quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Massacre em Gaza...

Relatório de violência dos colonos na Palestina
Povo Palestino é vítima de um Holocausto às mãos dos Israelenses



Este relatório elaborado por Ahmad Jaradat para o Centro de Informação alternativa é um detalhado documento sobre os métodos israelenses na prática continuada do holocausto do povo palestino, às mãos dos israelenses, perante o silêncio cúmplice dos governos, nomeadamente dos EUA, da UE.




Ahmad Jaradat (para the Alternative Information Center)

Maio/Junho 2009 Hebron e Sul da Cisjordânia

Na noite de primeiro de maio, aproximadamente 20 colonos do assentamento de Bat Ayin, norte de Hebron, abriram fogo contra casas na vila Palestina de Safa. Os colonos queimaram um campo de plantação de trigo de propriedade do fazendeiro Mohammed Husain Musleh Adi. Moradores da vila de Safa e de outras vilas próximas reuniram-se após os alto-falantes da mesquita emitirem a notificação da violência. Moradores atiraram pedras nos colonos com o intuito de proteger suas vidas e casas. Após chegar ao local, o exército Israelense anunciou o fechamento da área como zona militar. Em seguida, soldados Israelenses permaneceram nos check points (áreas de controle) nas vias que conduzem à vila, sem tomar qualquer atitude a fim de frear a atitudes dos colonos. Há duas semanas atrás colonos de Bat Ayin também arrancaram dezenas de pés de oliva em uma área próxima ao assentamento.

Também em primeiro de maio, escavadeiras Israelenses, sob proteção militar, nivelaram 1 hectare de terra próxima ao assentamento de Ale’azer, localizado ao sul da vila palestinesa de al-Khader. O local é chamado Abu Bakeer e fica no distrito de Bethlehem. A área afetada, contendo plantação de uvas, pertence à família de Salah. O prefeito de al-Khader, Ramzi Salah, comentou que a destruição objetiva expandir os assentamentos vizinhos.

Em sete de maio, colonos armados do assentamento Bat Avin obstaculizaram agricultores de Bait Omar de chegar às suas terras. Colonos atiraram no ar quando os fazendeiros tentaram chegar às terras localizadas em Ain al-Baida, fazendo com que estes deixassem o local.

No dia 12 de maio, colonos dos assentamentos de Giv’at e Kiryat Arba atacaram um grupo de palestineses e internacionais que se encontravam em Buwaira, a leste de Hebron. Os manifestantes uniram-se para protestar o confiscamento de terras na área. Hashem al-Azza, ativista de 45 anos, foi agredido na cabeça após os colonos terem chego e atirado pedras no grupo. O exército repetidamente auxilia os colonos no ataque aos manifestantes.

Em 17 (dezessete) de maio, dezenas de colonos em cooperação com membros extremistas Knesset do Partido Nacional Israelense (Israelli National Party) manifestaram pelas ruas de cidade antiga de Hebron. O encontro foi realizado sob direção de um membro do parlamento Israelense (Knesset), Yakov Katz, do Partido Ichud Leumi. O ministro da Defesa Ehud Barak concedeu a permissão ao grupo para visitar a cidade. Novas fontes descreveram a visita como um ato de encorajamento aos assentamentos na Cidade Velha (Hebron) e reforço aos postos já existentes. Desde o começo da manhã, o exército Israeliense fechou as lojas e as ruas na área afetada e intensificou as atividades relativas aos check points. Em algumas áreas da cidade, organizações locais Palestinesas, internacionais, e membros árabes do parlamento (Knesset) juntaram-se em protesto à visita.

Em 19 de junho, oficiais da Administração Civil Israelense emitiram ordens de demolição das casas de cinco famílias em Hebron, as quais estão localizadas em Hejra, no sul da cidade e dois kilometros a leste do assentamento Bait Hagai. Referidas casas estão próximas à Rodovia Número 60, que serve aos assentamentos. Segundo o Comitê pela Defesa de Terras tais ordens foram emitidas a palestineses que não podem construir ou expandir suas casas por residirem na Área C, na qual é quase impossível obter permissões para construção. No entanto, assentamentos e rodovias para os assentamentos continuam nesta área. O Comissário Abed al-Hadi Hantash disse que desde o começo deste ano, aproximadamente 90 ordens de demolição de casas foram entregues a palestineses, particularmente na área ao sul de Hebron, onde o projeto de assentamentos é ativo.

Ainda em 19 de maio, uma colona do assentamento de Kiryat Arba atropelou uma criança de três anos de idade. O incidente ocorreu em uma das principais vias da área de al-Ra, lado leste do assentamento. A mesma tentou escapar mas locais a impediram, sendo que o exército, ao final, permitiu que esta deixasse o local. A criança, Jalela Mus’ab al-Ja’bari, foi levada ao Hospital de Hebron para ser tratada, sendo diagnosticada como caso de média gravidade.

Em 24 de maio, quatro agricultores das vilas de Om El-Muqfera e Om Toba, sudeste de Yatta, restaram machucados quando foram atacados por aproximadamente 20 colonos, usando pedras e estacas, enquanto os agricultores pastoreavam suas cabras na terra a oeste do assentamento. Os mesmos, Ismael Abu Qubaita, Issa Jebreel Makhamreh, Ibraheem ali El-Zain e Ali Mohammed Makhamreh foram levados a centros médico em Yatta para receber tratamento.

Em 30 de maio, colonos do assentamento de Bat Ayin atacaram agricultores que vinham trabalhar em uma área sul do assentamento. Jamla Mohammed Husain Adi, 45, e sua filha Mai Ibraheem Thaljee, 3, restaram machucadas quando os colonos as atiraram por terra e tentaram expulsá-las da propriedade. Internacionais também foram atacados, no referido evento, por colonos que atiravam pedras. Mohammed Ayyad Awad, ativista do Movimento Solidário Internacional (International Solidarity Movement – ISM), disse que os ataques ocorreram com a presença do exército, não tendo feito nada para acabar com os ataques. Ademais, o exército declarou a área como zona militar, forçando os fazendeiros e internacionais, who came to pick crops alongside the farmers, a deixar o local. Alguns fazendeiros e ativistas Israelenses foram detidos por horas pelo exército.

No dia 8 de junho, escavadeiras do exército danificaram e nivelaram 4 hectares de terra na área de Baq’a, nordeste de hebron, e danificaram sete lagos artificiais. Referida terra, de propriedade de Yahya Saeed Jaber, Mohammed Nader Jaber, Azmi Abed El-Azeez Jaber, Abedel Wahhab Jaber, Jawad Abed El-Jawwad Rajabi e Ziyad Hammouda Jaber, vinha sendo usada para o cultivo de uvas. Os 4 hectares serão confiscados para os assentamentos de Kiryat Arba e Giv’at Harsina.

Em 13 de junho, colonos de Kiryat Arba e outros assentamentos repetiram os ataques contra residentes de Wadi Husain, que fica a oeste do assentamento. Segundo um dos residentes de Wadi Husain, Fahd Ja’bari, os colonos hostilizam os moradores das vilas jogando pedras em suas casas e perseguindo crianças na rua principal.

No dia 17 de junho, uma nova onda de ataques teve início na vila de Om al-Khair, ao sul de Hebron. Colonos provindos das vizinhanças do assentamento de Karmiel atiraram pedras em pastores para forçá-los a deixar a área vizinha ao assentamento. Tareq Salem Hadaleen, 16, foi ferido na cabeça por uma pedra. Soldados Israelenses chegaram ao local proclamando a área zona militar fechada e auxiliando os colonos a manter os agricultores fora da mesma. Em um pronunciamento (statement) para AIC, Yasser Hadaleen disse que tais ataques tem como objetivo forçar os moradores a deixar suas terras, especialmente as que estão localizadas a leste do assentamento de Karmeal, a fim de tornar mais fácil o confisco das terras. No entanto, embora tais ataques sejam realizados em cooperação com o exército, Hadaleen disse que os moradores da vila não pretendem deixá-la. Também comentou que ao invés de tentar impedir os ataques dos colonos, o exército diz não querer problemas – e simplesmente declara a área uma zona militar fechada.

Em 19 de junho, um grupo de colonos do assentamento de Beit’Ain queimaram uma área arborizada pertencente às famílias das vilas de Bait Omar e Soreef; cerca de 120 árvores foram destruídas pelo fogo. Mohammed Ayyad Awad, um ativista do movimento solidário, disse que a cada dia o movimento solidário é informado de agressões similares e a queimada de árvores ocorre constantemente.

No dia 20 de junho, vários internacionais e residentes de Beit Omar foram feridos quando colonos, com o auxílio do exército, atacaram dezenas de agricultores e membros de grupos solidários que os ajudavam a trabalhar em suas terras, adjacentes à Bait Omar. Os colonos chegaram do assentamento vizinho de Beit’Ain e atiraram pedras. Por meses, colonos deste assentamento tem atacado agricultores; segundo o Comitê de Defesa de Terras 11 ataques foram registrados desde Abril, entre eles queimada de árvores e agressões físicas aos agricultores.

Em 21 de junho, três moradores da vila Palestinesa de Sosya, sudoeste de Yatta, foram lesados quando colonos do assentamento vizinho de Susiya atearam fogo às tendas nas primeiras horas da manhã, quando estes ainda dormiam. Abed El-Rahman Mohammed Jawaj’a, 22, Yahya Khaled Nawaj’a, 21, e Ibrahim Mohammed Khaleel Nawaj’a, 22 anos, foram feridos durante o ataque. Em um ataque análogo, dois meses atrás, colonos do mesmo assentamento tentaram queimar outra tenda, mas uma multidão conseguiu evitar o episódio. Dezembro passado colonos incendiaram duas tendas pertencentes à Sara Salamah Nawaj’a e Mohammed Jaber Nawaj’a.

Em 22 de junho, colonos de Bait’Ain executaram novos ataques contra a propriedade que fica ao sul do assentamento. Desta vez, os mesmos cortaram 200 pés de uva e oliveiras pertencentes à Hammad Jaber Sulaibi e Fahd Jaber Slaibi. No mesmo ataque, estes também queimaram cerca de um hectare de terra.

Ainda em 22 de junho, em cooperação com o exército, colonos da área de Bethlehem, assentamentos de Juv’ot, Navi Danial e Bettar, nivelaram cerca de 4 hectares de área plantada ao sul da cidade de Nahhalen, a qual pertence às famílias de Fannon, Shakarneh and Al-Shaikh. A destruição da propriedade tem como objetivo a construção de redes de água e eletricidade que servirão aos assentamentos na área. O Conselheiro Municipal Chairman Mohammed Ghayada relatou que referido projeto de construção de infra-estrutura para o assentamento implicará na perda ou isolamento de mais de 330 hectares da área pertencente à vila. Segundo o mesmo, desde 1967, sua cidade perdeu 1500 hectares para os projetos de assentamento, acrescentando que grande parte das terras foram confiscadas. A vila já está cercada por todos os lados por assentamentos, os quais se encontram muito perto aos prédios locais e afetam negativamente seu desenvolvimento.

Nablus e Norte da Cisjordânia


Em primeiro de maio, colonos da fronteira do assentamento de Gi’ad, leste de Qalqilya, atacaram o agricultor Mohammed Ahmed Abu Baker, 20 anos de idade, da vila de Jet. O jovem trabalhava em sua terra vizinha a fronteira quando cinco colonos chegaram, o agrediram e borrifaram material que provoca queimaduras em sua face. O mesmo sofreu ferimentos na cabeça e nas costas quando soldados o jogaram por terra e o espancaram com pedras, tendo ainda danificado seu trator. Mohammed foi levado ao Hospital Darweesh Nazzal em Nablus.

Em 13 de maio, no distrito de Jenin, aproximadamente 40 colonos ergueram tendas nas ruínas do assentamento Homish, que foi desmontado em 2005. Os colonos organizam protestos periodicamente contra o desmantelamento do assentamento e às vezes empreendem ataques contra residentes da vila de al-Daher. Na referida ocasião, colonos arremessaram pedras contra carros Palestineses na estrada principal da vila.

O exército fechou a área através de check points.

No dia 21 de maio, dezenas de colonos provenientes do assentamento de Itsehar, sul de Nablus, destruíram 1 hectar de terra destinada ao cultivo de trigo. A mesma localiza-se em Khallet as-Sewar e é de propriedade do agricultor Mohammed Reda. Fontes Palestinesas em Nablus dizem que esta não é a primeira vez que a área tem sido alvo de ataques por colonos de Itsehar.

Em 22 de maio, a Autoridade Israelense emitiu ordem de confisco de 30 hectares de terra em El-Qatayen, distrito de Jenin. Referidos hectares pertencem às famílias da vila de Ya’bad e Tora El-Gharbiyya. Segundo a ordem de confisco, agricultores devem retirar o que precisam no prazo de 45 dias.

Mohammed Qabaha, que detém 6 hectares de terra junto à area afetada, disse à AIC que “Oficiais da Adminstração Civil chegaram ao local trazendo as ordens de confisco e mapas que demonstram as fronteiras da terra”. O terreno é cultivado por árvores e de propriedade de Mohammed Eid Qabaha, Anees Hasan Qabaha, Mohammed Shareef Zaid, Adnan Ismael Zaid, Husni Zaid, Mohammed Othman Abbadi, Saleh Azeez Zaid, Mohammed Ismael Qabaha e Awwad Rafeeq Deeb. Qabaha acrescentou que cada agricultor possui os documentos atestando o direito de propriedade da terra. Referido confisco causará a perda da principal fonte de renda para cerca de 13 famílias. Palestineses suspeitam que o objetivo por trás desta ação será a construção de um novo assentamento no local.

Em 22 de maio, colonos do assentamento de Itsehar queimaram um campo de trigo de propriedade de uma família da vila de Boreen, na parte sul do distrito. O proprietário Mohammed Raja disse que 2 hectares de terra plantados com trigo foram queimados pelos colonos. A terra está localizada em Khallet Iswar. Brigadas de Incêndio de cidades vizinhas deteram o fogo enquanto oficiais Israelenses do DCO (Escritório de Coordenação e Ligação em assuntos de segurança) documentavam a agressão.

No mesmo dia, outro grupo de colonos de assentamentos ao sul de Nablus atacaram agricultores da vila de Oreef enquanto estes colhiam trigo. Agressões físicas ocorreram entre colonos e agricultores até a chegada do exército para conter o incidente.

Em sete de junho, dezenas de organizações locais e agricultores encontraram-se na Câmara Municipal de Aneen, leste de Jenin, com o intuito de discutir os ataques diários dos colonos às terras. O prefeito de Aneen, Rabah Yaseen, disse que 1.150 hectares de terra, a maioria com plantações, atualmente estão do outro lado do “Muro” (Separation Wall) e, em consequência, difícil de serem alcançadas pelos agricultores. Por diversos meses colonos tem danificado as terras, permitindo também suas cabras de se alimentarem junto as árvores. O problema chamou a atenção de oficiais Israelenses, mas nada tem sido feito para prevenir que a terra, do lado de fora do Muro, sejam danificadas pelos colonos. Moradores da área agrícola dos assentamentos e pessoas de Israel continuam a portar suas vacas e cabras para a área. Entretanto, fazendeiros não podem acessar suas terras para o cultivo pois a permissão é geralmente garantida somente durante a época de colheita.

No dia 8 de junho, colonos do assentamento de Itamar, leste de Nablus, queimaram 2 hectares de área plantada com oliveiras. A terra tem como proprietário Amjad Sulaiman Qawareeq, da vila de Awarta. Segundo Ghassan Duglas, interlocutor para atividades dos assentamentos no norte da Cisjordânia, os ataques pelos colonos no Distrito de Nablus tem sido intensos nas últimas duas semans, particularmente involvendo colonos do assentamentos de Itsehar e Itamar.

Em 26 de junho, aproximadamente 50 colonos dos assentamentos do Distrito de Tulkarem ergueram tendas nas terras pertencentes a Ibrahim Kayed, da vila de kufer Labad, leste de Nablus, tendo tambem levantado uma bandeira Israelense na àrea. Os colonos levantaram uma bandeira na área. Kayed comentou que quando ele e seus filhos juntaram-se ao protesto, os colonos atiraram pedras e bateram nele e em seus filhos Samer, 30, e Jamal, 20. Ambos foram levados a uma clínica em função das lesões na cabeça e braços. Fontes em Nablus dizem que os colonos pretendem construir um novo posto no local, especialmente em razão de que esta não é a primeira vez que os mesmos encenaram uma manifestação nesta terra.

Créditos: www.odiario.info

Tradução de Maria Theresa Reginatto

Cidades de tendas nos EUA

A economia em fase terminal
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por Paul Craig Roberts [*]
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Cidades de tendas brotando por todos os EUA estão enchendo-se com os desempregados e sem-abrigo resultantes da pior crise econômica desde os anos 30. Enquanto os norte-americanos vivem em tendas, o governo Obama embarca num programa de construção de uma mega-embaixada de um bilhão de dólares em Islamabad, no Paquistão, para rivalizar com aquela construída pelo governo Bush em Bagdá.
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Momentos difíceis afligem os estadunidenses desde há tanto tempo que até a extensão dos benefícios de desemprego de 6 para 18 meses em 24 estados com elevado nível de desemprego, e de 46 para 72 semanas em outros estados, começa a acabar. Na altura do Natal 1,5 milhões de americanos terão esgotado os seus subsídios de desemprego, enquanto este continua a aumentar.
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No meio desta crise econômica em agravamento, a Casa dos Representantes acaba de aprovar um orçamento de "defesa" de 636 bilhões de dólares.
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De quem se defendendo os Estados Unidos? Os norte-americanos não têm inimigos exceto aqueles que o seu governo se esforça ininterruptamente por criar, através de bombardeamentos e invasões de países que não constituem qualquer ameaça aos EUA ou cercando outros – como a Rússia – com bases militares ameaçadoras.
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As guerras dos EUA são forçadas para atender à máquina de lavagem de dinheiro: dos contribuintes e de credores estrangeiros para a indústria de armamento e para as contribuições para campanhas políticas que assegurem a aprovação de orçamentos de "defesa" de 636 bilhões de dólares.
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O presidente George W. Bush arranjou guerras no Iraque e no Afeganistão baseadas inteiramente em mentiras e desinformações. Mas Obama suplantou Bush, começando uma guerra no Paquistão sem qualquer explicação.
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Se a indústria de armamento e os SS neoconservadores levarem a sua avante, os Estados Unidos estarão em breve também em guerra com o Irão, Rússia, Sudão e Coréia do Norte.
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No entanto, os EUA continuam a ser avassalados, como ocorre há décadas, não por inimigos armados estrangeiros e sim por imigrantes ilegais que atravessam as suas fronteiras.
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É prova dos tempos Orwellianos em que vivemos que 636 bilhões de dólares usados para guerras de agressão sejam chamados de "orçamento de defesa".
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Quem pagará tudo isto? Quando os países estrangeiros tiverem gasto os seus excedentes comerciais e não tiverem mais dólares para reciclar na compra de títulos do Tesouro, quando os bancos estadunidenses tiverem gasto todo o dinheiro do seu salvamento ("bailout") na compra de títulos do Tesouro, e quando a Reserva Federal não puder imprimir mais dinheiro para manter o governo funcionando sem aumentar a inflação e as taxas de juros, o contribuinte será tudo o que resta. Os dois principais conselheiros econômicos de Obama, Timothy Geithner, secretário do Tesouro e Larry Summers, diretor do Conselho Econômico Nacional, já acenam com a perspectiva de um aumento de impostos para a classe média. Será Obama manobrado para longe das suas promessas como ocorreu com Bush sênior?
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EMPREGOS EM TOPLESS
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Verão os norte-americanos a desconexão entre os seus interesses e os interesses do "seu" governo? Na pequena cidade de Vassalboro, no Maine, uma oferta de trabalho como empregada de mesa em topless num café atraiu mais 150 candidatas. As mulheres nesta pequena cidade estão tão desesperadas por empregos que foram reduzidas a despir-se para entretenimento dos seus vizinhos.
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No entanto, o governo Obama vai arrumar o Afeganistão e o Paquistão e construir palácios de mármore para espantar os habitantes locais do outro lado do mundo.
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O governo dos EUA continua a repetir "recuperação" da mesma maneira que Bush repetia "ameaça terrorista" e "armas de destruição em massa". A recuperação não é mais real que o eram as ameaças. De fato, é possível que o colapso econômico mal tenha começado. Vejamos o que se pode esperar aqui nos EUA enquanto o seu governo busca a hegemonia no exterior.
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A crise do imobiliário não acabou. Mais execuções de hipotecas são de esperar enquanto o desemprego aumenta e a proteção dos desempregos se esgotam. A crise comercial do imobiliário ainda não chegou. Vêm a caminho mais salvamentos, que terão de ser financiados por mais dívida ou criação de moeda. Se não houver compradores suficientes para os títulos do Tesouro, o Federal Reserve terá de comprá-los criando contas à ordem para o Tesouro, isto é, pela monetarização de dívida ou impressão de dinheiro.
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Mais dívida e criação de moeda colocará mais pressão sobre o valor de troca do dólar americano. A partir de certa altura os preços das importações, que incluem bens e serviços em offshores de empresas estadunidenses, aumentarão, contribuindo para aumentar a inflação já alimentada pela criação interna de moeda. O Federal Reserve será incapaz de manter as taxas de juro baixas pela compra de títulos.
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Parte alguma da política econômica dos EUA aborda a crise sistêmica nos rendimentos estadunidenses. Para a maioria dos cidadãos os rendimentos reais cessaram de crescer há anos. Os estadunidenses substituíram esta falta de aumento nos rendimentos por segundos empregos e acumulação de dívida devido à falta de crescimento dos salários reais. Com a maioria das famílias esmagada por dívidas e com empregos desaparecendo, estes substitutos para um crescimento real dos rendimentos simplesmente já não existem.
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A política econômica Bush-Obama na verdade piora a crise sistêmica que o dólar americano enfrenta enquanto divisa de reserva. O fato de não haver alternativa ao dólar como divisa de reserva não garante que este se mantenha nesse papel. É possível que os países comecem a achar menos arriscado realizar transações comerciais com as suas próprias divisas.
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Como é que uma economia fortemente baseada em gastos dos consumidores recupera quando tantos empregos de valor acrescentado, o PIB e as receitas fiscais associadas sobre as folhas de pagamentos, foram levados para o exterior e quando os consumidores não têm mais bens com que alavancar um aumento dos seus gastos?
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Como é que os EUA pagarão as suas importações se o dólar não for mais usado como divisa de reserva? Estas são as questões não respondidas.
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[*] Ex-assistente do secretário do Tesouro na administração Reagan, co-autor de The Tyranny of Good Intentions .
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O original encontra-se em counter punch. Tradução de JC.
Este artigo encontra-se em resistir.info.