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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A História da Maconha

Acompanharemos a trajetória desta droga psicotrópica na América. A maconha é um produto global que nos Estados Unidos produz mais de 36 bilhões de dólares por ano. Enquanto muitos acham que é uma droga medicinal, outros a consideram uma "droga ponte", que abre caminho para o uso de outras drogas mais fortes. Neste programa será mostrado o paradoxo que existe com relação a esta substância: o governo dos Estados Unidos investiu 100 bilhões de dólares para lutar contra o custo, venda e distribuição da droga, enquanto em 14 de seus estados o uso foi legalizado por razões medicinais.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Os 50 Melhores Filmes da Esquerda


50melhoresfilmesdaesquerdaDiário Liberdade - [António Santos para o Diário Liberdade]

Cinema e socialismo foram colegas de escola no princípio do século XX. Às vezes juntos, cresceram, apaixonaram-se, magoaram-se, desiludiram-se e continuaram a aprender. 

Após uma primeira experiência com 35 títulos, aqui fica o um catálogo a 50, alargado pelas críticas e sugestões de largas dezenas de leitores. Esta lista, inevitavelmente incompleta e truncada de injustiças, resgata da História do Cinema as melhores e mais belas encarnações dos ideais da (e não de) esquerda. Convidados, ficam os leitores a sugerir na caixa de comentários as obras que aqui faltam e a propor a alteração deste ordenamento.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

- O homem com uma câmera (Chelovek s kinoapparatom) – URSS (1929)




Direção: Dziga Vertov
Roteiro: Dziga Vertov
Um experimento cinematográfico que foi considerado inovador para a sua época por utilizar várias técnicas até então pouco ou nada vistas. É um documentário que mostra um dia normal, totalmente típico, na cidade de Moscou.
Sem dúvida, um dos filmes mais importantes da história do cinema. A inquietação e teorias de Vertov o levou a criar uma obra mestra para a linguagem cinematográfica.
Em O Homem com uma câmera (ou O Homem com uma câmera na mão, ou O Homem com uma câmera de filmar), o diretor experimenta diversos recursos, como movimentos de câmera, sobreposição de imagens, velocidade (aceleração e slowmotion), planos, enquadramentos e, sobretudo, uma montagem original para a época.
Todos esses elementos respaldavam as suas teorias sobre a função da câmera e do próprio cinema – a câmera-olho, num processo de “humanização” da câmera, com as lentes funcionando como múltiplas retinas que enxergam os acontecimentos ao seu redor, unindo e sobrepondo pontos de vista.
Apesar de captar imagens do cotidiano soviético, com seus lugares, pessoas, movimentos e objetos, o filme radicaliza o conceito de “documentário”, pois une os registros documentais à manipulação feroz do diretor, resultado em uma obra artística, poética e autoral.
Enfim, esse não é apenas um filme, mas uma fonte teórica riquíssima, para se explorar a linguagem cinematográfica. Certamente, muitos cineastas do século passado beberam dessa fonte e ainda há o que beber.


Download:

domingo, 15 de julho de 2012

Werner Herzog - God's Angry Man (1980)

Créditos: MakingOff
 
God's Angry Man
(Glaube und Wärhung – Dr. Gene Scott, Fernsehprediger)
Werner Herzog - God's Angry Man (1980)
Poster
Sinopse
Documentário para TV a respeito do pregador Gene Scott.
(maiores informações na crítica abaixo)
LEGENDAS EXCLUSIVAS!!!
Screenshots (clique na imagem para ver em tamanho real)

Elenco
Informações sobre o filme
Informações sobre o release
Gene ScottGênero: Documentário
Diretor: Werner Herzog
Duração: 44 minutos
Ano de Lançamento: 1983
País de Origem: Alemanha / EUA
Idioma do Áudio: Alemão / Inglês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0080796/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 1.936 Kbps
Áudio Codec: MPEG1/2 L3
Áudio Bitrate: 135 kbps 48 KHz
Resolução: 576 x 432
Aspect Ratio: 1.333
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 23.976 FPS
Tamanho: 652.5 MiB
Legendas: No torrent
Crítica

Enquanto esperava o período de pré-produção transcorrer para as filmagens de Fitzcarraldo no Peru, Werner Herzog não perdeu tempo, investindo na realização de dois filmes irmãos sobre desdobramentos da religiosidade americana. God's Angry Man e o posterior O Sermão de Huie, ambos de 1980, são frutos de um estado de espírito muito particular dentro do momento vivido pelo diretor em sua carreira, justamente o da realização de seu mais ambicioso projeto artístico, a ser lançado somente dois anos depois sob um véu de obstáculos como raramente o cinema terá enfrentado. Ainda que ambos os médias tenham sido relegados a um patamar próximo ao esquecimento, justificado inclusive pelo barulho que Fitzcarraldo gerou da gestação à estréia, não é possível ignorar a relevância que ambos os trabalhos possuem, mesmo após três décadas, de iluminar alguns dos interesses centrais e correntes no legado de Herzog.

God's Angry Man, filme sobre a comercialização da fé — e por isso muito próximo ao que atualmente se intensifica no Brasil —, coloca em foco a controversa personalidade de Gene Scott (1929-2005), pastor protestante que, entre os anos 70 e 80, tornou-se um ícone da comunicação através de um programa (Festival da Fé) que liderava a audiência e convencia seu público, por meio de um discurso emotivo e ironicamente raivoso, a ofertar generosas quantias financeiras em nome de Deus. O curioso é que, ao invés de organizar seu material (arquivos found footage do programa, entrevistas exclusivas com Scott, registro de bastidores da TV) em tom de denúncia ou crítica direta aos questionáveis atos de quem observava, Herzog optou por aproximar-se do homem que se escondia atrás da imagem midiática evidenciando uma ambigüidade que ora se compadece, ora abomina, ora simpatiza com aquele que finalmente deixa sua máscara cair.

Ao nos mostrar a rotina de um homem que vive para as câmeras — à época, os programas de Scott duravam entre 6 e 8 horas diárias e ininterruptas — e que, por isso, já diluíra sua identidade num conjunto de expectativas e códigos de conduta indiferentes à sua vontade, Herzog desconstruiu todo um conceito fílmico baseado no desequilíbrio que a realidade e a ficção sempre nele tensionam. O que seu filme faz com Gene Scott é o que nenhuma das incontáveis horas de TV poderiam extrair dele e, em contrapartida, o que ele jamais revelaria para alguém não mediado por uma câmera. Consciente de sobreviver num 'mundo de celulóide', de ocultar uma profunda tristeza sob a fachada do estrelato, finalmente Scott encontrará a possibilidade de uma imagem que não se preocupe em vesti-lo de sentidos e significados exteriores, pois ao contrário, vem dela o mais pleno desnudamento, o desejo simples e puro de ser. E se procurarmos identificar o tempo da restituição, aquele momento em que Scott é brevemente devolvido para si mesmo, este não poderá estar em outro movimento senão o do incisivo close-up dedicado por Herzog ao entrevistado, durante vários e longos minutos.

Certamente o mais belo e funcional — sim, Herzog consegue fundir opostos — close já efetuado pelo diretor, eis uma proximidade que recupera todo o caráter trágico (chapliniano) do referido movimento técnico: há uma eterna dor na face que se deixa tocar pela lente, naquilo que da pele pulsa, dos vincos e rugas, de cada contorno. São nestas cenas que God's Angry Man deixa de ser um filme sobre o mercado da religião para tornar-se um retrato do desamparo humano, do corpo que, abandonado solitariamente num mundo esquecido por Deus, agoniza uma espiritualidade impossível. Parece desnecessário apontar a relação entre Gene Scott e o protagonista de Fitzcarraldo, megalomaníacos que precisaram ultrapassar os limites da razão para sobreviver num domínio simbólico da existência. Desnecessário procurar neles um reflexo de Herzog, que otimizando a espera pelo seu próximo filme, comprovou ser o movimento cinemático uma conseqüência do saber aguardar.

Nandodijesus (Multiplot)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Rappers contra o latifúndio


Assentados do MST montam grupo Veneno H2 e misturam arte e política em seu trabalho e letras


Joana Tavares,
de Belo Horizonte (MG)- BRASIL DE FATO


O grupo Veneno H2- Foto: Joana Tavares
O hip hop é conhecido como uma cultura da periferia das grandes cidades. Mas um grupo de jovens assentados decidiu que o rap também era música para o povo do campo se expressar e contar sua realidade. Carlos César, o Cesinha, já tem mais de 20 anos de estrada no rap. Mas foi no assentamento 17 de abril, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), próximo à cidade de Franca, em São Paulo, que ele conheceu Paulo Eduardo Pinheiro, o Mano Fi, e montaram um grupo. Depois entrou John Miller Souza, o John Doido, que entrou fazendo as bases no violão e passou a escrever e cantar também. Os três compõem o Veneno H2, que junta no nome os dois H´s do hip hop e a essência da cultura, misturado com o veneno do dia a dia, gíria para designar as dificuldades e ansiedades. “E também porque para o sistema somos puro veneno”, coloca Cesinha.
Eles entendem o rap como ferramenta de contestação social, e conseguem com seu trabalho dialogar com os jovens dos assentamentos, mas também com os mais velhos, de início resistentes ao estilo. Colocam ainda que a aproximação com a periferia urbana é possível e viável por meio do hip hop e se apresentam em bailes, eventos do MST e onde mais houver espaço para sua música militante. O Veneno H2 não tem equipamentos próprios, não tem sites ou redes de divulgação, e seus integrantes precisam garantir na enxada seu sustento material. Cantam a realidade como se apresenta a eles, sem deixar de lutar para transformar o dia a dia e construir outro vilarejo para a humanidade.
O Veneno H2 se apresentou no pocket show do Duelo de MCs, em Belo Horizonte, e conversou com o Brasil de Fato sobre a história do grupo, as dificuldades e sua forma de trabalho.

Brasil de Fato – Como começou o grupo?

John – Começou em 2004. Em 2005 o pessoal já estava fazendo as letras. Entrei depois, porque os meninos tinham letra, mas não tinham as bases, e aí eu fazia as bases no violão. A gente foi assim um tempo, com poucas letras e tudo. Em 2006, o Cesinha ganhou um CD de bases, daquelas bem antigonas, e começamos a trabalhar em cima e desenvolver mais letras. Como não tinha mais necessidade do violão, comecei a escrever também. Começamos a ter pegada de grupo em 2006. A gente tinha um caderno com 18 letras, aí a gente ia ensaiando pra decorar. De repente o caderno sumiu. Misteriosamente. Tinha muita gente que não apoiava, que achava que rap e sem-terra não tinha nada a ver, que queria manter aquela linha da cultura camponesa, sem abrir pra mais coisa. Desanimamos pra caramba, mas depois pensamos: se fizemos uma vez, dá pra fazer de novo.

Cesinha – É dessa época a música Militante da terra. Houve uma resistência, mas com o tempo ficou clara a necessidade de ter uma proposta mais política nas letras. Foi no assentamento 17 de abril que o grupo se formou. Tocamos o primeiro rap do Veneno H2 num encontro da juventude que o Instituto de Terras do estado de São Paulo (Itesp) fez na região, e fizemos o rap sem base, com o pessoal batendo na palma na mão. Quando o Jonh entrou, fizemos uma apresentação no aniversário do assentamento. Começamos a escrever junto a partir daí. Quando teve o lançamento do programa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o pessoal chamou a gente, mas não era pra gente cantar rap, era pra cantar uma música do MST. Nem testamos o som, começamos a cantar, não tinha microfone. Aí teve gente que até chorou com a música, que foi Militante da terra, com uma parte de uma música do movimento. O pessoal gostou demais e começou a perguntar se a gente tinha CD, como é que era. Falamos que a gente tinha dificuldade pra trabalhar e vontade de vencer o desafio. O pessoal então passou o chapéu, pra nos ajudar a gravar pelo menos uma faixa. Então em 2008, gravamos nossa primeira faixa, a Militantes da Terra, com a segunda versão.

John – A gente tenta discutir até chegar num acordo pra todo mundo. Depois disso, o pessoal viu que a proposta era interessante para a juventude, porque os jovens achavam bem interessante, viam que a gente era da mesma luta e estava ali tocando rap. Aí foi aparecendo mais espaços nos movimentos sociais e de grupos de extensão de faculdade. Depois de um tempo, a gente foi vendo a necessidade de buscar formação para desenvolver melhor os temas políticos, fazer um diálogo melhor. No começo, falo por mim mesmo, eu ia para os espaços pra cantar, não queria saber de plenária, de estudo, de nada. Era cantar, dar meu rolê, dar uma namorada... e isso não dava credibilidade. Não precisou ninguém chegar e dar um toque, a gente foi buscar formação.

Qual a ligação do hip hop com a luta?

Cesinha – O hip hop é mais uma ferramenta. Ele surgiu como um movimento social também, foi muito discriminado. Mas agora ele foi apropriado, ou melhor, expropriado pelo capital. Como todas as outras mercadorias, o hip hop está virando uma mercadoria também. Talvez não tão vulgar quanto outros ritmos que o sistema apropriou, mas se continuar pode ir pro mesmo caminho. Como uma ferramenta de luta – e o hip hop é muito flexível – a gente pode usar isso a nosso favor também. Não temos espaço na mídia, mas temos a mídia alternativa, temos contato direto com quem nos ouve. A gente vê o hip hop como uma forma de luta, porque vemos uma possibilidade de construir as letras de acordo com nossa cultura, com o que a gente viveu e podemos misturar tudo que a gente gosta, do funk a Bethoveen, rock, reggae, samba, até o sertanejo. Estamos pensando em colocar toques de viola no próximo CD, resgatando a cultura popular. O hip hop tem essa flexibilidade e essa simbiose, ele se junta com a cultura local.

John – O interessante é que a gente é do campo, somos assentados, filhos de assentados, nos conhecemos no assentamento, nossa raiz é totalmente o MST, porque foi a partir disso que tivemos formação. Mas se você for chegar pra juventude hoje, principalmente da cidade, e falar sobre organização de classe, sobre a questão da luta, é muito difícil, porque estão totalmente alienados pela mídia, têm um conceito muito negativo da política. Qual a ideia do hip hop? Colocamos vários elementos políticos nas nossas letras, para eles notarem que aquela política é o que eles estão vivendo, não tem um distanciamento, para eles buscarem fazer alguma coisa pra mudar aquela realidade. Porque ninguém vai mudar se não for a gente, porque o capital sempre vai explorar. É difícil esse diálogo com a juventude, até nas nossas próprias áreas, porque a gente sabe que muitas vezes o pessoal completa certa idade e quer ir embora, porque no assentamento não tem lazer, é só trabalho braçal... e no trabalho que a gente faz buscamos também espaços de lazer e de cultura.

E as pessoas mais velhas?

Cesinha – Uma coisa interessante também no decorrer da nossa história é que para conseguir o apoio da comunidade, trabalhamos primeiro com a juventude, mas depois fomos apresentando o hip hop para as pessoas mais adultas, para os idosos, que às vezes tinham resistência. Eles perceberam que o rap não era só o que eles conheciam por rap, que falava de droga, de arma. Viram que era nossa realidade retratada de forma bem sintetizada.

Qual a reação das pessoas da cidade quando conhecem o trabalho de vocês?

John – O pessoal do rap de Franca, a cidade mais próxima do assentamento, quando conheceu a gente ficou meio receoso, quando a gente falou que morava no assentamento tiraram um sarro da gente: “ah, vocês fazem rap da roça”. Mas depois ouviram nossas músicas e viram que a gente conta o cotidiano com conceitos políticos mesmo.

Cesinha – A primeira apresentação nossa em um baile de rap em Franca, a gente estava tão ansioso que ficamos meio travados, e falamos pra geral: “seguinte: esse é o rap do sem-terra e como somos novos, vamos deixar a música falar pela gente”. E a galera gostou muito, a partir de então conseguimos ter um diálogo melhor com a periferia. Estamos voltando para os bailes, para a periferia também. Quando a gente compara os problemas, vê que são basicamente os mesmos.

Por que o nome Veneno H2?

Cesinha – De começo eu queria montar uma banda soul, e pensei na palavra ‘veneno’ porque é uma gíria, que significa passar dificuldades, estar nervoso, ou estar eufórico com alguma coisa. “Estou no veneno pra sair e tomar uma com os amigos”, ou “Estou no veneno porque não tem comida em casa”, ou “passei um veneno porque fui despedido”. Vimos então que o veneno estava constante na nossa vida. O H2 é pelos dois ‘H’ do hip hop. E também porque para o sistema a gente é o puro veneno. Até a revista Veja esculachou uma música nossa, com um vídeo de uma apresentação no acampamento do Levante Popular da Juventude.

John – Com toda nossa simplicidade e dificuldade, não temos aparelhagem, equipamento, nada – só temos um pen drive com as bases e agora um computador que ganhei – conseguimos cutucar lá em cima com nossa mensagem.

Quais os próximos passos do grupo?

Jonh – Estamos divulgando os CD e também já construindo o próximo, temos algumas letras escritas já. Fiz um curso de desenvolvimento cultural pelo MST e aprendi técnicas de vídeo e edição, então estamos com a ideia de fazer um trabalho nosso nisso também. Não só um trabalho de música, mas fazer também oficinas de desenvolvimento cultural com o pessoal. A gente sabe a dificuldade que tem um grupo de rap de movimento social. Talvez a gente seja o único grupo de rap orgânico da base do MST, e somos convidados para ir em vários lugares do país, e fazemos isso, a oficina e depois cantamos o rap. Temos parceria com o Levante da Juventude, para levar a organização para a periferia também. E buscar cada vez mais conhecimento, porque a gente absorve e repassa nas letras. A gente quer ver também como trabalhar a questão da mística nas apresentações, até para mostrar o outro lado do MST, o lado verdadeiro da coisa.

Cesinha – É, a produção no setor da cultura. Estamos também discutindo de ver alguém – do movimento ou não – para a gente produzir. Fazer um clipe e chegar em mais pessoas, mais periferia, mais campo, para levar nossa visão de que a cultura, a música, não é só pra distrair, mas formar a consciência geral: de jovem, adulto, velho, criança. E trabalhar no lote, né?

John – É, porque a principal fonte de renda nossa é o trabalho braçal.

Ouça a música Nosso Vilarejo em:

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Caixa de Pandora - 2008




















SINOPSE
Os irmãos Nesrin, Güzin e Mehmet moram em Istambul e levam vidas distantes, centrados em suas preocupações de classe média alta. Um dia precisam viajar ao vilarejo natal para procurar por sua mãe, Nusret, que desapareceu. Eles a encontram, mas ela apresenta sinais de Alzheimer, e os irmãos decidem levá-la para Istambul. Cuidar da mãe, no entanto, faz com que antigos conflitos ressurjam. Nusret também não está contente, pois deseja voltar a sua cidade. O único que parece compreendê-la é Murat, seu neto rebelde e introspectivo.

DADOS DO ARQUIVO
Diretor: Yesim Ustaoglu
Áudio: Turco
Legendas: Português
Duração: 118 min.
Qualidade: DVDRip
Tamanho: 695 MB
Servidor: Torrent

CREDITOS:  Bukowski

LINKS
Parte única

terça-feira, 17 de abril de 2012

Manifestantes protestam durante homenagem a Médici: “Bagé pede desculpas ao Brasil”


Um grupo de estudantes, professores, artistas, jornalistas e de outras categorias de trabalhadores promoveu um ato público dia 11 de abril, em Bagé, para homenagear a memória dos desaparecidos, torturados e mortos pela ditadura militar. A manifestação ocorreu na mesma hora em que era lançado no Clube Comercial o livro “Médici, a verdadeira história”, de autoria dos coronéis reformados Claudio Heráclito Souto e Amadeu Deiro Gonzalez. Carregando faixas e cartazes com fotos de desaparecidos e mortos pela ditadura, os manifestantes distribuíram panfletos para os participantes da homenagem ao ditador Médici, que é natural do município. “Bagé pede desculpas ao Brasil”, dizia um dos cartazes.
Um dos organizadores da homenagem foi para a calçada e “mandou” um policial militar permanecer ali para “garantir a segurança” de seus convidados. Não houve nenhum incidente de violência, só o constrangimento e a irritação visível na face de alguns dos admiradores do militar. Ao som de músicas de Tom Zé e Geraldo Vandré, os manifestantes leram o nome de todas as pessoas assassinadas durante o período em que Médici foi ditador do Brasil. E garantiram que estarão em qualquer futura manifestação que pretenda homenagear líderes da ditadura. O vídeo da manifestação é uma produção de Maria Bonita Comunicação.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

"CHE, UN HOMBRE NUEVO" GANHA O PREMIO DE MELHOR DOCUMENTÁRIO NO FESTIVAL DE CINEMA DE MONTREAL

"CHE, UN HOMBRE NUEVO" é um documentário com criação e direção de Tristan e Carolina Scaglione sobre a vida e obra de Ernesto Guevara. A intenção dos seus autores foi a de gerar uma viagem através da memória, do pensamento e da poesia do bravo guerrilheiro. Pela  primera vez na historia, sua mulher Alina  y Cay seus filhos cedem a documentação mais intima com a qual ninguem antes havia tido contato. Escritos, gravações e narrações literárias que Che nos apresenta em suas dimensões mais poéticas e humana.Por sua vez, o Governo Cubano disponibiliza mais de 20 horas de imagens inéditas até agora nunca vistas.

"CHE, UN HOMBRE NUEVO" é uma co-produção entre Argentina (Universidad Nacional del Gral San Martín y el INCAA), Cuba (Centro de estudios Che Guevara y el ICAIC) e España (Golem). Além disso ainda conta com a participação da Televisão Espanhola.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A ordem criminosa do mundo


Em novembro de 2008, a TVE (Espanha) exibiu um documentário intitulado “A ordem criminosa do mundo”. Nele, Eduardo Galeano, Jean Ziegler e outras personalidades mundiais falam sobre a transformação da ordem capitalista mundial em um esquema mortífero e criminoso para milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de três anos depois, o documentário permanece mais atual do que nunca, com alguns traços antecipatórios da crise que viria atingir em cheio também a Europa. Reproduzimos aqui o vídeo, legendado em português, e algumas das principais afirmações de Galeano e Ziegler:

“Os verdadeiros donos do mundo hoje são invisíveis”

“Os verdadeiros donos do mundo hoje são invisíveis. Não estão submetidos a nenhum controle social, sindical, parlamentar. São homens nas sombras que procuram o governo do mundo. Atrás dos Estados, atrás das organizações internacionais, há um governo oligárquico, de muito poucas pessoas, mas que exercem um controle social sobre a humanidade, como jamais Papa algum, Imperador ou Rei teve”. (Jean Ziegler)
“O atual sistema universal de poder converteu o mundo num manicômio e num matadouro” (Eduardo Galeano).
“A globalização é uma grande mentira”
“O capital financeiro percorre o planeta 24 horas por dia com um único objetivo: buscar o lucro máximo. A globalização é uma grande mentira. Os donos do grande capital que dirigem o mecanismo da globalização dizem: Vamos criar economias unificadas pelo mundo inteiro e assim todos poderão desfrutar de riqueza e de progresso. O que existe, na verdade, é de uma economia de arquipélagos que a globalização criou” (Jean Ziegler).
“Há três organizações muito poderosas que regulam os acontecimentos econômicos: Banco Mundial, FMI e OMC; são os bombeiros piromaníacos. Elas são, fundamentalmente, organizações mercenárias da oligarquia do capital financeiro invisível mundial” (Jean Ziegler).
“Eu não creio que se possa lutar contra a pobreza e criar uma estratégia de luta contra a pobreza sem lutar contra a riqueza, contra os ricos, pois os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres” (José Collado, Missionário em Níger).
“Todos os dias neste planeta, segundo a FAO, 100 mil pessoas morrem de fome ou por causa de suas consequências imediatas” (Jean Ziegler).

“O dicionário também foi assassinado”

“Hoje as torturas são chamadas de “procedimento legal”, a traição se chama “realismo”, o oportunismo se chama “pragmatismo”, o imperialismo se chama “globalização” e as vítimas do imperialismo, “países em vias de desenvolvimento. O dicionário também foi assassinado pela organização criminosa do mundo. As palavras já não dizem o que dizem, ou não sabemos o que dizem” (Eduardo Galeano).
“Se hoje eu digo que faz falta uma rebelião, uma revolução, um desmoronamento, uma mudança total desta ordem mortífera e absurda do mundo, simplesmente estou sendo fiel á tradição mais íntima, mais sagrada da nossa civilização ocidental. O nosso dever primordial hoje deve ser reconquistar a mentalidade simbólica e dizer que a ordem mundial, tal como está, é criminosa. Ela é frontalmente contrária aos direitos do homem e aos textos fundacionais das nossas civilizações ocidentais” (Jean Ziegler).

“Se houvesse uma só morte por fome em Paris haveria uma revolta”

“A primeira coisa que devemos fazer é olhar para a situação de frente e não considerar como normal e natural a destruição, por exemplo, de 36 milhões de pessoas por culpa da fome e da desnutrição. Se houvesse uma só morte por fome em Paris haveria uma revolta. De nenhum modo devemos permitir que as grandes organizações de comunicação nos intimidem, nem as fábricas das teorias neoliberais das grandes corporações, pois todas as corporações se ocupam, primeiro, de controlar as consciências, de controlar como podem a imprensa e o debate público” (Jean Ziegler).

sábado, 27 de agosto de 2011

Ótimo documentário...

A Dança do Leão
(Kagamijishi)
(1936) Kagamijishi
Poster
Sinopse
Documentário, dividido em duas partes, de uma dança tradicional japonesa (kabuki) – a Kagamijishi (dança do leão). A primeira parte – filmada em junho de 1935, e utilizando som sincronizado – registra parcialmente a dança (já que originalmente tem mais de uma hora) com o prestigiado ator de kabuki Kikugoro Onoe VI. A segunda parte – filmada em maio de 1936, e sem som – registra Kikugoro Onoe VI em seu camarim.
 
 
Fonte
LEGENDAS EXCLUSIVAS
Screenshots (clique na imagem para ver em tamanho real)



Elenco
Informações sobre o filme
Informações sobre o release
Kikugoro Onoe ... Yayoi / Shishi no sei (como Rokudaime Onoe Kikugorou)
Kinjirou Onoe ... Kochou
Shigeru Onoe ... Kochou
Wafuu Matsunaga ... Nagauta - Uta
Shinzou Fujita ... Nagauta - Uta
Izaburou Kashiwa ... Nagauta - Shamisen
Tazaemon Morotsuki ... Nagauta - Taiko
Junji Masuda ... Roudoku (voz)
Gênero: Documentário
Diretor: Yasujirô Ozu
Duração: 24 minutos
Ano de Lançamento: 1936
País de Origem: Japão
Idioma do Áudio: Japonês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0345476
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 2.760 Kbps
Áudio Codec: MPEG1/2 L3
Áudio Bitrate: 64 kbps 48 KHz
Resolução: 608 x 464
Aspect Ratio: 1.310
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 20.000 FPS
Tamanho: 480.4 MiB
Legendas: Em anexo
Curiosidades
Este é o único documentário realizado por Ozu, e foi um pedido do Ministério de Educação. Começou a ser filmado em 26 de junho de 1935.
A Associação para Promoção Internacional da Cultura (Kokusai Bunka Shinko-kai), fundada em 1934, planejou filmar performances extraordinárias da cultura japonesa para apresentá-las ao mundo. Foi solicitado à Shochiku um documentário da dança Kagamijishi, com performance do conceituado ator de kabuki, Kikugoro Onoe VI.
Ozu era fã de Kikugoro e teve oportunidade de conhecê-lo um ano antes da proposta do projeto através de um parente dele, Hiroshi Tojo, que era funcionário da Shochiku.
Quando o projeto foi concretizado, Kikugoro, já amigo de Ozu, solicitou que ele fosse escolhido para diretor. Ozu estava filmando Um hotel em Tóquio (Tokyo no yado), mas interrompeu o trabalho para realizar a primeira parte do documentário.
Fonte
 
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.

Arquivo(s) anexo(s)

sábado, 30 de julho de 2011

Sílvio Tendler quer massificar documentário sobre agrotóxicos




Sílvio Tendler
Sílvio Tendler (d) lançou na última segunda o documentário "O veneno está na mesa"| Foto: TV Brasil/Divulgação


Felipe Prestes no Sul21


“O veneno está na mesa”, novo documentário do cineasta Silvio Tendler lançado na última segunda-feira (25), traz o relato de especialistas e agricultores e coloca em xeque a atual modelo de produção de alimentos. “O que me motivou a falar sobre o tema foi ter descoberto que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos. Cada brasileiro consome, em média, 5,2 litros por ano”, diz o cineasta, em conversa com o Sul21. “Estamos sujeitos a um envenenamento”, alerta o documentarista, que quer massificar a audiência sobre seu documentário.
Tendler nunca fora ligado à causa agroecológica. Um alerta do escritor uruguaio Eduardo Galeano há cerca de dois anos o fez ter maior interesse pelo tema. Depois de percorrer o Brasil, recolhendo depoimentos em Estados como Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, o cineasta faz defesa ardorosa de um novo modelo de agricultura. “A grande conclusão do filme é que se a gente quer continuar vivendo e salvar o planeta temos que buscar outro modelo, de agricultura orgânica, temos que abandonar os transgênicos e os defensivos agrícolas, que nada mais são do que agrotóxicos”, afirma.
Durante a conversa por telefone, Tendler afirmou que “estamos sujeitos a um envenenamento” e chamou atenção para o fato de que, muitas vezes, o consumidor pensa no agrotóxico apenas quando vai escolher verduras ou legumes. “Por estar no trigo e na soja, o agrotóxico está em muitos outros produtos, como pães e pizzas”.
Entre os depoimentos mais estarrecedores do documentário, o cineasta destaca o que ocorreu com uma agricultora que sofreu uma esclerose múltipla gravíssima com apenas 32 anos de idade. Desde os doze anos, ela trabalhava na lavoura de fumo no Rio Grande do Sul.
Segundo Tendler, é bem mais difícil estabelecer quais são os efeitos dos agrotóxicos para os consumidores do que nos agricultores que manejam estes produtos. Mas ele afirma que o crescimento da incidência de algumas doenças como o Mal de Alzheimer e o câncer indicam uma relação, defendida por especialistas, embora não haja provas. “Acho que não vale a pena pagar para ver”, sentencia.
O filme mostra ainda uma pesquisa realizada com 62 mulheres no Mato Grosso, que mostra que todas as 62 tinham agrotóxico no leite. “Bem não pode fazer. Você vai querer que seu filho tome agrotóxico pelo leite materno?”, questiona Tendler. E apresenta alternativas ao atual modelo de produção, como a história de um pequeno agricultor e a experiência da Argentina, onde a presidenta Cristina Kirchner abriu investigação oficial sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde.
A película também traz dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que mostram que, em 2009, 30% de cerca de 3 mil produtos analisados traziam níveis acima dos toleráveis de agrotóxicos.  Após o lançamento do filme, no Teatro Casa Grande, Rio de Janeiro, uma especialista da Anvisa participou de debate. Letícia da Silva falou sobre a pressão exercida pelas transnacionais fabricantes de agrotóxicos. “Primeiro, tentam desqualificar nossos argumentos com pesquisas científicas mostrando que os agrotóxicos não fazem mal; depois, recebemos pressão diretamente de deputados ligados à bancada ruralista; por fim, entram com ações na justiça para continuar a venda dos agrotóxicos”, disse Letícia, segundo o portal do MST.
Silvio Tendler acredita que o filme, com duração de 50 minutos, não ficará restrito a um grupo pequeno de militantes das causas ecológicas e de esquerda. “Acho que este filme não tem clivagem entre direita e esquerda. Todos podem se interessar por este tema, ninguém apenas por ser de direita vai querer gerar um monstro”, diz. Para que a divulgação do tema seja efetiva, ele afirma que a película será distribuída gratuitamente e disponibilizada na internet. “O importante é que as pessoas assistam”, resume.

sábado, 16 de julho de 2011

Documentário - A Morte Inventada: A Alienação Parental [Raro]


A Alienação Parental, descrita em meados da década de 80 pelo psiquiatra infantil norte-americano Richard Gardner, revela-se como uma situação na qual um progenitor procura afastar seu filho ou filha do outro progenitor intencionalmente.
Essa alienação é realizada através de informações contínuas no intuito de destruir a imagem do progenitor alienado na vida da criança.
Na maioria das vezes a mãe ou pai que praticam essa alienação obtêm êxito e o filho permanece, durante anos, acreditando naquela visão distorcida. Infelizmente, durante o processo de separação, os filhos acabam sendo o principal instrumento para agredir o ex-companheiro.
As crianças vítimas de Alienação Parental carregam para sempre os sinais desse tipo de violência, podendo desenvolver, na fase adulta, distúrbios psicossociais severos.
O documentário “A Morte Inventada” propõe disseminar o assunto entre pais, psicólogos, advogados, juízes, promotores, assistentes sociais, pediatras e todos os envolvidos nesse drama familiar.
Esta violência tão frequente e pouco conhecida não pode continuar destruindo a relação entre pais e filhos.

Com colaboração da BRUNA, novo link: 

http://bitshare.com/files/onygi36h/AMorteInventada.avi.html
Áudio - PT/BR
Formato Vídeo - AVI 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fogo sobre o Mármara: A história de um covarde ataque israelense

Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador

O documentário, em espanhol, foi traduzido e legendado ao português por Jair, que nos envia esse importante registro. Agora, disponível aqui no Escrevinhador.

Com a palavra, Jair de Souza.


Estimado Rodrigo Vianna


Acaba de ser lançado via Telesur o documentário Fuego sobre el Mármara (Fogo sobre o Mármara) de David Segarra.


Este documentário trata do ataque efetuado em águas internacionais pelos comandos militares do Estado de Israel contra a frota humanitária que pretendia dirigir-se a Gaza para entregar ajuda com bens de primeira necessidade aos cerca de um milhão e meio de pessoas que sobrevivem há vários anos a um ferrenho bloqueio imposto pelas forças de ocupação sionistas.


Neste ataque aos pacifistas desarmados, os comandos israelenses conseguiram assassinar a nove deles e ferir gravemente a quase uma centena de outros.


Como este mês haverá uma nova tentativa das organizações pacifistas de chegar até Gaza com ajuda humanitária, estão pedindo ao mundo que apoie estas ações para tentar impedir que um novo ataque seja desfechado contra eles pelo Estado de Israel. Portanto, a divulgação deste documentário é uma forma de chamar a atenção do mundo para o drama do povo palestino de Gaza e para a necessidade de pôr-se fim ao selvagem bloqueio..


Fiz a tradução ao português, legendei e disponibilizei o vídeo em diversas redes sociais. Gostaria de te pedir que visse o documentário e que ajudasse em sua divulgação. Seria de grande valor.


Mais uma vez, conto com sua atenção e solidariedade ao povo palestino.


Obrigado.

Jair de Souza









domingo, 29 de maio de 2011

Faroeste Caboclo (Emilio Gallo: 2008)

Créditos: Blog Auroradecinema



Link

Crônica de mortes anunciadas

Fé e teimosia’ – eis como o Padre Ricardo Rezende define sua perseverança na solidariedade aos lavradores sem terra e na denúncia do trabalho escravo, mesmo depois de frequentar uma lista de pessoas marcadas para morrer. Padre Ricardo é personagem e guia do docEsse Homem Vai Morrer - Um Faroeste Caboclo”, de Emilio Gallo. Além das virtudes do sacerdote, o filme trata também do medo, da violência e da impunidade que adensam o ar de várias cidades do sul do Pará, nosso farnorte sem lei.
O doc foi lançado na última sexta, em DVD no Cine Glória (Rio de Janeiro), ao mesmo tempo em que entra em cartaz na sala e tem exibição programada no Canal Brasil. A estratégia ‘tudo ao mesmo tempo’ visa tirar do marasmo a distribuição de documentários no Brasil. Coisa que a Original Video e a Vitrine Filmes vêm fazendo também. Há por aí muita coisa boa limitada às sessões de festivais e de mostras.
Esse Homem Vai Morrer é uma delas. Foi realizado em 2006, quando Padre Ricardo retornou pela primeira vez à diocese de Rio Maria, onde vivera entre 1988 e 1996. Como ele, diversos religiosos, sindicalistas, advogados e juízes frequentaram e continuam frequentando as tais listas de morte anunciada. As vítimas potenciais sabem até quantos milhares de reais valem suas cabeças no mercado da pistolagem de aluguel. Ricardo teve mais sorte que a Irmã Dorothy Stang, assassinada em 2005. Esse episódio ecoa na voz de Dira Paes, que faz duas vinhetas ficcionais no filme e é uma das várias celebridades envolvidas com a denúncia das listas de morte no Pará.
Emilio Gallo reúne histórias de mortos e de sobreviventes, assim como ouve as razões de dois fazendeiros que se dizem atingidos por invasões de propriedade (a maior parte delas griladas, ou seja, apropriadas sem documentos de posse ou com documentos falsos). Não há aqui veleidades de estilo ou de modernidade narrativa. A câmera na mão do próprio diretor cria seu espaço dramatúrgico de maneira crua e incisiva. O que interessa é o que as pessoas dizem, não o que o filme pode fazer com o que elas dizem. Isso pode soar meio amador aqui e ali, com tomadas de cobertura e intervalo que reforçam o caráter um tanto doméstico da filmagem. Mas não se pode negar que esse despojamento é produtivo para a premissa do filme, que é chamar a atenção das pessoas para a grande tragédia paraense.
Os cinco anos que se passaram não tiraram a atualidade do filme. Hoje existe uma lista com 18 pessoas juradas de morte no sul do Pará. ‘A situação está no plenilúnio. Vai cair alguém não demora muito’, alerta Emilio, deixando claro que a personagem de Dira Paes se baseia um pouco nele mesmo. Esse Homem Vai Morrer é um pequeno filme feito contra a morte, contra o medo e a injustiça.


Esse Homem Vai Morrer” (Brasil201175’) Diretor: Emilio Gallo Com: Letícia Sabatella, Carla Marins, Leonardo Vieira, Marcos Winter e Bete Mendes, entre outros.
DVD: Menu interativoSeleção de cenas Tela: Widescreen (16:9) Áudio: Dolby Digital (5.1 e 2.0) Idioma: português Legendas: não informadoExtras: não tem
Distribuição: 2001 Vídeo