é um prostíbulo do século 19. A chegada de Fusanosuke (Hidetaka Yoshioka), um samurai em fuga, muda a rotina das prostitutas, principalmente de O-Shin (Nagiko Tohno). Ela dá cobertura ao fugitivo e os dois acabam se apaixonando. Mas terem uma vida simples e feliz não é uma tarefa tão fácil. Adversidades sociais, tradições e valores que resistem ao tempo e ainda caprichos do destino vão atrapalhar os planos do casal.

Kurosawa, que tinha o apelido de o Imperador, se tornou um ídolo de grandes cineastas, incluindo Steven Spielberg, George Lucas e Francis Ford Coppola.
-
A paixão proibida de uma gueixa por um samurai fugitivo é o tema desse sensível épico, escrito pelo mestre Akira Kurosawa e estrelado por Hidetaka Yoshida (de Rapsódia em Agosto) e Masatoshi Nagase (de Trem Mistério). Inédito nos cinemas.

Download via Torrent:
Arquivo anexado Umi_wa_Miteita_DVDRipXvid_by_Zape.torrent ( 14.41KB ) Downloads: 41


V.A - I Got The Blues

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Tracks: VBR

1. The Sky is Crying - Stevie Ray Vaughan & Double trouble - The Sky is Crying - Stevie Ray Vaughan & Double trouble (4:38)
2. One Step At A Time - Johnny Winter - One Step At A Time - Johnny Winter (4:01)
3. StatesBoro Blues - Rising Sons - StatesBoro Blues - Rising Sons (2:24)
4. White Boots - The Vaugham Brothers - White Boots - The Vaugham Brothers (3:53)
5. Alabama - MIck Taylor - Alabama - MIck Taylor (3:47)
6. Streamline Woman - Muddy Waters - Streamline Woman - Muddy Waters (4:44)
7. Everybody's Going To Change Sometimes - Taj Mahal - Everybody's Going To Change Sometimes - Taj Mahal (2:56)
8. Tuff Enuff - The Faulous Thunderbirds - Tuff Enuff - The Faulous Thunderbirds (3:25)
9. Walking By Myself - Johnny Winter - Walking By Myself - Johnny Winter (3:33)
10. Tobacco Road - Edgar Winter - Tobacco Road - Edgar Winter (4:08)
11. Cry Baby - Janis Joplin - Cry Baby - Janis Joplin (4:02)
12. Leaving Trunk - Taj Mahal - Leaving Trunk - Taj Mahal (4:50)
13. Chitlins con Carne - Stevie Ray Vaughan & Double Trouble - Chitlins con Carne - Stevie Ray Vaughan & Double Trouble (3:57)
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O nascimento do PSUV na Venezuela





José Reinaldo Carvalho e Altamiro Borges


O dia 12 de janeiro entrará para a história da Venezuela. Nesta data, no simbólico Quartel San Carlos – onde já estiveram encarcerados vários heróis deste sofrido povo, como o líder negro José Leonardo, que liderou a revolta dos escravos contra os colonizadores espanhóis, e o próprio comandante Hugo Chávez, quando encabeçou a rebelião militar de 1992, e que hoje sedia um majestoso centro de cultura -, ocorreu o congresso fundacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU). O evento, que contou com a participação de 1.676 delegados eleitos em todo país, foi assistido por mais de 20 delegações estrangeiras. Do Brasil, PCdoB, PT, PCB e MST se fizeram representar e participaram de intensas e ricas atividades.

Conforme explicou Jorge Rodrigues, ex-vice presidente do país, coordenador do processo congressual e presidente provisório do novo partido, o PSUV surgiu como necessidade de dar maior organicidade aos milhões de venezuelanos que se identificam com a revolução bolivariana. Antes disso, os “chavistas” não contavam com um instrumento partidário próprio, mas apenas com uma legenda eleitoral, o Movimento Quinta República (MVR), nascido às vésperas de surpreendente vitória de Hugo Chávez nas eleições do final de 1998. “Realizamos uma revolução sem partido, mas agora iniciamos o trabalho de parto de um partido socialista e revolucionário”, explicou Rodrigues à atenta delegação estrangeira. Bem humorado e didático, ele fez uma “breve resenha” sobre o acelerado e sui generis processo de construção do PSUV.

Experiência complexa e original

“A revolução bolivariana tem pressa, essa é uma de suas marcas. Logo após expressiva vitória de Chávez nas eleições de dezembro de 2006, com 63% dos votos, o comandante fez um discurso sobre a urgência da construção de um partido forte, que represente todos os venezuelanos que apóiam o socialismo. Em apenas seis semanas, 5.722 milhões se filiaram ao novo partido, cerca de 36% dos eleitores do país. A meta era filiar 3 milhões, mas ela foi superada de forma impressionante. A partir daí iniciou-se o trabalho de estruturação do partido, com a construção dos núcleos, os batalhões socialistas, com no máximo 300 filiados. Foram criados 14.363 batalhões no país, reunindo pessoas que se conhecem, que são vizinhos, que apóiam a revolução bolivariana, mas que nunca tinham se organizado para discutir política”.

Segundo informou, “os batalhões socialistas realizam assembléias semanais, todos os sábados, quase que religiosamente. Em 29 de setembro, eles reuniram mais de 1,5 milhão de aspirantes a militantes do PSUV e elegeram um porta-voz, um suplente e cinco coordenadores de comissões (ideológica, propaganda, logística, defesa territorial e trabalho social). Eles são porta-vozes, devem expressar os anseios dos filiados, e não representantes afastados da base. Hoje temos mais de 100 mil integrantes nestas comissões, que atuam de forma organizada e são a vanguarda da construção de um partido altamente democrático. Em 20 de outubro, as assembléias elegeram os 1.676 delegados ao nosso congresso fundacional”.

O próprio Rodrigues admite que a “tarefa de construir um partido de quadros e de massas é complexa e apresenta inúmeras dificuldades”, mas ele está otimista com “o início do trabalho de parto”. A partir do congresso fundacional, os aspirantes a militante do partido discutirão durante dois meses os documentos partidários. “Definirão as bases programáticas, os estatutos e as tarefas políticas do PSUV. O objetivo é erguer um partido forte, o maior do país, com muita ternura e tolerância, mas também com muita firmeza. Os inimigos da revolução são poderosos e não descansam. O referendo da reforma constitucional mostrou que não podemos vacilar. A nossa revolução é pacífica, democrática, mas ela também é armada e não vai sucumbir diante de qualquer agressão. Sem um partido socialista forte, a revolução não avançará”.

“Revolução não depende de um homem”

O otimismo de Rodrigues ficou expresso no ato de abertura do congresso fundacional, que foi carregado de emoção, ao ritmo de canções revolucionárias. Coube ao presidente Hugo Chávez o principal discurso da noite. Em tom de brincadeira, ele disse que “será uma fala curta”, todos riram, e o discurso durou mais de três horas, acompanhado silenciosa e atentamente pelos presentes. Foi uma aula de política e ousadia. Após elogiar a realização do evento no Quartel San Carlos, “o presídio dos revolucionários”, e fazer uma menção carinhosa aos militantes do Partido Comunista da Venezuela (PCV) “torturados e assassinados neste cárcere”, Chávez apresentou algumas propostas para a construção do PSVU.

Com base em citações de Fidel Castro, Che Guevara e Antonio Gramsci, ele defendeu que o partido tenha uma ética revolucionária e seja formado por “trabalhadores dedicados, exemplos de pessoas honestas com uma vida limpa”. Ele insistiu também na necessidade do funcionamento coletivo e democrático, que evite personalismos e carreirismos. “Do partido depende o futuro da revolução. Ela não pode depender de um homem, de uma cúpula ou de uma vanguarda esclarecida. Precisa contar com milhões. Do contrário, ela ficará vulnerável”. Em tom autocrítico, ele admitiu que a ausência deste instrumento político é a principal debilidade da revolução bolivariana. Após citar várias conquistas políticas, econômicas e sociais, Chávez afirmou: “Conquistamos importantes avanços, mas não podemos negar nossos erros, limitações e falhas”.

Lições da derrota no referendo

Entre outras idéias, Chávez defendeu que o partido invista na formação do militante. “Sem conhecimento, sem estudo, a revolução não avançará. Só o conhecimento gera consciência”. Propôs ainda que o PSUV priorize as bases e valorize a militância, atuando de forma “radicalmente democrática”. “Não queremos novas oligarquias. O partido deve fortalecer os valores revolucionários, não pode aceitar corrupto... Deve ser uma escola forjadora de consciências e vontades para subverter a ordem capitalista... A consciência é o único motor que pode mover a vontade mais férrea”. Defendeu que o partido atue no curso das lutas políticas – “ vocês agora são atores políticos” – e tenha como perspectiva o socialismo. “Falaram que o socialismo morreu e que o marxismo era o diabo. Muitos até abandonaram o socialismo, traíram, com exceção de Cuba de Fidel Castro. Mas o socialismo do século 21 é o nosso maior desafio”. Propôs ainda uma ativa política internacionalista, que resulte “na união das forças de esquerda da América Latina”.

Num dos momentos mais ricos da sua exposição, Chávez analisou a dura derrota no referendo da reforma constitucional, realizado em dezembro. Numa autocrítica profunda e madura, afirmou com todas as letras que foi o principal responsável pela primeira derrota após nove anos de vitórias consecutivas. “Eu assumo minhas responsabilidades. Errei no momento estratégico do referendo. Não era a melhor hora, o povo não estava convencido das mudanças propostas”. Referindo-se novamente de forma elogiosa ao PCV e ao Partido Pátria para Todos (PPT), reconheceu que foi sectário no trato com estas organizações, “inclusive fazendo bromas” (ironias), e disse que era imperioso valorizar as alianças. “Sem alianças, a revolução não avança, ensinou Lênin”. Bastante aplaudido, afirmou que “é necessário declarar guerra ao sectarismo” e propôs o retorno do diálogo “com o PCV, PPT, as camadas médias e setores da burguesia nacional”.

“Uh, ah, Chávez no se va”

Para ele, o PSUV deve encarar o que chamou da “batalha dos três erres. Revisão, retificação e reimpulso revolucionário”. Quanto à reeleição presidencial, Chávez provocou os presentes: “Eu perdi o referendo e a partir de 2 de fevereiro de 2013 já não estarei mais no Palácio Miraflores”. A reação foi imediata: “Uh, ah, Chávez no se va”. Vários delegados gritaram que iniciarão uma campanha de coleta de assinaturas em defesa da reeleição, mas Chávez solicitou cuidado com a idéia para não se errar novamente no momento oportuno. “A nossa próxima batalha é a eleição de outubro de 2008. Não podemos deixar a direita ocupar postos importantes. Isto colocaria em risco nosso projeto bolivariano, socialista... Não é tempo de acelerar artificialmente. É tempo de consolidar”. Pela terceira vez, Chávez citou o PCV e o PPT e pregou a formação de um Pólo Patriótico, sem sectarismos, no que foi bastante aplaudido.

Além destes dois eventos, as delegações estrangeiras ainda participaram de um jantar com o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, e a presidente da Assembléia Nacional, deputada Cilia Flores, e de uma reunião de troca de experiências com o primeiro vice-presidente da República, o deputado Roberto Hernandes Rodrigues. Nos relatos dos dirigentes de esquerda da Bolívia, Equador, Uruguai, Chile, México, entre outros, ficou patente que há uma mudança de ventos na América Latina mais favorável às lutas dos povos. Mas, como ressaltaram os latino-americanos e, principalmente, os representantes da França, Itália, Alemanha e de outros países da Europa, o momento ainda é de acúmulo de forças. A direita tenta retomar a ofensiva e atua com muita agressividade. Chamou atenção que todos, sem exceção, enfatizaram o papel nocivo da mídia hegemônica, o principal partido da direita no mundo.

José Reinaldo Carvalho é secretário de relações internacionais do PCdoB; Altamiro Borges é secretário de comunicação. Ambos representaram a direção nacional do PCdoB em Caracas a convite do PSUV.



Poesia Acróstica - sem título

A vida impõe condições
Liga as pessoas
Interage com elas
Norteia-as, às vezes
Enfim, faz-las conviver

Racha as paredes criadas
Ostentadas para deleite próprio
Difama uns ditos sábios
Reconsidera ditos insanos
Ilude com tom de prazer eterno
Gorjeia para confortar
Une, reúne
Ergue novas paredes
Saboreada assim é a vida

Meticulosamente de tempo em tempo
Escolhe alguém e nomeia alegria
No intuito de fazer-se vida
Guiar-se por este(a) em novas trilhas
A fim de evoluir e
Regojizar-se por este(a)
Doar-se em deleite eterno
Através de nossas ações.
Carlos Costa.