OEA dá prazo de 72 horas para restituição de Zelaya
A OEA (Organização dos Estados Americanos) deu um prazo de três dias para que o governo interino de Honduras devolva o poder ao presidente deposto, Manuel Zelaya, caso contrário, o país poderá ser suspenso do órgão. Após o ultimato da OEA, Zelaya confirmou que regressará ao país no final de semana - provavelmente no sábado - e não amanhã (2), como havia anunciado anteriormente.
Em tom desafiador, Micheletti disse em Tegucigalpa que a única forma do presdente deposto retornar ao cargo será por meio de uma invasão estrangeira. "Ninguém me fará renunciar", declarou Micheletti em entrevista concedida à Associated Press. Ele já havia dito que se Zelaya retornar a Honduras, será preso.
A resolução da OEA, formalmente acertada nas primeiras horas da quarta-feira em uma sessão de emergência na sede da entidade em Washington, condena o golpe e exige "o retorno imediato, em segurança e incondicional do presidente às suas funções constitucionais."
O texto acrescenta que "nenhum governo que surja dessa interrupção inconstitucional será reconhecido." E também pede que o secretário-geral da OEA inicie as gestões diplomáticas para "restaurar a democracia e o estado de direito, e a restituição" do presidente.
Zelaya, que estava na sessão, denunciou o golpe como uma "medida cruel, sangrenta e retrógrada" e ofereceu seus "agradecimentos de coração" aos 34 membros da OEA.
"É a primeira vez que essa organização falou de maneira tão veemente, com tanta convicção, condenando um ato agressivo, onde a força prevaleceu sobre a razão e onde a paz de uma sociedade foi violada", disse.
Ele afirmou que, "como cristão", poderia desculpar os golpistas, mas assegurou que a justiça e a história não os perdoarão.
Após a reunião da OEA, Zelaya afirmou que esperará as 72 horas para "continuar com este processo" e para não entorpecer os esforços diplomáticos para resolver a crise, mas não precisou o dia exato que viajará a Honduras. Horas antes, ele tinha indicado que retornaria a Honduras em companhia do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e dos presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner.
Zelaya deve viajar para a posse hoje do presidente eleito do Panamá, Ricardo Martinelli, e continuar apoiando as gestões da OEA.
Miguel Insulza explicou que se o governo interino descumprir o prazo imposto, "não será Honduras que estaremos suspendendo, mas os usurpadores".
O golpe militar que derrubou Zelaya foi amplamente criticado por vários países e organismos internacionais.
Vermelho com agências