terça-feira, 10 de junho de 2008


O coronel Paulo Roberto Mendes será o novo comandante da Brigada Militar, confirmou hoje à noite a governadora Yeda Crusius. Admiradora do “estilo” de Mendes, a governadora quer que ele imprima sua marca na Brigada.

Como subcomandante da Brigada Militar, o coronel Mendes notabilizou-se por comandar a repressão a protestos de professores e agricultores sem-terra no Estado. Nos últimos meses, quando houve alguma manifestação de protesto ou ação de movimentos sociais, a governadora acionou o coronel Mendes para a repressão imediata. Nos últimos meses, o coronel comandou ações de repressão violentas da Brigada em uma manifestação de professores no Centro Administrativo do Estado, na ocupação da fazenda da Stora Enso, em Rosário do Sul, na destruição de um acampamento de sem-terra em São Gabriel, entre outras ações. Defensor da pena de morte, o coronel Mendes é autor da frase: “Não tem jeito, tem que ir pro paredão”.

Em 2007, Mendes defendeu que a população deveria reagir a assaltos, contrariando a orientação da polícia para situações deste tipo. No mesmo ano, durante um debate televisivo, abordou-se o caso de um pedreiro morto pela polícia em Gravataí. Segundo a família, ele foi confundido com um assaltante e acabou morrendo em razão de surra que levou após ser preso. O comentário do coronel: “Às vezes, se preocupam com uma eventual pessoa que a polícia tenha matado”.

Esse é o homem que comandará a Brigada Militar.

Créditos:

Yeda Crusius, Bancoop, VarigLog e essa coisa chamada mídia

- por Renato Rovai, editor da Fórum

Os escândalos que envolvem o governo do Rio Grande do Sul são piores do que aqueles que atingiram o governo federal em 2005. Comparar escândalos é uma coisa meio estúpida, mas em 2005 o governo Lula não viu um Zé Dirceu ou uma Dilma Roussef ligando para o vice-presidente José de Alencar e escancarando que a corrupção é isso mesmo e que ele bem sabia disso. E dando detalhes sobre como o esquema sustentava a base aliada.

No Rio Grande do Sul isso aconteceu. O chefe da Casa Civil César Busatto teve uma conversa com o vice-governador gravada onde ele trata da corrupção como se estivesse falando de um Gre-Nal. E o caso ainda não foi para nas manchetes da midiazona. Você viu a governadora Yeda com um pé na bunda na capa da Veja, por exemplo? Mas se fosse o caso tivesse acontecido no Piauí, com o governador Wellington Dias, provavelmente já teria visto o petista numa jaula com roupa de bandido na capa da dita revista.

Com todo respeito ao Piauí e aos meus muitos amigos de lá, mas o Rio Grande do Sul, apesar do governo Yeda, ainda é politicamente mais importante que o seu irmão federativo.

O mesmo acontece em relação à cratera que se abriu em obra do metro paulistano que matou sete pessoas e feriu tantas outras. É impressionante como esse acidente causado (cada vez fica mais evidente) pela ganância do consórcio que está tocando a obra e pela irresponsabilidade das gestões tucanas à frente do governo do Estado continua sendo “algo da vida” na cobertura jornalística. Quem pretende tratar dele é acusado de buscar politizar a tragédia alheia.

No caso da queda do avião da TAM a politização foi matéria-prima dos primeiros minutos da cobertura. Mesmo sabendo-se que conectá-lo com o governo federal era algo irresponsável. Criou-se um movimento chamado Cansei na esteira daquela história, lembram-se? Eu não me esqueço. E ele dirigia suas críticas ao governo, politizava o caso TAM e teria apoio midiático com divulgação gratuita de publicidades que iam bater bumbo contra o governo Lula. Foi derrotado na internet por sites e blogues que mostraram as ligações de seus autores.

Em contrapartida a esse silêncio sobre coisas que poderiam interessar à opinião pública, a midiazona já decidiu que o caso da VarigLog “é explosivo e pode ser pior ainda que o dos cartões coorporativos”. Alguns jornais (claro que sem citar a fonte) dizem que essa avaliação tem sido feita por assessores do Palácio do Planalto.

E por fim renasce o caso Bancoop. O Estadão de hoje também decidiu dar uma página inteira para a investigação sobre essa cooperativa que foi criada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo. A denúncia é que seus problemas econômicos se devem ao financiamento de candidaturas petistas. E a acusação é de um irmão de um ex-presidente da Bancoop morto num acidente de carro e que está sendo processado pela cooperativa. Pelo que entendi da confusão apresentada ele tem provas de ter recebido 5 mil reais ou coisa assim na sua conta-corrente. Muito dinheiro, hein?

O caso Bancoop, aliás, parece um novo episódio Celso Daniel. Na eleição passada o Ministério Público de São Paulo colocou o tema na mídia com “provas irrefutáveis” de que a corrupção é que o havia levado o ex-prefeito a ser assassinado. Finda a eleição, o assunto morreu.

Agora, o MP paulista, que ao invés de cuidar da boa gestão do governo de São Paulo só se interesse em investigar a oposição, escolheu a Bancoop como bola da vez. Nada contra que investigue a Bancoop. Se há indícios de má-gestão dos recursos dos cooperados, é preciso ver o que ocorreu. Mas transformar isso em tema de página inteira de um jornal nacional, venhamos...

Os interesses demo-tucanos se confundem com os interesses da midiazona. Essa é a questão fundamental. Por isso, acho tão importante hoje a luta pela democratização da mídia, quanto foi o das Diretas Já em 1984.

Ampliar a diversidade informativa no Brasil é um passo necessário para que possamos vir a ter uma democracia mais saudável.

Precisamos de mais diversidade informativa. De contradição na cobertura jornalística. De gente tratando de assuntos por perspectivas diferentes. E, entre outras coisas, para que isso aconteça precisamos fazer desse Fórum de Mídia Livre que vai acontecer no Rio um encontro histórico.

Hoje eles já não são tão hegemônicos como parecem. A mídia comercial tradicional é um poder em franca decadência. Mas ainda teremos de batalhar muito para construir uma alternativa que não seja só a de colocar novos poderosos no lugar dos anteriores. Diversidade informativa, muitos, mas muitos mesmo, tendo o direito de comunicar. Esse deve ser nosso objetivo maior.

PS: O Fórum de Mídia Livre que vai acontecer na Universidade Federal do Rio de Janeiro no fim de semana que vem já beira os 600 inscritos.

Sem Título

Compleja es la argumentación

Ríspida es la demonstración

Impecable es la forma de sentir:

Sencillamente la alma se alumbra

Temerosa de la fuerza bruta

Incansable de la inagotable búsqueda

Nacida desde el nido

Aunque el cuerpo no crea em la alma


Carlos Eduardo Costa


The Al Di Meola Project - Kiss my Axe - 1991


img380/5964/36711lg4.jpg

1. South Bound Traveler (5:22)
2. The Embrace (5:49)
3. Kiss My Axe (5:04)
4. Morocco (7:41)
5. Gigi's Playtime Rhyme (Interlude #1) (2:36)
6. One Night Last June (8:19)
7. Phantom (7:53)
8. Erotic Interlude (Interlude #2) (2:32)
9. Global Safari (5:42)
10. Interlude #3 (1:59)
11. Purple Orchids (6:45)
12. The Prophet (Interlude #4) (1:18)
13. Oriana (September 24, 1988) (5:19)

img293/2757/p00688u4s6kfk4.jpg


- Al DiMeola / guitar (acoustic), cymbals, andclapping, tabla, guitar (electric), guitar
- Richie Morales / drums
- Gumbi Ortiz / conga
- Tony Scherr / bass, bass (acoustic), bass (electric)
- Arto Tuncboyaciyan / percussion, bata, voices, bongos
- Gumbi Oritz / conga, bata, handclapping
- Rachel Z / synthesizer
- Anthony Jackson / bass (electric), clarinet (contrabass)
- Omar Hakim / drums
- Barry Miles / synthesizer, synclavier, handclapping, piano

CRÉDITOS: LooLoBLog