sexta-feira, 24 de junho de 2011

Gripe suína e pirataria biológica

Escrito por Raymundo Araujo Filho   no CORREIO DA CIDADANIA

É fato que a chamada Revolução Verde na Agricultura (só se for do dólar...) foi iniciada no estado do Rio Grande do Sul e espalhada dali para o Brasil, através de movimentos migratórios pela fronteira oeste até o Acre, já tendo presença marcante no Amapá, Roraima e toda a região Norte, avançando no sul maranhense e Piauí, principalmente, além do Centro-Oeste brasileiro e demais estados do Sul. Sua predatória presença é menos sentida no Sudeste, tendo São Paulo experimentado o estilo predador através de sua própria gente e empresários de fora, expandindo-a para Minas (hoje não mais resistente). No Rio de Janeiro e Espírito Santo persiste fraca vocação agropecuária (sendo importadores de alimentos), apesar de seus inúmeros microclimas, enormes áreas de serra e várzea e vasta região litorânea.

Mas, foi ali na região dos Pampas que as corporações do agronegócio predador aportaram fortemente, com sua laia de indústrias de venenos agrícolas e para animais, rações industriais, fertilizantes, sanitizantes e toda a sorte de combinações esdrúxulas destas drogas e venenos, com mau manejo agrícola e animal, persistindo monoculturas e gado extensivo ou confinado, opções equivocadas frente ao semi-intensivismo.

Dali emanaram os tais “sistemas integrados” entre o produtor e os moinhos, abatedouros ou indústrias transformadoras de alimentos, sendo o produtor praticamente escravizado pelo sistema de plantio ou criação determinado pelo complexo do agronegócio, com seus pacotes avalizados e financiados com dinheiro público de fundos de longa amortização ou mesmo fundo perdido.

Mas, dialeticamente, foi aquele estado, junto com o Rio de Janeiro (Coonatura, com Paulo Aguinaga e Tuíca à frente), que nos proporcionou a vanguarda da genuína e não empresarial Agropecuária Ecológica com a Cooperativa COOLMÉIA, com Nelson Diehl e Glaci Alves à frente (entre outros), apoiados sempre pelos eméritos professores José Lutzemberg (“in memorian”), o engenheiro florestal Sebastião Pinheiro e com grande labor de agricultores como Jaime Carvalho, Roberta Coimbra, a família Primel, Schimidth (do município de Feliz, na Serra Gaúcha), entre outros de valorosa estirpe (a quem aqui homenageio).

No entanto, o sistema internacional atua em uma espécie de auto-regulação internacional, onde a guerra comercial e de conquista de mercados se dá através da rapinagem econômica e sabotagens tecnológicas.

A Granja Guanabara, na Raiz da Serra, no Rio de Janeiro, ainda na década de 60 tinha forte iniciativa na independência genética de aves (frangos e galinhas), e foi asfixiada economicamente e vendida para um grupo estrangeiro. Depois, temos o relato de como se destruiu o seu acervo,  substituindo-o por matrizes híbridas de compra obrigatória e eterna aos EUA.

No mesmo ano do relato acima sobre a Granja Guanabara, 1976, Santa Catarina se sobressaía como possuidora de uma forte inserção no mercado de Suínos, voltado para o Consumo Interno, com raças mistas e autóctones, sem compra significativa de Matrizes Genéticas Internacionais (Landrace, Large White, Duroc e outras) e, é verdade, ainda com baixa sistematização e produtividade, a Suinocultura Brasileira sofreu um ato de Rapinagem Biológica Internacional, com a introdução da Peste Suína Africana, causando uma histeria pré-fabricada, com a dizimação de rebanhos inteiros, destruindo a estrutura vigente (que estava pronta para ser alavancada por um projeto Autóctone), suspendendo QUASE TODAS as Feiras Agropecuárias e Encontros Agropecuários do país, até 1978 ou 79.

Assim, os Agentes do Agronegócio, no seu braço Industrial Exportador, visando apropriarem-se de toda a estrutura e recursos humanos existentes (então à míngua), apresentaram-se, com o beneplácito dos governos, Agências de Fomento Técnico e Econômico perfeitamente concatenadas entre si, propondo o Sistema Integrado Industrial, praticamente colocando os produtores como executores de um Sistema em que não têm a menor capacidade de intervenção e nem controle do Fluxo de Capitais (custeio e investimento), e nem tampouco algum Poder de Intervenção na Formulação de Preços oferecidos aos seus produtos terminados, tendo contra si TODAS as cláusulas possíveis, caso não cumpram as metas estabelecidas, à sua revelia.

Este modelo, na verdade focado na venda de Fertilizantes e Venenos, tendo o Produto Final apenas como arremate econômico do Sistema Agroindustrial Monopolista, tornou-se o Modelo hoje fartamente hegemônico entre nós, que nos coloca como grande produtor mundial de grãos e carnes, como o MAIOR CONSUMIDOR MUNDIAL de Fertilizantes, Drogas e Venenos. Para onde vão estas substâncias?

No início dos anos 90, inicia-se a introdução ilegal no Brasil, dos Transgênicos. Por onde? Pelas fronteiras do RS com a Argentina (na época a vanguarda dos Transgênicos na América do Sul), com uso de venenos da Monsanto Co., importados ilegalmente, do Paraguai.

Os governos FHC e Lulla foram complacentes com esta iniciativa e, após forte traição eleitoral, finalmente Lulla legaliza o ilegal, regulamentando os Transgênicos. Era um grande passo para a dominação tecnológica de nossas sementes e agricultura.

Em seguida, vemos tentativas de introdução de disseminação de doenças em animais, a partir de “cochilos” de nossa Vigilância Sanitária, solapada por Sarney, quase extinta por Collor, manipulada por FHC e praticamente “largada de mão” por Lulla. Tivemos a retirada de Santa Catarina do “status” de área livre de aftosa Sem Vacinação e do RS e PR de livre de aftosa Com Vacinação. Foram suspensas, como até hoje, exportações principalmente para Rússia. Era a Guerra Econômica por Mercados, com suas armas biológicas sendo utilizadas.

A Síndrome da Encefalopatia Espongiforme Bovina (Vaca Louca) e Gripe Aviária foram episódios que derrubaram países produtores no mercado, em alguns casos, penso eu ter sido possível, como a Inglaterra, com beneplácito do governo, favorável a um “tranco de arrumação” de sua oferta mundial de carne bovina, não muito vantajosa para o país (segundo eles), naquele momento de forte alinhamento com os EUA.

E aí veio a Gripe Suína, provocada pelo escape de um vírus produzido em determinada fazenda dos EUA e espalhando-se deleteriamente, em poucos dias, por mais de 1600 Km2 no México (e depois pelo mundo), que acabara de aderir a ALCA, dizimando o Parque Suíno Mexicano, passando este país a importar matrizes dos EUA, exatamente como faz hoje a terra de Pancho Villa, do EZLN e do Comandante Marcos, conhecido pelas suas comidas a base de Milho-MAIZ (mais de 40 variedades “crioulas”) , tomado pelos Transgênicos da Monsanto e Novartis Co.

Foi um Deus nos acuda, com forte terrorismo midiático, mas com descobertas como a que o único remédio disponível no mercado (TAMIFLU) tem como base de sua fórmula o Illicium verum (Aniz Estrelado), planta esta que tem 90% de sua Produção Mundial comprada pelo Laboratório Roche, dono da patente TAMIFLU. Consta que, na época Lab. Roche andava muito mal das pernas, pela “crise” internacional das Bolhas Especulativas. Enquanto centenas de milhares de pessoas no mundo caíram de cama, por causa da artificialmente criada Gripe Suína, o Lab. Roche levantou-se de seu estado comatoso...

Agora, em sua ida à China para reclamar do protecionismo Chinês, a presidente DiLLma, entre pífios acordos comerciais, sem nenhuma transferência de tecnologia chinesa para nosotros, e com envio de fábrica da EMBRAER para lá (para ser clonada em 5 anos), canta como vitória o acordo de exportação de Suínos para o país de Fuman Chu.

Escrevi, imediatamente, um comentário, onde eu denunciava que esta iniciativa apenas iria encarecer a Carne Suína aqui no Brasil, além de proletarizar ainda mais (no mau sentido) o Produtor Rural Brasileiro, mantido “vivo sob aparelhos” com dois anos de lucros por quatro de prejuízos na atividade integrada da Suinocutura (assim como na da criminosa Cultura Fumageira, entre outras).

Mas ainda não havia despontado o aspecto mais cruel desta iniciativa. Refiro-me à combinação existente entre nós de total desmonte das Vigilâncias Sanitárias, que está muito aquém de nossas necessidades, com nuances aqui e ali mais satisfatórias, associado ao Sistema Agroindustrial Contaminante com Drogas, Venenos e Fertilizantes Industriais, que permitem neste momento um novo “surto” de gripe Suína (talvez inoculada criminosamente), que já vitimou 9 Brasileiros. Onde? No Rio Grande do Sul, é lógico!

Urge o Combate ao Modelo do Agronegócio!

Urge o Fortalecimento da Agropecuária Ecológica!

Urge a Reforma Agrária!

P.S: Agronegócio que se empana para dizer que produz 32% dos empregos do país, no Campo, emprega apenas 2,5 Trabalhadores por cada 400 hectares. A Agropecuária Familiar dá ocupação e Renda para 4 pessoas a cada 30 hectares, em média.
  
Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopata e sabe que “O Que ERA do Homem, o Bicho Não COMIA”!

Palavras de Carlos Pankararu – líder do Movimento Indígena Revolucionário


Por Movimento Indígena Revolucionário no CORREIO DO BRASIL

Carlos Pankararu comenta sobre a “crise” da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), com a saída dos membros indígenas da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI).
Palavras de Carlos PanKararu – Líder do Movimento Indígena Revolucionário.

Caros irmãos indígenas de todo Brasil,

Desde o início deste decreto, todos nós que temos conhecimento da política indígena, sabiamos que este decreto nada mais é que uma porta aberta para o PAC dentro dos territórios indígenas, por isso que tem poder de fechar os postos indígenas nas aldeias e as administrações indígenas nos estados. Desta forma distânciando o governo das populações indígenas, terceirizando de uma certa forma a obrigação do gorverno federal com os índios e entregando o poder para as organizações não governamentais, dando-se o nome CNPI.
Não sou contra as organizações indígenas trabalharem e defenderem nossa população, mas, porém, a CNPI não é composta apenas por organizações indígenas. Será que o ISA, o CTI, CIMI, o IBAMA, o MPU, o Ministério da Justiça e outros ministérios, são organizações indígenas para decidir a vida dos índios? É mais que claro que essas organizões de branco não vão deixar de ser pelo governo para ser pelos índios, jamais irão deixar de construir os planos do governo que são várias hidrelétricas no pulmão do mundo(que é a região Amazônica), rodovias e minerações nas terras indígenas e até bases militares nas terras indígenas para que com as forças armadas dentro das aldeias o PAC seja desenvolvido na marra, assim como o decreto 7056 que tirou a estabilidade da FUNAI e como a Hidrelétrica Belo Monte, e muitos outros planos secretos do governo sem consultar os povos indígenas, o que representa um desrespeito aos nosso povos. Mas quero deixar claro para a sociedade, que em breve haverá revogação do Decreto 7.056/09. Após a revogação iremos discutir novamente a reestruturação da FUNAI, que será a favor dos índios e não a favor do governo. Eu acredito que a APOINME, ARPINSUL, COIAB, e todas as organizações indígenas, jamais querem mal para seus irmãos índios. Por isso, peço que reconheçam que o AIR tem razão em suas lutas, pois não tivemos apoio nenhum do governo, mas acampamos durante 9 meses em frente do congresso Nacional. Até hoje estamos acampados em Brasília, brigando pela saída do carrasco Marciomeira (atual presidente da FUNAI) e para a revogação deste decreto que desrespeitou todos os índios do Brasil. Lembrem-se do ATL: quem trouxeram as 700 lideranças foram vocês e todos que vocês trouxeram, pediram o mesmo que nós vinhamos pedindo há mais de um ano. Apenas quem não pediu a reestruração da FUNAI e a revogação do decreto foram algumas lideranças das próprias organizações. Quero parabenizar o diretor da ARPINSUL, Kretã Kaingang, e Rildo pois tiveram a coragem de gritar em plenária que seus objetivos são os mesmos de nós povos indígenas do Brasil que é a exoneração do atual traíra presidente da FUNAI e a revogação do decreto. Somos todos uma só irmandade independente de lideranças e organizações. Eu e meus irmãos do AIR afirmamos que está luta não vai parar enquanto não houver revogação do decreto e exoneração do carrasco do governo que ocupa a FUNAI. Se querem ajudar os índios do Brasil juntem-se a nós, para que a força torne-se mais forte e o tempo da vitória torne-se mais próximo.
Sem mais.
 
De: Carlos Pankararu
Para: Todos os índios do Brasil
Parabéns a todos os irmãos da CNPI por terem acordado enquanto é tempo de solucionarmos o problema.

Plataforma Livre “Blogoosfero” é aprovada no 2º Encontro Nacional de Blogueir@s


Blogosfera brasileira ganha uma plataforma livre que garante sua autonomia, liberdade de hospedagem e administração de blogs e redes sociais próprias

O Blogoosfero,  serviço integrado que possibilita criar e administrar blogs, redes sociais, assim como definir metapáginas agregadoras de páginas e links tipo paper.li / blogs / instant mensager / redes sociais / murais / atividades / blogs clonados, foi aprovado no 2º Encontro Nacional de Blogueiros, realizado entre 17 e 19 de junho em Brasília.A plataforma foi apresentada por Vicente Aguiar da Colivre (BA) e Sérgio Luís Bertoni (ParanáBlogs) na atividade autogestionada Perseguição e censura contra a blogosfera, realizada na tarde de sábado, 18, discutida e aprovada no grupo de trabalho 4, realizado no domingo, 19, onde se destacou a importância da blogosfera gerir sua própria plataforma, deixar de ser apenas consumidora e passar a ser também administradora e provedora de serviços de internet, além de apoiar na prática do desenvolvimento tecnológico do Brasil.
Por ser aberta e colaborativa, a plataforma possibilita que sejam integradas as demais iniciativas já em curso, tais como: a #teialivre, a #redeliberdade, o agregador de blogs do Barão de Itararé, a proposta de Paulo Henrique Amorim de criação de um pool de advogados para defender os blogueiros “sujos” e a de Rodrigo Viana de criação de uma cooperativa/pool para venda de publicidade, etc, mantendo a autonomia e independência de cada uma delas ao mesmo tempo que as integra.
O Blogoosfero ajudará também no processo de aproximação, integração e colaboração mais estreita entre o movimento de Blogueiros Progressistas com os movimentos de Software Livre e Cultura Digital.
Mais informações em: http://paranablogs.wordpress.com/2011/06/14/blogoosfero-plataforma-livre-para-autonomia-da-blogosfera-brasileira/

Porto Rico, uma colônia dos EUA; gringos queriam o mesmo para Cuba



Em discussão há 30 anos, Nações Unidas não avança no processo de descolonização
 
Por Camila Maciel, da Adital

O Comitê de Descolonização das Nações Unidas (ONU) retomou, nessa segunda-feira (20), o debate sobre a situação de Porto Rico. O Comitê debate anualmente a questão, há pelo menos três décadas, sem que se resolva o pleito dos que querem o fim da centenária relação de dependência dessa ilha com os Estados Unidos (EUA). Diante desse quadro, a Frente Socialista de Porto Rico denuncia a inação do Comitê e o acusa de cumplicidade com os EUA.

A Frente pede que a questão seja discutida no âmbito do Pleno da Assembleia Geral das Nações Unidas. “Seguir postergando essa discussão e intervenção internacional é converter-se em cúmplice de um sistema que continua em seu plano de aniquilar uma nacionalidade com o intuito de manter um enclave econômico-militar no Caribe”, afirma o Comunicado de Imprensa da Frente Socialista.

Este ano, o debate no Comitê está sendo realizado aproximadamente uma semana depois da visita de Barack Obama, presidente dos EUA, a Porto Rico. Durante a visita, o tema veio à tona pelos protestos de movimentos sociais. Eles reivindicaram independência e liberdade para presos políticos que lutam pela descolonização da ilha.

A visita foi a primeira de Obama, após 50 anos da ida de John F. Kennedy. Barack Obama, que estaria fazendo campanha para sua reeleição em 2012, prometeu realizar plebiscito sobre o tema. Os movimentos rechaçam e duvidam de tal postura, já que sequer podem manifestar livremente suas opiniões atualmente, diante da repressão aos independentistas. Oscar López Rivera, por exemplo, é o preso político mais antigo do hemisfério, detido há quase três décadas.

Nesse sentido, o comunicado da Frente Socialista de Porto Rico denunciou também “a criação de um grupo especial do FBI [Departamento Federal de Investigações] para perseguir e deter os lutadores políticos, classificando-os em uma nova categoria de terroristas domésticos, a qual permite às agências repressivas federais dos Estados Unidos violarem nossos direitos e utilizar todos os recursos para perseguir os independentistas”.

O Comitê discute um projeto de resolução, apresentado por Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela. O projeto enfatiza a urgência de que o governo estadunidense assuma sua responsabilidade de propiciar um processo que permita aos porto-riquenhos exercer seu direito inalienável à autodeterminação. Tal ação de solidariedade desses países é recebida com apreço pelos membros da Frente.

“O projeto de resolução afirma que Porto Rico é e seguirá sendo, por sua cultura, história e tradições e, especialmente, pela inquebrantável vontade de seu povo, uma nação latino-americana e caribenha, com uma identidade nacional própria, que os porto-riquenhos souberam manter mesmo com o processo colonizador ao qual estão submetidos”, afirmou o diplomata cubano, Pedro Núñez Mosquera, com representação no Comitê.

Breve histórico
 
Porto Rico esteve sob colonização espanhola por cerca de 400 anos. Em 1898, o exército estadunidense invadiu a ilha durante a chamada Guerra Hispano-cubano-americana e o território passou a ser colônia norte-americana. Desde então, os porto-riquenhos têm nacionalidade norte-americana. Desde 1952, Porto Rico está sob o status de Estado Livre Associado. Até hoje, parte de sua população a luta pela total desvinculação com os Estados Unidos, mesmo sofrendo intimidações e repressões.