domingo, 29 de julho de 2007

Confúcio



Confúcio (Kung futsé), nasceu no Estado de Lu, na atual província de Xantung, provavelmente no ano 551 a.C., era de descendência nobre, dos duques de Song e da casa real dos Yin.
Nasceu com poucos recursos, quase na pobreza, o que não foi impedimento para que ele se dedicasse desde a adolescência ao estudo. Intrigas na casa ducal do Estado de Lu fizeram com que ele, abandonando a terra natal, se tornasse num sábio itinerante.
Vagou por alguns anos, acompanhado por um punhado de discípulos, de corte em corte atrás de um governante que se dedicasse à construção de um Estado Ideal. Foi talvez o sábio mais influente de todos os tempos.
Sempre exerceu enorme presença junto ao seu povo. Pregador moralista, tratadista e legislador, deixou ao povo dos Han um conjunto de normas e elevados valores morais expressos em frases curtas, de fácil entendimento, educando assim, ao longo dos últimos 2.500 anos, milhões de chineses nos princípios da retidão, parcimônia e busca da harmonia. Faleceu em 479 a.C.
Copiado de:AmigosDoFreud

La Guitara Badi Assad

Os mortos Pan-Americanos

Infelizmente, parece que o Rio 2007 será lembrado mais pelos seus mortos do que pelos jogos. As mesmas forças policiais que pretendem dar segurança ao Pan são responsáveis por invasões de comunidades. No Brasil, o chamado espírito olímpico é fatal.

Em vez de contagem de medalhas, estamos contando corpos. Infelizmente, parece que o Rio 2007 será lembrado mais pelos seus mortos do que pelos jogos. As mesmas forças policiais que pretendem dar segurança ao Pan são responsáveis por invasões de comunidades, e já levaram à morte, no mínimo, 44 pessoas no Complexo do Alemão: são os mortos pan-americanos. No Brasil, o chamado espírito olímpico é fatal.

Mega eventos iguais ao Pan têm históricos violentos. O governo mexicano matou 25 estudantes que protestavam pacificamente contra o autoritarismo do governo no início das Olimpíadas de 1968, no que ficou conhecido como Massacre de Tlatelolco. No dia da abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2003, a polícia da República Dominicana atirou em um grupo de sindicalistas que organizavam uma "Tocha contra a Fome". Em 2006, o Vietnam fez uma campanha de "limpeza social" com detenções em massa, recolhimento forçado de crianças e outros abusos contra sua população de rua, tudo por causa do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico.

Existem outros exemplos. No Rio de Janeiro, além das violações de direitos durante a ECO 92, a cada Carnaval a "Operação Verão" traz seus excessos policiais. No dia-a-dia, autoridades municipais e estaduais vêm realizando uma "limpeza social" silenciosa, através, por exemplo, do recolhimento arbitrário de crianças na "Operação Turismo Seguro" e na destruição de pertences dos moradores de rua na "Operação Cata-Tralha”.

No histórico comparativo de violência institucional durante mega eventos no mundo, o Brasil se destaca pelo alto número de pessoas mortas: 44 mortos do Complexo do Alemão. As autoridades policiais conseguiram, inclusive, agregar maior crueldade aos seus já conhecidos abusos: revistar crianças sob a mira de fuzil em comunidades pobres. Se essas mortes e abusos policiais ficarem impunes, resta a evidente e direta responsabilidade do secretário de Segurança Pública e do governador do Estado.

Às execuções cometidas por esquadrões da morte (no passado), pelo tráfico, pelas milícias e grupos de extermínio, soma-se esse elevado padrão de letalidade policial, onde a execução sumária adquire um caráter supostamente “legal” ao ser registrada como auto de resistência. Entramos na era do Caveirão, afinal. O Estado não esconde mais sua violência. Ele se orgulha. A polícia invade as comunidades a bordo de blindados com símbolo de caveira anunciando "Eu vou pegar sua alma". Trata-se do projeto de criminalização da pobreza, que associa o morador de favelas à criminalidade e assume o número de mortos como um resultado positivo, como critério de eficiência policial.

Que vergonha! Pela criminalização da população negra e pobre; por utilizar violência policial como suposta solução de enfrentamento da criminalidade; por gastar bilhões com o Pan, enquanto milhões de pessoas moram em barracos; por executar seus cidadãos: que vergonha! É esse o chamado legado social do Pan, ou “pandemônio”, como o evento ficou conhecido em grande parte das comunidades pobres.


Sandra Carvalho é diretora e Fernando Delgado é pesquisador do Centro de Justiça Global, organização brasileira de defesa dos direitos humanos: www.global.org.br.

Favorita, Cristina Kirchner promete inclusão e crescimento

A advogada e senadora Cristina Kirchner aparece como favorita para vencer as eleições de 28 de outubro. Com a oposição dividida, pode vencer já no primeiro turno. Reivindicando o legado do peronismo defende “salário digno, uma casa, férias e direitos para os trabalhadores”.

BUENOS AIRES - Favorita para vencer as eleições presidenciais argentinas, em 28 de outubro, a advogada e senadora Cristina Fernández Kirchner, esposa da presidente Nestor Kirchner, tem como conceito central de sua campanha a idéia de que “a mudança só está começando”. A Argentina está no caminho certo, diz ela por onde passa, e precisa dar continuidade à atual política para seguir crescendo e recuperando-se da grave crise política e econômica que atingiu o país em 2002. “A novidade da mudança é que a Argentina tomou um caminho definitivo e temos que perseverar nesta via de esforço, trabalho e produção”, afirmou a senadora, durante uma conferência realizada pelo jornal The Wall Street Journal, em Madri. Alguns números da economia argentina dão credibilidade a estas palavras.

Nos últimos cinco anos, a Argentina teve um crescimento médio de 8%, o desemprego e a indigência estão abaixo dos 10% e a pobreza caiu de 60% para 26%. O país atingiu hoje um superávit fiscal primário de US$ 10 bilhões e as exportações estão na casa dos US$ 50 bilhões. Nas ruas de Buenos Aires ainda se vê muita pobreza, mas muito menos do que se viu na hecatombe social verificada na crise de 2002. As últimas pesquisas indicam uma vitória de Cristina no primeiro turno, com algo entre 40% e 50% dos votos.

Além de garantir “segurança jurídica” para quem quiser investir na Argentina, Cristina Kirchner promete reforçar no país “um modelo de acumulação econômica e de inclusão social” e diversificar a economia para que o país seja menos vulnerável no futuro. E reivindica o legado do peronismo ao defender “um salário digno, uma casa, férias e direitos para os trabalhadores”. A senadora vem cultivando esse legado na campanha presidencial. Nesta quinta-feira, ao participar da cerimônia oficial de homenagem aos 55 anos da morte de Eva Perón, Cristina criticou aqueles que “tentam sem sucesso convencer aos argentinos de que tudo está mal”. A frase funciona na medida em que, se nem tudo está bem no país, parece muito melhor do que esteve há bem pouco tempo.

Em defesa de Hugo Chávez
Uma amostra do estilo e do pensamento da senadora foi dada durante sua visita a Espanha, na primeira viagem como candidata. Ela se reuniu com empresários daquele país e foi indagada sobre qual seria sua relação com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, caso eleita. Cristina saiu em sua defesa, dizendo que ele desempenha um papel fundamental no equilíbrio energético da região. Mesmo os empresários argentinos críticos de Chávez, observou, comentam privadamente sobre os ótimos negócios que estão fechando com a Venezuela. Além disso, acrescentou, ele foi reeleito pela imensa maioria da população venezuelana em uma eleição supervisionada por organismos internacionais. A resposta indica que, caso eleita, ela dará continuidade à política de Nestor Kirchner que construiu uma relação política e econômica muito próxima com Chávez.

Para ser mais exato, ela não deixa dúvidas sobre isso. Ao agradecer o papel que Chávez teve em momentos difíceis da Argentina (especialmente no que diz respeito à crise energética que ainda afeta o país), ela assinalou: “A equação energética da América Latina não se completa sem a presença da Venezuela e da Bolívia. A América Latina precisa de Chávez como a Europa precisa de Putin. Quando a Venezuela não era dirigida por Chávez, a energia venezuelana não atendia à América Latina, mas aos Estados Unidos, e isso em condições leoninas”.

Oposição dividida
Além da recuperação da economia argentina, a divisão da oposição também favorece a candidatura da senadora Kirchner. Ela não tem hoje nenhum grande adversário. Segundo as últimas pesquisas, somados, os candidatos oposicionistas chegam a aproximadamente 30% das intenções de voto.

De acordo com o último levantamento do instituto Analogias, Cristina possui 50,1%, sendo seguida por Roberto Lavagna, da coalizão Concertación para Una Nación Avanzada (UNA), com 11%. Em terceiro lugar, aparece Elisa Carrió, líder da Coalizão Cívica, com 10,1%, e Ricardo López Murphy (4,5%), do movimento Recrear. Seguem-se o ex-presidente Carlos Menem, com melancólicos 3,5% e o governador da província de Neuquén, Jorge Sobisch, com, 1,6%.

Os peronistas ligados ao ex-presidente Carlos Menem, os chamados anti-K, devem lançar um nome para enfrentá-la. Mais à direita, o ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, e o também ex-ministro da Economia, Ricardo López Murphy, lançaram-se na corrida presidencial apostando num desgaste de Kirchner. Nenhum dos dois têm empolgado o eleitorado argentino até aqui, o que já fez surgir a possibilidade do recém-eleito prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, entrar na disputa. Ele nega, mas a simples menção ao seu nome já indica a debilidade atual das outras candidaturas.

Outra candidatura que está na rua é a de Elisa Carrió, que já foi candidata à presidência da República. Carrió vem batendo duro em Cristina Kirchner criticando, entre outras coisas, o fato dela tentar aproveitar-se de sua condição de esposa do presidente. “Em outubro, haverá uma mulher presidente e ela será do norte, porque as pesquisas estão me colocando em segundo para uma disputa no segundo turno”, disse Carrió em um comício realizado esta semana em Mar del Plata.

Até aqui, porém, segundo indicam as pesquisas, o eleitorado argentino não vem demonstrando nenhuma rejeição especial ao nome de Cristina pelo fato dela ser casada com Kirchner. Essa relação, aliás, nunca é demais lembrar, não é exatamente algo estranho à história da Argentina.

Mais à esquerda, o Partido Comunista e o Partido Humanista anunciaram uma aliança eleitoral em torno do nome de Luis Ammann (do PH). Lideranças dos dois partidos tentam agora ampliar essa frente com a adesão de outros partidos de esquerda, como o Partido Socialista Autêntico. Em caso de um segundo turno, porém, é provável que apóiem a candidatura de Cristina Kirchner, como já antecipou o dirigente comunista Patrício Echegaray.

Neste final de julho, o cenário político argentino é amplamente favorável à senadora. Mas como faltam cerca de três meses para as eleições presidenciais, advertem seus conselheiros mais próximos e prudentes, ainda é muito para contar vitória. Mas, ao mesmo tempo em que procura administrar o favoritismo, a senadora cumpre uma agenda que já prepara sua chegada à presidência. Após visitar a Espanha, sua próxima escala será o Brasil, onde, em agosto, estará se reunindo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na agenda da reunião, destacam-se, entre outros temas, os problemas do Mercosul e da integração sul-americana.

Maratonista nega ordem de saída e faz "campanha pró-Cuba"


Apesar da debandada às vésperas do encerramento dos Jogos Pan-Americanos, o cubano Norbert Gutierrez permaneceu na Vila para participar da maratona na manhã deste domingo, no Parque do Flamengo.

Fernanda Brambilla/UOL
O maratonista Norbert Gutierrez exibe foto em que ele aparece ao lado de Fidel Castro

A chuva e o mau tempo tiraram de Gutierrez a chance de pódio, e ele abandonou a disputa nos cinco quilômetros finais da corrida. Mesmo assim, Gutierrez não perdeu a pose.

Gutierrez negou que a volta antecipada a Cuba teria sido motivada por uma ordem expressa do líder Raul Castro para conter uma possível deserção em massa na delegação. "Não, não, não teve nada disso", negou o cubano veementemente. "Não fiquei sabendo de nenhuma ordem. Minha saída já estava prevista para hoje, assim como a de muitos cubanos foi ontem."

Questionado se estava sozinha na Vila Pan-Americana, já que cerca de 240 atletas embarcaram de volta ao país já na madrugada de domingo, o cubano ficou visivelmente ofendido. "Vá à Vila conferir, tem ao menos 100 cubanos lá", protestou Gutierrez, que assegurou a presença cubana na festa de encerramento dos Jogos.

Após pedir a atenção dos jornalistas, o maratonista retirou dezenas de bandeirinhas de Cuba da mochila, e pasosu a distribui-las ao público, que esperava pelos brasileiros Franck Caldeira, medalhista de ouro, e Vanderlei Cordeiro de Lima, que também abandonou a prova ao sentir cãibras.

"Tenho muito orgulho de meu país, de ser cubano", disse Gutierrez. Com a imprensa no local, o cubano aproveitou para fazer também seu marketing pessoal. Desta vez, tirou fotocópias de uma foto sua em que é cumprimentado pelo líder Fidel Castro. "É o meu líder, vejam", exibiu Gutierrez, orgulhoso.
Fonte:UOL