terça-feira, 3 de novembro de 2015

Grandes Esperanças


Grandes Esperanças
(Great Expectations)
Great.Expectations.1946.720p.BluRay.x264-D4
Poster
Sinopse
O
pobre Pip, ainda criança, apaixona-se por Estella, que vive com a
amargurada e estranha avó numa mansão em ruínas. Financiado por um
misterioso padrinho, Pip muda-se para Londres, onde se torna um esnobe
almofadinha, mas seu coração continua pertencendo a à fria Estella.
 
Screenshots
Elenco
Informações sobre o filme
Informações sobre o release
John Mills ...Pip

Tony Wager ...Young Pip (as Anthony Wager)
Valerie Hobson ...Estella
Jean Simmons ...Young Estella
Bernard Miles ...Joe Gargery
Francis L. Sullivan ...Mr. Jaggers
Finlay Currie ...Magwitch
Martita Hunt ...Miss Havisham

Alec Guinness ...Herbert Pocket
Gênero: Drama

Diretor: David Lean
Duração: 118 minutos
Ano de Lançamento: 1946
País de Origem: Inglaterra
Idioma do Áudio: Inglês
Qualidade de Vídeo: BDRip

Container: MKV
Vídeo Codec: V_MPEG4/ISO/AVC
Vídeo Bitrate: 7292 Kbps
Áudio Codec: AC3
Áudio Bitrate: 640 Kbps
Resolução: 984x720
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 24.000 FPS
Tamanho: 6.54 Gb

Legendas: Anexas
Premiações
Vencedor dos Oscars:

Oscar de Melhor Fotografia em Preto e Branco (Guy Green )
Oscar de Melhor Direção de Arte - Decoração de Cenários (John Bryan, Wilfred Shingleton )
Indicado os Oscars:
Oscar de Melhor Filme
Oscar de Melhor Direção (David Lean)

Oscar de Melhor Roteiro (David Lean, Ronald Neame, Anthony Havelock-Allan)
Curiosidades
Adaptação
do clássico romance de Charles Dickens.O livro foi levado para as telas
mais de dez vezes, entre 1909 e 2012. As adaptações mais famosas são a
de Alfonso Cuarón, Grandes Esperanças (1998), e a de Mike Newell,
Grandes Esperanças (2012).


Primeiro
grande papel de Alec Guinness, que havia participado de uma adaptação
teatral do livro em 1939.Guinness voltaria a trabalhar com o diretor
David Lean em outros cinco filmes: Oliver Twist (1947), A Ponte do Rio
Kwai (1957), Lawrence da Arábia (1962), Doutor Jivago (1965) e Passagem
Para a Índia (1984).
Crítica
A
NBO Editora resolveu lançar em DVD diversos clássicos por 10 reais,
entre eles, boa parte dos filmes britânicos de David Lean. E a ela
agradeço muitíssimo. Exatamente porque ela me deu a chance de conhecer
um pouco mais a carreira deste brilhante diretor. Sei que é leviandade
dizê-lo só tendo visto 5 filmes do sujeito – esse, Desencanto, A Ponte
do Rio Kwai, Lawrence da Arábia e Dr. Jivago -, mas todos são
excelentes, todos ganham 9 ou 10 estrelas, e mesmo que veja alguma
diferença entre eles quanto a conceituação, há uma mente por trás de
tudo e todos eles possuem algo em comum. Portanto, reafirmo que David
Lean é um cara brilhante. Só conseguir dinheiro que comprarei os que
faltam.

A grandiosidade da obra fílmica, baseada na obra de Charles
Dickens, está na veracidade trepidante das cenas. Aparenta sim uma
Inglaterra do século XIX típica de filmes do chamado cinema clássico, e
talvez por isso eu acredite tanto na sua decupagem. O cinema clássico de
John Ford, Frank Capra e William Wyler é um de meus preferidos. David
Lean encontra-se facilmente nessa estética grandiosa, antes de seus
filmes serem grandiosos – brilhantes, mas não grandiosos. Vocês
entenderam o que quis dizer? -, mas de incrível poder de persuasão e
carisma. O cinema americano transformou-o. Tanto que a efervescência
para épicos e filmes monumentais tomou conta de sua filmografia, filmes
como Lawrence da Arábia e Dr. Jivago não são só longos, são o retrato do
americanismo, seu poder de marketing – hoje cada dia mais forte.
Na Grã-Bretanha, David Lean filmou acasos, principalmente obras de
Charles Dickens e Noel Coward. Filmes Românticos na sua essência,
desilusórios e esperançosos, com momentos intrigantes e uma
honorabilidade incomensurável. Grandes Esperanças é um grande exemplo
disso. O fatídico livro de Dickens virou uma obra espetacular na mão de
Sir David Lean ao casar o belo e o feio da sociedade interiorana – e
londrina – do século XIX. A birra de uma jovem, a mania estúpida de se
brigar por diversão, o assombro de uma situação de perigo – coisas que
paulistanos sabem muito bem o que é na última semana -, o distanciamento
de um passado que não existe mais. A gramática da vida: por mais que
nossas vidas mudem, somos sempre os mesmos, mesmo que tenhamos esquecido
disso.
Inicia-se com sua infância, morando com a irmã malvada. O garoto
vai ao cemitério visitar o túmulo de sua mãe e um fugitivo da prisão o
aborda, pedindo comida. Ele não fala nada a ninguém e ajuda tal pobre
homem. Uma mulher, algum tempo depois, rica e solitária, louca após o
casamento que nunca ocorreu, busca na criança um cerne de
entretenimento. Ele então cresce, sempre visitando tal senhora por um
motivo acima de tudo: a bela garota má por quem se apaixonou desde o
primeiro dia que a conheceu. Um dia ela se muda de lá. Outro dia ele se
muda. Alguma boa alma resolveu custear sua vida na capital inglesa com o
propósito de troná-lo fino e bem educado, como um nobre. As mudanças
surgirão, e fatos ocorrerão.
Com o passar da trama, vislumbramos um enigmático senso de certo ou
errado. O jogo que Lean faz com o poder do dinheiro é impressionante.
Mais belo ainda é a usurpação das tradições matrimoniais, presentes a
cada momento para inflar uma idéia pendente no caráter moralista de uma
sociedade conservadora como é a Inglaterra – a rainha ainda é um símbolo
de grande respeito, mesmo não tendo poder político algum, não? À parte
dessas questões, o que mais me encanta e apaixona é maneira com que ele
lida com o amor. A crença infantil de negar sua paixão muitas vezes e
crer que fazendo mal ao alvo de sua ternura, estará despistando tal
insólito sentimento. Combinando um aspecto triunfante ao vexame,
polariza-se a virtude que se torna o degredar de um mundo quase
perfeito.
E então, com serenidade e sensibilidade, o filme termina, a
história termina, mas sem titubear na maneira nunca fácil como tudo se
alcança. A tragédia sempre constante cria a atmosfera ideal para o
fantástico do cinema clássico verossímil e crível. Imagens
perturbadoras, caracterizações tão farsescas que se tornam mitos reais,
crueldade e trivialidade num mundo em que se é tão fácil de imaginar.
Turbulência. Twist. Trepidações e tremulações. Um filme que busca a
incerteza do ser nele mesmo ao confrontar e enigmatizar um ato solene.
Quanto mais tempo passa, mais esquecidos clássicos como esse se tornam,
principalmente por não ser um de seus filmes mais notáveis. Ao pensar em
Sir David Lean, o que se vem à mente são seus épicos gloriosos e
pomposos produzidos nos EUA. A oportunidade de vivenciar obras como
Grandes Esperanças e Desencanto é imprescindível para provar todo o
início de alguém que sempre foi grande. Belíssimas histórias de amor,
tristes e carregadas de emoções. Não peço mais nada para um filme do que
mágica.
Pode-se dizer várias coisas sobre filmes em língua inglesa. Pode-se
dizer que são antiquados e conservadores, que em nada quase inovam.
Podem-se relegar os clássicos em detrimento de estrangeiros modernos.
Pode-se excluí-los da gama de filmes importantes. Mas não se pode negar
que são filmes belíssimos feitos por grandes diretores que fizeram
grandes filmes, e que ainda hoje, são inesquecíveis e talvez os mais
belos que perpetuaram.

Gabriel Carneiro
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.

Arquivo(s) anexado(s)