sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Domínio militar é tragédia paquistanesa

É difícil imaginar que algo de bom possa surgir dessa tragédia, mas existe uma possibilidade. O Paquistão precisa desesperadamente de um partido político que fale em nome das necessidades sociais da maioria de seu povo. A análise é de Tariq Ali.

Mesmo aqueles dentre nós que criticavam severamente o comportamento de Benazir Bhutto e as políticas que ela adotou quando estava no poder e depois de perdê-lo se sentem atônitos e enraivecidos diante de sua morte. Indignação e medo tomam o país uma vez mais. Foi essa estranha coexistência entre despotismo militar e anarquia que gerou as condições que resultaram no assassinato de Benazir.

No passado, o governo militar tinha por objetivo preservar a ordem. Mas isso deixou de ser verdade. Hoje, o domínio militar cria desordem e destrói o domínio da lei. Que outra explicação poderíamos encontrar para a demissão do presidente e de oito outros juízes da Suprema Corte paquistanesa por terem tentado sujeitar a polícia e os serviços de informações aos ditames da lei? Os substitutos não têm firmeza moral para tomar providência alguma, quanto mais conduzir a investigação sobre os delitos das agências, a fim de encorajar a revelação da verdade por trás do assassinato cuidadosamente organizado de uma importante líder política.

De que maneira o Paquistão seria outra coisa que não uma conflagração de desespero hoje? Presume-se que os assassinos sejam jihadistas fanáticos. Pode ser verdade, mas agiram por conta própria?

EUA e coragem
Benazir, segundo fontes próximas a ela, sentiu-se tentada a boicotar as falsas eleições, mas não teve coragem política de desafiar Washington. Tinha muita coragem física, e recusava-se a ceder às ameaças de seus oponentes locais. Bhutto estava discursando em um ato em Liaquat Bagh. É um espaço batizado em homenagem ao premiê que formou o primeiro governo paquistanês, Liaquat Ali Khan, assassinado por um atirador em 1953. O matador foi imediatamente abatido a tiros por ordem de um policial envolvido no complô.

Não muito longe dali, existia uma estrutura da era colonial que servia de prisão aos militantes nacionalistas. Era a prisão de Rawalpindi, o local em que Zulfikar Ali Bhutto, pai de Benazir, foi executado em 1979.

O tirano militar responsável por seu assassinato fez desaparecer o lugar da execução. A morte de Zukfikar Bhutto envenenou o relacionamento entre o seu Partido do Povo do Paquistão e o Exército; ativistas do partido foram torturados, humilhados e, ocasionalmente, mortos.

A turbulenta história do Paquistão, como resultado de contínuo domínio militar e de alianças internacionais impopulares, agora apresenta sérias escolhas à elite governante, que parece não ter qualquer objetivo positivo. A maioria esmagadora do país desaprova a política externa. O povo também se sente irritado pela falta de uma política doméstica séria, se excetuarmos os esforços para enriquecer ainda mais uma elite insensível, cujas fileiras incluem as Forças Armadas, superdimensionadas e parasitárias -as mesmas que assistem, impotentes, ao assassinato de líderes políticos.

Benazir foi atingida por tiros e logo houve uma explosão. Os assassinos garantiram duplamente a operação, dessa vez. Queriam-na morta. Agora, é impossível a realização de uma eleição, ainda que fraudulenta. O pleito terá de ser adiado e as Forças Armadas estão contemplando a imposição de um novo período de domínio militar direto caso a situação se agrave, o que pode facilmente ocorrer.

O assassinato representa uma tragédia multidimensional em um país que está na estrada para novas tragédias. Há despenhadeiros e cataratas à frente. E há a tragédia pessoal. A família Bhutto perdeu mais um membro. Pai, dois filhos e agora a filha.

Morte do pai
Fui apresentado a Benazir na casa de seu pai, em Karachi, quando ela era uma adolescente que só queria se divertir, e voltei a encontrá-la mais tarde, em Oxford. A política não era sua inclinação natural, e ela desejava ser diplomata, mas a história e suas tragédias pessoais a conduziram em outra direção. A morte de seu pai a transformou. Ela tornou-se uma pessoa nova, determinada a enfrentar o ditador militar daquela era.

Estava instalada em um pequeno apartamento em Londres, no qual discutíamos o futuro do país. Ela concordava quanto à necessidade de uma reforma agrária, grandes programas educativos e uma política externa independente, como passos cruciais para salvar o país dos abutres que estavam à espreita, com ou sem uniforme. Sua base eleitoral eram os pobres, e ela se orgulhava disso. Mas Benazir mudou de novo, ao se tornar primeira-ministra.

No início de seu governo costumávamos discutir, e ela dizia que o mundo havia mudado. Ela não podia se colocar ''do lado errado'' da história. E, como outros, fez as pazes com Washington. Foi isso que a levou, por fim, a fechar um acordo com Musharraf e voltar ao país. Em diversas ocasiões ela me disse que não temia a morte. Era um dos perigos inerentes da vida política paquistanesa.

É difícil imaginar que algo de bom possa surgir dessa tragédia, mas existe uma possibilidade. O Paquistão precisa desesperadamente de um partido político que fale em nome das necessidades sociais da maioria de seu povo. O Partido do Povo, fundado por Zulfikar Ali Bhutto, foi criado pelos ativistas do único movimento popular de massa que o país já viu: estudantes, camponeses e trabalhadores que lutaram durante três meses, em1968/9, pela derrubada do primeiro ditador militar do país. Os militantes consideravam a organização como o seu partido, e o sentimento persiste ainda hoje em determinadas áreas do país.

A morte horrível de Benazir deveria fazer com que seus colegas parem e reflitam. Depender de uma pessoa ou família talvez seja ocasionalmente necessário, mas isso representa uma fraqueza estrutural, e não uma vantagem para uma organização política.

O Partido do Povo precisa ser recriado como organização moderna e democrática, aberta ao debate e discussão honestos, defendendo os direitos sociais e humanos, por meio da união dos muitos grupos e indivíduos paquistaneses dispersos que estão desesperados por qualquer opção de governo minimamente decente e que apresente propostas concretas para estabilizar o Afeganistão, ocupado e dilacerado pela guerra. Isso pode e deve ser feito. Não deveríamos solicitar novos sacrifícios à família Bhutto.

* Escritor, historiador anglo-paquistanês e editor da revista New Left Review

Publicado no site Vermelho

Da lama para o mundo

Conheça a história do Mangue Beat, mistura de rock com maracatu idealizada por Chico Science que abriu caminho para a cultura da periferia do Recife e conquistou admiradores mundo afora

Texto, fotos e vídeos de João Mauro Araújo, especial para a Repórter Brasil

Dez anos atrás, um acidente automobilístico tirava a vida de Chico Science, o músico que promoveu a fusão entre maracatu e rock e, com isso, agitou o cenário artístico do Recife, dando origem ao movimento que ficou conhecido como Mangue Beat - numa referência aos próprios mangues, abundantes na cidade.
Grafite em túnel do Recife homenageia o criador do Mangue Beat

Ao aliar a batida forte de tambores com o som distorcido de guitarras elétricas, Science criou um gênero musical que conquistaria admiradores pelo Brasil afora e também no exterior, onde ele e sua banda, a Nação Zumbi, realizaram algumas turnês. Com letras ao mesmo tempo bem-humoradas e recheadas de crítica social, ele influenciou não só músicos, como artistas de outras áreas.

Além de colocar, na década de 1990, a capital pernambucana na vanguarda da produção musical, o Mangue Beat teve o mérito de despertar a auto-estima da juventude da periferia, ao valorizar as manifestações artísticas de grupos locais e tradicionais.

Mangue Beat associou complexidade dos manguezais a cena musical diversificada
Corria o segundo semestre de 1992 quando um release com um título estranho - "Caranguejos com cérebro" - chegou à redação dos principais jornais do Recife. O texto, considerado o primeiro manifesto do Mangue Beat, falava de um grupo que vinha realizando eventos musicais na capital pernambucana e nos municípios de Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Inspirados na biodiversidade dos manguezais, os jovens que integravam esse movimento pretendiam criar um gênero que unisse elementos da cultura popular com as vibrações sonoras mundiais.

A grande projeção que as bandas Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A alcançaram, principalmente em meados da década de 1990, além de estimular a formação de novos conjuntos locais, teve forte influência sobre outros segmentos da produção artística pernambucana. Com o passar do tempo, porém, o movimento foi perdendo fôlego, e muitos músicos abandonaram o rótulo Mangue. Mesmo estes, no entanto, reconhecem a importância do papel dos "mangueboys" nos alicerces da cena atual.

Dez anos após o acidente de carro que vitimou Chico Science - notável articulador do movimento -, em fevereiro de 1997, a diversidade cultural introduzida pelo Mangue Beat continua a dar frutos. Basta acompanhar, durante o carnaval, as apresentações no palco do Pólo Mangue do Morro, no centro antigo do Recife, para constatar que ainda há muita gente tirando energia da lama.

Origem

As preocupações sociais de Chico Science são atribuídas à influência do pai, Francisco Luís França, que chegou a ser vereador em Olinda
A temática do mangue sempre esteve presente na obra de eminentes escritores, que reproduziram as imagens da penosa interação das pessoas pobres com esse ecossistema no cotidiano recifense. Perto do desfecho de Morte e Vida Severina, por exemplo, João Cabral de Melo Neto (1920-99) expõe ao personagem retirante a dramática situação dos mocambos, a partir do discurso de um de seus moradores: "Minha pobreza tal é/ que não trago presente grande:/ trago para a mãe caranguejos/ pescados por esses mangues;/ mamando leite de lama/ conservará nosso sangue". Já o professor Josué de Castro (1908-73) chegou a afirmar: "Não foi na Sorbonne nem em qualquer outra universidade sábia que travei conhecimento com o fenômeno da fome. A fome se revelou espontaneamente aos meus olhos nos mangues do Capibaribe, nos bairros miseráveis do Recife. (...) homens e caranguejos nascidos à beira do rio, à medida que iam crescendo, iam cada vez se atolando mais na lama".

Ao contrário dos poetas que o antecederam, Francisco de Assis França, o Chico Science, conseguiu enxergar riqueza naquela paisagem pantanosa. Sua idéia foi associar a complexidade orgânica dos manguezais a uma proposta de cena musical diversificada.

Repentes e literatura de cordel acompanharam infância do compositor
Nascido no Recife, Science foi batizado com nome de santo por sua mãe, Rita Marques de França, que sonhava ver o filho padre. Ela conta com orgulho as peripécias do menino nos teatrinhos da igreja, embora já soubesse que aquele "não era o caminho dele". Dona Rita recorda que o avô de "Chiquinho" trazia repentistas para cantar em Surubim (PE), sua cidade natal: "Meu pai era apaixonado por tocador de viola e gostava muito daqueles folhetos, romances, que comprava e pedia para eu ler". Esse gosto foi transmitido ao neto, pois, segundo parentes e amigos, Science era também apreciador da literatura de cordel. Esses trabalhos poéticos - em que se contam histórias de Lampião, Antônio Conselheiro, causos policiais, pelejas clássicas... - seriam retomados nas letras do cantor.

As apresentações nos palcos e nos videoclipes gravados com a banda Nação Zumbi traziam sempre, também, referências a caranguejos, que Chico Science conhecia desde os quatro anos de idade, quando a família mudou para o bairro de Rio Doce, em Olinda. A irmã Maria Goretti Lima relembra essa época, quando ele costumava brincar de apanhá-los com os amigos: "Perto de casa havia um rio e um manguezal enorme. Às vezes apareciam alguns caranguejos até no nosso quintal". Já as preocupações sociais e uma certa inclinação política do Malungo (palavra de origem africana que significa "companheiro"), como Science também era conhecido, costumam ser atribuídas à influência do pai, Francisco Luís França, que compara o filho à estrela-d´alva, por conta da luz que se apaga de maneira repentina.

Técnico de enfermagem na área de saúde ocupacional, primeiro em hospital, depois na indústria, seu França militou no sindicato dos enfermeiros, no Recife, e chegou a ser vereador de Olinda. Vestindo um avental branco, os olhos ocultos por trás dos óculos escuros, ele conta que, certa vez, chegou a ser demitido por defender o direito dos trabalhadores.

Atualmente, seu França trabalha no Espaço Ciência, um imenso museu a céu aberto localizado entre Recife e Olinda. No pavilhão de exposições onde desempenha suas funções, há algumas fotos de Chico Science. Fora do prédio, o artista também é lembrado, e a homenagem não poderia ser melhor: desde outubro de 1997 o local onde fica a trilha ecológica do parque leva seu nome. A área, de aproximadamente 20 mil metros quadrados, é o que restou de um manguezal depois dos aterros realizados na segunda metade do século passado sobre o estuário dos rios Beberibe e Capibaribe.

VA - Best of Asian Beats 3CDs 2007

http://img151.imageshack.us/img151/91/1198147680bestofasianbect8.jpg

Label: Apace Music
Release Date: 19-12-2007
Genre: Lo-Fi
Encoder: LAME 3.97 -vbr-new
Quality: VBRkbps / 44,1kHz / Joint-Stereo
Total Time: 130:54
Size: 156,8 MB
Uploader: bienlon


CD 1


01. aerial maki - rise and fall [05:16]
02. teichi mecha - spiritual waterfalls (moods mix) [05:06]
03. nino drum quartet - fever (drummer boys mix) [01:57]
04. boudien - stars (meditation mix) [03:25]
05. ravi shaza - the child [03:52]
06. saffras - indian summer (orient twist mix) [04:11]
07. prav monks - our buddha [04:16]
08. aquarius - soft light (club dub) [04:34]
09. calm meditation - praise be [04:23]
10. prathi temple - sakyamuni [04:53]

CD 2

01. jose garndez - the garden (sweet zen) [04:04]
02. dayzz - journeyman [03:37]
03. nusarat - orient express (faze mix) [04:17]
04. loop light - eternal sun [04:19]
05. kalla - desire [04:23]
06. navva - shine (go go gong) [04:39]
07. jataka - peace rayer (rivers of tibet mix) [04:54]
08. ease to east - only you [05:03]
09. chau chi - flower lounge (garden mix) [05:58]
10. parmaha 3 - mainana [03:03]

CD 3

01. sanskrit - dreams [03:12]
02. tai fun - flure de grace (inferno) [04:09]
03. saloo - visions of beauty (beatz dub) [04:19]
04. vispanassana - stars of beauty [04:45]
05. studio - smoke (float lite pass) [04:11]
06. shira sushi - melonik [04:54]
07. joy - deep sleep [05:27]
08. viaman - dawn buddhist chants [03:48]
09. dove - asian soul [05:53]
10. pancha traptika - flowers (awakening mix) [04:06]

Downloads abaixo:
http://rapidshare.com/files/78207664/va_-_best_of_asian_beats_3cds__2007_.part1.rar
http://rapidshare.com/files/78211286/va_-_best_of_asian_beats_3cds__2007_.part2.rar

Senha para descompactação: www.softvnn.com
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos,
de Pedro Almodóvar



Sinopse:
Pepa e Iván são atores dubladores de TV. Após uma relação amorosa de anos, Ivan rompe com Pepa e lhe deixa um recado na secretária eletrônica pedindo que lhe prepare uma mala com todas as suas coisas. Pepa não suporta sua casa cheia de recordações e a coloca para alugar. Iván não chega nem telefona, e enquanto Pepa o espera, ela descobre coisas sobre a solidão e a loucura através de todas as pessoas que passam com seus problemas por sua casa.

Título Original: Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios
Gênero: Comédia/Drama
Origem/Ano: ESP/1988
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar

Formato: rmvb
Áudio: Espanhol
Legendas: Português
Duração: 85 min
Tamanho: 306 MB
Partes: 4
Servidor: Rapidshare

Créditos:Forum - Eudes Honorato

Elenco:
Carmen Maura (Pepa Marcos)
Antonio Banderas (Carlos)
Julieta Serrano (Lucia)
Rossy de Palma (Marisa)
María Barranco (Candela)
Kiti Manver (Paulina Morales)
Fernando Guillén (Ivan)






Links:
Arrowhttp://rapidshare.com/files/73342103/Mujeres_Al_Borde_De_Un_Ataque_De_Nervios.part1.rar
Arrowhttp://rapidshare.com/files/73350508/Mujeres_Al_Borde_De_Un_Ataque_De_Nervios.part2.rar
Arrowhttp://rapidshare.com/files/73359192/Mujeres_Al_Borde_De_Un_Ataque_De_Nervios.part3.rar
Arrowhttp://rapidshare.com/files/73367978/Mujeres_Al_Borde_De_Un_Ataque_De_Nervios.part4.rar

Outros filmes do mesmo diretor: