Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
A HISTORIA DAS COISAS
Mais de dois milhões de pessoas já assistiram a esse pequeno documentário, mas até agora eu não havia encontrado uma versão com legendas em português, e por isso não havia postado nada aqui.
O filme é um murro no estômago do consumismo, do "American way of life" (estilo americano de vida) e das grandes corporações. Vale a pena assistir até o fim.
Para quem é fluente em inglês (fluente MESMO, porque a apresentadora fala muito rápido), vale a pena visitar o site original do projeto, onde o vídeo é apresentado de forma mais interativa.
Créditos: AtitudeVerde
GOSTO DE CEREJA
Formato: rmvb
Áudio: Árabe
Legenda: Português
Tamanho: 317 MB (04 partes)
Servidor: RapidShare
Créditos: F.A.R.R.A.- fishii1411
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Sinopse:
Homem viaja pelos campos, tentando angariar trabalhadores avulsos para satisfazer desejos reprimidos, que se situam perigosamente na linha entre o amor proibido e a morte. O diretor Abbas Kiarostami aborda a questão do tabu da homossexualidade na sociedade muçulmana. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Ficha Técnica:
Título Original: Ta'm e Guilass
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 91 minutos
Ano de Lançamento (Irã): 1997
Site Oficial: www.zeigeistfilm.com/current/tasteofcherry/cherry.html
Estúdio: Abbas Kiarostami Productions / CiBy 2000
Distribuição: Zeitgeist Films
Direção: Abbas Kiarostami
Roteiro: Abbas Kiarostami
Produção: Abbas Kiarostami
Direção de Fotografia: Homayun Payvar
Edição: Abbas Kiarostami
Elenco:
Homayon Ershadi (Sr. Badii)
Abdolrahman Bagheri (Sr. Bagheri)
Afshin Khorshid Bakhtiari (Soldado)
Safar Ali Moradi (Soldado)
Mir Hossein Noori (Seminarista)
Premiações:
• Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, empatado com Unagi.
Fonte: http://www.adorocinema.com/
CONCEIÇÃO LEMES: FAÇA O TESTE PARA SABER SE VOCÊ BEBE "COM MODERAÇÃO"
Dra. Laura explica o que é "beber com moderação"
por CONCEIÇÃO LEMES
Final de tarde, travessa da Avenida Paulista, São Paulo. Toda sexta-feira um grupo de amigos se reúne num freqüentado bar da região para relaxar, comemorar, conversar. Num desses happy hours, regado a muitas cervejas e caipirinhas de vodca, pegou fogo o debate sobre a Lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008 – a “lei seca”. Ela estabelece que o nível de concentração de álcool no sangue do motorista é zero. Quem for flagrado dirigindo, após beber qualquer quantidade de bebida alcoólica, é multado em R$ 955 e perde a carteira de habilitação por 12 meses.
“Conversa vai, conversa vem, bebo duas a três cervejas [das grandes]”, diz Renato Campos*, 31, operador de um banco de investimentos. “Se a noite está quente, gostosa, vai mais. Extremamente gelada, não dá para resistir.”
“Cerveja não me desce bem. Prefiro caipirinha de vodca. Esta é a segunda hoje. Hummmmmm... Está ótima. Quer experimentar?”, convida Patrícia de Castro*, 27, promotora de eventos. “Mas o que eu gosto mesmo é de Proseco. A gente vai tomando, tomando, tomando... não sente. Desce como uma luva.”
“Normalmente, paro na segunda latinha de cerveja”, conta Luíza Junqueira*, 29, designer. “Álcool sobe muito rápido para mim. Hoje, tomei uma só.”
“Como você está vendo, aqui é todo mundo é amador. Bebo cinco, seis cervejas, e não sinto nada”, afirma João Arruda*, 34, gerente de uma operadora de telemarketing. “Se eu dirijo depois? Tranqüilamente. Meus reflexos não mudam em nada!”
Luíza voltou para casa de táxi. Renato e João dirigiram os próprios carros. “Ah, agora à noite, quem vai parar a gente para fazer o teste do bafômetro?”, desdenham. Patrícia pegou carona com um amigo, que passou para pegá-la. Detalhe: os quatro acham que bebem com moderação. Tremendo engano.
“Luíza, além de não correr o risco de ser autuada, é a única que realmente bebe com moderação”, alerta a médica psiquiatra Laura Helena Andrade. “Renato, João e Patrícia são bebedores ‘pesados’, mesmo que consumam bebida alcoólica apenas uma vez por semana nos níveis mencionados.” Laura é autora de uma pesquisa sobre o padrão de consumo de álcool e seus riscos na cidade de São Paulo, coordena o Núcleo de Epidemiologia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e é professora colaboradora da Faculdade de Medicina da USP.
VOCÊ BEBE MODERADA OU ‘‘PESADAMENTE”?
Pensou em dificuldades com bebida alcoólica, a imensa maioria das pessoas pensa automaticamente em alcoolismo: a dependência que vem com o uso crônico, por tempo prolongado. Ou seja, só considera problema quem fica doente por causa do álcool. Mas existe outro problema que é o padrão de beber da população.
“A ‘lei seca’ visa proteger não apenas o já doente, que é minoria, mas uma porção de gente que, numa sentada, bebe a ponto de se intoxicar, se expondo a comportamentos de risco”, ressalta a professora Laura. “É o heavy drinking, ou beber ‘pesado’.” Segundo o Ministério da Saúde, só em 2007 ocorreram no Brasil 17 mil acidentes devido à ingestão de álcool. Em mais de um mês de vigência da “lei seca”, os acidentes nas estradas brasileiras caíram. Vidas foram salvas.
“O que é o heavy drinking, ou beber ‘pesado’”?
Bem, desde que você não vá dirigir, tudo bem, de vez em quando, se reunir com amigos, parceiros, familiares para celebrar, conversar, comer e “tomar alguma coisa”. Em geral, em pequenas doses, o álcool deixa as pessoas mais relaxadas, alegres e descontraídas, sem ameaçar a saúde. É o famoso beba com moderação.
E você, bebe com moderação? Pelo sim, pelo não, que tal fazer um teste bem simples preparado pela doutora Laura? Vamos lá? Primeiro, os homens. Pensem no consumo de bebida alcoólica no último mês. Você lembra de ter consumido em um único happy hour, balada, festa, evento:
1) Cinco latinhas de cerveja ou de garrafa pequena (long neck)?
2) Três garrafas normais de cerveja?
3) Cinco doses de uísque, vodca, aguardente ou rum? Uma dose, aqui, é aquela medida de dosador de destilados, que contém 36 ml. Normalmente, a “dose” de bares e restaurantes contém duas doses de destilado.
4) Três caipirinhas de vodka ou de aguardente? Em geral, são usadas duas ou mais doses do destilado para fazer uma caipirinha.
5) Cinco taças ou copos de vinho?
Agora, as mulheres. Pensem também no consumo de bebida alcoólica no último mês. Você lembra de ter consumido num único happy hour, balada, festa, evento:
1) Quatro latinhas de cerveja ou de garrafa pequena (long neck)?
2) Duas garrafas normais de cerveja?
3) Quatro doses de uísque, vodca, aguardente ou rum? Vale a explicação dada na pergunta dirigida aos homens.
4) Duas caipirinhas de vodka ou de aguardente? Lembre-se de que, em geral, são usadas duas ou mais doses do destilado para fazer uma caipirinha.
5) Quatro taças ou copos de vinho?
“Se respondeu não às cinco questões, significa que é você um (a) bebedor (a) moderado (a)”, diagnostica Laura. “Já o sim a qualquer uma das alternativas indica que você ultrapassou o limite da moderação; é um (a) bebebor (a) ‘pesado’ (a), ainda que ocasional.”
O chamado heavy drinking, ou beber “pesado”, significa o homem consumir cinco doses de álcool numa sentada; a mulher, quatro, já que seu organismo é naturalmente mais suscetível aos efeitos do álcool. “Uma vez por mês já é suficiente para se dizer que a pessoa tem padrão heavy”, justifica Laura. “Ele é bastante freqüente.”
Uma dose de álcool equivale ao consumo de uma latinha de cerveja (350 ml) ou de uma taça de vinho (de 120 ml) ou de uma dose de uísque, rum, vodca, aguardante ou outro destilado (36 ml). Num daqueles copinhos tradicionais de pinga, uma dose de destilado “pega” um pouco acima da segunda listra.
“Então se eu beber todo dia três doses sou bebedor moderado?”
Não. Considera-se que um homem beba com moderação quando não ultrapassa 14 doses por semana; a mulher, 7 doses. “Acima disso por semana”, adverte Laura, “é um padrão de beber de risco, que pode levar à dependência.”
Laura pesquisou 1.464 moradores acima de 18 anos de Vila Madalena e Pinheiros (bairros de classe média alta) de São Paulo: 12% dos homens e 5,5% das mulheres eram bebedores “pesados” episódicos. A pesquisa analisou também quantos tinham padrão heavy e freqüente, isto é, bebiam “pesado” pelo menos três vezes por semana. O resultado: 14,3% dos homens e 5,4% das mulheres eram bebedores “pesados” freqüentes.
PADRÃO HEAVY E RISCOS LIGADOS À INTOXICAÇÃO
“É incrível como boa parte dos bebedores ‘pesados’ não tem noção de que ultrapassam o limite da moderação”, observa Laura. “Tanto o padrão heavy ocasional quanto o heavy e freqüente estão associados diretamente a vários problemas devido à intoxicação ou à ação biológica do álcool , independentemente de gênero.”
A lista de possíveis conseqüências imediatas da intoxicação pelo álcool é extensa:
* Estimula a violência doméstica e de rua.
* Favorece acidentes de trânsito (carro, moto, bicicleta, atropelamentos), no trabalho (operação de máquinas) e em casa (quedas). É que, mesmo em baixas doses, diminui os reflexos e a coordenação motora.
* Contribui para relação sexual sem proteção, ou seja, sem camisinha. Aumenta, assim, o risco de HIV, outras doenças sexualmente transmissíveis e de gravidez não planejada.
* Prejudica a memória e o raciocínio.
* Aflora ou agrava dificuldades emocionais.
* Pode causar arritmia cardíaca: alteração dos batimentos cardíacos, causando palpitação; às vezes, essa alteração leva à morte.
“O padrão heavy nem sempre leva à dependência”, frisa Laura. “Porém, há risco, sim, de a pessoa perder o controle. E, ‘apesar dos problemas por causa da bebida’, continuar bebendo. É o que denominamos abuso do álcool. Se continuar bebendo assim, pode chegar à dependência..”
BEBA COM MODERAÇÃO. NUNCA DIRIJA DEPOIS!
Por tudo isso, atenção:
1) Se não bebe, não se sinta compelido (a) a começar só porque os seus amigos bebem.
2) Se beber, faça-o – sempre! -- com moderação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como de baixo risco até duas doses de álcool por ocasião/dia para um homem e uma dose/dia para mulher.
3) Se estiver grávida, nem uma dose de bebida alcoólica. Há maior risco de aborto e de malformações.
4) Bebida alcoólica também é contra-indicada a quem sofre de doença no fígado ou no pâncreas, utiliza remédios que interagem com o álcool, como antidepressivos, ansiolíticos, antialérgicos e certos antibióticos.
5) Ao beber, faça-o junto com as refeições. O alimento ajuda a competir com o álcool na hora da absorção, tornando-a mais lenta.
6) Beba devagar. Beber deve ser para celebrar, confraternizar, e não para afogar as mágoas e tristezas nem resolver desencantos e dificuldades. O maior espaçamento entre os drinques faz a metabolização do álcool ocorrer aos poucos.
7) Se beber qualquer que seja a quantidade, não dirija carro ou moto nem ande de bicicleta “Em hipótese alguma”, reforça a professora Laura Helena Andrade. Vá de metrô, ônibus, táxi, ou peça a alguém que não bebeu para guiar. Você protege a sua vida, a das pessoas de quem gosta e a de quem está passando por perto. Afinal, bebida é para ser curtida e não para causar infelicidade, dor, sofrimento.
* Esses nomes não os verdadeiros dos entrevistados; por solicitação deles, a repórter trocou-os.
Para CTB, retrocesso no piso dos professores é inaceitável
Segundo Valéria Silva, dirigente nacional da CTB e diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco, a intenção do Consed é um absurdo inaceitável.
“Sabíamos que a adoção do novo piso nos estados e municípios não seria uma luta fácil, mas agora o Consed vai além ao anunciar a intenção de entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)”, diz ela.
Para Valeira, estes questionamentos do Consed revelam que educação nunca foi uma prioridade dos governantes brasileiros. “Este projeto foi discutido por longos 13 meses no Congresso Nacional, os professores reivindicavam um piso superior a esse mas resolveram apoiar o projeto e agora são ameaçados pelo Consed”, afirma. “Isso é inaceitável”, enfatiza.
Ela lembra que esta investida mostra como é nefasta esta política econômica que privilegia interesses financeiros em detrimento das necessidades da população. “É preciso ver quanto que estados e municípios estão pagando de juros e encargos de suas dívidas, nesta ciranda financeira instituída pelo neoliberalismo, para se discutir a questão com realismo”, destaca Valéria.
Outros fatores
Além do piso de R$ 950, o projeto estabelece que um terço da carga horária do professor deve ser reservado para atividades fora de sala de aula, como planejamento e coordenação. Mas uma resolução anterior do Conselho Nacional de Educação (CNE) prevê que esse tempo deve variar entre 20% e 25% da carga total.
Com mais tempo de atividades fora de sala, as redes terão que contratar mais professores para compor o quadro, o que, segundo a presidente do Consed, Maria Auxiliadora Rezende, é atualmente inviável para muitos estados e municípios.
"A preocupação dos estados não é referente ao piso em si, mas a outros fatores que passaram a compor a lei e entram em critérios de carreira, trazendo uma série de complicações para estados e municípios. E o que é pior, passa a inviabilizar a lei do piso que para nós é importante assegurar", afirmou Auxiliadora.
Segundo ela, o gasto com pessoal deve aumentar imediatamente em cerca de 20% as folhas de pagamento das secretarias, levando-se em conta apenas a mudança da carga horária em sala de aula.
Movimento sindical
Como a nova demanda implica em aumento do orçamento num ano que já está em curso, o artigo é visto pelo Consed como inconstitucional, por ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. O mesmo argumento foi usado para impedir a retroatividade do pagamento a janeiro de 2008, prevista no projeto.
O ponto foi vetado pelo presidente e os ajustes começam a partir de 2009. O Ministério da Educação (MEC) garante que a complementação orçamentária para pagar o novo piso será feita pela União, por meio do Fundo da Educação Básica (Fundeb).
Segundo Maria Auxiliadora, o Fundeb não foi criado para isso, mas sim para ajudar estados e municípios que não atingiam o valor mínimo por aluno. "Os recursos passados pelo Fundeb incluem todos os gastos com educação, não só com pagamento de pessoal. Nós vamos (agora) investir 100% dos recursos da educação com pessoal? E como a escola vai funcionar?", questiona.
A secretária de educação do Rio Grande do Sul, Mariza Abreu, afirmou que "o Congresso estragou o projeto". "A proposta original do Executivo era correta, tratava de piso e não de jornada. Foi o Congresso que se submeteu à pressão do movimento sindical", analisou.