quarta-feira, 23 de junho de 2010

Genocidio em Gaza....

MAIOR COMBOIO DE AJUDA DE TODOS OS TEMPOS PARTIRÁ, EM SETEMBRO, PARA A PALESTINA



O fundador do Viva Palestina,George Galloway, falando a uma multidão de cerca de 20 mil pessoas que protestavam em frente à embaixada israelense em Londres, no dia 05 de junho, revelou o último plano para quebrar o cerco a Gaza:dois comboios simultâneos - um por terra a outra por via marítima - estão sendo planejados para iniciar sua viagem em 12 de setembro com destino a Gaza. O Viva Palestina. juntamente com o Comitê Internacional para Romper o Cerco de Gaza e todos os aliados se uniram para organizar os dois comboios.
O comboio terrestre, que sairá de Londres, atravessará toda a Europa até a Turquia, depois irá para a Síria e, finalmente, através da fronteira de Rafah , entrará em Gaza.Eles estão buscando cooperação com governos e agências relevantes.Espera-se que o comboio seja reforçado por veículos e voluntários em cada país por onde passar.A meta é entrar em Gaza com 500 veículos.

O comboio marítimo viajará por todo o Mediterrâneo reunindo navios, cargas e voluntários de cada país.A meta é entrar em Gaza com sessenta navios. Os organizadores planejam chegar nas fronteiras de Gaza,ao mesmo tempo, realizando maior comboio de ajuda do mundo em todos os tempos e , assim, tornar nulo o cerco.

Para mais informações sobre como participar do comboio " Viva Palestina " de ajuda a Gaza por terra e por mar, cadastre-se para receber e-mails através do site Viva Palestina e do Viva Palestina Saudita.
http://www.vivapalestina.org/home.htm
http://www.vivapalestinaarabia.org/
por Beth Monteiro

Operação Chumbo Impune

Eduardo Galeano


Eduardo Galeano no sitio Diario Liberdade

Para se justificar, o terrorismo do Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, conseguirá multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Sequer tem o direito de escolher seus governantes. Quando votam em quem não devem votar, são punidos. Gaza está sendo punida. Converteu-se em uma ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou de forma justa as eleições no ano de 2006. Algo semelhante ocorreu em 1932, quando o Partido Comunista ganhou as eleições em El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e desde então viveram submetidos às ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência, os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com pouca pontaria sobre as terras que eram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à beira da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficiente guerra de extermínio vem negando, há anos, o direito à existência da Palestina.
Pouca Palestina resta. Passo a passo, Israel a está exterminando do mapa.
Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão consertando a fronteira. As balas consagram os restos mortais, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que esta invadisse à Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que este invadisse o mundo. Em cada uma das suas guerras defensivas, Israel engoliu outro pedaço da Palestina e, os almoços seguem. A comilança se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico gerado pelos palestinos na espreita.
Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, e que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que zomba do direito internacional, e é também o único país que legalizou a tortura dos prisioneiros.
Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não poderia bombardear impunemente o País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico poderia devastar a Irlanda para liquidar ao IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou esse sinal verde provêm da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional dos seus servos?
O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por erro. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de danos colaterais, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são crianças. E somam-se os milhares de mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humando, que a indústria militar está testando com êxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. A cada cem palestinos mortos, há um israelense.
Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos chamam a acreditar que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos chamam a crer que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que devastou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada comunidade internacional, existe?
É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os EUA se auto denominam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial aparece mais uma vez. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações bombásticas, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.
Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam suas mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos.
A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama uma que outra lágrima enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século atrás essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, anti semitas.
Eles estão pagando, com sangue, uma conta alheia.

Os palestinos da amazônia....






Do sitio Diario Liberdade, em galego
 
Vídeo em 3 partes com depoimentos de lavradores amazônicos nos acampamentos da Liga dos Camponeses Pobres, no interior de Rondônia. A luta de um povo forte, que sofre o diabo, mas que não tem medo dele.
A marcha organizada por Ceivar percorreu os aproximadamente três quilómetros de trajecto até o centro vigiada por efectivos da polícia espanhola. Entre berros de apoio aos presos independentistas, contra os centros de menores e as prisons, e consignas patrióticas, a marcha chegou ao centro de menores situando-se numha das abas do monte que circunda dito centro com o intuito de visibilizar-se melhor para os internos.
As pessoas concentradas permaneceram por volta de duas horas lançando consignas de apoio ao Xurxo para depois realizarem um jantar numha carbalheira do próprio Monte-Alegre.
Repressálias e resposta do Xurxo. Segundo pudo saber o nosso organismo, durante o tempo todo que a concentraçom permaneceu ao pé do centro Xurxo foi conduzido a umha dependência na que se viu obrigado a escuitar áudios coa intençom de ele nom ouvir os berros de apoio. Assim mesmo foi conduzido para umha cela de isolamento por ter respondido algum dos berros que, apesar das medidas tomadas polo centro, pudo ouvir. Para respostar estas medidas coercitivas por parte da direcçom do centro Xurxo realizará duas jornadas de jejum consecutivas como primeira medida de protesto.
LIBERDADE INDEPENDENTISTAS!! DEFENDER A TERRA NOM É DELITO!!

As mazelas da máfia futebolística...

Campeonato do Mundo de Futebol
Atolado em corrupção e nepotismo

Matteo Patrono* no Odiario.info
Intocáveis, os senhores da oligarquia do futebol passeiam a sua impunidade por todo o mundo e são apresentados na imprensa da especialidade e generalista como se de pessoas de bem se tratassem. Por isso, raramente se vê questionar o seu poder e ainda mais raramente se vê na imprensa a denúncia da corrupção e nepotismo em que este mundo de “padrinhos e famílias” se movimenta, com total liberdade e a cumplicidade dos poderes políticos e judiciais de todos e cada um dos países.
Dizem os jornalistas sul-africanos que a suite «renascentista» escolhida pelo presidente da FIFA, Joseph Blatter, no Hotek Michelangelo de Sandton, tinha uma passadeira vermelha diante da porta, uma habitação do tamanho de um campo de futebol, um «jacuzzi» decorado em estilo africano e um minibar individual com cubos de gelo da marca Evian. As instalações estão no último piso de uma das torres do hotel de cinco estrelas que domina o distrito económico mais branco e mais rico de Johannesburgo. Monarca indiscutido da República mundial do futebol, o coronel construiu a sua sucessão a Havelange no trono da FIFA com os votos da Confederação África e a promessa (primeiro na Alemanha em 2000 e depois em 2004 na presença de Mandela) do primeiro Mundial da história do continente negro. Isso explica por que é uma figura tão popular na região. A tal ponto que num almoço de gala realizado em Johannesburgo, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, lhe atribuiu a Ordem dos Companheiros de Oliver Reginald Tambo, uma da mais prestigiosas do país atribuídas a personalidades estrangeiras. Tambo, juntamente com Mandela, foi um dos grandes lutadores contra el apartheid.
Vendo esta personagem não falta alguém disposto a encontrar na magnanimidade de Blatter, uma minudência para disfarçar as falhas da sua mastodôntica máquina de gerar dinheiro. Tal é o caso do semanário sul-africano Mail & Guardian que nos últimos meses meteu o nariz no grande negócio dos mundiais, onde deparou com uma parede. Dada a escassa colaboração do Comité Organizador Sul-Africano (LOC), dirigiu-se a um tribunal a pedir uma decisão que lhe proporcionasse acesso aos documentos oficiais relacionados com os contratos do campeonato do Mundo em nome da liberdade de informação. E logo, mesmo antes que o tribunal pronunciasse qualquer sentença, começaram a saltar alguns detalhes embaraçosos.
Antes de tudo o resto, as garantias concedidas pelo Governo de Pretória à FIFA, na altura de lhe atribuir a organização do Mundial, em 2004, confirmadas pelos diferentes ministros do executivo, então dirigido por Thabo Mbeki, e são 17, todas elas destruidoras da soberania do país, indefensáveis mesmo que a FIFA fosse o Fundo Monetário Internacional. Para começar, tanto a FIFA como as suas sociedades e delegações estão isentas do pagamento de impotos. Entre elas a Host, a empresa do neto de Blatter, que administrou a venda de entradas do Mundial, dos hotéis oficiais e dos pacotes de receptivo (apesar de para as Federações e para os seus amigos se assegurasse um desconto de 20% em todos os hotéis). Não haverá restrições para ninguém quanto à importação e exportação de moeda estrangeira. Num país onde ninguém pode ser atendido num hospital sem um seguro privado, o Governo ofereceu a este exército cobertura médica integral, além de segurança privada 24 horas por dia. Uma importante fracção das forças da ordem ficou adstrita e foi dirigida ao que é mais importante dos amores do chefe da FIFA: proteger a exclusividade dos sócios comerciais, os generosos e fidelíssimos patrocinadores em tudo o que respeita a marketing, marcas, direitos televisivos, propriedade intelectual. Inclusivamente no caso de controvérsias legais, a África do Sul comprometeu-se a pagar à FIFA uma indemnização para além do pagamento dos honorários dos advogados. Não vale a pena esclarecer que os processos contra os falsificadores e os vendedores não autorizados do logótipo do Mundial se multiplicam: só na África dos Sul são 450, 2.500 em todo o mundo. Alguns são ridículos: um bar de Pretória foi processado por ter pintado no seu próprio teto a Taça do Mundo, uma fábrica de caramelos por ter impresso sobre os invólucros da sua mercadoria uma bola de futebol e a bandeira da África do Sul. Aos vendedores de bebidas fora do estádio para garrafas neutras qualquer bebida que possa competir com a arquifamosa bebida de borbulhas que desde há 40 anos enche os cofres da FIFA. Mas o mais badalado é o da linha aérea de baixo custo, Kulula, que recebeu uma carta com aviso de recepção a dizer-lhe que retirasse imediatamente a genial publicidade lançada nos diários locais em Fevereiro: «A companhia não oficial do vós sabeis». Segundo a FIFA uma artimanha para fugir aos direitos de autor devido à presença de vuvuzelas, bolas e bandeiras sobre as quais o governo suíço do futebol pretende ter copyright absoluto. Isto apareceu rapidamente no Twiter, desencadeando uma onda de debates e protestos bem resumidos por Heidi Brauer, directora de marketing da Kulula: «É um pouco exagerado acreditar que tudo o que tem relação com o Campeonato do Mundo pertence à FIFA, as vuvuzelas, a bandeira nacional, o futebol pertencem à África do Sul. E a África do Sul pertence à África do Sul. Em contraparytida parece que vendemos os símbolos e a economia ao senhor Blatter».
Finalmente, a Kulula retirou a publicidade, mas a raiva pelo excesso de poder concedido à FIFA está muito difundida entre as pequenas e médias empresas sul-africanas, que esperavam obter alguns lucros com o grande acontecimento. Já houve quem recordasse que muitos dos processos postos pela FIFA na Alemanha há quatro anos ainda estão pendentes (é muito referido um contar um padeiro de Hamburgo que fez os seus pães com a forma da Taça do Campeonato do Mundo). E aqui regressa a jogo o Mail & Guardian, a quem na passada terça-feira um juiz do Supremo Tribunal de South Gauteng reconheceu o direito de acesso aos documentos sobre os contratos. O Comité Organizador, que pretendia ser um organismo privado livre da obrigação de transparência, deverá pôr à disposição do semanário, no prazo de 30 dias, a relação das sociedades que obtiveram a outorga de contratos em que ganham milhares de rands (indicando a que preço e sob que condições de licitação lhes foram atribuídos). «Recusar esses documentos – explicou o juiz Les Manson – permitiria aos organizadores ocultar da opinião pública eventuais casos de corrupção, violação ou incompetência». O director de Mail & Guardian, Nic Dawes, disse que também eles, como todos os sul-africanos, esperam com ansiedade o começo do Mundial mas «esta vitória mostra que a liberdade de informação é uma lei viva e não um pedaço de papel»

* Jornalista, enviado-especial de Il Manifesto à África do Sul
Este texto foi publicado no jornal italiano Il Manifesto de 10 de Junho de 2010.
Tradução de José Paulo Gascão

Livro analisa a manipulação da mídia...


Lançamento de livro vira ato contra a prostituição da mídia

“É uma triste verdade que a supressão da imprensa não poderia privar mais completamente a nação de seus benefícios do que se prostituíssem os jornais, entregando-se à publicação de mentiras”, já nos alertava em 1807, o então presidente norte-americano Thomas Jefferson.


Por Leonardo Wexell Severo, no site da CUT

Passados mais de 200 anos, pesos pesados na luta pela democratização da comunicação – e do próprio país - como Mino Carta e Fábio Konder Comparato transformaram o lançamento do livro Liberdade de Expressão x Liberdade de Imprensa, de Venício Lima, na noite de segunda-feira (21) no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, em maiúscula manifestação contra a prostituição da mídia.

Em seu livro, didático e direto, o professor Venício lembra, sem precisar recorrer à demolidora crítica marxista de Lenin ou Gramsci, da falácia empregada pelos porta-vozes dos conglomerados midiáticos em sua ânsia de mascarar a dominação e a transformação da informação em mercadoria.

Cada vez mais convertidos em “partido do capital”, os barões da mídia buscam “satanizar a expressão controle social” e identificar “liberdade de imprensa com liberdade de empresa”, denunciou o professor. Nesta linha, condenou, conseguiram intimidar setores do governo durante a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).

Pesos pesados pela democratizaçãoAssim, sem necessitar recorrer à “crítica marxista clássica”, alerta o autor, “refiro-me, apenas, ao debate interno às premissas liberais, consolidadas e praticadas em sociedades que têm servido de referência à nossa democracia, na perspectiva do direito à comunicação centrado no indivíduo (e não em empresas) – razão última e sujeito de todas as liberdades e direitos”.

Com este norte, Venício faz ecoar as palavras proféticas de Jefferson, um dos heróis da independência dos EUA: “Não se pode agora acreditar no que se vê num jornal [ainda não havia rádio e televisão]. A própria verdade torna-se suspeita se colada nesse veículo. A verdadeira extensão deste estado de falsas informações é somente conhecida daqueles que estão em posição de confrontar os fatos que conhecem com as mentiras do dia. O homem que não lê jornais está mais bem informado do que aquele que os lê, porquanto o que nada sabe está mais próximo da verdade que aquele cujo espírito está repleto de falsidades e erros”.

Responsável pelo prefácio do livro, o jurista Fábio Konder Comparato fez um breve relato histórico sobre a censura exercida pelas autoridades reais e eclesiásticas da liberdade de imprimir no mundo e de como se desenvolveu este controle de poder também em nosso país. Na atualidade, apontou, “o objetivo do oligopólio empresarial é a defesa do sistema capitalista. A liberdade é a falta de controle, a ausência de leis, isso é fundamental para os empresários que controlam os meios de comunicação”.

Na avaliação do jurista, é inaceitável que passados mais de 20 anos da promulgação da Constituição de 1988, não tenham sido regulamentados os artigos que dizem respeito à Comunicação. Na verdade, enfatizou, isso se deve ao fato do “oligopólio empresarial exercer um domínio sobre o Congresso Nacional”. “Precisamos entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão dos parlamentares”, declarou Comparato, sob aplausos.

Expressão maior da revista CartaCapital, o veterano jornalista Mino Carta ridicularizou os “jornalistas” que acabam se transformando em “sabujos do dono do meio de comunicação, publicando mentiras”, e que, pior, “acabam acreditando no que escrevem, enganando-se a si mesmos com medo de perder o emprego ou por um simples sorriso do patrão”. Exemplificando o que qualificava como “jornalismo de péssima qualidade”, Mino Carta fez a plateia vir abaixo com a entrevista de José Serra à Revista Veja, num simulacro de reportagem.

Primeira pergunta: “Por que para a democracia brasileira é positivo experimentar uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula ?”. E outra: “Como o senhor conseguiu governar a cidade e o estado de São Paulo sem nunca ter tido uma única derrota importante nas casas legislativas e sem que se tenha ouvido falar que lançou mão de ‘mensalões’ ou outras formas de coerção sobre vereadores e deputados estaduais?”. O plenário transformou-se em mar de risos.

“O pavor desta mídia é que Lula colha mais uma vitória”, disse Mino Carta, ressaltando que o processo eleitoral será um divisor de água importante. Mas há obstáculos a serem removidos, enfatizou o jornalista da CartaCapital, frisando que “um dos grandes aliados da mídia é o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que é quem mais contribui com os donos do poder com as altas taxas de juros”.

Em sua intervenção, o jornalista Luis Nassif também citou a promiscuidade entre o BC e os donos dos meios de comunicação, lembrando que o Banco Central sinaliza com o aumento da inflação e a mídia “faz um alarido que dá espaço para o BC aumentar os juros”. “É um jogo de guerra, de manipulação absoluta, de distorção. Hoje o jornalista vai a campo, colhe dez informações, distorce duas e deixa a terceira para o editor distorcer”, explicou.

Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, relembrou as inúmeras ações judiciais movidas contra ele por Daniel Dantas — o grande operador do esquema tucano nas famigeradas “privatizações” da telefonia —, chamado por FHC de “brilhante”, para reforçar a denúncia de que “a elite nativa se apropriou da liberdade de expressão para nos calar pelo bolso através da Justiça”.

Segundo Paulo Henrique, é fundamental respaldar a Adin por omissão, proposta pelo jurista Fábio Konder Comparato, para garantir a regulamentação dos artigos que proíbem a formação de oligopólios no setor, garantem espaço à produção regional e independente e estabelecem a complementaridade dos sistemas público, privado e estatal.

Para Paulo Henrique, o momento é de somar força e consciência em defesa da trincheira democrática que — ainda — é a internet, alvo dos que querem “fechar a linha de oxigênio” da comunicação. Condenando o PUM (Partido Unificado da Mídia), ressaltou que embora o governo Lula não tenha avançado neste estratégico quesito, que é a democratização da comunicação, concorda com Mino Carta que “seu maior legado será a tunda que vai dar no Serra“.

Entre outros sindicalistas e jornalistas, estiveram presentes o presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges – organizador do evento junto com a Editora Publisher Brasil; a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira; o presidente da Afubesp e diretor da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador; o presidente da Altercom, Joaquim Palhares; Bia Barbosa e João Brant, do Coletivo Intervozes; Renato Rovai, editor da Revista Fórum; Renata Mielli, do portal Vermelho, e Wagner Nabuco de Araújo, diretor geral da Caros Amigos.

Sintetizado em 162 páginas e 23 artigos que aprofundam a análise, a conceituação e o debate da relação entre liberdade de expressão e liberdade de imprensa, o livro de Venício conta com cinco enriquecedores capítulos, didaticamente organizados: “O ensinamento dos clássicos”, “O ponto de vista dos empresários”, “A posição das ONGs”, “Questões em Debate”, e “As Decisões Judiciais”.