Centenas de pessoas lotaram auditório do Sindicato dos Jornalistas de
São Paulo em ato contra golpismo midiático e em defesa da democracia e
da liberdade de expressão. Manifesto afirma que, em nome da liberdade de
imprensa, grande mídia comercial quer suprimir a liberdade de
expressão. “A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada. É
profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar
qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os
meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade
sem nenhuma restrição por parte do Governo”, diz o documento.
Ao final do encontro foi divulgado um manifesto à nação, que estará
recebendo assinaturas de adesão nos próximos dias. Para assinar o
manifesto: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7080
À NAÇÃO – Manifesto de artistas e intelectuais pela democracia e pelo povo
Em uma democracia nenhum poder é soberano.
Soberano é o povo.
É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade
soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27
Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias
Legislativas e dois terços do Senado Federal.
Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado
minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos
candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por
Dilma Rousseff.
Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra
Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não
faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam
como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República
Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar
aventuras autoritárias.
O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação
da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com
acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como
“ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas
sociais.
Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.
O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem
encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma
Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e
política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece
“sob nova direção”.
Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão.
A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.
É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo –
caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de
imprensa.
Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo.
Mesmo quando acusaram sem provas.
Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta.
Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos.
Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade.
Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto
alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo
ressentido e arrogante.
O Brasil passou por uma grande transformação.
Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses
dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da
vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso com
expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.
Ninguém nos afastará desse caminho.
Viva o povo brasileiro.
Foto: Conceição Oliveira