Roger Abdelmassih, o “rei da paternidade”, está condenado a 278 anos
de cadeia. Ele foi preso, mas graças a um habeas corpus concedido pelo
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele foi
solto e acabou fugindo do Brasil. Hoje é um foragido da Justiça.
No último final de semana, a revista Época publicou a
reportagem “A clínica do horror”, que torna público outras
monstruosidades daquele que já foi médico queridinho de 99,99% da mídia
brasileira e das celebridades.
Como bem observa Fátima Oliveira no artigo O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) vai calar?,
algumas chamadas da matéria falam por si: “Pais descobriram que os
bebês concebidos com a ajuda do fugitivo Roger Abdelmassih não eram seus
filhos biológicos”; “O casal que recebeu R$ 600 mil para ficar em
silêncio”; e “Um cientista que frequentava o laboratório denuncia
manipulação genética…”.
No seu artigo, Fátima cobra uma posição do CNDM: “Como cidadã eu
quero saber: O CNDM vai ou não exigir do governo as medidas cabíveis
para proteger mulheres e homens nos processos de fertilização in vitro
(FIV) e as crianças nascidas por tais meios?
Como jornalista e cidadã, eu também. Tanto que desde o início desta
semana tento saber da ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Política
para as Mulheres (SPM), ligada à presidência da República, que medidas
serão adotadas em relação ao caso.
Pois a assessoria de imprensa da ministra acaba de responder a esta
repórter, informando que ela solicitou ao Ministério Público do Estado
de São Paulo a “imediata e rigorosa punição do médico Roger
Abdelmassih, acusado de praticar crimes de abuso sexual de mulheres e a
manipulação indevida de material genético.”
Em outro documento, enviado ao Conselho Regional de São Paulo
(Cremesp), a ministra “pediu a cassação definitiva do registro de Roger,
em virtude da prática de crimes cometidos no exercício da profissão
de medicina”.
A questão agora é prendê-lo. Mas como e onde?
Segue a íntegra da resposta da assessoria de imprensa da SPM
A ministra Iriny Lopes, Secretaria de Política para as Mulheres
(SPM) encaminhou, nessa quinta-feira (19/05), um oficio ao Ministério
Público de São Paulo solicitando a imediata e rigorosa punição do
médico Roger Abdelmassih, acusado de praticar crimes de abuso sexual de
mulheres e a manipulação indevida de material genético.
Em outro documento remetido ao Conselho Regional de Medicina
Paulista, a ministra pediu a cassação definitiva do registro de Roger,
em virtude da prática de crimes cometidos no exercício da profissão de
medicina.
A SPM, que acompanha o caso desde de 2009, reitera nos
documentos pedido para que o Poder Judiciário adote providências
efetivas e que o acusado seja responsabilizado pelos crimes praticados.
Nesse sentido, a SPM, que têm por compromisso desenvolver
políticas públicas de enfrentamento à violência e discriminação contra
as mulheres, vem somar-se ao clamor da sociedade brasileira e dos
movimentos feministas e de mulheres para que a justiça seja plena e os
direitos humanos das mulheres sejam garantidos