Massacre anunciado no Afeganistão
Tropas
da NATO estão a preparar uma ofensiva em larga escala contra a cidade
de Marja (também Marjah ou Marjeh) na provícia de Helmand no sul do
Afeganistão.
Esta zona é considerada um bastião dos talibã e tem
sido alvo de uma intensa campanha militar ao longo dos últimos anos. No
entanto face ao incapacidade de controlar a situação nesta e noutras
regiões do país as chefias militares pediram um aumento de tropas para
o qual os Estados Unidos contribuíram com 30.000 soldados e os
restantes países da NATO com 7.000 (Sócrates aumentou o contingente
português em 150 homens).
É com o auxílio de muitos destes reforços que a NATO
tenciona agora controlar o sul do Afeganistão. Marja, com cerca de
80.000 habitantes, tem sido uma cidade que as forças de ocupação nunca
conseguiram controlar e é vista como um centro operacional estratégico
para os talibãs. Segundo os militares poderão estar lá entrincheirados
cerca de 2.000 guerrilheiros.
O que é novo na táctica da NATO é a forma como o ataque vem sendo publicitado (ver por exemplo aqui e aqui) nos meios de comunicação social. Segundo o general Stanley McCrystal é uma forma de permitir aos habitantes pensarem o que querem fazer
antes de serem atingidos por uma ofensiva militar brutal que pode ter
início a qualquer momento e para a qual estão mobilizados 15.000
soldados. Traduzindo: aqueles que não fugirem a tempo serão
considerados terroristas e alvos a abater.
Nos meios afectos à guerra a excitação é grande.
Académicos, think-tanks, analistas acompanham com entusiasmo as
movimentações de tropas, falam da possibilidade de selar a área para
conduzir a ofensiva e invocam a preciosa experiência adquirida pelos
Marines no massacre da Falluja (Iraque) em 2004.
Será este o primeiro grande massacre da era Obama?
Fonte: Esquerda.Net