Wladimir Ungaretti, professor de Jornalismo da Fabico/UFRGS, segue sob censura, resultante da ação judicial movida pelo repórter fotográfico Ronaldo Bernardi, do jornal Zero Hora. Ungaretti escreve hoje no blog Ponto de Vista:
“… deslocar-nos quando ele não nos espera.” Sun Tzu
“Realizamos esta postagem de hoje, antecipando em um dia a data anunciada por nós para a retomada das atividades, após uma semana de silêncio. A partir de amanhã manteremos nossa atitude de protesto. Mais uma semana de silêncio. Estamos sujeitos a uma multa de 150 reais diários em decorrência de qualquer comentário ou análise de materiais publicados por Zerolândia. Diante desta ação de força só nos resta esta atitude. A medida, do pontodevista concreto, seleciona o que podemos ou não analisar. Estamos autorizados (!!!??????) a comentar, apenas, as perfumarias. Ou a não comentar tais perfumarias. A medida nos impede do exercício da crítica. Trata-se de um ato de censura. E diante deste estamos imobilizados.
A ação movida contra nós é patrocinada pelo PRBS (Partido Rede Brasil Sul de Comunicações), tendo em vista que é assumida por um funcionário de carreira com quase 40 anos de casa. Este é um fato. O resto é blábláblá na fabricação de mentiras. Não tínhamos noção - precisa - do o quanto nossas críticas incomodavam. Nossa inferioridade diante do gigantismo do Grupo é imensa. Temos, nesse momento, apenas força moral; a mais absoluta convicção das críticas realizadas por nós. Alguns possíveis erros de avaliação (ou até exageros) não anulam a honestidade com estas foram realizadas. Em algum momento deverá prevalecer a força da retidão moral. Pouco importa ao final o resultado das ações. O episódio é emblemático. Indicativo do que pode estar sendo articulado. Alguns leitores informam que empresas da mídia corporativa estariam sugerindo que tudo que venha a ser publicado, na Internet, tenha como anexo uma ficha. Dados com número da carteira de identidade, CPF e outras informações.
Solicitamos, na medida do possível que todos, em seus respectivos espaços mantenham viva a informação de que estamos sob censura. E com alguma periodicidade. Esperamos, também, que a nossa situação não venha a se constituir em motivo para a autocensura. Agradecemos, antecipadamente, todas as manifestações de solidariedade. E de carinho.
Mais uma vez estamos sendo empurrados gradativamente, queiram ou não, para a clandestinidade. Estudamos a possibilidade de encerramos esta etapa. Talvez fique como alternativa a produção (clandestina) de textos e fotos para outros blogs e sítios. Sempre estive à disposição de todos os grupos anarquistas.
Nossa postagem anterior foi encerrada com um viva ao Hamas. Uma provocação, sim. Encerramos esta com outra provocação. Desta vez, vivas em memória do grupo Facção Exército Vermelho, conhecido como Grupo Baader Meinhof. Palavras e fotos como estiletes, sempre. JORNALISMO é subversão”.