Os Brasas
Donwload: Os Brasas
Musicolor/Continental LPK 20.145
faixas
01 - A distância (Oriental sandness)
(Anires - L. Ransford)
02 - Beija-me agora
(Fernando Adour - Márcio Greyck)
03 - Um dia falaremos de amor
(Tom Gomes - Renato de Oliveira - Luiz Vagner)
04 - Quando o amor bater na porta (When love comes knockin' at your door)
(Tom Gomes - Sedaka - C. King)
05 - Meu eterno amor
(Tom Gomes - Luiz Vagner)
06 - Quem te faz sonhar linda garota (What makes you dream, pretty girl?)
(Anires - M. Garson - J. Wilson)
07 - Pancho Lopes
(G. Bruns - T. Blackburt)
08 - Ao partir encontrei meu amor
(Osvaldo - Hugo)
09 - Benzinho não aperte
(Tom Gomes - Luiz Vagner)
10 - Tema sem nome (Theme without a name)
(Clark - Davidson)
11 - Não vá me deixar
(Tom Gomes - Luiz Vagner)
12 - Sou triste por te amar
(Tom Gomes - Luiz Vagner)
Em 68, Os Brasas inaugurou mix de rock inglês, psicodelia & Jovem Guarda do rock gaúcho
* Flávio Sillas Jr.
Uma das melhores bandas dos anos sessenta, Os Brasas, de Porto Alegre, ainda não conta o com devido reconhecimento na história do rock brasileiro. Talvez por isso, seu único disco, batizado apenas com o nome de ‘Os Brasas’, e lançado em 1968, pela gravadora Musicolor/Continental, ainda permaneça inédito, apesar de ser um dos mais bem acabados lançamentos daquela década, inclusive com uma das capas mais modernas de sua época. Além de um repertório de grande qualidade, a banda contava com ótimos instrumentistas.
No disco, pela primeira vez, está presente um perfeito ‘crossover’ entre o rock inglês, a psicodelia e a Jovem Guarda, antecipando, de certa forma, a linha mestra da construção da sonoridade do rock gaúcho. Não de graça, o disco abre com 'A Distância', uma ótima versão para 'Oriental Sadness', original dos Hollies, além de outras canções com orientação 'beat', como 'Benzinho Não Aperte', ‘Beija-me Agora’, ‘Pancho Lopez’ e a garageira ‘Não Vá Me Deixar’, que poderia dar aos Brasas o título de primeira ‘guitar-band’ do Brasil, e que já deveria ter merecido um cover. Ainda integram o repertório do disco, que tem doze faixas, as músicas ‘Um Dia Falaremos de Amor’, ‘Quando o Amor Bater na Porta’, ‘Meu Eterno Amor’, ‘Que Te Faz Sonhar Linda Garota’, ‘Ao Partir Encontrarei Meu Amor’, ‘Theme Without a Name’ e ‘Sou Triste Por Te Amar’. As músicas evidenciam uma das grandes qualidades do grupo gaúcho, que era a sua qualidade autoral, em parte devido ao talento de Luiz Vagner. Inédito em CD, o disco circula no mundo independente por meio de um CDr que, além das músicas do álbum, ainda reúne os compactos gravados pela banda, também de grande qualidade autoral.
Os Brasas contava com a guitarra de Luiz Vagner, que levava para a Jovem Guarda a pegada e a sonoridade da psicodelia, e que está presente em boa parte das músicas desse disco. São suas as guitarras, e também a autoria em muitos casos, de clássicos do gênero com outros artistas, como Vanusa e Os Caçulas (‘A Moça do Karmanguia Vermelho’, dele e Tom Gomes). Exceto a versão de ‘Pancho Lopes’ (original de Trini Lopez), que fez algum sucesso na época, o disco não traz nenhum outro grande sucesso, mas muitas de suas músicas ficaram na lembrança de seus fãs.
O grupo Os Brasas começou por volta de 1965, em Porto Alegre, com o nome de The Jetsons, fazendo sucesso no programa Juventude em Brasa, na TV Piratini. Em 1967, grava seu primeiro compacto – ‘Lutamos Para Viver’/’Piange Con Me’. The Jetsons, e depois Os Brasas, tinha em sua formação Luiz Vagner, que após o fim do grupo fez carreira solo, atuando até hoje como cantor de reggae, Franco, Anyres Rodrigues e Eddy. Um dos precursores do rock gaúcho, o grupo mudou-se para São Paulo, onde apresentava-se em programas de televisão, como ‘Juventude e Ternura’, ‘Linha de Frente’ e ‘O Bom’.
* Flávio Sillas Jr. é colaborador de Senhor F.
fonte: http://www.senhorf.com.br/