domingo, 4 de dezembro de 2011

O lugar de Rosa Luxemburgo na história

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Revolutas - [Tonny Cliff] Franz Mehring, biógrafo de Marx, não exagerava quando disse que Rosa Luxemburgo era o melhor cérebro depois de Marx. Mas ela não trouxe apenas seu cérebro para o movimento da classe trabalhadora, deu tudo o que tinha. Seu coração, sua paixão, sua forte vontade, sua própria vida.

Rosa foi, acima de tudo, uma socialista revolucionária. E entre os principais líderes socialistas revolucionários ela tem um lugar histórico próprio.
Quando o reformista rebaixou o movimento socialista para exigir apenas o "estado de bem estar”, negociando com o capitalismo, tornou-se de fundamental importância fazer uma crítica revolucionária deste servo do capitalismo. É verdade que outros líderes do marxismo - Lênin, Trotsky, Bukharin, etc - conduziram uma luta revolucionária contra o reformismo. Mas eles tinham uma frente limitada contra a qual lutar. Na Rússia, seu país, as raízes desta erva daninha eram tão fracas e finas, que poderiam ser arrancadas de uma vez. Num lugar em que estava muito presente a ameaça de exílio na Sibéria ou morte pela forca para cada socialista ou democrata, quem poderia se opor, em princípio, ao uso de violência por parte do movimento operário? Quem, na Rússia czarista, poderia ter sonhado com uma via parlamentar para o socialismo? Quem poderia argumentar a favor de uma política de governo de coalizão, e que não tinha de fazê-lo? Onde apenas existiam sindicatos, quem poderia considerá-los como a panaceia do movimento operário? Lênin, Trotsky e outros dirigentes bolcheviques russos não precisavam combater os argumentos do reformismo com uma análise cuidadosa e precisa. Tudo o que precisavam era de uma vassoura para varrer o monte de esterco da história.
Na Europa Central e Ocidental, o reformismo conservador tinha suas raízes muito mais profundas, influência muito mais ampla sobre os pensamentos e maneira de ser dos trabalhadores. Os argumentos dos reformistas tinham que ser respondidos por outros melhores, e nisto Rosa foi excelente. Nestes países, o bisturi é uma arma muito mais útil do que a marreta de Lênin.
Na Rússia czarista, a maioria dos trabalhadores não estava organizada em partidos políticos ou sindicatos. Não havia a ameaça de surgirem poderosos aparatos controlados por uma burocracia ascendente da classe trabalhadora, como os movimentos operários bem organizados na Alemanha, e era natural que Rosa tivesse uma visão antecipada e mais clara do papel da burocracia sindical do que Lênin ou Trotsky. Ela percebeu muito antes que a iniciativa dos trabalhadores era a única força capaz de romper o emaranhado da burocracia. Seus textos sobre este assunto podem ser uma inspiração para os trabalhadores nos países industriais avançados, e são uma contribuição à luta para libertar os trabalhadores da ideologia perniciosa do reformismo burguês mais valiosa do que a de qualquer outro marxista.
Na Rússia, os bolcheviques sempre formaram uma grande e importante parcela dos socialistas organizados. Mas nem sempre, como seu nome sugere, eram a maioria. Por isso nunca emergiu realmente como um problema a questão da atividade de uma pequena minoria marxista conduzindo de forma conservadora uma organização massa. Demorou muito tempo para Rosa Luxemburgo desenvolver a correta aproximação a esta questão vital. O princípio que a guiava era: estar com as massas em todos os seus movimentos, e tentar ajudá-la. Por isso se opôs ao abandono da principal corrente do movimento operário, qualquer que fosse seu grau de desenvolvimento. Sua luta contra o sectarismo é extremamente importante para o movimento operário no Ocidente, especialmente hoje, quando o estado de bem-estar é um sentimento tão presente. O movimento trabalhista britânico, em particular, tem sofrido com o sectarismo e pode se inspirar em Rosa Luxemburgo para estabelecer uma luta contra o reformismo, com cuidado para não degenerar em uma fuga. Ela ensinou que um revolucionário não deve nadar com a corrente do reformismo, ou sentar-se a margem e olhar na direção oposta, ele deve nadar contra a corrente.
O conceito de Rosa Luxemburgo sobre as estruturas das organizações revolucionárias, que deviam ser construídas de baixo para cima, sobre uma consistente base democrática, se adapta às necessidades do movimento dos trabalhadores nos países avançados muito mais que a concepção de Lênin de 1902-1904, copiada pelos stalinistas em todo o mundo, adicionando um toque de burocracia.
Ela compreendeu mais claramente do que ninguém que a estrutura do partido revolucionário e as relações mútuas entre o partido e a classe teria grande influência, não só na luta contra o capitalismo e pelo poder dos trabalhadores, mas também sobre o destino deste poder. Estabeleceu profeticamente que sem a ampla democracia dos trabalhadores, "burocratas atrás de suas mesas" tomariam o poder político das mãos dos trabalhadores. Ela disse: "O socialismo não pode ser concedido ou implementado por um decreto".
A combinação de espírito revolucionário e compreensão clara da natureza do movimento operário na Europa ocidental e central estava relacionada, de alguma forma, com sua determinada marca de nascimento no Império czarista, sua longa permanência na Alemanha e sua plena atividade no movimento operário polonês e alemão. Qualquer um de menor estatura teria sido assimilado em um dos dois ambientes, mas não Rosa Luxemburgo. Para a Alemanha ela levou o espírito "russo", o espírito da ação revolucionária. Para a Polônia e a Rússia levou o espírito "ocidental" de confiança, democracia e auto-emancipação dos trabalhadores.
Sua obra “A acumulação do capital” é uma contribuição importante para o marxismo. Ao lidar com as relações entre os países industriais avançados e países agrários atrasados, dá destaque para a importante ideia de que o imperialismo, ao mesmo tempo em que estabiliza o capitalismo por um longo período, ameaça enterrar a humanidade sob suas ruínas.
Sua interpretação da história, que ela concebia como o resultado da atividade humana era crítica, dinâmica e não fatalista, e ao mesmo tempo revelava as profundas contradições do capitalismo. Rosa não considerou como inevitável a vitória do socialismo. Pensava que o capitalismo poderia ser tanto a ante-sala do socialismo como da barbárie. Nós, que vivemos à sombra da bomba H devemos interpretar este aviso e usá-lo como um estímulo à ação.
No final do século 19 e início do século 20, o movimento operário alemão, após décadas de paz, caiu na ilusão de continuidade desta situação. Aqueles que testemunharam as negociações sobre o desarmamento controlado, as Conferências de Cúpulas, Nações Unidas... o melhor que podemos fazer é aprender a partir da análise clara de Rosa Luxemburgo sobre os laços inquebráveis entre a guerra e o capitalismo, e sua insistência de que a luta pela a paz é inseparável da luta pelo socialismo.
Sua paixão pela verdade, fez Rosa Luxemburgo ter repulsa por qualquer pensamento dogmático. No período em que o stalinismo, transformou grande parte do marxismo em seu dogma, espalhando desolação no campo das ideias, seus textos são revigorantes e vitalizantes. Para ela não havia nada mais intolerável que reverenciar as "autoridades infalíveis." Como verdadeira seguidora de Marx, foi capaz de pensar e agir de forma independente do seu mestre. Apesar de compreender o espírito dos seus ensinamentos, Rosa Luxemburgo não perdeu as suas próprias faculdades críticas simplesmente repetindo as palavras de Marx, mas adaptando suas conclusões a diferentes situações. A independência de pensamento de Rosa Luxemburgo é a maior inspiração a todos os socialistas, em todos os lugares e a qualquer hora. Assim, ninguém censuraria mais fortemente do que ela qualquer tentativa de canonizá-la, torná-la uma "autoridade infalível" na condução de uma escola de pensamento ou ação. Rosa gostava muito do conflito de ideias como um meio de se aproximar da verdade.
Num período em que tantos se consideram marxistas e privam o marxismo de seu conteúdo humanista mais profundo, ninguém pode fazer mais do que Rosa Luxemburgo para nos livrar da cadeia sem vida do materialismo mecanicista. Para Marx, o comunismo (ou socialismo) era um "verdadeiro humanismo", "uma sociedade em que o pleno e livre desenvolvimento de cada indivíduo é o princípio dominante" (1). Rosa Luxemburgo foi a personificação dessas paixões humanas. A simpatia pelos pobres e oprimidos era motivo central em sua vida. Sua profunda emoção e sentimentos com os sofrimentos do povo e todas as coisas vivas estão expressos em tudo o que disse ou escreveu, em suas cartas da prisão e nos escritos de sua mais profunda pesquisa teórica.
Rosa Luxemburgo sabia que onde há tragédia humana em uma escala épica, as lágrimas não ajudam. Seu lema, como de Spinoza, poderia ter sido: "Não chore, não ria, mas compreenda", embora ela mesma teve sua cota de lágrimas e risos. Seu método voltava-se para a revelação das tendências da vida social, a fim de ajudar a classe trabalhadora a usar o seu potencial da melhor maneira possível em conjunto com o desenvolvimento objetivo. Ela apelou mais para a razão humana do que para a emoção.
Uma profunda simpatia humana, um desejo sincero de verdade, uma coragem e um cérebro primeira linha foram unidos em Rosa Luxemburgo para torná-la uma socialista revolucionária. Como expressou Clara Zetkin, sua amiga íntima, em seu funeral de despedida:
"Em Rosa Luxemburgo a ideia socialista foi uma paixão dominante e poderosa do coração e do cérebro, uma paixão verdadeiramente criativa que queimava incessantemente. A principal tarefa e a ambição dominante desta incrível mulher foi preparar o caminho para a revolução social, abrindo o caminho da história para o socialismo. Sua maior felicidade foi a experiência da revolução, lutar em todas suas batalhas. Devotou sua vida inteira e todo o seu ser para o socialismo com uma vontade, determinação, desprendimento e fervor que as palavras não podem expressar. Ela se entregou totalmente à causa do socialismo, não só pela sua morte trágica, mas ao longo de sua vida, cada dia e a cada minuto, através das lutas de muitos anos ... Foi a espada afiada, a chama viva da revolução ".

1. Marx, K; O Capital, Vol.I, p.649.

Cuba, qualidade e confiabilidade em serviços e tecnologias médicas

  Da agência  PRENSALATINA
Imagen activaCuba conta com uma ampla faixa de bens e tecnologias médicas desenvolvidas na ilha; nos quais se combina competitividade de preços, qualidade e alta confiabilidade, asseguraram especialistas durante a recém concluída XXIX Feira Internacional de Havana (FIHAV 2011).

  A Clínica Cira García, destinada à atenção de turistas e estrangeiros, entidades nacionais que operam em divisas, pessoal diplomático, entre outros dá resposta a todas as necessidades médicas clínicas e cirúrgicas, indicou à Prensa Latina, a doutora María Antonieta González, vice-diretora dessa entidade.

Inovadoras técnicas e programas avançados, junto a uma equipe de especialistas de alto nível garantem a qualidade da atenção prestada no prestigioso centro.

Destacado resulta também o Complexo Internacional Frank País, onde se aplica a moderna técnica de fixadores externos, exclusividade da ortopedia cubana, e outros aditamentos fabricados no próprio hospital, com os quais se atendem deformidades da coluna vertebral, tumores ósseos e de partes macias, paralisias periféricas e paraplégicas, infecções reumáticas e lesões de todo tipo, transtornos neurológicos e osteo-miarticulares, bem como toda a reabilitação pós-operatória que necessitar o paciente.

Sob a eficaz direção do prestigioso Professor Rodrigo Alvarez Cambras, no complexo brinda-se um valioso serviço e uma rápida e eficaz restauração.

Monoclinais e vacinas contra o câncer, do Centro de Imunologia Molecular, comercializadas pela empresa CIMAB S.A; bem como compostos de origem natural, de grande valor nutricional, e outros para controle de vetores, elaborados pelo grupo empresarial Labiofam, sobressaíram-se também durante a mostra expositiva.

Outro dos logros apresentados na FIHAV foi o Heberprot-P, um composto do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), que tem revolucionado o tratamento das úlceras de origem diabética, ao reduzir ao mínimo o número de amputações de membros inferiores por esta causa.

Cerca de 41 mil pacientes de 12 países foram tratados até o momento com este medicamento fruto da biotecnologia cubana, assinalou Manuel Raízes, especialista CIGB.

A vacina anti-meningite, a vax-MEN-AC, específica para os sorotipos A e C, logros da colaboração sul-sul, enfatiza a carteira de produtos da empresa Vacinas Finlay S.A.

Este é um biológico à medida de um problema africano para o qual trabalharam Cuba e Brasil. O princípio ativo deste produto indicado a pessoas que vivem em zonas da África onde a doença é altamente epidêmica, foi fabricado na ilha. Mais tarde se liofilizou e envasou na nação sul-americana, explicou Jorge Menéndez, diretor médico de Vacinas Finlay.

Milhões de doses já foram entregues à Organização Mundial da Saúde (OMS) para sua distribuição e aplicação, comentou o especialista.

Vacinas Finlay S.A., é a representante exclusiva do Instituto Finlay, um reconhecido centro de investigação científica localizado no pólo oeste da capital cubana, onde se trabalha em outros importantes compostos.

Tal é o caso da vacina anti-meningocócica MENGOC-BC, considerada o produto líder do Instituto, um preparado único no mundo que se utiliza numa grande quantidade de nações, em particular da América Latina, assegurou Menéndez.

Esta vacina surgiu em Cuba pela necessidade de enfrentar um aumento da morbidade habitual da doença causada pelo meningococo B, que em 1983 atingiu a maior taxa de incidência na população total.

A doença deixou de constituir um problema de saúde para os cubanos graças à descoberta da mesma e passou a fazer parte do esquema nacional de imunização.

Indicou também que as crianças nascidas em Cuba estão protegidos contra 13 doenças infecciosas por meio de vacinas, oito das quais são produzidas no referido centro.

Assim mesmo detalhou que na atualidade existem novos projetos de investigação para o desenvolvimento de biológicos contra o cólera, o pneumococo e a tuberculose, bem como em vacinas combinadas e outros antígenos.

Tecnologias SOMA, aplicadas para o diagnóstico de infecções congênitas, crônicas não transmissíveis, vigilância epidemiológica e a certificação do sangue, derivadas do Centro de Inmunoensayo, ocupam um espaço importante no desenvolvimento médico da ilha, onde também se trabalha no aperfeiçoamento de biomateriais para implantes ósseos, equipes de audiologias, eletro-encefalografia, eletro-miografía e potenciais evocados, através da Neuronic S.A. firma comercializadora de tecnologias resultado da investigação do Centro de Neurociências.

O homem que dá tapas na cara dos liberais

  Juremir Machado no CORREIO DO POVO

Paul Krugman é Prêmio Nobel de Economia.
Parece que esse prêmio tem outro nome.
Mas é assim que o mundo, inclusive o econômico, o vê.
Krugman escreve no pouco importante New York Times.
A poderosa Folha de S. Paulo o reproduz.
Outros no Brasil fazem o mesmo.
Toda semana Krugman dá uma bofetada na cara dos perfeitos idiotas neoliberais latino-americanos.
Na verdade, dá uma bofetada na cara dos perfeitos idiotas liberais do mundo inteiro.
Um exemplo sobre a crise europeia:
“Como as coisas deram tão errado? A resposta que você ouve o tempo todo é que a crise do euro foi causada por irresponsabilidade fiscal. Ligue sua TV e você provavelmente encontrará algum especialista declarando que se os Estados Unidos não cortarem gastos, nós acabaremos como a Grécia”.
A bofetada: “Mas a verdade é quase o oposto. Apesar dos líderes europeus continuarem insistindo que o problema é o gasto excessivo nos países devedores, o problema real é gastos insuficientes na Europa como um todo. E seus esforços para consertar as coisas, exigindo austeridade cada vez mais dura, têm exercido um grande papel no agravamento da situação”.
Uau!
Toda vez que ouvir um especialista na televisão dizendo que ar arrogante que o problema é o excesso de gastos, pense em Krugman e tenha a certeza de que está vendo um ideólogo cego pela sua ignorância falar.
Não se sinta intimidado.
Toda vez que ouvir a propaganda daquela campanha de gasolina com imposto zero, saiba que é demagogia.
Não existe nem pode existir (nem deve) imposto zero.
Mais uma porrada de Krugman do seu artigo mais recente:
“A propósito, grande parte dos empréstimos foi concedida ao setor privado, não para governos. Apenas a Grécia apresentava grandes déficits orçamentários durante os anos bons; a Espanha na verdade apresentava superávit às vésperas da crise. Então a bolha estourou. Os gastos privados nos países devedores caíram acentuadamente. E a pergunta que os líderes europeus deveriam ter feito era como impedir que esses cortes de gastos causassem uma recessão por toda a Europa. Em vez disso, eles responderam aos inevitáveis aumentos de déficit, causados pela recessão, exigindo que todos os governos –e não apenas os dos países devedores– cortassem gastos e aumentassem impostos. Os alertas de que isso aprofundaria a recessão foram rebatidos. “
A Europa, diz Krugman, precisa aceitar um pouco mais de inflação para sair do buraco.
Como é que deram um Nobel de economia para um ignorante desses?
Como é que não deram o Nobel para os articulas da Veja, que só falam em cortar gastos?
Krugman bate no fígado: “A combinação de austeridade para todos e uma obsessão mórbida do banco central com a inflação impossibilita que os países devedores escapem da armadilha da dívida, o que é uma receita para vários calotes de dívida, corridas aos bancos e colapso financeiro geral. Eu espero, para nosso bem assim como para o deles, que os europeus mudem de curso antes que seja tarde demais. Mas, para ser honesto, eu não acredito que mudarão. Na verdade, é muito mais provável nós os seguirmos na trilha para a ruína”.
Esse sujeito é um perigo.
Ousa contestar tudo o que nossos pseudo-especialistas afirmam todos os dias com ares de responsáveis, sérios, ponderados, equilibrados, conhecedores, engravatados e o escambau.
O soco do nocaute:
“Assim, da próxima vez que você ouvir alguém dizendo que se não cortarmos gastos nós nos transformaremos na Grécia, sua resposta deve ser a de que se cortarmos gastos enquanto a economia ainda está em depressão, nós nos transformaremos na Europa. De fato, nós já estamos a caminho”.
Nada como uma boa credencial.