sexta-feira, 10 de abril de 2009

O valor real da gasolina brasileira

Do sitio: Pravda-ru



http://port.pravda.ru/busines/26680-valorgasbras-0

Têm circulado na internet alguns protestos a respeito do preço da gasolina que a Petrobrás produz e vende praticamente com exclusividade no Brasil. Um monopólio de fato.

O presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, declarou que os preços da gasolina só serão reduzidos quando a companhia recuperar os prejuízos (mais honestamente falando, os menores lucros) havidos com a manutenção dos preços quando a cotação do petróleo estava nas alturas.

Gabrielli sofisma, pois, para começar, a Petro aumentou os preços da gasolina (inferior à americana, e por isso, desvalorizada em 12%) em abril de 2008 , não repassados aos consumidores por uma manobra populista do governo, que reduziu a incidência da CIDE ( Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico , uma sigla complicada para um imposto sobre combustíveis), a fim de não repassar os aumentos de preços na bomba.

Hoje, a Petro vende combustíveis, gasolina e diesel, pela cotação recorde do petróleo, de US$ 147, quando agora vale cerca de US$ 40 o barril. Isso, levando em conta que nossa gasolina tem uma mistura de até 25 % de álcool, o que baratearia seu preço , e a menor octanagem , que a desvaloriza em 12%. Na verdade, em português claro, uma porcaria de gasolina.

Apesar de todos esses "infortúnios" apontados por Gabrielli, a Petro desbancou até mesmo os lucros dos bancos. A Petrobrás lucrou, sozinha, US$ 33 bilhões , bem mais que os US$ 29 bilhões de 28 bancos brasileiros, no total.

Ora, um litro de álcool, ou etanol, pode ser comprado, em postos de São Paulo, hoje, a RS$ 1,299. Se a Petro baixar os preços da gasolina na proporção devida (fala-se em um sobrepreço de 50%), o etanol torna-se inviável .

E, como as usinas já estão na corda-bamba financeira, é claro que a Petro não haverá de reduzir os preços da "gasopa". O governo americano estima o preço médio da gasolina em US$ 1, 96 por galão (3,75 litros), de melhor octanagem e sem álcool, em 2009.

Quanto dá isso em reais? Bem, US$ 1,96 = RS$ 2,21, em 6/4/09. Isso, dividido por 3,75 litros dá um custo por litro, nos EUA, de US$ 0,52, ou R$ 1,16. Aí, descontem-se os 12% a mais referentes à diferença de octanagem: R$ 1,13. Tem, ainda, os 25% de álcool adicionados, que custam R$ 1,29. Resultado: o custo da gasolina deveria ser R$ 1,16, na bomba. Como o álcool rende só 70% do poder calorífico da gasolina, ele valeria R$ 0,81. Inviável, pois.

Mas, se você se indignou com os preços da gasolina brasileira, saiba que o gás vendido pela Petrobrás à indústria custa o dobro dos preços praticados no exterior. O mesmo gás natural, vindo em parte da Bolívia, custa, no fogão das residências paulistas, o triplo do que custa no México.

E a Petrobrás tem a cara de pau de dizer que a diferença de preço serve para custear os investimentos que ela está fazendo no PAC, o programa de obras do governo federal. Então, o contribuinte é quem paga pelo investimento que dará mais lucros à firma? E o lucro de US$ 33 bilhões, desculpe perguntar, serve pra quê?

Luiz Leitão

Mudança no BB e a gritaria da mídia rentista

Do blog do Altamiro Borges, por ele mesmo:

O neoliberalismo, com a sua política de desmonte do Estado e de libertinagem financeira, tem sofrido forte desgaste no mundo todo devido à grave crise capitalista que ajudou a detonar. Mas os neoliberais continuam na ativa na sua adoração ao “deus-mercado”. A decisão do governo de trocar o presidente do Banco do Brasil é prova cabal disto. De imediato, os banqueiros e alguns jornalistas de aluguel criticaram a “obsessão” do presidente Lula em baixar os juros e o spread.

Os porta-vozes do capital financeiro avaliam que a troca no BB é uma interferência indevida na economia. No Jornal Nacional da TV Globo, que ainda é recordista na audiência, a apresentadora Fátima Bernardes vaticinou: “O mercado reagiu mal à mudança”. Já no Jornal da Globo, no final da noite, o ancora William Waack foi o ventríloquo dos banqueiros. Para ele, a “obsessão” do presidente Lula em baixar os juros e o spread bancário equivale “a decretar a felicidade”.

Escândalo do spread bancário

Como afirma Osvaldo Bertolino, num excelente artigo no Vermelho, a mudança no comando do BB “mostra a disposição da equipe econômica de atacar um dos focos que travam a aplicação de políticas contra os efeitos da crise econômica global no país. Ao assumir o posto de Lima Neto, o novo presidente do banco, Aldemir Bendine, terá pela frente, como disse o ministro da Fazenda, um ‘contrato de gestão’. Sua missão consiste em elevar o volume de crédito e reduzir o spread (a diferença entre o custo do banco para captar dinheiro e a taxa cobrada dos clientes)”.

A taxa do spread no Brasil, inclusive no BB, é um escândalo. O dinheiro que poderia servir para irrigar a economia nacional é entesourado nos cofres das instituições financeiras. Somente no ano passado, os brasileiros pagaram R$ 134,5 bilhões em spread, segundo cálculos da Federação do Comércio de São Paulo. Estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que irritou os banqueiros e ameaçou o posto de Marcio Pochmann, comprova que o empréstimo para pessoa física no país custa dez vezes mais do que em qualquer agência bancária na Europa. O valor pago em spread em 2008 correspondeu ao dobro do orçamento do Ministério da Saúde.

Lima Neto, indicado para a presidência do BB em 2006, achava-se acima das orientações de um governo democraticamente eleito pelo povo. Na prática, representava os banqueiros no interior do governo. Ele vivia às turras com o ministro Guido Mantega, mantendo-se fiel à ortodoxia dos neoliberais. A sua substituição dá novo alento ao governo para enfrentar a grave crise mundial do capitalismo que, deixada ao sabor da “mão invisível do mercado”, resultará em mais falências, demissões e retração dos investimentos nas áreas sociais. Aldemir Bendine, ao reduzir os juros e o spread, injetando mais dinheiro na economia, colocará na parede os poderosos banqueiros.

Confortably Numb(Confortavelmente Entorpecido)



Recado verdadeiro de Andre Lux do blog Tudo Em Cima:

"De todas as músicas geniais do Pink Floyd, essa é uma das minhas favoritas. Dedico ela a todos meus irmãos e irmãs do planeta Terra que desperdiçam suas vidas consumindo o lixo que a mídia corporativa lhes enfia goela abaixo até ficarem completamente entorpecidos. Lembrem-se: nunca é tarde para mudar!"

Essa cena é do filme "Pink Floyd: The Wall", dirigido por Alan Parker.

A febre amarela e o latifúndio da informação


Quais as causas do aumento da incidência da febre amarela no Rio Grande do Sul? Segundo o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, a propagação do vírus, que teria vindo da Argentina, surpreende pela rapidez e se deve a uma superpopulação de mosquitos. “Provavelmente em função de mudanças climáticas”, arrisca. É alarmante o pouco interesse das autoridades sanitárias em investigar a fundo as causas deste problema que vem se agravando no Estado. Se há uma superpopulação dos mosquitos transmissores da doença é porque houve um desequilíbrio ambiental alterando, entre outras coisas, a população de espécies que se alimentam destes insetos. Recentemente, a região do Vale do Sinos, registrou um problema de superpopulação de mosquitos em função da mortandade de peixes. Superpopulações não surgem por acaso.

O desinteresse em investigar as causas da proliferação da doença no Estado não chega a ser surpreendente em um governo que trata Saúde Pública e Meio Ambiente como áreas estanques e que tem como principal política na área ambiental o atropelo e o desrespeito à legislação para favorecer empresas. Os meios de comunicação têm sua parcela de responsabilidade também e ela não é pequena. O tratamento editorial dado à área ambiental é subordinado aos interesses dos anunciantes. Há vários fenômenos alarmantes. Não se trata apenas da febre amarela. Em março deste ano, o surgimento de três casos de leishmaniose visceral colocou em situação de emergência a cidade de São Borja. Nos últimos anos, a dengue tornou-se um problema com índices epidêmicos. Em Porto Alegre, há pelo menos um registro confirmado da presença de raiva, problema ligado à proliferação de morcegos.

Uma das maneiras de não atacar esses problemas é justamente tratá-los de forma isolada, sem dedicar atenção às suas causas e relações. Neste sentido, a blogosfera pode dar uma importante contribuição à população, ocupando o latifúndio informativo deixado pela imprensa e pelo governo estadual. Faltam recursos para isso, é certo. Mas há uma coisa que pode ser feita: divulgar informações e estudos que tratem das causas e das relações entre esses fenômenos. Esse é um desafio também para os pesquisadores das universidades gaúchas. Há fortes indícios que apontam para a relação entre os problemas ambientais no Rio Grande do Sul e essas doenças. As autoridades sanitárias correm para apagar os focos de incêndio, mas pouco ou nada fazem para entender por que eles estão ocorrendo com regularidade crescente. A ignorância anda de mãos dadas com a irresponsabilidade.

Poesias de Carlos Costa...



Poesia Acróstica


O desejo sempre afeta alguém

Alcança irremediavelmente um bem

Mesmo que roube este de outrem

Oscila entre quem vem ou tem

Resgata (ou perde) seu vintém …


Ébrio por um ardor real !


Faz-me tê-la desejo ingrato

Ostentá-la como meu bem!

Guias-me por teus caminhos

Olvidas que eu te sustento (?)...


Quantos enganos de um pobre homem!

Ubiquando-se por lugares findos

Esmerando um talento oblíquo.


Aliciado fui, desejo, e ainda brincas

Rifando a paz que retinha

Dói-me teu zombo, óh ingrato,

Eu ainda sou teu sustento.


Sê parte de minhas riquezas

Ensaia-me com tua destreza

Mela-me com a mesma paixão que melas a vida


Sei que o fruto que levas contigo é árduo

Emancipado e talvez até fardo,


Vou assim mesmo seguir-te

Emaranhado pelo teu dom de ludíbrio

Resguardando o que levo (vazio).




Autor: Carlos Eduardo M. da Costa


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Plena a dor do ardor,

Como ela ensina o amor

Ou por vez o ódio.


Eu, com meu labor, aprendo o amor

Não o amor casal (de véu e grinalda),

Mas o amor visceral (à vida).


Plena a dor do ardor.

Ensinou-me (mas não aprendi !)

Que paixão opõe-se à dor.


Apesar do amor, eu sinto dor

Plena a dor do ardor

Que me ensina o amor...

Autor: Carlos Eduardo M. da Costa