terça-feira, 21 de abril de 2009

Jean Luc Ponty - Aurora - 1975



http://img89.imageshack.us/img89/5296/jlpa.jpg

1. Is Once Enough?
2. Renaissance
3. Aurora - Part I
4. Aurora - Part II
5. Passenger Of The Dark
6. Lost Forest
7. Between You And Me
8. Waking Dream

Jean-Luc Ponty - Violin, Violectra, Electric Violin, Keyboards, Autoharp
Daryl Stuermer - Guitars (Acoustic & Electric)
Patrice Rushen - Synthesizer, Electric & Acoustic Piano
Tom Fowler - Bass
Norman Fearrington - Drums & Percussion

Download aqui

A mídia de esgoto(rede globo) que ninguem aguenta mais....

TV Globo e jagunços disparam contra o MST

Do blog do Miro

O Fantástico, da TV Globo, disparou covardemente contra o MST na noite de domingo (19). Ao noticiar os violentos confrontos na Agropecuária Santa Bárbara, na região de Xinguara, no sul do Pará, ele acusou os sem-terra de terem invadido a fazenda, atirado em “seguranças” da empresa e de terem feito jornalistas de “reféns”, usando-os como “escudo humano” no meio de um tiroteio. Num espetáculo deprimente, a emissora exibiu cenas de sangue, agressões e humilhações. Só faltou acusar os líderes do MST de “terroristas” e “bandidos”. As imagens induziram a isto!

A TV Globo só não realçou que a fazenda ocupada desde fevereiro por 120 famílias de sem-terra pertence ao Banco Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, investigado por crimes financeiros e que se jacta da sua influência sobre a mídia. Também não explicou porque os quatro jornalistas chegaram ao local num avião fretado pela Santa Bárbara, o que poderia indicar a encenação de uma emboscada. E não esclareceu que os tiros diante das câmeras de TV foram disparados por jagunços contratados pela empresa – e não meros seguranças. Os jornalistas ficaram sempre atrás dos jagunços. Nem sequer entrevistaram os líderes do MST para entender as razões do conflito.

Uma emboscada televisionada

Diante desta abjeta manipulação, a coordenação do MST-Pará emitiu nota oficial, que também não foi divulgada pela emissora privada. Ela comprova que a violência neste final de semana foi provocada pelos jagunços de Daniel Dantas. “Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda e nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados”. Ela informa que na manhã do sábado, quando 20 sem-terra recolhiam palha para reforçar seus barracos, jagunços chegaram fortemente armados e passaram a provocar. “O trabalhador Djalme Ferreira foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. Ele foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas”.

No retorno ao acampamento, as sem-terra decidiram em assembléia realizar uma marcha. “Os jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o final da caminhada... Não havia a intenção de fazer os jornalistas de ‘escudo humano’, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela Santa Bárbara, o que mostra que ela tinha tramado uma emboscada”. A própria Polícia Militar negou as notícias sobre “reféns” e “escudo humano”.

Segundo a direção estadual, “os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento da região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os sem-terra foram recebidos a bala e saíram correndo – como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre... Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado grave. Levou quatro tiros. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças ainda fizeram três reféns”.

Queda de audiência e de credibilidade

Mais esta manipulação grosseira da TV Globo, desta vez a serviço do banqueiro Daniel Dantas, até poderia motivar a abertura de processo jurídico. Os sem-terra foram exibidos como bandidos, enquanto os verdadeiros bandidos permanecem em liberdade – inclusive com a ajuda de habeas-corpus do STF. A edição do Fantástico, “a revista eletrônica da Globo”, foi totalmente distorcida, um exemplo do pior jornalismo. Isto talvez ajude a explicar a queda constante de audiência deste programa, que perde credibilidade a cada semana. Neste mesmo domingo, ele teve o pior Ibope desde que foi levado ao ar pela primeira vez em 1973. Alcançou apenas 19 pontos em São Paulo.

Enquanto isso em Portugal....

Professores debatem em todo o país novas medidas de luta



Os professores discutem novas formas de luta na semana de 20 a 24 de Abril. Foto de arquivo da LUSACerca de 1400 reuniões, de Norte a Sul do país, têm lugar esta semana nas escolas, numa consulta generalizada aos professores sobre as formas de luta a adoptar ainda neste terceiro período lectivo. A proposta de uma nova manifestação nacional, bem como a realização de novas greves e vigílias, estarão em cima da mesa para deliberação de todos os docentes.


Na Semana de Consulta dos Professores, que decorre de hoje até dia 24, sexta-feira, pretende-se igualmente debater as propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito do processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente. Avaliação, gestão e concursos estarão também em debate e a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) quer ainda ouvir a classe sobre a disponibilidade para uma "grande acção de envolvimento dos professores e educadores", a realizar na semana que termina a 16 de Maio.

Esta não será a única proposta a ser discutida pelos professores. Vários movimentos já lançaram outras ideias para serem colocadas à consideração dos docentes. No seu blogue, a APEDE (Associação de Professores em Defesa do Ensino) destaca a possibilidade de uma "greve prolongada por diversos dias, realizada alternadamente em diferentes regiões e culminando num dia de greve geral em todo o país, acompanhada por uma manifestação igualmente nacional". E não descarta, em último recurso, uma "greve às avaliações do terceiro período"

Por seu turno, o movimento PROmova acrescenta ainda a ideia de "vigílias/concentrações por tempo indeterminado, em cada capital de distrito, dinamizadas, rotativamente, pelos professores resistentes de cada distrito". Já o Movimento Escola Pública concentra as suas energias na proposta de uma grande manifestação nacional exactamente no dia 16 de Maio - a um sábado - para "voltar a unir todos os professores, os que entregaram e os que não entregaram objectivos individuais".

A Fenprof vai "envolver-se empenhadamente" na Semana de Consulta dos Professores, com cerca de 300 dirigentes a participar nas reuniões previstas por todo o país, incluindo a presença do seu secretário-geral, Mário Nogueira, em reuniões de três agrupamentos de escolas.

Do blog do Azenha...

MST rebate as mentiras da Globo

Blog do Azenha

Esclarecimentos sobre acontecimentos no Pará
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Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o MST esclarece que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças. Os jornalistas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia Militar. Esclarecemos também que:

1- No sábado (18/4) pela manhã, 20 trabalhadores sem-terra entraram na mata para pegar lenha e palha para reforçar os barracos do acampamento em parte da Fazenda Espírito Santo, que estão danificados por conta das chuvas que assolam a região. A fazenda, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do Banco Opportunity, está ocupada desde fevereiro, em protesto que denuncia que a área é devoluta. Depois de recolherem os materiais, passou um funcionário da fazenda com um caminhão. Os sem-terra o pararam na entrada da fazenda e falaram que precisavam buscar as palhas. O motorista disse que poderia dar uma carona e mandou a turma subir, se disponibilizando a levar a palha e a lenha até o acampamento.

2- O motorista avisou os seguranças da fazenda, que chegaram quando os trabalhadores rurais estavam carregando o caminhão. Os seguranças chegaram armados e passaram a ameaçar os sem-terra. O trabalhador rural Djalme Ferreira Silva foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. O sem-terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas.

3- Os trabalhadores sem-terra que conseguiram fugir voltaram para o acampamento, que tem 120 famílias, sem o companheiro Djalme. Avisaram os companheiros do acampamento, que resolveram ir até o local da guarita dos seguranças para resgatar o trabalhador rural detido. Logo depois, receberam a informação de que o companheiro tinha sido liberado. No período em que ficou detido, os seguranças mostraram uma lista de militantes do MST e mandaram-no indicar onde estavam. Depois, os seguranças mandaram uma ameaça por Djalme: vão matar todas as lideranças do acampamento.

4- Sem a palha e a lenha, os trabalhadores sem-terra precisavam voltar à outra parte da fazenda para pegar os materiais que já estavam separados. Por isso, organizaram uma marcha e voltaram para retirar a palha e lenha, para demonstrar que não iam aceitar as ameaças. Os jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o final da caminhada dos marchantes, que pediram para eles ficarem à frente para não atrapalhar a marcha. Não havia a intenção de fazer os jornalistas de “escudo humano”, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela Agropecuária Santa Bárbara, o que demonstra que tinham tramado uma emboscada.

5- Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores sem-terra foram recebidos a bala e saíram correndo – como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos sem-terra pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara.

6- Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado grave. Ele levou quatro tiros, no estômago, pulmão, intestino e tem uma bala alojada no coração. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças fizeram três reféns. Foram presos José Leal da Luz, Jerônimo Ribeiro e Índio.

7- Sem ter informações dos três companheiros que estavam sob o poder dos seguranças, os trabalhadores acampados informaram a Polícia Militar. Em torno das 19h30, os acampados fecharam a rodovia PA-150, na frente do acampamento, em protesto pela liberação dos três companheiros que foram feitos reféns. Repetimos: nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, mas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria. Os sem-terra apenas fecharam a rodovia em protesto pela liberação dos três trabalhadores rurais feridos, como sustenta a Polícia Militar.

MOVIMENTOS DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA - PARÁ

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Sobre este assunto reproduzo texto do jornalista Osvaldo da Costa, publicado pelo Conversa Afiada:

Não se trata de cobertura dos fatos, se trata de um ataque à consciência dos telespectadores

Na noite de 19 de abril o programa de variedades Fantástico, da Rede Globo, apresentou uma suposta reportagem sobre um conflito ocorrido numa fazenda do Pará, envolvendo “seguranças” (o termo procura revestir de legalidade a ação de jagunços) da fazenda do banqueiro Daniel Dantas e militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Só pude descobrir que se tratava de propriedade do banqueiro processado por inúmeros crimes e protegido por Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, após ter vasculhado algumas páginas na internet em busca de meu direito de escutar o outro lado da notícia, a versão dos fatos dos sem terra, pois na reportagem eles aparecem como invasores, baderneiros, seqüestradores da equipe de reportagem da Rede Globo, assassinos em potencial, e ao final, corpos de militantes aparecem baleados no chão, agonizantes, sangrando, sem nenhum socorro, e a reportagem não fornece nenhuma informação sobre o estado de saúde das vítimas.

Sem ter acesso às causas do conflito, e a nenhum dos dois lados envolvidos, o telespectador se vê impelido a acompanhar o julgamento que o narrador da reportagem e a câmera nos sugere. No caso, tendemos a concordar com a punição dada aos desordeiros: “que sangrem até morrer!”, ou “quem mandou brincar com fogo?!” podem ser algumas das bárbaras conclusões inevitáveis a que os telespectadores serão levados à chegar.

Nós, em nossas casas, consumidores do que a televisão aberta nos apresenta, não temos direito ao juízo crítico, porque o protocolo básico das regras do jornalismo não é mais cumprido. Nós somos atacados em nosso direito de receber informações e emitir julgamentos, nós somos saqueados por emissoras privadas que mobilizam nosso sentimento de medo, ódio e desprezo, para em seguida nos exigir sorrisos com a próxima reportagem.

Como um exercício de manutenção da capacidade de reflexão, precisamos nominar esse tipo de ataque fascista com os termos que ele exige. A ilusão de verdade deve ser desmontada, a suposta neutralidade deve ser desmascarada, caso a caso, na medida de nossas forças.

Seguem questionamentos à reportagem, com o intuito de expor o arbítrio de classe da Rede Globo, para que esse texto possa endossar a documentação que denuncia a irregularidade das emissoras privadas e protesta contra a manutenção de concessões públicas para empresas que não cumprem com as leis do setor.

1º) Por que a Globo protege Dantas? Por que a emissora não tornou evidente que as terras pleiteadas pelo MST para Reforma Agrária são de Daniel Dantas? Qual o grau de envolvimento da emissora nas manobras ilícitas do banqueiro?

2°) Por que o MST não foi escutado na reportagem? Quais os motivos do movimento para decidir ocupar aquela fazenda?

3°) As imagens contradizem os fatos. A câmera da equipe de reportagem aparece sempre posicionada atrás dos seguranças da fazenda, e nunca à frente dos sem terra. E vejam informação da Agência Estado: “A polícia de Redenção informou a Puty [Cláudio Puty, chefe da Casa Civil do governo do Pará] não ter havido cárcere privado de jornalistas e funcionários da Agropecuária Santa Bárbara, pertencente ao grupo do banqueiro Daniel Dantas e que tem 13 fazendas invadidas e ocupadas pelo MST. Os jornalistas, porém, negam a versão da polícia e garantem que ficaram no meio do tiroteio entre o MST e seguranças da fazenda” (http://br.noticias.yahoo.com/s/19042009/25/manchetes-pm-desarmar-mst-segurancas-no.html). Quer dizer, nem mesmo os grandes jornais conservadores estão fazendo coro com a cobertura extremamente parcial da Rede Globo.

4°) Ocorreu um tiroteio mesmo? Só aparecem os jagunços da fazenda atirando, e com armas de calibre pesado. E a imagem dos feridos mostra os sem terra baleados e um jagunço de pé, com pano na cabeça, possivelmente contendo sangramento de ferimento não causado por arma de fogo, dado o estado de saúde do homem.

5º) Por que os feridos não são tratados com o mesmo direito à humanidade que as vítimas de classe média da violência urbana? Eles não têm nomes? O que aconteceu com eles? Algum morreu? Quem prestou socorro? Em que hospital estão? Por que essas informações básicas foram omitidas?

6°) Por que mostrar como um troféu a agonia de seres humanos sangrando no chão, sem nenhum socorro?

Osvaldo da Costa
osvaldodacosta@gmail.com